PLANTAS MEDICINAIS COMO TRATAMENTO COMPLEMENTAR DA DISMENORREIA PRIMÁRIA POR UNIVERSITÁRIAS
plantas medicinais.
Os níveis álgicos da dismenorreia primária traz implicações direta na qualidade de vida das mulheres, refletindo na adoção de medidas terapêuticas não farmacológica, como plantas medicinais, que podem comprometer a saúde, e portanto, torna-se importante o embasamento científico que respalde seu uso.
Diante disso, este trabalho buscou compreender o uso de plantas medicinais por estudantes universitárias no tratamento da dismenorreia primária, e sua aplicação a luz da literatura. A pesquisa foi desenvolvida em quatro etapas: revisão integrativa, estudo transversal, busca de evidência das plantas utilizadas e grupo focal, utilizando análise estatística descritiva e estatística inferencial não paramétrica, através do teste de Kruskal-Wallis e o teste de Mann-Whitney com nível de significância <0,05. Para os dados qualitativos foi utilizado o programa IRAMUTEQ, com análise temática segundo Minayo. Na revisão integrativa, obteve-se dez artigos de estudos clínicos com plantas medicinais apresentando ação antinociceptiva para cólicas menstruais. No estudo transversal, das 178 investigadas, 39,33% referiram uso de 15 plantas medicinais para tratamento da dismenorreia. Destas, entre estudos clínicos e pré-clínicos, doze apresentaram ação anti-inflamatória e/ou analgésica, ou antiespasmódica, sendo as mais frequentes camomila, boldo, erva cidreira e hortelã. A idade média e desvio padrão corresponderam a 22,02 anos ± 2,99. A maioria possuíam ciclo menstrual de 28 dias (35,39%), com menarca menor que doze anos (52,81%) e predominância da dor variando entre moderada (52,25%) e grave (32,02 %). A prática medicamentosa (86,52%) foi maior em relação ao uso de plantas medicinais (39,33%). A média da escala de dor foi maior e significativa em universitária cuja a idade da menarca foi menor que 12 anos (p=0,0494), na interferência nas atividades diárias (p <0,0001), na adoção entre o tratamento com plantas/ medicamentos e só medicamentos (p <0,0001; p= 0,0138, respectivamente), em relação as que não utilizaram nenhuma forma. No grupo focal, verificou-se a presenta da cultura familiar na adoção das plantas medicinais, onde a dor é compreendida como processo biológico normal, exceto na exacerbação dos estímulos álgicos, com adoção de uso por critérios do senso comum, déficit no conhecimento farmacológico e cuidado na manutenção da saúde reprodutiva. As evidências científicas corroboraram para identificação da ação farmacológica, porém a ausência de estudos com embasamento farmacodinâmico, farmacocinético, taxológico e interação medicamentosa, podem limitar a indicação de uso generalizado sugerindo assim, a necessidade de novas pesquisas.