Agricultura de corte-e-queima e a regeneração da floresta seca da Caatinga: Implicações para resiliência ecológica
Potencial regenerativo, banco de sementes, chuva de sementes, agricultura de subsistência, diversidade taxonômica, diversidade funcional.
Ecossistemas florestais estão cada vez mais ameaçados por atividades agrícolas que prejudicam as fontes de regeneração florestal. Aqui, examinei como a agricultura de corte-e-queima impacta o banco e a chuva de sementes na Caatinga. Especificamente, 1) examinei o dano e viabilidade do banco de sementes, e a estrutura (densidade e diversidade) e sua composição (taxonômica e funcional) antes e depois do fogo, e 2) a estrutura e composição da chuva de sementes em parcelas queimadas e de controle. Encontrei uma redução nas proporções de sementes não danificadas e viáveis após o fogo. Enquanto a densidade de sementes permaneceu constante, o número de espécies raras diminuiu após o fogo. A diversidade-β entre as parcelas também reduziu após o fogo, causando a homogeneização das assembleias através do espaço. A composição funcional, especificamente a frequência relativa de arbustos com frutos carnosos e dispersão biótica aumentou após o fogo. A densidade de propágulos da chuva de sementes reduziu em parcelas queimadas, bem como o número de espécies raras. Contudo, parcelas queimadas mostraram maior diversidade-β do que parcelas de controle, particularmente seu componente de aninhamento. Finalmente, a composição funcional da chuva de sementes permaneceu inalterada. Aqui destacamos a vulnerabilidade do banco e da chuva de sementes à agricultura de corte-e-queima. Logo, a recuperação de florestas expostas a este método agrícola não poderá depender do banco e da chuva de sementes, mas da rebrota de plantas.