INVESTIGAÇÃO DE GENES DE RESISTÊNCIA AOS AMINOGLICOSÍDEOS EM ISOLADOS CLÍNICOS
DE ACINETOBACTER SPP. EM UM HOSPITAL DE RECIFE-PE
Acinetobacter spp, enzimas modificadoras de aminoglicosídeos, metilases.
O Acinetobacter spp. são patógenos oportunistas, estando associados a infecções nosocomiais graves, incluindo
pneumonia, infecções de corrente sanguínea, pele e tecidos moles, trato urinário e infecções de feridas. Eles
conseguem desenvolver resistência a antimicrobianos rapidamente atuando através de vários mecanismos como
degradação enzimática de drogas, modificação de alvos, bombas de efluxo e defeitos de permeabilidade. A
degradação enzimática aos aminoglicosídeos ocorre através de enzimas modificadoras de aminoglicosídeos
(EMAs) e metilases 16S RNAr. Com isto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de suscetibilidade aos
aminoglicosídeos e identificar a presença de genes de enzimas modificadoras de aminoglicosídeos e de metilases
16S RNAr em isolados clínicos de Acinetobacter spp, provenientes de um hospital de Recife-PE e o seu perfil
clonal. Foram selecionados 35 isolados de Acinetobacter spp. resistentes a um ou mais aminoglicosídeos
(gentamicina e amicacina), provenientes de pacientes de um hospital terciário de Recife-PE, coletados em 2018.
Posteriormente, os isolados foram submetidos à Reação em Cadeira da Polimerase (PCR) para detecção dos
genes de enzimas modificadoras de aminoglicosídeos (aac(6’)-Ib, ant(2”)-Ia e ant(3”)-Ia) e metilases RNAr
16S (armA, rmtB, rmtC, rmtD, rmtF, rmtG), e Consenso Intergênico Repetitivo Enterobacteriano (ERIC-PCR)
para determinação do perfil clonal. Dos três genes de EMAs estudados, apenas as nucletidiltransferases foram
encontradas entre os isolados, distribuídos entre 48% dos isolados. O ant(3’)-Ia foi o gene mais prevalente,
encontrado em 43% dos isolados, seguido por ant(2)-Ia com menos de 1%, detectado em apenas três isolados. O
gene aac(6’)-Ib não foi detectado em nenhum isolado. Entre os genes que codificam as metilases, o armA e o
rmtC foram os únicos encontrados, representando 80% e 57% dos isolados, respectivamente. E os genes rmB,
rmtD, rmtF e rmtG não foram encontrados em nenhum dos isolados estudados. A tipagem molecular por ERIC-
PCR demonstrou a disseminação de dois clones no hospital. Diante disso, os resultados do presente estudo
demonstram a importância do rastreio de genes de resistência e um alerta para medidas de controle e uso racional
de antimicrobianos, visto que este trabalho demonstrou a presença de múltiplos genes de resistência em seus
isolados.