Pedagogia da intuição: ontologias e intuitividade na percepção de estudantes de música da UFPE
Música e intuitividade. Música e ontologias. Música e fenomenologia
Este estudo procura compreender a experiência da intuição na percepção de estudantes de técnicas de gravação, ao utilizarem softwares de produção musical, e como o conhecimento de um raciocínio analógico baseado em ontologias afeta essa percepção. No atual cenário de profusão da oferta de ferramentas digitais para a produção musical, observa-se uma fragmentação da aprendizagem. Nesse contexto, o desenvolvimento de uma intuitividade pode ser útil no enfrentamento de situações inéditas no uso das ditas “novas tecnologias”, cada vez mais frequentes. A pesquisa teve origem na própria reflexividade do autor e se apoia no “método intuitivo” de Bergson. A metodologia, de abordagem qualitativa, se baseia no conceito de “redução fenomenológica” de Husserl para a interpretação dos dados. Foram selecionados 6 participantes, dentre alunos da disciplina de técnicas de gravação, no curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal de Pernambuco. O grupo foi dividido em dois subgrupos. O primeiro subgrupo selecionado realizou uma tarefa de mixagem em uma DAW desconhecida por eles. Em seguida, os dois subgrupos receberam uma videoaula sobre o raciocínio analógico baseado em ontologias. Por fim, o segundo grupo realizou a mesma tarefa, sob as mesmas condições do primeiro grupo. Os dados empíricos foram coletados a partir de um grupo focal que reuniu e discutiu as experiências dos sujeitos participantes. O primeiro grupo respondeu sobre como foi a experiência de receber informações de raciocínio analógico somente após a realização de sua atividade. Ao segundo subgrupo coube descrever a sua experiência de posse das informações e como era a realização de semelhante tarefa antes de receberem aquelas informações.