A atuação do intérprete de Libras no ensino de Ciências – um estudo sobre o campus, o habitus, e os capitais totais nos anos finais do Ensino Fundamental
Intérprete de Libras; Conceitos bourdieusianos; Educação em Ciências, Ensino; Ensino Fundamental.
A legislação brasileira, a partir dos anos de 2000, instituiu marcos regulatórios, impondo as obrigações a toda a sociedade acerca das políticas de inclusão das pessoas com deficiência. A educação de surdos foi uma das áreas a serem contempladas por tais medidas. Para muitos, a inserção do intérprete e tradutor de Libras em sala de aula já garante a acessibilidade determinada pela justiça. Por meio de uma revisão sistemática, percebeu-se que pouco se falava sobre a qualidade desse profissional neste ambiente escolar, o que revela a problemática desta pesquisa referente à qualidade dessa demanda assistiva na garantia de uma educação inclusiva, não excludente. Por meio dos conceitos de Pierre Bourdieu – campus, habitus e capitais totais –, pretende-se analisar a atuação do intérprete em salas de aula dos anos finais do Ensino Fundamental, nas aulas de Ciências, com o objetivo de compreender, à luz dos pressupostos bourdieusianos, a interferência que os seus capitais totais fazem no cumprimento das habilidades predispostas pela BNCC para o ensino de Biologia nesses segmentos. Para isso, a pesquisa contará com uma metodologia qualitativa, ao tratar dos aspectos complexos da coleta de dados, os quais serão feitos, primeiramente, pela História Oral e, posteriormente, por questionário semiestruturado. Os resultados pretendem apontar não se o intérprete está errando ou acertando, mas sim as razões trazidas pelo seu repertório sociocultural que estabeleças suas tomadas de decisões.