ENEGRECENDO OS IMAGINÁRIOS DA CIDADE: as performances de negritude na produção de videoclipes em São Luís - MA
Videoclipe; Escrevivência; Negritude; Fabulação.
O mundo tal qual se apresenta é uma fábula (OLIVEIRA, 2001) retroalimentada por um imaginário coletivo edificado em pressupostos coloniais que atravessam o tempo, configurando espaços de poder em que o sujeito é hierarquizado. Por estas razões é que se faz necessário um esforço que devolva o estatuto de humanidade para os corpos precarizados e subalternizados. Nesta pesquisa, proponho uma guinada da alienação à tomada de consciência da/o a/o negra/o, um trajeto que se estrutura por meio da dobra da linguagem e que cria condições para que estas/es possam, pela própria voz, se definirem para além do que lhes é atribuído pelos predicativos identitários. Por isso, interseccionando os conceitos de escrevivência (EVARISTO, 2020) e fábula crítica (HATMANN, 2020), analiso o videoclipe em rede enquanto um espaço de segurança que torna a ficção um ude (CÉSAIRE, 2010) encenadas nas narrativas audiovisuais de São Luís - MA de 2019 a 2022, nas obras de Marco Gabriel, Regiane Araújo, Núbia e Enme Paixão, são pistas de um ser/saber pautado estética e politicamente na pluralidade e diversidade que tensiona os estigmas sociais e desafia as concepções racistas.