TREME FLUXO: PRETITUDES SÔNICAS NA DIÁSPORA AFROELETRÔNICA
Música negra, Música afrodiaspórica, Música eletrônica, Gambiarra, Epistemologias negras.
Este trabalho discute os procedimentos criativos e os usos das tecnologias de produção musical por DJs e produtores musicais em diferentes expressões de música eletrônica afrodiaspórica no Sul Global: funk (Brasil), singeli (Tanzânia), Balani Show (Mali), kuduro e batida (Angola e Portugal). Em uma interseção entre os estudos de som, filosofia da técnica e racialidade, esta tese tem como epicentro conceitual um debate sobre as gambiarras sônicas e os processos artísticos dessas expressões como uma epistemologia que conecta som, corpo e tecnologias, desafiando o ideal de racionalidade moderna que divide e contrapõe corpo e mente. Buscamos entender como estes DJs e produtores desenvolveram seus métodos criativos baseados não nos parâmetros de uma teoria musical tradicional, mas sim a partir de saberes próprios e particulares desenvolvidos em uma íntima relação entre o ambiente da festa (com todas as suas especificidades) e as novas formas de criação musical introduzidas por softwares de criação de beats, como o FL Studio.