Relatório Minoritário: a exceção como paradigma de futuro no cinema de ficção científica
cinema; exceção; distopia; imaginário; ficção científica
O futuro, tema tão recorrente no cinema de ficção científica, desde fins do século passado frequentemente se apresenta como pesadelo. A distopia hoje figura como paradigma de futuro e a exceção como regra político-
jurídica, substanciando as relações entre os indivíduos e instituições. Esta tese visa apresentar uma investigação amparada num panorama histórico do imaginário de futuro, articulado com um estudo sobre a ficção científica cinematográfica e propor, através da antropologia do imaginário, as relações entre os exercícios especulativos ficcionais e a construção da realidade, particularmente sob o viés dos conceitos da exceção e do
homem sacro de Agamben. Para isso, utilizaremos como pano de fundo para a pesquisa o enredo de obras que, embora frequentemente distintas entre si, reúnem elementos que podem ser identificados nos acontecimentos que fundam a distopia como interface de futuro imaginário disponível à pós-modernidade. Filmes estes que retratam sociedades em constante estado de emergência, cuja guerra, em última instância, é travada com seus próprios cidadãos; o Estado, forte organismo gestor de população e controle social, condiciona seus cidadãos a diferentes status quanto a sua legalidade e guarita política.