DESLOCAMENTOS LUSO-PAISAGÍSTICOS: ARTIFÍCIO, MEMÓRIA E SAUDADE NO CINEMA DE MIGUEL GOMES
Cinema. Landscape. Displacement. Artifice. Saudade
Esta pesquisa, a partir de uma aproximação cultural atrelada ao audiovisual, pretende articular alguns conceitos, como cinema de viagem, artifício, memória, nostalgia, melancolia e paisagem, com o intuito de problematizar e investigar a presença de todos estes elementos no cinema do realizador português Miguel Gomes. O desenvolvimento da dissertação intenta lançar mão tanto de um lastro teórico-conceitual sobre os temas anteriormente pontuados, quanto de uma abordagem atravessada pelo viés dos estudos e gêneros cinematográficos, não em uma proposta ensimesmada de análise fílmica, mas sim uma combinação entre a filmografia aqui proposta e estes autores e imagens trazidos ao longo do texto. O trabalho pretende, ainda, buscar uma metodologia que envolva os campos da teoria juntamente a um exercício ensaístico de produção científica. O corpus aqui escolhido envolve, em especial, os longas-metragens de Gomes, sendo eles, cronologicamente, A Cara Que Mereces (2004) Aquele Querido Mês de Agosto (2008), Tabu (2012) As Mil e uma Noites (2015) e Diários de Otsoga (2021). Almeja-se, assim, a elaboração de uma cartografia deste cineasta e de seu lugar no mundo, neste caso por meio do cinema contemporâneo lusitano, mas este também inserido dentro de um fluxo internacional e em diálogo com diversas outros temas e produções, referentes e promovedores de uma criação viajante destas obras todas.