Obesidade abdominal dinapenica e fatores associados em pessoas idosas comunitarias - resultados do ELSI- Brasil
Obesidade abdominal; Força muscular; Fatores de Risco; Pessoa idosa; Comunidade.
A redução da força muscular e a obesidade abdominal são alterações comuns do envelhecimento e a coexistência dessas duas condições é denominada de obesidade abdominal dinapênica. A pesquisa teve por objetivo analisar a obesidade abdominal dinapênica e os fatores associados em pessoas idosas comunitárias. Trata-se de um estudo transversal e analítico, baseado em dados secundários da segunda onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros, com 5.153 pessoas idosas (≥60 anos). A obesidade abdominal dinapênica foi definida pela circunferência da cintura ≥102 cm (homens) e ≥88cm (mulheres) associada à força de preensão palmar <30 kg (homens) e <16 kg (mulheres). As variáveis sociodemográficas, estilo de vida, consumo alimentar e clínicas foram incluídas na análise. A associação dos fatores associados com a obesidade abdominal dinapênica foi a partir da regressão logística multinomial ponderada. Todas as análises consideraram um nível de significância de 5%. A prevalência de obesidade abdominal dinapênica foi de 13,99% (IC 95%: 12,92–15,14), enquanto a obesidade abdominal isolada foi de 41,78% (IC 95%: 40,21–43,37) e somente dinapenia, 7,76% (IC 95%: 6,95–8,65). No modelo multivariado final, observou-se que o avanço da idade esteve associado a maior razão de chances para desenvolver o fenótipo de obesidade abdominal dinapênica. O sexo masculino, relato de tabagismo e a autodeclaração como pessoa parda foram inversamente associados. Entretanto, a menor escolaridade e o menor nível de atividade física foram associados a maiores chances para a ocorrência da obesidade abdominal dinapênica. Já o diagnóstico de diabetes permaneceu independentemente associado a aproximadamente três vezes mais chances de apresentar essa condição. Esses achados enfatizam que a obesidade abdominal dinapênica é resultado da associação de fatores sociais, estilo de vida e biológicos e reforçam a necessidade de estratégias de saúde pública, direcionadas principalmente à prevenção deste fenótipo.