INTERSECÇÕES SOCIOAMBIENTAIS: A LUTA ANTIRRACISTA PELO DIREITO AO TERRITÓRIO
Periferia; Espaços; Meio Ambiente; Racismo.
O racismo ambiental é um dos brotos do racismo estrutural que impacta historicamente a vida da população negra periférica, seus territórios e ecossistemas associados, estando intimamente ligado à segregação socioespacial. Nesse contexto, a pesquisa busca identificar como o racismo ambiental e o conflito fundiário urbano periférico se inter-relacionam e impactam os territórios e a população que os ocupam. O estudo se mostra relevante no subsídio de políticas públicas socioambientais, pois traz as aspirações e as realidades profundas enfrentadas cotidianamente pelas comunidades periféricas, desproporcionalmente impactadas pelas desigualdades sociais que se agravam diante a crise climática em curso. A pesquisa tem como locus a Comunidade da Linha, situada no bairro do Ibura, em Recife, Pernambuco. Delimitado ao longo de uma malha ferroviária, o território é cenário de uma disputa fundiária de longa data, com fortes tensões habitacionais e consequências estruturais e psicoemocionais à população. Metodologicamente, o estudo adota três abordagens para obtenção dos dados, análise e resultados, sendo o de Revisão Bibliográfica, Observação Participante (OP) e a Análise do discurso (AD). Como resultado, é retratado a territorialização das injustiças socioambientais que evidenciam elementos e insight para elucidação e entendimento da produção modernizada da precarização sistêmica dos espaços periféricos. Além disso, é trazido a caracterização do território e as formações discursivas inscritas por meio das relações e dinâmicas socioespaciais diante a problemática do racismo ambiental e conflito fundiário. Dessa forma, espera-se que esta pesquisa não apenas fortaleça a formulação de políticas públicas mais inclusivas, equitativas e sustentáveis, mas também evoque a responsabilidade política, ética e moral para implementação efetiva de projetos concretos de transformação.