DATA ANALAYSIS OF NON-COMMUNICABLE CHRONIC DISEASES IN BRAZIL
Doenças crônicas não transmissíveis. Multimorbidade. Análise de dados. Multi-período. Multicritério. Análise fatorial. Regressão logística.
Esta tese é formada por aplicações estatísticas e de apoio à decisão no contexto do gerenciamento da saúde e das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT), que incluem doenças que não são transmitidas de pessoa para pessoa como hipertensão, diabetes e câncer. Estratégias de análise de dados de limpeza, organização e modelagem de dados foram exploradas para extrair padrões úteis para apoiar a tomada de decisões. Foram utilizados dados de pesquisas transversais de base populacional no Brasil, considerando os suplementos de saúde da Pesquisa Nacional de Domicílios (PNAD) e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Inicialmente, foi realizada uma revisão sistemática da literatura resumindo pesquisas anteriores sobre DCNTs no Brasil. A partir daí, investigou-se tendências na prevalência de DCNTs relacionadas à idade e sexo em uma perspectiva temporal mostrando que as DCNTs estão altamente associadas ao envelhecimento. Adicionalmente, em análise multi-período, observase que as mulheres são mais afetadas do que os homens. Além disso, avaliando as DCNTs em uma perspectiva geográfica, a partir da proposta do Índice de Doenças Crônicas (gCDI), detectou-se que o Sul do Brasil concentrou mais doenças crônicas em relação ao Norte. Foi realizada uma análise temporal de multimorbidade, que é a co-ocorrência de duas ou mais doenças crônicas na mesma pessoa. O risco de multimorbidade foi maior para mulheres e analfabetos, aumentando com a idade. Pessoas com múltiplas doenças crônicas consideram sua saúde pior em comparação com pessoas sem doenças crônicas, demonstrando maior necessidade de assistência à saúde e hospitalização. Ao final, foi proposta uma avaliação integrada da saúde a partir de um modelo de decisão de sobreclasificação utilizando múltiplos períodos de tempo, considerando perspectivas objetivas e subjetivas de saúde, que pode ser usado como indicador para acompanhamento da população e para subsidiar estratégias de prevenção ao longo do tempo. Efetivamente, a análise de dados quantitativos em diferentes períodos de tempo pode facilitar a observação de tendências para apoiar a gestão da saúde. As pesquisas da PNAD e da PNS demonstraram ser valiosas fontes de dados sobre doenças crônicas no Brasil. Uma melhor compreensão dos padrões de saúde pode ajudar os formuladores de políticas a melhorar as ações preventivas em situações epidêmicas que afetam significativamente grupos de pessoas com condições crônicas e multimorbidade.