AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES MORFOHISTOLÓGICAS E MECANISMO DE AÇÃO EM LARVAS DE Aedes Aegypti SUBMETIDAS AO EXTRATO BRUTO ETANÓLICO DAS FOLHAS DE Clusia Fluminensis E TOXICIDADE EM Mus Musculus
mosquito. arboviroses. epidemia. larvicida. controle vetorial. composto bioativo.
Aedes aegypti, principal vetor da dengue, zika e chikungunya, representa um grave problema de saúde pública em regiões tropicais devido à sua alta adaptação a ambientes urbanos e sua rápida reprodução em água limpa. Este estudo avaliou a eficácia larvicida do extrato etanólico das folhas de Clusia fluminensis e os efeitos da formulação com adjuvantes na atividade biológica contra A. aegypti. A análise fitoquímica revelou a presença de compostos bioativos, como ácidos fenólicos, flavonoides (isoorientina e orientina) e benzofenonas preniladas, conhecidos por suas propriedades inseticidas, antioxidantes e de interferência em sistemas enzimáticos essenciais. Nos testes de mortalidade larval, o extrato etanólico puro alcançou uma taxa de mortalidade de 98.33% na concentração mais alta (7 mg mL-1 ) e 6.66% na menor concentração avaliada (0.22 mg mL-1 ) após 24 horas. Com a formulação contendo maltodextrina, dióxido de silício coloidal e Tween 80, a mortalidade foi mantida em 100% nas três maiores concentrações e aumentou significativamente para 91.67% e 78.33% em 0.43 e 0.22 mg mL-1 , respectivamente, demostrando que os adjuvantes potencializam a estabilidade e biodisponibilidade dos compostos ativos, tornando o extrato mais eficaz em doses reduzidas. As análises de atividade enzimática evidenciaram que o extrato inibiu a acetilcolinesterase (AChE) em 70.50% na CL50 e 67.82% na CL90, interferindo diretamente no sistema nervoso das larvas, comprometendo funções vitais como a coordenação motora. Para a tripsina, foi identificado um efeito aumentativo de 52.12% na CL50 e de 101.81% na CL90, sugerindo uma resposta adaptativa das larvas para tentar mitigar os efeitos tóxicos do extrato em concentrações mais elevadas. As análises morfohistológicas das larvas tratadas revelaram alterações significativas no epitélio do intestino médio, incluindo desorganização celular e vacuolização, indicando a ação tóxica do extrato sobre os tecidos digestivos. Ensaios pré-clínicos realizados em camundongos não evidenciaram toxicidade significativa em parâmetros hematológicos, bioquímicos ou histológicos, indicando segurança para aplicações práticas. Esses achados destacam o potencial do extrato de C. fluminensis como uma alternativa eficaz e sustentável para o controle de vetores, promovendo eficácia larvicida com menor impacto ambiental que os inseticidas químicos sintéticos. A combinação de eficácia biológica, segurança e impacto ambiental reduzido posiciona este extrato como uma estratégia promissora no manejo integrado de A. aegypti.