Avaliação de extrato e fração salinos de sementes de Moringa oleifera sobre estágios evolutivos do molusco Biomphalaria glabrata, cercárias de Schistosoma mansoni e ensaio ecotoxicológico
Artemia salina; ecotoxicidade; potencial moluscicida, Lectina cMoL; Gênero Moringa.
A esquistossomose é uma doença infecto-parasitária causada por vermes trematódeos do gênero Schistosoma spp., com destaque para Schistosoma mansoni no Brasil. A Moringa oleifera Lam, cujas sementes possuem lectina cMoL com ação biocida, é uma espécie vegetal amplamente encontrada em continentes em que a doença é endêmica. Este estudo avaliou a toxicidade de preparações salinas e frações proteicas de sementes de Moringa oleifera em organismos relacionados ao ciclo da esquistossomose e modelos ecotoxicológicos. Em embriões de Biomphalaria glabrata, foi observada letalidade de 100% no estágio embrionário Hippo stage em concentrações de 1,0 mg/mL e 0,6 mg/mL para as exposições ao extrato salino e fração proteica, respectivamente. Nos caramujos adultos, houve aumento na taxa de fertilidade e fecundidade dos caramujos que sobreviveram a exposição, entretanto, as concentrações letais do extrato salino e fração proteica foram de 0,6 mg/mL e 0,2 mg/mL, respectivamente. Para as cercárias de S. mansoni, as preparações não apresentaram efeitos tóxicos nas concentrações testadas. Nos ensaios ecotoxicológicos com Artemia salina, a concentração de 0,6 mg/mL não apresentou toxicidade significativa para ambas as preparações. Os resultados destacam o potencial das preparações das sementes de M. oleifera como moluscicida, em todos os estágios de desenvolvimento; além disso, apresentam baixa toxicidade ambiental. Entretanto, os compostos não apresentaram atividade cercaricida. Estados adicionais de campo são recomendados para validar a eficácia seguridade ambiental.