VETORIZACAO DE ACIDO FERULICO COMO ESTRATEGIA DE TRATAMENTO PARA O TRANSTORNO DE DEPRESSAO
nanopartículas mesoporosas; sílica; ácido ferúlico; MCM-48; citotoxicidade; barreira hematoencefálica.
A presente dissertação teve como objetivo reproduzir e caracterizar
nanopartículas de sílica mesoporosa do tipo MCM-48, bem como avaliar sua aplicação como
sistema carreador de ácido ferúlico (AF) em estratégias terapêuticas para transtornos
depressivos. As nanopartículas foram sintetizadas por meio do método de Stöber modificado e
funcionalizadas com 3-(aminopropil)trietoxisilano (APTES), a fim de aumentar sua afinidade
com o composto bioativo. A caracterização dos materiais foi realizada por meio de diferentes
técnicas analíticas, incluindo microscopia eletrônica de varredura (MEV), difração de raios X
(DRX), espectroscopia no infravermelho (FTIR), análises térmicas (TG/DTG/DSC), potencial
zeta, índice de polidispersão (PDI) e análise de área superficial específica (BET). A adsorção do
ácido ferúlico foi confirmada espectroscopicamente, e a citotoxicidade foi avaliada em células
endoteliais cerebrais primárias de camundongo e na linhagem humana HBMEC, submetidas a
diferentes tempos de incubação (3 h, 24 h e 72 h) e concentrações. Os resultados indicaram que a
MCM-48 apresenta boa biocompatibilidade e que a conjugação MCM-48-AF proporcionou
efeitos positivos na viabilidade celular, especialmente após 24 horas na concentração de 100
μg/mL, superando, em alguns casos, a eficácia do ácido ferúlico livre. Além disso, um ensaio de
permeabilidade simulando a barreira hematoencefálica, com marcação por rodamina 6G,
evidenciou a retenção das nanopartículas no filtro, limitando sua passagem. Apesar dos
resultados promissores, o tempo elevado necessário para a adsorção do ácido ferúlico
compromete a viabilidade comercial da conjugação, ressaltando a necessidade de estudos
adicionais para aprimoramento da tecnologia proposta.