A GESTAO POR COMPETENCIA EM BIBLIOTECAS: um estudo em universidades federais em Pernambuco
Palavras-chave: Gestão por Competência; Bibliotecas Universitárias; Bibliotecário.
O cenário informacional contemporâneo, impulsionado pela evolução tecnológica e pela crescente demanda por serviços especializados, provoca transformações no papel das bibliotecas universitárias. Nesse contexto, a Gestão por Competência é um modelo relevante para o desenvolvimento e o desempenho do bibliotecário, para adaptação a novas demandas. A aplicação da Gestão por Competência no serviço público federal, no entanto, demonstra desafios na articulação e no alinhamento estratégico de seu ciclo de gestão. Esta pesquisa teve como objetivo analisar as práticas de Gestão por Competência desenvolvidas em bibliotecas vinculadas a universidades federais em Pernambuco. A metodologia adotada foi a pesquisa de natureza básica e documental, a partir de uma abordagem qualitativa, seguindo a estratégia de estudo de casos múltiplos, com quatro unidades de análise, sendo estas: a Universidade Federal de Pernambuco, a Universidade Federal Rural de Pernambuco, a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco e a Universidade Federal do Vale do São Francisco. A coleta de dados foi realizada em duas fases, a partir de um levantamento do panorama de divulgação das práticas em sites oficiais das instituições; e, subsequentemente, a análise de documentos institucionais como o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o Programa de Gestão e Desempenho (PGD), o Plano de Desenvolvimento de Pessoas (PDP), e demais documentos. Além disso, ao comparar as práticas com os modelos teóricos de Gestão por Competência, a análise identificou uma desarticulação e uma falta de integração no ciclo de gestão das instituições. Os resultados demonstram que o foco da gestão reside na atividade prescrita, utilizando instrumentos formais e limitados (descrição de cargos e quadro de referência dos servidores técnico-administrativos, que engloba o bibliotecário), o que diverge da competência em ação exigida do bibliotecário. Consequentemente, o ciclo de gestão de pessoas não é proativo, visto que o desenvolvimento é impulsionado pela iniciativa individual e não apresenta alinhamento consistente com a avaliação e os objetivos institucionais. Os achados indicam as lacunas existentes na articulação das práticas de Gestão por Competência, servindo como subsídio para o aprimoramento e desenvolvimento de um referencial de competências específico para o bibliotecário.