Desinformação, transfobia e discurso neofascista: a cooptação da narrativa para o protagonismo representativo
Transfobia; Discurso de ódio; Fascismo
Pensando na intersecção entre política, redes sociais e discursos de ódio, como a transfobia, seguimos o pensamento de Umberto Eco para entendemos que a transfobia opera estruturalmente no neofacismo como um fio condutor de uma dicotomia nós versus eles que espalha um pânico moral, inclusive dentro de partidos e alas progressivas. Operando nas estruturas do fascismo como um instrumento, a transfobia existe e se instrumentaliza por carregar o masculinismo como um de seus efeitos diretos, fortalecendo um pânico subjetivo em diversos campos conservadores. Assim, o discurso anti-trans e a desinformação são usados como instrumento de polarização e de mobilização política fascista. Dessa forma, com o crescimento dos partidos neofascistas nos últimos anos no cenário político brasileiro e com uma maior ocupação do ambiente institucional político, como deputados brasileiros articulam seu discurso para combater a instrumentalização facista do discurso transfóbico dentro do âmbito político institucional? objetivamos analisar como os deputados brasileiros têm articulado seu discurso para combater a instrumentalização facista da transfobia como uma tática de desinformação dentro do âmbito político institucional, nesse caso, a Câmara Federal de Deputados. Como percurso, i) identificarmos os episódios em que o discurso transfóbico foi utilizado por políticos fascistas dentro desses ambientes, ii) investigar o contexto político a qual esse episódio aconteceu e iii) entender as formas de articulação de combate aos discursos transfóbicos. Como metodologia, seguimos a proposta metodológica de Análise Crítica do Discurso proposta por Wodak.