Plantar Vivo.
Design expandido; Pesquisa artística; Cosmopolítica; Relações interespécie; Viveiro; Etnografia sensível; Subjetividade vegetal; Caatinga; Transdisciplinaridade.
Esta pesquisa propõe o Plantar Vivo a partir da criação de um site-especific como dispositivo conceitual para uma investigação em design expandido, ancorada na construção e ativação de um viveiro de plantas no semiárido pernambucano, especificamente na comunidade de Carneiros, em Buíque–PE. A partir de uma abordagem transdisciplinar e etnográfica, o projeto mobiliza práticas artísticas, saberes tradicionais e cosmopolíticos para tensionar as fronteiras entre natureza e cultura, pesquisa e criação, humano e não humano. Inspirada pelas teorias de Eduardo Viveiros de Castro, Déborah Danowski, Ursula Le Guin, Antonio Bispo dos Santos e Emanuele Coccia, a pesquisa entende as plantas como seres sensíveis e agentes de conhecimento, capazes de instaurar outras formas de convivência e de narrativas. O viveiro, nesse contexto, é concebido não apenas como espaço de cultivo, mas como território de escuta, aprendizado e partilha — uma “obra-processo” que busca mediar relações interespécies através de uma abordagem etnográfica sensível. A experiência, situada no bioma da Caatinga propõe reposicionamento ético e epistemológico da arte, da cultura e do design frente às urgências ecológicas e à pluralidade de mundos que resistem ao apagamento colonial-moderno.