A redundancia no livro ilustrado de literatura infantil: novas perspectivas e uma proposta de modelo esquematico para seu estudo sob a otica do Design da Informacao.
design da informação; livro infantil; livro ilustrado; literatura infantojuvenil; relação texto-imagem; redundância.
Esta pesquisa investiga a redundância no livro infantil ilustrado sob o olhar do Design da Informação ao analisar o posicionamento de profissionais e pesquisadores de Literatura Infantil e confrontá-las com outras perspectivas advindas da Linguística e da Teoria da Informação. Examinamos de que modo a presença de redundância pode ser considerada positiva neste artefato para compreender se há fundamento para a forte rejeição à presença dessas relações, de modo a saber se estamos repetindo posicionamentos enviesados ao pautarmos pesquisas acadêmicas e práticas editoriais nas perspectivas sobre redundância provenientes da área de Literatura Infantil. Para isso, refletimos sobre as perspectivas presentes na área da Literatura Infantil; confrontamo-las com as dos campos de Linguística, Teoria da Informação e Design da Informação; e exploramos um modo de analisar a constituição de redundância no livro ilustrado. Utilizamos de abordagem qualitativa por meio do método abdutivo. Analisamos diferentes conceitos, fundamentações e paradigmas. Identificamos e nomeamos um paradigma excludente quanto à redundância no posicionamento de profissionais e pesquisadores, e um paradigma mantenedor na área da Linguística e Teoria da Informação. Descrevemos um modelo esquemático como ferramenta analítica para o estudo da redundância, acompanhado de orientações para sua utilização. Analisamos 71 relações texto-imagem das três categorias de Linden (2018) em quatro livros infantis ilustrados. O modelo revelou a presença natural de repetição entre componentes do texto e da imagem na maioria das relações (n=68/71). As análises revelaram alguma presença de relação de redundância em todos os livros. Entendemos que a presença de redundância é natural no livro ilustrado e que faz parte da construção da narrativa, sendo mais importante o livro como um todo, e que o argumento da história se consolide ao final da leitura. Assim é possível abandonar uma atitude irredutível quanto à rejeição da redundância e redirecionar esforços para entender de que modo ela faz parte da construção da narrativa, como contribui com o todo, e de que modo impacta o leitor. Refletimos sobre a ação de diálogo e sua implicação na representação pictórica. Observamos padrões no comportamento do modelo esquemático de acordo com cada relação e discutimos as limitações e utilidades do modelo proposto. Propusemos uma associação das recomendações de escrita e ilustração com as problemáticas de ação e de descrição, e uma tipologia para a repetição no livro ilustrado. Demonstramos esquematicamente a ocorrência dos tipos de repetição de acordo com as problemáticas correspondentes. Apresentamos uma visualização da variação das relações texto-imagem conforme o progresso da narrativa do livro. Entendemos que: não é possível afirmar que imagens redundantes sejam inúteis; a questão principal sobre redundância não é sua presença, mas sim como ela existe e se expressa no livro ilustrado; muitos dos posicionamentos de rejeição observados não possuíam ou não apresentaram embasamento empírico; nem todo aspecto é repetido entre texto e imagem; é comum haver alguma repetição entre instâncias; pela imagem possuir precedência no livro ilustrado, sua dispensa não deve ser recomendada; o texto também precisa ser bem configurado para o livro ilustrado. Por fim, sugerimos desdobramentos de pesquisa.