Modelo para a avaliacao das condicoes de estimulos ambientais que favorecem a nocividade e as cargas excessivas aos usuarios de home offices.
home-offices; ansiedade; teoria das facetas e realidade virtual, percepção ambiental, ergonomia do ambiente construído.
Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia de COVID-19, o que levou à adoção de medidas restritivas, como o isolamento social. Com isso, empresas e escolas migraram para o trabalho remoto, acentuando desafios no home office, como falta de limites entre vida pessoal e profissional, distrações, estresse e ansiedade. Esta pesquisa propõe e testa um modelo para avaliar estímulos ambientais que contribuem para a nocividade e as cargas excessivas no home office, com o objetivo de orientar melhores soluções de projeto para esses espaços. O estudo contou com 145 participantes do Brasil e de Portugal, possibilitando uma análise comparativa. No ESTUDO 01, com base na Teoria das Facetas, os dados foram coletados por meio do Sistema de Classificações Múltiplas Dirigidas e analisados pelo procedimento não métrico e multidimensional conhecido como Análise da Estrutura de Similaridade (SSA). No ESTUDO 02, utilizou-se Realidade Virtual para simular dois ambientes de home office — um com estímulos ambientais positivos e outro negativos — definidos a partir dos resultados do ESTUDO 01. As respostas emocionais foram medidas pelo Self-Assessment Manikin (SAM), e os níveis de ansiedade foram avaliados com o State-Trait Anxiety Inventory (STAI) e a Depression Anxiety Stress Scale (DASS-21), antes e depois do experimento. Também foram incorporadas narrativas (neutra e ansiogênica) para ampliar a presença e verificar se, em uma situação extrema, onde o participante já é inserido na experiência com nível elevado de ansiedade, as variáveis ambientais estudadas podem moderar-la. Para análise dos dados, o ESTUDO 02 contou com o SPSS e as escalas de cortes dos testes propostos. Os resultados indicam que ambientes projetados com estímulos positivos reduziram os níveis de ansiedade, especialmente quando associados a narrativas neutras, corroborando parcialmente as hipóteses iniciais. O estudo
reforça o impacto do ambiente construído na saúde mental e propõe diretrizes para projetos de interiores mais saudáveis e funcionais para o home office.