Entre regulacoes urbanisticas, praticas espaciais e a vida cotidiana: desafios para o reconhecimento dos territorios populares na urbanizacao de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB)
territórios populares; urbanização capitalista dispersa; Campina Grande (PB); Carauru (PE)
Esta dissertação analisa os desafios para o reconhecimento dos territórios populares, a partir dos casos da urbanização de Campina Grande (PB) e Caruaru (PE). A pesquisa parte do entendimento de que os enquadramentos tradicionais do planejamento, baseados em dicotomias como urbano e rural, campo e cidade, centro e periferia, legal e ilegal, orientam a ação do poder público e os instrumentos de ordenamento territorial, mas se mostram cada vez mais insuficientes para compreender e lidar com os processos atuais e diversos da urbanização brasileira., como os de Campina Grande (PB) e Caruaru (PE).[1] [2] Com base em levantamentos empíricos e no diálogo com produções críticas sobre urbanização, buscou-se compreender como os territórios populares têm sido representados, compreendidos e normatizados, analisando as tensões entre a regulação institucional, as práticas socioespaciais dos moradores e os modos de vida construídos nesses espaços. Observou-se que, em ambos os municípios, os processos recentes de urbanização geram fricções com as classificações normativas e os modelos analíticos vigentes, os quais frequentemente reduzem os territórios populares a concepções centradas na perspectiva realidade urbana, na informalidade ou precariedade habitacionais. Tais concepções homogeneizantes tendem a invisibilizar os processos de reconhecimento, dificultando a formulação de políticas adequadas à diversidade dos territórios populares.