Nas Encruzilhadas da Ginga: Nacoes de Maracatu e discurso anticolonial
maracatu nação, colonialismo, ultraliberalismo, anticolonialismo.
Esta tese investiga o papel das Nações de Maracatu de Pernambuco como espaços de formação política e resistência anticolonial nos territórios periféricos do Recife. Partindo de uma vivência próxima com culturas populares, o estudo articula teorias anticoloniais com a análise empírica de cinco grupos centenários de Maracatu. A pesquisa sustenta que essas manifestações, para além de expressões culturais, produzem discursos e práticas anticoloniais por meio de sua organização comunitária, ancestralidade e resistência histórica ao autoritarismo. Utilizando metodologia qualitativa — incluindo entrevistas semiestruturadas e observação participante —, a tese examina como essas Nações atuam na construção de subjetividades políticas e no fortalecimento comunitário em contextos de profunda desigualdade socioespacial. Os resultados pretendem demonstrar que o Maracatu opera como um “quilombo urbano”, promovendo valores coletivos, memória ancestral e resistência ativa contra a lógica individualizante do neoliberalismo. A tese conclui refletindo sobre a potência transformadora da cultura popular e sua capacidade de oferecer alternativas de vida frente ao projeto colonial-capitalista.