Entre regulações territoriais, práticas espaciais e a vida cotidiana: desafios e caminhos para o reconhecimento dos territórios populares na urbanização capitalista dispersa
inundações; rios intermitentes; cidades de pequeno porte; risco e vulnerabilidade; water sensitive urban design (WSUD); mudanças climáticas.
Campo e cidade, rural e urbano, centro-periferia, formal-informal são enquadramentos que definem as linhas oficiais dos territórios e as atuações do poder público, mas o processo de urbanização capitalista contemporâneo emerge a urgência em debatê-los. Em Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) essas abordagens se centram em concepções associadas à ocupação ilegal da terra e a precariedade da moradia bem como ao contexto urbano das grandes metrópoles do país, homogeneizando territórios dispersos e se mostrando instrumentos insuficientes para reconhecer e promover políticas públicas diante o processo de urbanização nos municípios. Esta dissertação tem como objetivo compreender desafios e caminhos para o reconhecimento dos territórios populares diante o processo de urbanização capitalista vigente, tendo como estudo de casos os municípios de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB). Partindo-se da importância da compreensão das especificidades locais para apreensão da urbanização planetária e da tentativa de contemplar um pouco da diversidade regional brasileira em cidades intermediárias, onde as fricções entre rural e urbano são mais presentes, o objeto de estudo desta dissertação se constrói em torno dos processos de urbanização nos municípios de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB). O percurso metodológico adotado tem como base as formulações de Brenner e Schmid (2015) sobre as dimensões da urbanização, decomposta em regulamentações territoriais, práticas espaciais e cotidiano vivido. Busca-se desconstruir epistemologias monodimensionais, centradas nas concepções tradicionais de cidade e de precariedade, e a iluminação de processos e padrões históricos e geográficos variados, desiguais e específicos.