NO MEIO, O CRÍTICO, A CRISE: TRADIÇÃO E SENTIDO EM GEORGE STEINER
George Steiner; Tradição literária; Crítica literária e crise do humanismo;
Origem e fim; Literatura e sentido.
Este projeto de tese de doutorado propõe uma análise da obra do crítico literário George Steiner, cujos focos estão voltados para as noções de tradição, crise e sentido. O estudo parte da hipótese de que a obra de Steiner se estrutura em torno de uma tensão entre as concepções de “origem” e “fim”, especialmente no que se refere às reflexões sobre a tradição literária ocidental e o papel do crítico literário. O trabalho tem inicio com uma discussão teórica sobre a crítica literária, situando-a na interseção entre as noções de criação, crírcia e crise, conceitos centrais na abordagem de Steiner. Para isso, são mobilizados teóricos como Frank Kermode, T. S. Eliot e Paul de Man, na tentativa de demonstrar como a crítica se desenvolve em um contexto de transitoriedade e incerteza. A pesquisa também explora a relação entre humanismo e crise cultural, analisando a desconstrução da subjetividade no pensamento de Gianni Vattimo e sua relevância para a leitura de Steiner. O corpus da tese abrange três obras de Steiner: The Death of Tragedy (1961), After Babel (1975) e Grammars of Creation (2001), que representam diferentes momentos de sua produção intelectual, momentos esses pertinentes para o que se busca argumentar neste trabalho. Nessas obras, busca-se examinar como Steiner constrói sua visão sobre o literário (suas noções sobre a tradição literária, a partir das ideias de “origem” e “fim”), articulando tal exame às reflexões sobre uma perspectiva que oscila entre a nostalgia de um passado idealizado e a consciência da crise do presente. A pesquisa busca, assim, compreender a singularidade do pensamento steineriano e sua contribuição para os estudos literários contemporâneos.