GRAFITE, CIDADE E LEITURA: multiplas leituras na formacao de leitores de no ensino de lingua espanhola
Grafite; cidade; leitura; discurso; ensino de língua espanhola.
O grafite enquanto discurso sobre a cidade carrega consigo memórias apagadas ou silenciadas no processo de urbanização pelo qual as cidades passaram ao longo do tempo. Pensando nisso, vê-se como relevante a presença da leitura do grafite no ensino de língua espanhola para brasileiros como um modo de promover as leituras múltiplas na formação de leitores nesse contexto de ensino. Objetiva-se com este estudo refletir sobre quais são as potencialidades das práticas de leitura de grafites, em especial o latino-americano, unida às leituras outras realizadas no ensino de espanhol como língua estrangeira. Para isso, será fundamental explorar o que se revela na relação do grafite com a cidade e seus sujeitos-cidadãos, uma vez que também pode ser entendido enquanto objeto que provoca tensões através do seu teor artístico; isso torna indispensável pensar como se comporta o grafite diante das dualidades sujeito-cidade e discurso-leitura para dizer seu papel no desenvolvimento de um olhar crítico da leitura que se faz das cidades. Este trabalho se fundamenta teoricamente (1) nos estudos semióticos do filósofo e linguista Armando Silva (1987, 1988, 2001,2014a, 2014b) por ter se aplicado a dar corpo para noções que respaldam a ideia de que o grafite é objeto simbólico da cidade; (2) nos estudos desenvolvidos na Análise de Discurso, especificamente na vertente estruturada por Michel Pêcheux, para pensar discursivamente a leitura, a cidade e o grafite, tendo como foco principal os trabalhados desenvolvidos por Eni Orlandi (2004; 2012; 2015) e Suzy Lagazzi (1984; 2010; 2011). Após esse trajeto, serão destacadas as contribuições que se somam ao grafite enquanto materialidade de leitura que mobiliza discursos importantes no ensino de espanhol como língua estrangeira ao reacender a memória cultural e política dos grupos sociais das cidades marginalizados.