Nas margens do Atlântico: D. João de Lencastre, governos, redes, rotas e comércio entre o reino de Angola e o Estado do Brasil (1649-1702)
D. João de Lencastre, ações de governo, Reino de Angola, Estado do Brasil.
Parte essencial da governação ultramarina, a atuação de governadores foi fundamental para manutenção do império português em suas diversas localidades. D. João de Lencastre foi um desses oficiais que, após iniciar sua carreira de prestação de serviços à Coroa nas guerras da Restauração, trajetória comum a outros filhos secundogênitos da nobreza reinol, alcançou no ultramar o desempenho de postos de prestígio e mercês a eles atrelados. A partir de sua experiência de governação à distância, compreendem-se aspectos dessa dinâmica imperial com ênfase nos governos do Reino de Angola (1688-1691) e do Estado do Brasil (1694-1702). A partir de sua carreira, é possível entender as permissões e limites de acesso de membros desse grupo social dentro e fora de Lisboa, com a atuação desses na construção de redes de influência que permitiam a inserção de outros indivíduos desse grupo. Entre disputas pelos territórios com aliados e rivais, exploração e comércio de produtos, distribuição de mercês e conflito com as populações indígenas, a pesquisa destaca elementos fundamentais do projeto colonial português para o ultramar na transição do século XVII para o século XVIII.