TEIAS EMARANHADAS:
Terra e Riqueza no Vale do Mamanguape na Zona da Mata Paraibana (1850-1877)
Vale do Mamanguape; Terras; Comércio; Conflitos; Riquezas
A presente dissertação, analisou os aspectos socioeconômicos e políticos da região do Vale do Mamanguape, na Província da Paraíba do Norte, entre 1850 e 1877, marcado pela promulgação e efeitos da Lei n.o 601 de 1850, também conhecida pela “Lei de Terras” e dos anos findos da administração do Barão de Mamanguape, enquanto presidente de província e o início da grande seca que afetaria os próximos anos a província. O estudo se inicia demostrando a formação da estrutura agrária, discutindo o acesso à terra e os dilemas vivenciados sobre essas propriedades, seus principais proprietários e também das pessoas livres e pobres que estavam inseridos nesse núcleo. Entendemos que a terra é o lugar onde se iniciam as atividades e comportamentos humanos, notadamente a região do Vale do Mamanguape nasce de um processo antigo de ocupação baseado no extrativismo e nas atividades agropecuárias, que corrobora na formação da riqueza local no período de nosso estudo. Percebemos que as propriedades e a riqueza dos agentes históricos apresentados, estão intrinsecamente ligadas, sob uma evolução social e econômica e de suas metamorfoses, no qual homens e mulheres sobrevivem a partir da terra e dela produzem suas fortunas em várias escalas. Estamos lidando com uma sociedade que vivia em conflitos sobre as terras destinadas a aldeamentos que compreendia, até o final do Século XIX, quase todo o território estudado. As terras dos indígenas Potiguaras serão constantemente ameaçadas, seja pelas vias hostis ou administrativas como mecanismos de expropriação. Para isso, nos munimos com um diverso corpus documental e bibliográfico, por meio de um levantamento serializado para a construção de um banco de dados quantificado, no qual exibimos após a qualificação as principais informações e dados que nos permitissem ter uma melhor compreensão e interpretação da sociedade em questão. Ainda, do domínio do comércio local, pelas mãos de estrangeiros que centralizavam o mercado de retalho no vale. Portanto, enxergamos a área estudada como uma grande rede de problemas que estão entrelaçados, sobre as terras e as atividades sociais, da economia e do político que emaranham um mutuado de processos que conectam seus principais agentes que sofrem sob os efeitos das relações interpessoais em uma sociedade de base agrária. Dessa maneira, traçaremos um estudo que considere os problemas entre terra, riqueza e comércio que ligam à estrutura fundiária e o político, que corrobora nas relações do cotidiano.