A DISSOLUCAO DO PROBLEMA DO MUNDO EXTERNO A PARTIR DA ANALITICA EXISTENCIAL HEIDEGGERIANA
Heidegger; Moore, Descartes, mundo externo
Esta pesquisa tem como objetivo apresentar alguns núcleos conceituais elaborados na analítica existencial heideggeriana enquanto estratégias de dissolução do clássico problema filosófico da existência do mundo externo – em especial, o conceito central de mundo em sentido existencial, tal como entendido dentro do marco teórico da fenomenologia hermenêutica. Para isso, tomarei como ponto de partida a tentativa de prova de Moore dada em seu artigo Prova do mundo externo. Uma vez apresentado o argumento mooreano, procederei metodologicamente na investigação recuperando a noção de mundo cartesiana – que pressupõe a dualidade sujeito-objeto – sob cuja influência Moore se encontrava quando da formulação de sua prova. Estarão dadas, então, as condições ideais para apresentar a estrutura existencial do Dasein e o conceito ontológico-existencial de mundo como sendo os próprios solventes do "problema". O (pseudo) problema da existência do mundo externo somente surge em decorrência dos pressupostos modernos da concepção de mundo , como a noção de sujeito-objeto, exterioridade-interioridade, dentre outras noções. Se nos fosse apresentado um conceito de mundo que não pressupusesse tais noções, o problema se dissolveria. Se é verdade que a noção de mundo heideggeriana não se apoia em pressupostos modernos, mas vê mundo como um existencial, então a analítica existencial heideggeriana é capaz de dissolver tal “problema”. O conceito existencial de mundo heideggeriano não só desfaz o pseudo problema da existência do mundo externo como também é um pressuposto para que se possa entender o conceito moderno de mundo como uma possibilidade de interpretação deste fenômeno existencial – e finalmente, fundada nesta possibilidade, a existência externa do mundo pode surgir como um problema filosófico.