POR UMA FILOSOFIA DA SENSIBILIDADE ETICA:
A ENCARNACAO DA SUBJETIVIDADE COMO FUNDAMENTO DA ETICA DA ALTERIDADE
Ética, Alteridade, Subjetividade, Corporeidade, Responsabilidade
São diversas as questões que surgem ao longo da obra de Emmanuel Levinas
(1906) a respeito do papel desempenhado pela sensibilidade em relação à ação
ética. Se, por um lado, a ética da alteridade é metafísica, e como tal remete sempre
à transcendência responsável pela constituição da subjetividade do indivíduo como
descentralização do eu, em direção ao outro, por outro lado, a eticidade da ação só
se manifesta no momento do encontro entre o Eu e o Outro facilitado pelo papel que
a sensibilidade desempenha na revelação da vulnerabilidade inscrita na pele do
outro. Desta forma, as nuances anunciam uma sensibilidade que ora desempenha
um papel essencial na fundamentação da ética da responsabilidade, ora surge como
obstáculo ao seu exercício como manifestação de um egoísmo que recusa abrir-se à
exterioridade. A presente pesquisa parte da análise conceitual composta pelo
referencial teórico de Levinas, bem como de seus comentadores, para atingir seu
objetivo primordial, a saber, enfatizar a noção positiva de sensibilidade como lugar
em que a própria subjetividade, como ética, se torna possível. Assim, partimos da
afirmação do corpo como lugar ativo dotado de uma intencionalidade que, antes de
se dirigir ao livre exercício do Eu (identidade), dirige-se ao Outro (alteridade) através
do respeito.