A noção de dispositivo da sexualidade aparece para Michel Foucault como ferramenta para se referir a todas as técnicas que se voltam para capturar, analisar e direcionar os discursos e práticas sobre a sexualidade e por meio deles forjar novas subjetividades. Nesse sentido, a sexualidade é tomada como meio de acesso ao que pode significar a verdade dos sujeitos. Uma vez que essa verdade é ressaltada, torna-se possível elaborar tecnologias capazes de conduzir as individualidades sob padrões normativos. Sendo assim, além das considerações foucaultianas, assume-se aqui, em outra perspectiva, as injunções teóricas do filósofo espanhol Paul Preciado acerca do biocapitalismo, tematizando-se os avanços tecnológicos e farmacêuticos realizados no mundo atual. A intenção de Preciado é, tal como Foucault, circundar as forças que incidem sobre a nossa sexualidade de forma a conduzir e produzir subjetividades assujeitadas. O ponto principal deste trabalho de mestrado é então traçar uma leitura crítica dos artifícios contemporâneos do dispositivo da sexualidade em relação aos modos de subjetivação.