atos de fala performativos; falácia descritiva; (in)felicidade performativa; (in)sucessos; (in)eficácia comunicativa; intencionalidade e ato de fala total.
A noção de (in)felicidade é central para a análise da intencionalidade dos atos de fala performativos. A análise mostra a ruptura que se dá entre o dizer e o fazer. Assim, a ação advinda do ato de fala no mundo (re)vela a verdadeira intenção do falante. Nesse sentido, se pensamento e intenção desembocam nas ações que permeiam o mundo, então as ações fornecem material para o estudo das (in)felicidades performativas dos atos de fala. Pensamentos e intenções desembocam em ações no mundo. Logo, esse material serve de análise para as (in)felicidades performativas. (In)felicidade implica diretamente em sucesso ou insucesso, em eficácia ou ineficácia de um ato de fala performativo. Sendo assim, o significado dos enunciados assume um viés pragmático, pois prioriza os processos linguísticos e os elementos constitutivos da linguagem que se dão na concretude do dito, na linguagem ordinária. A linguagem compõe a realidade do mundo performando o dito. Desse modo, pode-se denunciar a falácia descritiva, ou seja, fenômenos linguísticos que parecem ser descrições, mas, que na verdade, são ações que ocorrem concomitantemente com o dizer. Tais fenômenos são expressões performáticas. Estas podem ser “felizes” ou “infelizes”. Uma expressão performática é feliz quando acarreta sucesso, eficácia comunicativa e está em conexão com diversos elementos linguísticos convencionais e intencionais inerentes ao contexto de fala. Uma expressão performática é infeliz quando acarreta insucesso, ineficácia comunicativa, não estando em conexão com os elementos linguísticos, convencionais e intencionais do ambiente de fala. Ela incorre em uma falha entre o dizer e o fazer. Assim, compromete o ato de fala. Por isso, uma teoria que analise o lugar da (in)felicidade nos atos de fala contribui para a análise da intencionalidade materializada no dito por meio do ato de fala total: da intenção à ação. Portanto, explicar o lugar da (in)felicidade nos atos de fala performativos é central para a compreensão dos (in)sucessos e da (in)eficácia comunicativa dos processos da linguagem.