AVALIAÇÃO DE PRODUTOS DA COR DO OCEANO PARA ESTIMAR A BIOMASSA, DIVERSIDADE FITOPLANCTÔNICA E A VARIABILIDADE DA CLOROFILA-A E PSCs NO NORTE E NORDESTE DO BRASIL
Cor da Oceano; Classe de Tamanho do Fitoplâncton; Pigmentos Acessórios; Clorofila-a
A distribuição do fitoplâncton - representada pela concentração de clorofila-a (chl-a), classes de tamanho (PSCs) e pigmentos acessórios - é fundamental para a compreensão dos ecossistemas marinhos, sendo fortemente modulada por processos oceanográficos. Este estudo teve como objetivo avaliar ferramentas de Sensoriamento Remoto da Cor do Oceano (SRCO) para estimar a biomassa fitoplanctônica, os PSCs e os pigmentos acessórios no Norte/Nordeste do Brasil, além de investigar a distribuição e dinâmica sazonal da chl-a e PSCs no Nordeste. Foram utilizados dados in situ de cinco campanhas oceanográficas (MARSEAL, ABRACOS 1 e 2, SWOT e AMAZOMIX), totalizando 262 observações com chl-a variando entre 0,0023 e 2,5661 mg/m3. Avaliaram-se produtos de chl-a gerados por algoritmos padrões de sensores múltiplos (GlobColour e OC-CCI), sensores individuais (S3-A OLCI), e um algoritmo de rede neural (CONNECT), aplicado a imagens dos sensores MODIS e S3-A OLCI. Para estimativa dos PSCs, testaram-se os métodos de BREWIN et al. (2010) e HIRATA et al. (2011), enquanto os pigmentos acessórios foram avaliados com o algoritmo de EL HOURANY et al. (2019). A análise sazonal baseou-se em oito anos de dados (2016-2024) de chl-a gerados com o algoritmo CONNECT aplicado ao sensor S3-A OLCI (300 m). A variabilidade temporal e tendências foram investigadas com os métodos Census X-11, Mann-Kendall e a inclinação de Sen. O CONNECT apresentou o melhor desempenho para a estimativa de chl-a (ex.: R2 = 0,66). O método de Hirata foi mais eficaz para PSCs (ex.: R2 = 0,66 para as classes avaliadas), enquanto os pigmentos acessórios 19BF e 19HF, indicadores de haptófitas, apresentaram boas correlações com o modelo de El Hourany (ex.: MAPD = 4,2 para 19BF e 5,2 para 19HF). O Census X-11 indicou que a sazonalidade explica entre 50% e 80% da variabilidade da chl-a, e os testes de tendência revelaram padrões distintos de aumento ou redução ao longo do tempo. A climatologia dos PSCs mostrou predominância de pico- e nanofitoplâncton em mar aberto, alcançando 90%, enquanto o microfitoplâncton dominou em regiões costeiras (máximo de 35%). Os resultados evidenciam a oligotrofia regional e a robustez de algoritmos baseados em redes neurais, como o CONNECT, na estimativa da chl-a.