Banca de DEFESA: LUIZ GUSTAVO DE SALES JANNUZZI

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUIZ GUSTAVO DE SALES JANNUZZI
DATA : 24/02/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Google Meet (https://meet.google.com/ycj-akoa-fra)
TÍTULO:

Avaliação fisiológica do fitoplâncton costeiro à contaminação por óleo


PALAVRAS-CHAVES:

Petróleo cru, HPA, dinoflagelados, microalga, coral


PÁGINAS: 118
RESUMO:

O fitoplâncton é responsável por grande parte da produção primária global, e tem sido ameaçado por eventos como derrames de óleo, que lançam pontualmente hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) no ambiente, compostos com grande potencial mutagênico e carcinogênico, podendo causar alterações na parede celular, inibição de crescimento e redução das taxas fotossintéticas. Geralmente, populações fitoplanctônicas são conhecidas por possuírem menor resistência e maior resiliência, reflexo das suas altas taxas de reprodução e recombinação genômica. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a tolerância de duas espécies de microalgas marinhas modelo, uma de ambiente oligotrófico (Durusdinium glynnii) e outra de ambiente eutrófico (Isochrysis galbana) a contaminação por HPAs provenientes do óleo coletado no derramamento de 2019. Para isso, as espécies foram submetidas a 3 experimentos, um de contaminação (exp.1), um de recuperação (exp. 2) e um de estresse (exp.3). No exp. 1, as microalgas foram inoculadas em meios de cultivo enriquecidos (F/2) e com a fração solúvel em água do óleo (FSA), em 7 diferentes diluições (0%, 3%, 6%, 12%, 25%, 50% e 100%). No exp. 2, as microalgas foram inoculadas novamente em meio de cultivo não contaminado, enquanto no exp. 3, foram inoculadas em meio de cultivo não contaminado e com salinidade diferente do ambiente no qual vivem (S = 15). Em todos os experimentos, o número de células foi monitorado diariamente, e a taxa de crescimento foi calculada por meio de uma regressão exponencial. A análise química foi realizada por meio de um sistema de cromatografia a gás acoplada a um espectômetro de massas, e a análise elementar e isotópica foi realizada através de um sistema de analise elementar acoplado a um espectômetro de massas de razão isotópica. As concentrações dos 16 HPAs prioritários nos exp. 1 de D. glynnii e I. galbana foram de 536.26 ng L-1 e 263.76 ng L-1, respectivamente, com predominância de compostos com 3 anéis aromáticos. A concentração de 536.26 ng L-1 HPAs no exp. 1 de D. glynnii causou uma diminuição significativa (p < 0.05) no crescimento de 50,20%, com valores médios da taxa de crescimento de 0.640 ± 0.06 d-1 e 0.315 ± 0.09 d-1 no controle e no tratamento de 100% FSA. O crescimento de I. galbana não foi afetado (p > 0.05), e os valores médios das taxas de crescimento se mantiveram parecidos, com 0.942 ± 0.02 d-1 e 0.924 ± 0.05 d-1 para o controle e 50% de FSA, respectivamente. O valor de ErC50 de D. glynnii foi muito menor do que os descritos na literatura, que podem chegar a 2818 ng L-1. Já para I. galbana, efeitos iniciais foram descritos na literatura em concentrações de 335 ng L-1. A baixa concentração de HPAs na FSA de I. galbana pode ser resultado de um mau armazenamento do óleo utilizado, em relação ao primeiro utilizado no exp 1 de D. glynnii. Houve uma mudança na assinatura isotópica do δ13C de ambas as espécies no exp. 1, com valores mínimos de -25.12 ‰ e -23.53 ‰ para D. glynnii e I. galbana, respectivamente. As assinaturas isotópicas aproximaram-se da assinatura do óleo (-27.13 ‰), enquanto os valores de C:N se mantiveram estáveis (~8). Os experimentos 2 e 3 de D. glynnii não foram realizados devido a contaminações biológicas. No exp.2 de I. galbana, apenas os tratamentos de 0%, 50% e 100% foram utilizados, e a regressão linear da recuperação não foi significante (p > 0.05), o que já era esperado por conta da ausência de efeito dos HPAs na espécie. A assinatura isotópica do δ13C no exp.2 aumentou (-18.37 ‰), com valores similares ao controle e aos valores descritos para a espécie (-15.7 ‰). Assim como nos exp. 1 e 2, a regressão linear do crescimento entre as amostras não foi significante, e as assinaturas isotópicas de δ13C possuíram valores de aproximadamente -16  ‰ para todas as amostras, e uma razão C:N estável (~8). Assim, pode-se concluir que a diferença no crescimento entre as duas espécies modelo não foi causada pelo efeito dos HPAs, e sim pela diferença da concentração em que as espécies foram submetidas, resultado do uso do mesmo óleo, mas com diferentes formas de armazenamento. Além disso, há uma aproximação da assinatura isotópica do δ13C das espécies para a assinatura do óleo. Em seguida, há um retorno as assinaturas isotópicas normais de I. galbana, enquanto em todos os experimentos a razão C:N das espécies se manteve praticamente a mesma.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1044370 - MARIUS NILS MULLER
Interna - ***.441.323-** - FIAMMA EUGÊNIA LEMOS ABREU - UFPE
Externo à Instituição - CARLOS YURE BARBOSA DE OLIVEIRA - UFSC
Notícia cadastrada em: 14/02/2025 13:21
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação (STI-UFPE) - (81) 2126-7777 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - sigaa06.ufpe.br.sigaa06