O efeito da parametrização do vento em simulações de óleo no MEDSLIK-II: um estudo de caso no acidente do FPSO P-53 em águas brasileiras.
Transporte do óleo Experimentos computacionais. Parametrização do vento. Mitigação de derramamento de óleo. MEDSLIK-II.
Este estudo investigou os efeitos da deriva de Stokes, do fator de deriva do vento e da parametrização do ângulo no transporte de derramamentos de óleo utilizando o modelo MEDSLIK-II, com foco no acidente da plataforma P-53 em 2019 na Zona Econômica Exclusiva brasileira. As trajetórias simuladas foram comparadas com observações de Radar de Abertura Sintética. Foram realizadas dezesseis simulações (REA01-REA16), variando os ângulos de deriva do vento (10º a 45º), os fatores de deriva do vento (3% e 6%) e incorporando a deriva de Stokes para avaliar seu impacto no transporte do óleo. Os resultados indicam que o aumento de fatores e ângulos de deriva do vento levam a um transporte mais rápido e em direção à costa. Um fator de deriva do vento de 6% mostrou-se mais eficaz do que 3%, enquanto ângulos superiores a 25º forneceram trajetórias mais precisas, com 45º apresentando a melhor correspondência entre as trajetórias e atingindo a costa na mesma região afetada durante o incidente. As simulações REA12 e REA13, com fatores de deriva do vento de 6% e ângulos de 45º (sem e com a deriva de Stokes, respectivamente), forneceram as menores distâncias com o vazamento observado. Em contraste ao relatado na literatura, a deriva de Stokes resultou em um desempenho ligeiramente pior. Uma discrepância inicial nas primeiras 9 horas entre a trajetória simulada e observada, provavelmente relacionada a inconsistências entre os ventos do produto de reanálise utilizados e os ventos no cenário real, pode explicar esses desvios, levando a uma pluma simulada sob maior influência do núcleo superficial da Corrente do Brasil. As simulações também demonstraram a importância da deriva do vento na determinação do tempo e da extensão dos segmentos costeiros afetados pelo derramamento de óleo. Esses achados contribuem para a discussão do conjunto de parametrização que melhor reproduz uma trajetória de óleo para o modelo MEDSLIK-II em médias latitudes (~22ºS) do Oceano Atlântico sul. No entanto, é reforçado a importância do uso de dados oceânicos horários e de alta resolução como entrada do modelo, juntamente com o suporte de dados de vento medidos no ambiente, para maior precisão em experimentos de validação.