Banca de DEFESA: SAYONARA RAIZA RODRIGUES DE MEDEIROS LINS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SAYONARA RAIZA RODRIGUES DE MEDEIROS LINS
DATA : 28/10/2024
HORA: 09:00
LOCAL: LOFEC/DOCEAN/CTG/UFPE - Online - https://meet.google.com/npu-megr-tai
TÍTULO:

PROCESSOS DE CIRCULAÇÃO E MISTURA NO ESTUÁRIO DO RIO IPOJUCA: IMPLICAÇÕES PARA A QUALIDADE AMBIENTAL


PALAVRAS-CHAVES:

Hidrodinâmica estuarina. Qualidade da água. Sólidos totais suspendidos. Transporte de sedimentos. Dinâmica salina.


PÁGINAS: 100
RESUMO:

O presente estudo investigou os processos de circulação e de mistura no estuário do rio Ipojuca, como eles influem no transporte e distribuição de poluentes e contaminantes de origens naturais e antropogênicas e assim na qualidade da água e sedimentos ao longo daquele sistema. O estuário do rio Ipojuca, localizado no litoral sul do estado de Pernambuco, Brasil, foi significativamente impactado por atividades antropogênicas a montante e localmente, como práticas agrícolas, barragens e tomadas de água, instalação de indústrias, urbanização ao longo de sua bacia de drenagem e aterro e modificação de sua foz para a construção do complexo Industrial Portuário de Suape. Essas atividades modificaram os padrões naturais de fluxo e trocas com as águas costeiras, levando ao acúmulo de poluentes e à degradação da saúde ambiental do estuário. Os trabalhos realizados incluíram a caracterização morfobatimétrica do estuário do rio Ipojuca, dos forçantes meteorológicos e oceânicos, dos padrões e variabilidade sazonal do transporte e distribuição de sal, sólidos totais em suspensão e de parâmetros de qualidade da água. Os parâmetros físico-químicos analisados foram a temperatura, a condutividade elétrica/salinidade, a concentração de oxigênio dissolvido, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), teores de amônia, fósforo total e a concentração coliformes fecais. As análises dos dados indicou que a sazonalidade desempenha um papel crucial na variabilidade da qualidade da água no estuário. Durante a estação seca, temperaturas e níveis de condutividade elétrica/salinidade mais elevados foram observados, juntamente com concentrações elevadas de DBO e coliformes fecais, indicando um declínio na qualidade da água devido à redução do fluxo do rio e ao aumento da concentração de poluentes. Em contraste, a estação chuvosa é marcada por maior vazão do rio, o que ajuda a diluir os poluentes e melhorar temporariamente a qualidade da água, mas também introduz escoamento agrícola, aumentando os níveis de nutrientes e promovendo a eutrofização. A formação e localização de zonas de máximos de turbidez para os períodos chuvoso e de estiagem foram também investigadas. Essas zonas servem como pontos críticos para acumulação de poluentes, especialmente para sedimentos finos e metais pesados, representando riscos à biodiversidade local. A dinâmica sazonal da vazão do rio e as influências das marés moldam ainda mais a extensão e a distribuição dessas zonas de turbidez, afetando o transporte de sedimentos e contaminantes. Intervenções humanas, como dragagem e alterações na morfologia natural do estuário, exacerbam ainda mais a interrupção dos processos hidrodinâmicos naturais. A dinâmica de transporte de sal e sedimentos no estuário é controlada principalmente pela interação entre as marés e a descarga fluvial, resultando em diferentes padrões de mistura e estratificação conforme as variações sazonais. O cálculo do tempo de residência (1,43 dias) revelou que o estuário possui um ciclo de renovação relativamente curto, o que favorece a troca de água entre as diferentes regiões do estuário e contribui para a autodepuração do sistema. As descobertas destacam a necessidade urgente de monitoramento ambiental contínuo e a implementação de estratégias de gestão integrada para mitigar os efeitos adversos das atividades antropogênicas no estuário. A restauração de áreas de manguezais é recomendada como uma medida natural para conter a erosão e controlar o transporte de sedimentos. Além disso, uma regulamentação mais rigorosa da descarga de poluentes e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis são necessárias para melhorar a qualidade da água. Esta pesquisa ressalta que entender a interação entre os processos estuarinos naturais e as atividades humanas é essencial para a gestão sustentável e a conservação do estuário do Rio Ipojuca, garantindo que suas funções e serviços ecológicos sejam mantidos.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1131532 - CARMEN MEDEIROS LIMONGI
Interno - 1514583 - MANUEL DE JESUS FLORES MONTES
Externa ao Programa - ***.457.894-** - ISABELLE MARIA VILELA DE OLIVEIRA - UFPE
Externo à Instituição - HUMBERTO LAZARO VARONA GONZALEZ
Externo à Instituição - CARLOS ESTEBAN DELGADO NORIEGA
Notícia cadastrada em: 27/10/2024 11:31
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