Desenvolvimento tecnológico de sistema formador de filme para veiculação de nanopartículas contendo antimoniato de meglumina e nitrato de gálio como tratamento antileishmaniose.
Leishmaniose cutânea; terapia tópica; antimoniato de meglumina; nitrato de gálio; nanotecnologia, sistema formador de filme.
As leishmanioses são doenças tropicais negligenciadas (DTN) causadas por protozoários que são transmitidos pela picada de flebotomíneos fêmeas infectados. O Brasil se destaca como um país endêmico para todas as formas da doença. No ano de 2022, o país registrou 2.095 casos de leishmaniose visceral (LV) e 14.305 casos de leishmaniose tegumentar (LT), conforme relatado pela OMS. Já em Pernambuco, foram 136 casos registrados de LV e 204 casos de LT no mesmo ano. Devido à escassez de novos medicamentos e a alta incidência da doença em diversos países carentes, a OMS declarou que o desenvolvimento de novas terapias para a leishmaniose é uma prioridade. Nesse cenário, a nanotecnologia pode ser aplicada como uma estratégia promissora com o objetivo de aprimorar as propriedades biofarmacêuticas de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) já existentes e superar problemas de alta toxicidade e baixa meia-vida. No Brasil, o medicamento de primeira escolha para o tratamento da leishmaniose é o antimoniato de meglumina, este que é de uso parenteral, possui baixa meia-vida e está associado a efeitos adversos graves tempo-dependentes. O nitrato de gálio é um IFA que vem sendo utilizado nos últimos anos devido a suas propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e antiparasitárias. O uso desses IFAs em associação dose-fixa (ADF) e incorporados em nanopartículas pode permitir efeitos sinérgicos, redução de doses para regimes posológicos vantajosos, menos efeitos adversos e redução de resistência aos medicamentos. Dentre as formas farmacêuticas disponíveis, os sistemas formadores de filmes (SFF) são alternativas inovadoras para a administração de medicamentos na pele, superando desvantagens das formas farmacêuticas semissólidas convencionais, tais como contato limitado do ativo com a pele e sensorial desagradável, além de funcionar como curativo. Diante do exposto, o objetivo dessa pesquisa é desenvolver nanopartículas contendo antimoniato de meglumina e nitrato de gálio para veiculação em um sistema formador de filme visando a obtenção de um medicamento ADF como alternativa terapêutica para leishmaniose cutânea.