Influencia da longevidade dos portadores da doenca falciforme no Brasil correlacionados aos aspectos sociodemograficos
Doença falciforme; Mortalidade; Longevidade ;Desigualdade sociais; aspectos sociodemográficos; DataSUS.
A doença falciforme é uma condição genética hereditária que afeta predominantemente, a população negra dos países, e configurando-se como uma das enfermidades mais prevalentes do ponto de vista hematológico no Brasil. Seus impactos vão além do aspecto clínico, refletindo desigualdades históricas e estruturais que atravessam o sistema único de saúde – SUS e que influenciam diretamente a qualidade de vida e a expectativa de sobrevida das pessoas diagnosticadas com essa condição. Nesse contexto, o presente estudo propõe investigar quais aspectos sociodemográficos influenciam a longevidade de pessoas com doença falciforme no Brasil e como esses fatores se inter-relacionam. Tal questionamento revela-se essencial para compreender quanto determinantes sociais como raça/cor, sexo, estado civil, anos de estudo e região de residência moldam os desfechos da doença, além de evidenciar o impacto do racismo estrutural na formulação e execução das políticas públicas em saúde. O objetivo é analisar os aspectos sociodemográficos que influenciam a longevidade dos portadores da doença falciforme no Brasil e quanto esses fatores se inter-relacionam nos diferentes contextos regionais. Trata-se de um estudo em painel, observacional, longitudinal, retrospectivo. Decorre da utilização dedados secundários disponíveis no Sistema Único de Saúde (DATASUS-SIM-CID 10 ) do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde para os anos de 2019 a 2023. Para o tratamento de dados foi empregado pacotes Software para análise R e Stata 15. Os dados foram digitados na planilha Excel e o programa utilizado para obtenção dos cálculos estatísticos foi o IMB SPSS na versão 27. A análise dos dados sociodemográficos revela padrões importantes, como a maior mortalidade entre indivíduos com menor escolaridade e residentes nas regiões Norte e Nordeste. A escolaridade e o estado civil também são fatores determinantes na longevidade dos pacientes. Os resultados apontam disparidades significativas na idade média ao óbito entre diferentes regiões e grupos sociais, evidenciando o impacto das desigualdades estruturais na sobrevida desses indivíduos. As desigualdades regionais e raciais no Brasil contribuem para diferenças na qualidade do atendimento e na adesão ao tratamento. A implementação de políticas públicas voltadas para a equidade racial na saúde é essencial para melhorar a sobrevida dos pacientes. Estudo contribui para do racismo estrutural ao demonstrar, por meio de dados sociodemográficos, que a mortalidade precoce entre pessoas com DF no Brasil não pode ser explicada apenas por fatores clínicos ou genéticos. Superar as desigualdades na assistência à DF estabelece, a construção de um SUS antirracista, regionalizado, integral e orientado por evidências, com financiamento adequado, articulação e valorização do controle social. Investir em suporte educacional com doença falciforme pode melhorar sua qualidade de vida e reduzir a mortalidade associada à doença. Políticas públicas que abordem as desigualdades regionais e raciais são fundamentais para garantir o acesso igualitário ao diagnóstico e tratamento. A análise reforça a necessidade de políticas públicas direcionadas à equidade no acesso à saúde e ao acompanhamento especializado da população com doença falciforme. A equidade, passa a ser uma condição fundamental para a promoção da longevidade e da dignidade dos portadores com doença falciforme no Brasil.