CONSTRUCAO DE GENOSSENSORES ELETROQUIMICOS BASEADOS EM POLIMERO CONDUTOR E NANOESTRUTURAS
PARA A DETECCAO DOS ONCOGENES QUIMERICOS TCF3- PBX1 E ETV6-RUNX1
Leucemia Linfoblástica Aguda; Biossensor Eletroquímico; TCF3-PBX1; ETV6-RUNX1.
A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é um tipo de câncer de origem hematológica,
caracterizado pela desregulação dos mecanismos de proliferação e diferenciação celular.
Essas alterações malignas estão associadas a anormalidades imunofenotípicas,
citoquímicas, morfológicas e moleculares. Nesse contexto, a identificação de
biomarcadores específicos, como os oncogenes de fusão TCF3-PBX1 (t(1;19)) e ETV6-
RUNX1 (t(12;21)), possui relevância clínica, sobretudo em meio à população infantil,
devido aos impactos significativos da LLA na morbimortalidade pediátrica. Estes
oncogenes fornecem informações valiosas sobre as características moleculares da doença,
fornecendo melhores previsões quanto ao prognóstico e ao risco de recidiva. Neste estudo
foram desenvolvidos genossensores eletroquímicos baseados em filmes de polipirrol
(PPy) e nanotubos de carbono de paredes múltiplas (MWCNTs). Para a construção da
plataforma de sensoriamento, foi utilizada superfície flexível de óxido de índio e estanho
(ITO) para o diagnóstico das oncoproteínas de interesse. Quanto ao receptor biológico,
foram utilizadas sondas de DNA aminadas altamente específicas para os analitos. A
caracterização da superfície de trabalho ocorreu através da aplicação das técnicas de
Microscopia de Força Atômica (AFM), Voltametria Cíclica (VC) e Espectroscopia de
Impedância Eletroquímica (EIE). A aplicação da técnica de AFM evidenciou as
características heterogêneas da superfície em decorrência da deposição dos diversos
nanomateriais utilizados, sendo os picos mais elevados obtidos após sua exposição a
amostras positivas. O genossensor (t(1;19)) B-LLA exibiu variação da corrente de pico
anódica (Δi (%)) de 358,0 enquanto o genossensor (t(12;21)) B-LLA apresentou Δi (%)
de 293,0 quando expostos a amostras clínicas com concentrações da ordem de 100
pg.μL−1. Esses sinais eletroquímicos produzidos são indicativos da formação de uma
superfície de trabalho mais resistiva e do processo de reconhecimento bioespecífico.
Foram encontrados os seguintes valores para o limite de detecção (LOD) do genossensor
(t(1;19)) B-LLA e (t(12;21)) B-LLA: 0,77 pg.μL−1 e 0,54 pg.μL−1, respectivamente.
Enquanto o limite de quantificação encontrado foi de 2,34 pg.μL−1 e 1,63 pg.μL−1,
respectivamente. Os ensaios de biorreconhecimento realizados demonstraram que o
biodispositivo desenvolvido apresenta elevada sensibilidade, especificidade e
seletividade, reiterando seu potencial em termos de rapidez e precisão diagnóstica.