CONSTRUÇÃO DE NANOPLATAFORMA BIOELETROQUÍMICA PARA DETECÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE
Esquistossomose; Eletroquímica; Biossensor; Polímeros
A esquistossomose é uma doença tropical negligenciada debilitante, considerada uma das mais
graves infecções parasitárias do mundo. No Brasil, a Esquistossomose é causada pelo parasita
Schistosoma mansoni e está diretamente relacionada ao saneamento precário. Quando sintomática,
é um grave distúrbio no qual o prognóstico depende em grande parte do diagnóstico e tratamento
precoces. Assim, o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos para esta doença é de
fundamental importância. Este trabalho tem como objetivo preparar e caracterizar filmes
nanoestruturados de Polipirrol (PPy) e nanopartículas de dióxido de titânio (NPsTiO2) para a
aplicação como sensor impedimétrico e voltamétrico para a detecção de neuroesquistossomose. A
caracterização das etapas de modificação foi realizada através da técnica de Espectroscopia de
Impedância Eletroquímica (EIE) e Voltametria Cíclica (VC) e as modificações na superfície do
eletrodo foram avaliadas através do microscópio de força atômica com ponta de cantilever. A
análise de EIE foi realizada numa faixa de frequência de 100 mHz a 100 kHz, numa amplitude de
10 mV, enquanto a VC, foi realizada com faixa de frequência de - 0,2 a 0,7 V e amplitude 50 mV.s-
1, utilizando-se o ferro-ferricianeto de potássio a 10 mM como sonda redox. Na superfície de
trabalho, foi realizada a eletrodeposição do filme de polipirrol, logo após, foi adicionado
glutaraldeído para ativação dos sítios aminados e, então foram imobilizadas as NPsTiO2. Em
seguida, o glutaraldeído foi adicionado novamente, para então a sonda de S. mansoni ser
imobilizada. Depois, foi adicionado o BSA para fechar os sítios inespecíficos para obtenção do
sensor PPY-NPsTiO2-SondaS.mansoni-BSA. Após a obtenção do sensor, o sistema foi exposto a
diferentes concentrações do genoma do Schistosoma mansoni e a amostras de LCR, soro e urina
de pacientes. O reconhecimento das amostras foi comprovado através da impedância
eletroquímica, ao apresentar um aumento da resistência à transferência de cargas e, também,
através da voltametria cíclica, refletido nas variações nas correntes de pico. Com isso, pode-se
afirmar que o sensor é eficaz para ser utilizado como diagnóstico da esquistossomose,
apresentando limite de detecção de 0,5 ng/mL-1, possuindo baixo custo, sensibilidade e
especificidade.