AVALIAÇÃO in vivo DOS EFEITOS DA FRAÇÃO PROTEICA DE FOLHAS DE Moringa oleifera NO SISTEMA NERVOSO
Moringa oleifera; fração proteica; ansiedade; depressão; neurotransmissores.
Transtornos de ansiedade e depressão constituem condições psiquiátricas de alta prevalência, que impactam significativamente a qualidade de vida e a saúde global, tornando imperativa a busca por novas estratégias terapêuticas que combinem eficácia
clínica e baixo perfil de efeitos adversos. Neste contexto, a Moringa oleifera tem despertado interesse crescente devido às suas propriedades farmacológicas, atribuídas à presença de compostos bioativos, incluindo proteínas, flavonóides e fenóis. A presente
tese teve como objetivo investigar os efeitos ansiolíticos e antidepressivos da fração proteica das folhas de M. oleifera (PFMoL) em modelos experimentais de ansiedade e depressão, bem como caracterizar os mecanismos neuroquímicos subjacentes e avaliar sua segurança em camundongos. Para a avaliação dos efeitos ansiolíticos, foram conduzidos testes comportamentais, incluindo o Teste de Campo Aberto (TCA) e o Teste de Labirinto em Cruz Elevado (LCE). A administração oral de PFMoL nas doses de 20, 40 e 80 mg/kg não alterou a locomoção geral, indicando ausência de efeito motor, mas promoveu aumento significativo do tempo gasto nos braços abertos do LCE, concomitantemente à redução do tempo nos braços fechados, sugerindo efeito ansiolítico consistente. A avaliação dos efeitos antidepressivos foi realizada por meio do Teste de Suspensão de Cauda (TSC) e do teste de preferência por sacarose. PFMoL reduziu significativamente o tempo de imobilidade, aumentou a latência para a imobilidade e manteve a preferência por sacarose, indicando redução da anedonia e comportamento de desesperança. Ensaios complementares com pré-tratamento de antagonistas neurotransmissores revelaram que os efeitos antidepressivos são mediados pelos sistemas adrenérgico, serotoninérgico, dopaminérgico e GABAérgico. Modelos patológicos foram utilizados para investigar os efeitos protetores da PFMoL. No modelo de depleção de monoaminas induzida por reserpina, PFMoL diminuiu comportamentos ansiosos e depressivos e reduziu a produção de óxido nítrico. De forma complementar, no modelo de estresse crônico leve e imprevisível (ECMI), PFMoL melhorou a exploração em todos os testes comportamentais e, restaurou a preferência por sacarose. Em síntese, os resultados indicam que a PFMoL exerce efeitos ansiolíticos e antidepressivos. Esses achados sugerem que a fração proteica de M. oleifera constitui uma alternativa promissora para o desenvolvimento de novos tratamentos naturais para transtornos de ansiedade e depressão.