Banca de DEFESA: SÁVIA SORAIA SANTANA DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SÁVIA SORAIA SANTANA DA SILVA
DATA : 30/09/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do Departamento de Bioquímica
TÍTULO:

Caracterização fitoquímica, atividade antimicrobiana e toxicidade do extrato de casca do caule de Ximenia americana L. (1753).


PALAVRAS-CHAVES:

ameixa-do-mato, etnofarmacologia, atividade antimicrobiana, toxicidade, bioprospecção.


PÁGINAS: 100
RESUMO:

A Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, abriga rica biodiversidade e expressivo potencial etnofarmacológico ainda pouco explorado. Nesse contexto, a Ximenia americana L. destaca-se pelo uso em comunidades tradicionais no tratamento de diversas enfermidades. O presente estudo teve como objetivos fazer levantamento do uso popular de X. americana em comunidade do Vale do Catimbau, realizar revisão de literatura sobre as atividades biológicas da espécie e produzir extrato aquoso do caule de X. americana e avaliá-lo quanto a atividade antimicrobiana in vitro, atividade antibacteriana in vivo, atividade hemolítica in vitro e toxicidade in vivo. O levantamento etnobotânico foi feito através de entrevistas estruturadas gravadas em áudio a partir de autorização prévia de cada participante cujas perguntas abordaram os tópicos: a) conhecimento: você conhece?; b) uso: você já fez uso?; c) finalidade: para qual tipo de doença ou condição você usa? e d) modo de preparo: como preparar?. A revisão de literatura foi realizada nos bancos de dados da Pubmed, Science direct e Scopus, conforme as diretrizes do protocolo PRISMA sendo aplicadas as palavras-chaves Ximenia americana, traditional use e biological activity. Para os ensaios experimentais, o caule de X. americana coletado no Parque Nacional Vale do Catimbau (autorização de coleta 72024 ICMBio) foi seco à temperatura ambiente e utilizado na preparação do extrato aquoso de acordo com o uso popular. Resumidamente, a casca do caule (20 g) foi misturada a água destilada (100 mL) e a mistura foi deixada em repouso por 12 h a temperatura ambiente. Em seguida, após filtração em papel filtro, o filtrado correspondeu ao extrato aquoso. A atividade antimicrobiana in vitro foi avaliada sobre Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Enterococcus faecalis e Candida sp. através da definição da concentração inibitória mínima (CIM) e determinação da atividade antibiofilme. A atividade antibacteriana in vivo usou o modelo de larvas de Tenebrio molitor infectadas com S. aureus ou E. coli. A atividade hemolítica foi realizada utilizando eritrócitos humanos e a toxicidade in vivo foi feita em larvas de T. molitor. A compilação dos dados das entrevistas mostrou que a casca do caule é a parte da planta mais utilizada pelos participantes, que a forma de preparo mais predominante é o extrato aquoso e que os usos medicinais compreendem a aplicação tópica para tratamento de feridas e administração oral para tratamento de gastrite e outros quadros inflamatórios. A revisão de literatura evidenciou atividade biológicas de extratos de casca do caule e folha, incluindo ações antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória, antitumoral e cicatrizante que foram atribuídas a presença de flavonoides, taninos, triterpenos e proteínas. O extrato aquoso apresentou atividade antibacteriana contra S. aureus e E. coli (CIM: 0,685 mg/mL) e na concentração de 0,48998 mg/mL inibiu a formação de biofilme de E. faecalis (59,79%) e E. coli (52,67%). Também, inibiu a formação de biofilme por Candida sp. a partir da concentração de 0,1 mg/mL. A avaliação da eficácia antibacteriana in vivo revelou que o extrato nas CIM’s aumentou significativamente a sobrevivência das larvas variando com as cepas testadas. O tratamento de larvas com S. aureus proporcionou 80% de sobrevivência das larvas, com eventos de mortalidade apenas no 3º e 4º dia, enquanto aquelas infectadas com E. coli, apresentaram 50% de sobrevivência, com mortalidade concentrada no 3º e 4º dia.O extrato apresentou baixa (1,5%) atividade hemolítica e o tratamento de larvas de T. molitor com o extrato na CIM promoveu mortalidade de 10%. Os achados validam o uso popular da espécie como agente antimicrobiano, ressaltando ao mesmo tempo a necessidade de cautela quanto à segurança do uso. Os resultados evidenciam o potencial terapêutico de X. americana e reforça a integração entre saberes tradicionais e ciência para a conservação da Caatinga e a prospecção de novos fármacos.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 2380850 - MARIA BETANIA MELO DE OLIVEIRA
Presidente - 1133984 - PATRICIA MARIA GUEDES PAIVA
Externo à Instituição - PATRYCK ERMERSON MONTEIRO DOS SANTOS - UFPE
Notícia cadastrada em: 03/09/2025 09:25
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