Avaliação da toxicidade aguda e atividades antinociceptiva, anti-inflamatória e cicatrizante do extrato aquoso de Pseudobombax simplicifolium A. Robyns
tividade antinociceptiva; Atividade antiinflamatória; Caatinga; Dor; Inflamação.
Pseudobombax simplicifolium A. Robyns (Malvaceae), popularmente conhecida como Imbiruçu ou Imbiraçu, é utilizada na medicina tradicional para tratar dores, inflamações e disfunções cardiovasculares, respiratórias, intestinais e renais. Apesar de seu uso difundido pelas comunidades tradicionais, estudos científicos sobre suas atividades biológicas são escassos na literatura. Este estudo tem como objetivo investigar a toxicidade aguda e avaliar as atividades antinociceptivas, anti-inflamatórias e cicatrizantes do extrato aquoso das cascas de Pseudobombax simplicifolium (EAPS). O material vegetal foi coletado no distrito de Jutaí, município de Lagoa Grande - Pernambuco. O extrato aquoso foi preparado por decocção, em seguida filtrado e liofilizado. A caracterização química do extrato foi realizada utilizando cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), e a quantificação de compostos fenólicos e flavonoides foi efetuada. A capacidade antioxidante foi avaliada por meio dos ensaios DPPH, ABTS e CAT. Nos testes in vivo, foi avaliada a toxicidade utilizado o teste de toxicidade oral aguda. As atividades antinociceptivas foram avaliadas através dos testes de contorção abdominal e formalina, também foram investigados os possíveis mecanismos envolvidos no teste de formalina. As atividades anti-inflamatórias foram avaliadas pelo teste de edema de pata induzido por carragenina. Já a atividade antipirética foi avaliada a partir da febre induzida por Saccharomyces cerevisiae com medição da temperatura retal. Os resultados observados na análise química do EAPS revelou a presença de fenóis e flavonoides, incluindo catequina e epicatequina. O EAPS demonstrou atividade antioxidante significativa no ensaio DPPH (58,1±0,17), mas não apresentou resultados significativos nos ensaios ABTS e CAT. A toxicidade oral aguda indicou que o EAPS é seguro para uso, com uma DL50 superior a 2.000 mg/kg e não apresentou alterações significaticas em seu comportamento nem no peso dos orgãos. No teste de contorções abdominais, a concentração de 100 mg/kg do EAPS apresentou uma inibição significativa de 62,10% no número de contorções. No teste de formalina, na primeira fase, as concentrações de 100 mg/kg e 50 mg/kg reduziram a nocicepção induzida pela formalina em 40,10% e 39,60%, respectivamente. Na segunda fase, apenas a concentração de 100 mg/kg mostrou significância estatística, com redução de 47,50%. Nos testes de formalina utilizando os bloqueadores Naloxona e Antropina não conseguiram reverter o efeito antinociceptivo do extrato EAPS, indicando que o extrato não atua via receptores opioides ou dos receptores muscarínicos. No teste de edema de pata, a concentração de 100 mg/kg mostrou a maior inibição do edema, variando de 6,67% a 17,33% nas 4 horas do experimento. E na atividade antipiretica o grupo tratado com EAPS de 100mg/kg reduziu a temperatura a partir dos 30 minutos iniciais, mantendo os animais em temperatura não fébris, resultado aproximando-se do grupo tratado com Dipirona. Em conclusão os resultados indicam que o extrato aquoso de Pseudobombax simplicifolium possui propriedades antioxidantes, antinoceptivas, anti-inflamatórias e antipirético, devido aos compostos químicos encontrado nessa espécie sugerindo seu potencial terapêutico e validando seu uso na medicina tradicional.