INFLUÊNCIA DA CONDIÇÃO DE SAÚDE BUCAL NA FREQUÊNCIA DE ÓBITO DE PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA COVID-19
Odontólogos; SARS-CoV-2; Saúde Bucal; Vacinas contra Covid-19
Em 2019, um novo vírus conhecido como Vírus Corona do tipo 2 que causa Síndrome Respiratória Aguda Grave (do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 - SARS-CoV-2), responsável pela Doença do vírus Corona (do inglês Coronavirus Disease 2019 - COVID-19), resultou em uma pandemia com milhões de óbitos no mundo. Os pacientes infectados poderiam desenvolver sintomas de leves a graves através do desenvolvimento de síndrome respiratória aguda grave, com a necessidade de Ventilação Mecânica Invasiva (VMI). Por outro lado, as condições de saúde bucal vem sendo estudadas e relacionadas a complicações e gravidade de doenças sistêmicas, sobretudo em pacientes hospitalizados e internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dessa maneira, o presente estudo teve como objetivo analisar a relação entre dados demográficos, saúde sistêmica e saúde bucal e com a chance de óbito do paciente infectado pelo SARS-CoV-2, em regime de UTI, após o início da campanha de vacinação. Foi realizada uma coorte retrospectiva com 171 prontuários de pacientes internados na UTI de um hospital de referência para COVID-19 em Alagoas, nordeste do Brasil. Foram incluídos prontuários de pacientes internados no período de julho de 2021 a março de 2022. Para análise estatística foram utilizados os testes de Qui-quadrado e Exato de Fisher. Nos dados em que não houve normalidade, os testes de Shapiro-Wilk e Mann-Whitney foram utilizados. O valor de significância foi considerado se p<0,05. Para avaliar os fatores conjuntamente significativos para o óbito, foi realizada análise multivariada. Verificou-se que a maioria dos pacientes era do sexo masculino, no entanto o maior percentual de óbito era no sexo feminino. Em análise bivariada, condições de saúde bucal como língua saburrosa (p<0,05), lesão traumática (p<0,05), raiz residual (p<0,05) influenciaram positivamente no desfecho do óbito. No entanto, após a realização da análise multivariada os fatores que influenciaram no desfecho óbito foram a necessidade de VMI (p<0,001), idade (p=0,001) na qual cada ano acrescido influenciou 1,05 vezes na chance de óbito e ausência de vacina contra o SARS-CoV-2 (p<0,005).