ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOSDA MOVIMENTAÇÃO DA LÍNGUA PRÉ E PÓS FRENOTOMIA EM BEBÊS COM ANQUILOGLOSSIA
Anquiloglossia, frênulo lingual, ultrassonografia, aleitamento materno.
A anquiloglossia, quando diagnosticada precocemente na vida de um indivíduo, pode diminuir as chances de desmame precoce do aleitamento materno, bem como minimizar os impedimentos para o desenvolvimento e desempenho das funções orofaciais. Idealmente, o diagnóstico e o tratamento dessa alteração devem ser feitos de forma multidisciplinar, destacando-se a participação do Fonoaudiólogo e do Cirurgião-Dentista, para que o bebê seja enquadrado no fluxo terapêutico de diagnostico, intervenção e avaliação. A intervenção consiste na realização da frenotomia lingual, único tratamento eficaz, liberando os movimentos da língua. Objetivo: avaliar os aspectos quantitativos e qualitativos da língua por meio da ultrassonografia no repouso e na sucção pré e pós frenotomia lingual em bebês com anquiloglossia. Métodos: Foram incluídos bebês de 0 a 28 dias de vida em amamentação exclusiva e que após o Teste da Linguinha apresentaram indicação de frenotomia. Os procedimentos realizados foram: anamnese com a mãe dos bebês, escala de dor ao amamentar, avaliação do frênulo com o Teste da Linguinha, avaliação ultrassonográfica da sucção, frenotomia e reavaliação desses parâmetros 7 dias após a cirurgia. A coleta de dados foi realizada através da utilização do ultrassom portátil modelo MicrUs EXT – 1H com transdutor micro convexo acoplado a um computador cujas foram capturadas e, posteriormente, analisadas com o uso do software AAA (Articulate Assistant Advanced), antes e após a frenotomia. Resultados: no repouso, a postura da língua, em todas as regiões avaliadas (anterior, média e posterior) apresentaram posição mais elevada no pós frenotomia com diferença estatisticamente significante (p ˂ 0,05) e, na sucção, ao avaliar a língua baixa não houve diferença estatisticamente significante em nenhuma das regiões avaliadas no pré e pós frenotomia. Entretanto, quando analisada a sucção na língua alta, foi observado que tanto a região anterior quanto a região média da língua apresentaram aumento da amplitude de elevação da língua com diferença estatisticamente significante (p ˂ 0,01) no momento pós frenotomia. Verificou-se também que o padrão de sucção dos bebês era vertical (92,9%) antes da cirurgia e, após este procedimento foi observado que 97,6% dos bebês avaliados apresentaram o padrão ondulatório de sucção (p < 0,001). Também foi observada uma menor distância entre o mamilo e a junção palato duro e mole durante a sucção com uma diferença estatisticamente significante (p ˂ 0,001) após a frenotomia lingual. Conclusão: identificamos por meio da ultrassonografia que a cinemática da língua em bebês com anquiloglossia e em aleitamento materno exclusivo se apresentou com maior amplitude, mais organizada e rítmica após a frenotomia lingual.