Estudo COMPARE: avaliação da não-inferioridade da estimulação magnética transcraniana navegada e personalizada e da estimulação transcutânea auricular do nervo vago na recuperação motora do membro superior pós-acidente vascular cerebral
Acidente Vascular Cerebral; Estimulação do Nervo Vago; Estimulação Magnética Transcraniana; Reabilitação; Membro Superior.
Introdução: o déficit motor no membro superior pós-AVC é uma das principais causas de incapacidade funcional, impondo desafios à reabilitação e elevados custos aos sistemas de saúde. A estimulação magnética transcraniana repetitiva (rTMS) guiada por biomarcadores têm demonstrado benefícios relevantes na recuperação motora do membro superior, embora seu alto custo e a necessidade de neuronavegação limitem a aplicação clínica. Como alternativa, a estimulação transcutânea auricular do nervo vago (taVNS) apresenta menor custo e evidências crescentes de eficácia na promoção da recuperação da função motora. Diante disso, torna-se necessário investigar a não-inferioridade da taVNS em relação à rTMS personalizada e navegada. Entretanto, a forma mais eficaz de aplicar a taVNS em pacientes pós-AVC, se sincronizada ou não com a tarefa motora, ainda não está definida. Neste contexto, a presente pesquisa possui dois estudos. Objetivos: o Estudo 1 investigará se a taVNS sincronizada à tarefa motora (s-taVNS) é mais eficaz em recuperar a função motora do membro superior pós-AVC que a taVNS não sincronizada (ns-taVNS). No Estudo 2 será conduzido um ensaio clínico de não-inferioridade para comparar a eficácia da taVNS otimizada, definida no estudo 1, com a rTMS personalizada e navegada (np-rTMS). Métodos: pacientes de 18 a 75 anos, com comprometimento motor do membro superior após AVC crônico (6-12 meses) participarão dos estudos. No Estudo 1 (crossover), os voluntários realizarão 10 sessões de taVNS, sendo 5 com s-taVNS e 5 com ns-taVNS, separadas por uma semana. Os desfechos avaliados serão função motora do membro superior (primário), além de força, destreza e espasticidade. O segundo estudo será um ensaio clínico de não-inferioridade com dois grupos paralelos (np-rTMS e taVNS), ambos submetidos a 10 sessões de estimulação associadas a treino motor. O desfecho primário será a função motora do membro superior, enquanto desfechos secundários incluirão destreza, espasticidade, independência funcional, qualidade de vida, percepção de mudança e análise de custo-efetividade das intervenções. Resultados esperados: espera-se com os resultados identificar a forma mais eficaz de aplicação da taVNS em pacientes pós-AVC e comparar sua eficácia, enquanto estratégia mais barata e acessível de estimulação não invasiva, rTMS personalizada e navegada.