MOBILIDADE, EQUILÍBRIO CORPORAL DINÂMICO E CONTROLE NEUROMUSCULAR DOS MEMBROS INFERIORES DE ATLETAS DE FUTEBOL COM E SEM HISTÓRICO DE ENTORSE LATERAL DE TORNOZELO: ESTUDO TRANSVERSAL
Traumatismos do Tornozelo; Equilíbrio Postural, Atividade Motora
Introdução: A entorse lateral de tornozelo (ELT) é uma das lesões mais prevalentes no futebol e está associada a déficits funcionais persistentes. No entanto, o impacto da ELT na mobilidade, controle neuromuscular e equilíbrio dinâmico em atletas de futebol sub-20 ainda não está totalmente elucidado. Objetivo: Comparar a mobilidade, o controle neuromuscular e o equilíbrio dinâmico em atletas de futebol sub-20 com e sem histórico de ELT. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, analítico e transversal, realizado com 75 atletas sub-20 (46 com histórico de ELT e 29 sem histórico de ELT) de dois clubes do Recife-PE. Foram realizadas avaliações antropométricas e aplicados os questionários Cumberland Ankle Instability Tool (CAIT) e Foot and Ankle Ability Measure (FAAM), além de testes funcionais, como o Weight-Bearing Lunge Test (WBLT), Hop Test e Y Balance Test (YBT). Resultados: Os atletas com histórico de ELT apresentaram pior desempenho no controle neuromuscular e equilíbrio dinâmico. No Hop Test Triplo, o grupo com ELT demonstrou desempenho inferior no membro inferior direito (diferença de médias = -25,42 cm; IC 95%: -45,63 a -5,21; p = 0,018; Cohen’s d = 0,67). No Y Balance Test, a direção anterior do membro inferior direito foi menor no grupo com ELT (diferença de médias = -2,91 cm; IC 95%: -5,78 a -0,04; p = 0,046; Cohen’s d = 0,54). A mobilidade do tornozelo, medida pelo Weight-Bearing Lunge Test, foi reduzida no grupo com ELT (diferença de médias = -2,37°; IC 95%: -4,53 a -0,21; p = 0,031; Cohen’s d = 0,49). O questionário Cumberland Ankle Instability Tool indicou menor estabilidade no grupo com ELT para o membro inferior direito (diferença de médias = -2,38 pontos; IC 95%: -3,95 a -0,81; p = 0,003; Cohen’s d = 0,74) e para o esquerdo (diferença de médias = -1,78 pontos; IC 95%: -3,01 a -0,55; p = 0,005; Cohen’s d = 0,61). O questionário Foot and Ankle Ability Measure indicou pior funcionalidade nas atividades diárias e esportivas (p < 0,05). Conclusões: As avaliações funcionais permitiram identificar alterações biomecânicas, deficiências no controle neuromuscular e ineficiências na transmissão de força. A presença de déficits funcionais nesses atletas representa uma janela de oportunidade para intervenções direcionadas não apenas à prevenção de lesões, mas também à melhoria da performance esportiva.