RISCO DE QUEDA E VARIÁVEIS PREDITORAS EM INDIVÍDUOS COM HANSENÍASE: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Hanseníase. Doenças do Sistema Nervoso Periférico. Acidentes por Quedas. Equilíbrio Postural.
INTRODUÇÃO: A hanseníase provoca alterações dermatológicas e neurais, que comprometem o funcionamento adequado do sistema neuromusculoesquelético e gera alterações biomecânicas e cinemáticas. Essas alterações no MMII estão marcadas pela por comprometimentos que prejudicam o desempenho normal de músculos e articulações dentro das subfases das fases de apoio e balanço da marcha, o que pode provocar alterações no equilíbrio, e com isso gerar quedas. Fenômeno parecido é visto em outras neuropatias periféricas, como a diabética, em que já existem estudos que indicam o risco de queda nessa população. OBJETIVO: Identificar qual a frequência de risco de queda e avaliar quais as possíveis variáveis preditoras para esse risco em pacientes com hanseníase. MÉTODOS: Trata-se de um estudo do tipo quantitativo observacional do tipo transversal analítico. Com uma amostra semi-probabilística por cotas. A população será composta por pacientes atendidos nas unidades de saúde da família do Distrito Sanitário IV da cidade do Recife que preencheram os seguintes critérios de elegibilidade: (1) indivíduos diagnosticados com hanseníase; (2) idade mínima de 18 anos e máxima de 79 anos. Serão excluídos: (1) indivíduos com incapacidade de realizar a marcha independente ou a realizem apenas com uso de dispositivo auxiliar ou órtese; (2) que tivessem sido submetidos à cirurgia nos membros inferiores nos seis meses anteriores que pudessem afetar a marcha; (3) amputação do pé ou qualquer contraindicação médica para atividade física e/ou fisioterapia. O cálculo de frequência do risco de queda nos indivíduos analisados será feito por percentual. Para analisar a correlação entre o risco de queda (variável dependente), com as variáveis independentes será utilizado o modelo de regressão linear múltipla. O risco de queda será avaliado com o teste Time Up and Go, a presença de pé caído será avaliada através da avaliação da força muscular de dorsiflexores de tornozelo com o teste de força muscular manual com a escala Medical Research Council, o equilíbrio com a Escala de Equilíbrio de Berg, a velocidade de marcha com o Teste de Caminhada de 10 metros, a presença de dor neuropática com o uso do Questionário Douleur Neuropathique 4, o medo de cair com a Escala de eficácia de quedas - Internacional - Brasil, a sensibilidade dos pés com o Teste de sensibilidade Semmes-Weinstein (SW). A Avaliação Neurológica Simplificada será utilizada para avaliar o grau de incapacidade e o escore olho, mão, pé. As variáveis socioeconômicas e demográficas serão avaliadas através de um questionário desenvolvido. RESULTADOS ESPERADOS: Ao final deste estudo, espera-se obter resultados indicando um aumento da frequência do risco de queda em pacientes com maior grau de incapacidade e que a presença de pé caído, diminuição de equilíbrio e de velocidade de marcha serão as principais variáveis preditoras para o risco de queda.