OSTEOLOGIA CEFÁLICA E DO PESCOÇO NAS DIFERENTES FORMAS DE CABEÇA EM AMPHISBAENIA
Evolução do caráter. Convergência adaptativa. Morfologia. Morfometria geométrica 3D.
Amphisbaenia é uma ordem répteis escamados que em sua grande maioria são ápodes e apresentam hábito fossorial. Devido a este hábito, anfisbênios apresentam modificações morfológicas que facilitam o tunelamento em solo, sendo a maioria relacionada a sua osteologia cefálica, apresentando quatro padrões distintos de formato de cabeça, cada um relacionado a um método especifico de escavação. Até o momento, estudos osteológicos envolvendo representantes de Amphisbaenia estão direcionados à descrição da osteologia craniana e/ou à comparação com outros répteis, não incluindo discussões sobre a evolução das estruturas cranianas ou relacionadas à coluna cervical. Com isso, objetivo geral desta tese é analisar a variação osteológica craniana e cervical em Amphisbaenia dentro de um contexto filogenético, considerando as diferentes formas de cabeça; e como objetivos específicos descrever a osteologia cefálica, investigar as variações intra e interespecíficas e testar padrões evolutivos da osteologia craniana e cervical do grupo. A tese está dividida em três capítulos: o primeiro consiste na descrição detalhada do complexo atlantoaxial em Amphisbaenia e uma análise da evolução deste complexo no grupo, onde identificamos uma evolução em mosaico com convergências e paralelismos; o segundo capítulo da tese aborda a descrição osteológica osso a osso para Cadea blanoides, uma espécies com a cabeça quilhada, e comparamos a anatomia do crânio com outras espécies de anfisbênia que apresentam o mesmo padrão cefálico, e identificamos que Cadea blanoides apresenta características que a distingue das demais espécie com a cabeça quilhada; no terceiro capítulo da tese descrevemos a variação morfológica e evolução dos ossos quadrado e esquamosal e identificamos que a filogenia e alometria não explicam a variação na forma do osso quadrado, sendo essa variação não relacionada aos quatros formatos de cabeça existentes; quanto ao osso esquamosal, em Amphisbaenia, ele pode ter sido perdido pelo menos duas vezes ao longo da história evolutiva. Essa pesquisa contribui para o entendimento da evolução osteológica em Amphisbaenia, com ênfase na morfologia craniana e cervical, e oferece novas perspectivas sobre a diversidade morfológica e os processos evolutivos que moldaram esse grupo de répteis fossoriais.