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Dissertações |
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RENAN BELÉM DA SILVA
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Efeito dos HPAs sobre a meiofauna estuarina, em áreas com diferentes graus de urbanização
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Orientador : ANDRE MORGADO ESTEVES
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MEMBROS DA BANCA :
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VIRAG VENEKEY
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ANDRE MORGADO ESTEVES
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TACIANA KRAMER DE OLIVEIRA PINTO
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Data: 27/01/2023
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Os ambientes estuarinos são sugeridos como destino final da poluição humana, sendo afetados pela urbanização que há em seus arredores e por compostos que chegam através das águas dos rios. Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) são contaminantes que podem atingir os estuários e podem afetar diretamente a sua conservação, sendo considerados altamente deletérios aos organismos que vivem nesses ambientes. Esta pesquisa investigou a fauna bentônica a nível de grandes grupos e gêneros da Nematofauna de três estuários ao longo da costa pernambucana, os quais estão expostos a diferentes níveis de urbanização e, consequentemente, a diferentes níveis de concentração de HPAs. Um total de 15 grandes grupos da meiofauna foram identificados, sendo Nematoda o táxon dominante (74,6%), seguido por Copepoda (9,6%) e Polychaeta (8,6%). Com relação à Nematofauna, 60 gêneros foram identificados, sendo os mais abundantes Terschellingia (23,0%), Sabatieria (13,1%) e Daptonema (11,8%). Os índices de diversidades obtidos a partir dos grandes grupos diferiram significativamente, sendo a riqueza, índice de Shannon e equitabilidade maiores no local menos urbanizado, sistema estuarino do Rio Goiana (GES). Já os índices de diversidade oriundos da Nematofauna, além da riqueza e o índice de Shannon, a distinção taxonômica foi significativamente maior em GES. A avaliação da qualidade ecológica (EcoQ) para os grandes grupos apontou que o estuário com menor densidade demográfica em seu entorno, GES, apresentou melhor qualidade ecológica (EcoQ Moderado). Da mesma maneira, o resultado do EcoQ para a nematofauna, apontou GES com qualidade ecológica Boa, enquanto as áreas urbanizadas apresentaram qualidade ecológica Pobre. A análise multivariada (DistLM) sugeriu que os HPAs, pH e matéria orgânica foram os fatores abióticos que melhor explicaram a distribuição dos organismos, tanto os grandes grupos, quanto os gêneros da nematofauna. Os sedimentos caracterizaram-se pela predominância de areia muito fina e silte-argila nos estuários mais poluídos, enquanto a área controle (GES) predominou grãos de tamanho médio.
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Os ambientes estuarinos são sugeridos como destino final da poluição humana, sendo afetados pela urbanização que há em seus arredores e por compostos que chegam através das águas dos rios. Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) são contaminantes que podem atingir os estuários e podem afetar diretamente a sua conservação, sendo considerados altamente deletérios aos organismos que vivem nesses ambientes. Esta pesquisa investigou a fauna bentônica a nível de grandes grupos e gêneros da Nematofauna de três estuários ao longo da costa pernambucana, os quais estão expostos a diferentes níveis de urbanização e, consequentemente, a diferentes níveis de concentração de HPAs. Um total de 15 grandes grupos da meiofauna foram identificados, sendo Nematoda o táxon dominante (74,6%), seguido por Copepoda (9,6%) e Polychaeta (8,6%). Com relação à Nematofauna, 60 gêneros foram identificados, sendo os mais abundantes Terschellingia (23,0%), Sabatieria (13,1%) e Daptonema (11,8%). Os índices de diversidades obtidos a partir dos grandes grupos diferiram significativamente, sendo a riqueza, índice de Shannon e equitabilidade maiores no local menos urbanizado, sistema estuarino do Rio Goiana (GES). Já os índices de diversidade oriundos da Nematofauna, além da riqueza e o índice de Shannon, a distinção taxonômica foi significativamente maior em GES. A avaliação da qualidade ecológica (EcoQ) para os grandes grupos apontou que o estuário com menor densidade demográfica em seu entorno, GES, apresentou melhor qualidade ecológica (EcoQ Moderado). Da mesma maneira, o resultado do EcoQ para a nematofauna, apontou GES com qualidade ecológica Boa, enquanto as áreas urbanizadas apresentaram qualidade ecológica Pobre. A análise multivariada (DistLM) sugeriu que os HPAs, pH e matéria orgânica foram os fatores abióticos que melhor explicaram a distribuição dos organismos, tanto os grandes grupos, quanto os gêneros da nematofauna. Os sedimentos caracterizaram-se pela predominância de areia muito fina e silte-argila nos estuários mais poluídos, enquanto a área controle (GES) predominou grãos de tamanho médio.
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BRUNA MIRELY DA SILVA COSTA
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PADRÕES DE MOVIMENTAÇÃO E EFEITOS DA SAZONALIDADE EM DUAS ESPÉCIES DE AVES (ORESSOCHEN JUBATUS E RYNCHOPS NIGER) ASSOCIADAS A PRAIAS FLUVIAIS NO RIO BRANCO, RORAIMA
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Orientador : PEDRO IVO SIMOES
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEX JAHN
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ENRICO BERNARD
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PEDRO IVO SIMOES
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ROBERTA COSTA RODRIGUES
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Data: 27/01/2023
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A migração representa todo movimento sazonal e regular, onde uma população (ou parte dela) se desloca em resposta a uma condição climática ou ambiental. Em geral, estes tipos de movimentos podem ser associados com mudanças na disponibilidade de recursos alimentares ou modificações no hábitat utilizado pelas espécies. Estima-se que quase 20 % (1.855) das espécies de aves do mundo realizam algum tipo de movimento migratório, sendo a maior parte de seus estudos concentrados em espécies de regiões temperadas. Apesar disso, movimentos migratórios intra-tropicais são relativamente comuns embora pobremente documentados. Uma parte importante das aves migrantes intra-tropicais estão representadas por espécies de hábitos aquáticos, dentre elas, se encontram numerosas espécies de aves ocorrentes nas planícies inundáveis dos grandes rios amazônicos, cujas áreas são reguladas através do pulso de inundação dos rios. Com isso, essa pesquisa foi realizada no Rio Branco, localizado no estado de Roraima, com o intuito de entender como duas espécies de aves associadas com ambientes fluviais lidam com a perda das praias na época de cheia, procurando compreender seus deslocamentos, se há migração, quais os destinos e parâmetros que os definem (grau de alagamento, chuva, etc), utilizando a técnica de telemetria via GPS. Para isso, essa dissertação foi dividida em duas partes, a primeira constituída da Introdução e o Referencial Teórico e a segunda com dois artigos, sendo, o primeiro relatando a migração intratropical da espécie Oressochen jubatus (ganso-do-Orinoco) e o segundo descrevendo os movimentos da espécie Rynchops niger (talha-mar) na Bacia do Rio Branco/Roraima, utilizando transmissores com GPS.
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A migração representa todo movimento sazonal e regular, onde uma população (ou parte dela) se desloca em resposta a uma condição climática ou ambiental. Em geral, estes tipos de movimentos podem ser associados com mudanças na disponibilidade de recursos alimentares ou modificações no hábitat utilizado pelas espécies. Estima-se que quase 20 % (1.855) das espécies de aves do mundo realizam algum tipo de movimento migratório, sendo a maior parte de seus estudos concentrados em espécies de regiões temperadas. Apesar disso, movimentos migratórios intra-tropicais são relativamente comuns embora pobremente documentados. Uma parte importante das aves migrantes intra-tropicais estão representadas por espécies de hábitos aquáticos, dentre elas, se encontram numerosas espécies de aves ocorrentes nas planícies inundáveis dos grandes rios amazônicos, cujas áreas são reguladas através do pulso de inundação dos rios. Com isso, essa pesquisa foi realizada no Rio Branco, localizado no estado de Roraima, com o intuito de entender como duas espécies de aves associadas com ambientes fluviais lidam com a perda das praias na época de cheia, procurando compreender seus deslocamentos, se há migração, quais os destinos e parâmetros que os definem (grau de alagamento, chuva, etc), utilizando a técnica de telemetria via GPS. Para isso, essa dissertação foi dividida em duas partes, a primeira constituída da Introdução e o Referencial Teórico e a segunda com dois artigos, sendo, o primeiro relatando a migração intratropical da espécie Oressochen jubatus (ganso-do-Orinoco) e o segundo descrevendo os movimentos da espécie Rynchops niger (talha-mar) na Bacia do Rio Branco/Roraima, utilizando transmissores com GPS.
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DANIEL SIQUEIRA DE VASCONCELOS
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CARACTERIZAÇÃO DA DIVERSIDADE FILOGENÉTICA E FUNCIONAL DE FORMIGAS AO LONGO DE UM GRADIENTE SUCESSIONAL DE CAATINGA
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Orientador : INARA ROBERTA LEAL
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MEMBROS DA BANCA :
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FELIPE FERNANDO DA SILVA SIQUEIRA
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FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
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INARA ROBERTA LEAL
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Data: 31/01/2023
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A vegetação de Caatinga, assim como várias outras florestas tropicais, vem sendo perturbada e substituída por outros tipos de uso do solo. Algumas destas áreas acabam sendo abandonadas e se encontram em processo de regeneração. Porém, pouco se sabe sobre como as comunidades biológicas são reorganizadas ao longo da regeneração, principalmente em florestas secas, onde os estudos deste tema ainda são mais escassos, e com foco em padrões de diversidade taxonômica, através das métricas como riqueza, abundância e composição de espécies. Aqui empregamos o crescimento da biomassa vegetal como medida de regeneração na Caatinga, e avaliamos seu efeito na diversidade funcional e filogenética de formigas. Utilizamos formigas previamente coletadas em parcelas de 0,01 hectare que foram estabelecidas em áreas usadas com agricultura de corte e queima e abandonadas em diferentes períodos de tempo, de 8 a 54 anos, compondo um gradiente de regeneração. Com as espécies identificadas de cada parcela, fizemos a caracterização das relações filogenéticas, com auxílio da literatura. Para o estudo da diversidade funcional, medimos atributos morfológicos (e.g. tamanho do corpo, comprimento relativo dos olhos e comprimento relativo das pernas) relacionados com a interação de cada espécie no ecossistema. Em seguida, aplicamos uma série de índices que avaliam a diversidade filogenética e funcional ao longo da regeneração, e analisamos as relações de cada índice com a biomassa vegetal das parcelas. Os resultados indicam que a diversidade funcional e a filogenética foram influenciadas positivamente pelo crescimento da biomassa vegetal. Isto sugere que a comunidade de formigas pode ser recuperada com a regeneração da vegetação da Caatinga, até mesmo em relação à diversidade funcional e filogenética. Nossos achados trazem mais informações sobre da resiliência da Caatinga após perturbações antrópicas agudas, no que diz respeito ao processo de reestruturação e reorganização de comunidades biológicas.
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A vegetação de Caatinga, assim como várias outras florestas tropicais, vem sendo perturbada e substituída por outros tipos de uso do solo. Algumas destas áreas acabam sendo abandonadas e se encontram em processo de regeneração. Porém, pouco se sabe sobre como as comunidades biológicas são reorganizadas ao longo da regeneração, principalmente em florestas secas, onde os estudos deste tema ainda são mais escassos, e com foco em padrões de diversidade taxonômica, através das métricas como riqueza, abundância e composição de espécies. Aqui empregamos o crescimento da biomassa vegetal como medida de regeneração na Caatinga, e avaliamos seu efeito na diversidade funcional e filogenética de formigas. Utilizamos formigas previamente coletadas em parcelas de 0,01 hectare que foram estabelecidas em áreas usadas com agricultura de corte e queima e abandonadas em diferentes períodos de tempo, de 8 a 54 anos, compondo um gradiente de regeneração. Com as espécies identificadas de cada parcela, fizemos a caracterização das relações filogenéticas, com auxílio da literatura. Para o estudo da diversidade funcional, medimos atributos morfológicos (e.g. tamanho do corpo, comprimento relativo dos olhos e comprimento relativo das pernas) relacionados com a interação de cada espécie no ecossistema. Em seguida, aplicamos uma série de índices que avaliam a diversidade filogenética e funcional ao longo da regeneração, e analisamos as relações de cada índice com a biomassa vegetal das parcelas. Os resultados indicam que a diversidade funcional e a filogenética foram influenciadas positivamente pelo crescimento da biomassa vegetal. Isto sugere que a comunidade de formigas pode ser recuperada com a regeneração da vegetação da Caatinga, até mesmo em relação à diversidade funcional e filogenética. Nossos achados trazem mais informações sobre da resiliência da Caatinga após perturbações antrópicas agudas, no que diz respeito ao processo de reestruturação e reorganização de comunidades biológicas.
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MARIA DAS DORES DA SILVA
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Avaliação dos efeitos genotóxicos em abelhas Jataí (Tetragonisca angustula) expostas aos pesticidas imidacloprido e cipermetrina e à poluição atmosférica
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Orientador : CLAUDIA ROHDE
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MEMBROS DA BANCA :
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CLAUDIA ROHDE
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EMERSON PETER DA SILVA FALCAO
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PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
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SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
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Data: 16/02/2023
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As abelhas sem ferrão compõem um vasto grupo de insetos que estão entre os principais provedores de serviços ecossistêmicos, como a polinização. No entanto, estes polinizadores estão sendo vítimas de um declínio que vêm reduzindo consideravelmente suas populações nos últimos anos. Fenômeno este que, em grande parte, está relacionado com atividades antrópicas. Há evidências que estressores ambientais como a queima de combustíveis fósseis e o uso indiscriminado de pesticidas afetam aptidões das abelhas, como a cognição, locomoção e capacidade de forrageamento. Contudo, estudos voltados para a investigação da genotoxicidade em abelhas são incipientes. Diante desse cenário, foi objetivo deste trabalho analisar o efeito genotóxico dos inseticidas imidacloprido e cipermetrina, e da poluição urbana no genoma da abelha nativa Tetragonisca angustula, por meio do Ensaio cometa. Para tanto, primeiramente a metodologia do Ensaio cometa foi padronizada para este organismo, o que ocorreu concomitantemente ao estabelecimento dos grupos controle negativo, no qual as abelhas se alimentam apenas de xarope e o grupo controle positivo, no qual as abelhas foram submetidas a ciclofosfamida (2 mg/mL) diluída no xarope. Após a validação do Ensaio cometa, as abelhas foram expostas a diferentes concentrações do inseticida imidacloprido (1,5; 3,0; 6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL), diluídos em xarope por 48 h, e de cipermetrina (6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL). Foram estudadas também abelhas de colônias naturais do Parque Arraial Bom Jesus na cidade de Recife, Pernambuco, local com intensa movimentação de veículos e pessoas. Um controle negativo ambiental foi realizado com abelhas oriundas da Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe, Pernambuco. Os resultados deste estudo mostram a validação da metodologia em hemócitos de adultos de T. angustula. Os dados obtidos por meio do Índice de Dano (ID) e Frequência de Dano (FD%), indicam o efeito genotóxico do imidacloprido e da cipermetrina nas duas maiores concentrações (12 e 24 ng/mL), com elevada ocorrência de lesões de níveis 3 e 4, consideradas as mais agressivas ao material genético. No estudo do efeito genotóxico associado à poluição, houve danos em duas das três colônias de abelhas, demonstrando possível associação com os poluentes atmosféricos inerentes ao ambiente urbano. Apresentamos evidências de que estressores ambientais, como a poluição urbana e os pesticidas testados, comprometem o genoma das abelhas da espécie T. angustula. Portanto, são fatores de risco para a saúde dos polinizadores, para o bem-estar das populações, e contribuem para a redução dos serviços ecossistêmicos oferecidos, que são valiosos para a humanidade.
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As abelhas sem ferrão compõem um vasto grupo de insetos que estão entre os principais provedores de serviços ecossistêmicos, como a polinização. No entanto, estes polinizadores estão sendo vítimas de um declínio que vêm reduzindo consideravelmente suas populações nos últimos anos. Fenômeno este que, em grande parte, está relacionado com atividades antrópicas. Há evidências que estressores ambientais como a queima de combustíveis fósseis e o uso indiscriminado de pesticidas afetam aptidões das abelhas, como a cognição, locomoção e capacidade de forrageamento. Contudo, estudos voltados para a investigação da genotoxicidade em abelhas são incipientes. Diante desse cenário, foi objetivo deste trabalho analisar o efeito genotóxico dos inseticidas imidacloprido e cipermetrina, e da poluição urbana no genoma da abelha nativa Tetragonisca angustula, por meio do Ensaio cometa. Para tanto, primeiramente a metodologia do Ensaio cometa foi padronizada para este organismo, o que ocorreu concomitantemente ao estabelecimento dos grupos controle negativo, no qual as abelhas se alimentam apenas de xarope e o grupo controle positivo, no qual as abelhas foram submetidas a ciclofosfamida (2 mg/mL) diluída no xarope. Após a validação do Ensaio cometa, as abelhas foram expostas a diferentes concentrações do inseticida imidacloprido (1,5; 3,0; 6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL), diluídos em xarope por 48 h, e de cipermetrina (6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL). Foram estudadas também abelhas de colônias naturais do Parque Arraial Bom Jesus na cidade de Recife, Pernambuco, local com intensa movimentação de veículos e pessoas. Um controle negativo ambiental foi realizado com abelhas oriundas da Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe, Pernambuco. Os resultados deste estudo mostram a validação da metodologia em hemócitos de adultos de T. angustula. Os dados obtidos por meio do Índice de Dano (ID) e Frequência de Dano (FD%), indicam o efeito genotóxico do imidacloprido e da cipermetrina nas duas maiores concentrações (12 e 24 ng/mL), com elevada ocorrência de lesões de níveis 3 e 4, consideradas as mais agressivas ao material genético. No estudo do efeito genotóxico associado à poluição, houve danos em duas das três colônias de abelhas, demonstrando possível associação com os poluentes atmosféricos inerentes ao ambiente urbano. Apresentamos evidências de que estressores ambientais, como a poluição urbana e os pesticidas testados, comprometem o genoma das abelhas da espécie T. angustula. Portanto, são fatores de risco para a saúde dos polinizadores, para o bem-estar das populações, e contribuem para a redução dos serviços ecossistêmicos oferecidos, que são valiosos para a humanidade.
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DANIEL LUCAS DA SILVA
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ASPECTOS ECOTOXICOLÓGICOS DE RAOIELLA INDICA E SELETIVIDADE DE ACARICIDAS A NEOSEIULUS BARKERI
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Orientador : DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
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MEMBROS DA BANCA :
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MANOEL GUEDES CORREA GONDIM JUNIOR
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SOLANGE MARIA DE FRANÇA
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DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
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WENDEL JOSE TELES PONTES
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Data: 27/02/2023
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Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) é uma espécie invasora de importância mundial que tem ampliado sua gama de hospedeiro rapidamente. Os principais métodos de controle utilizado e/ou estudado contra esse herbívoro é o controle químico e controle biológico. É sabido que a susceptibilidade dos organismos a produtos químicos pode variar de acordo com o hospedeiro na qual estes se alimentam e que a utilização de acaricidas não seletivos pode afetar o controle biológico. Com isso, o presente estudo teve como objetivo avaliar a susceptibilidade de R. indica a acaricidas (abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) e a taxa instantânea de crescimento (ri) quando oriundo de diferentes hospedeiros (Cocus nucifera L., Wodyetia bifurcata Irvine e Veitchia merrillii (Becc.) H. E. Moore). Para isso, a letalidade dos acaricidas(abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) sobre R. indica em diferentes hospedeiros foi comparada. O método residual foi utilizado, e a contagem de fêmeas vivas e mortas após 24 hrs para o obter as CL50 foram realizadas. Para o ri os ácaros foram mantidos em mudas, e a contagem de indivíduos e ovos durante sete dias foram realizadas. Adicionalmente, o presente trabalho também objetivou avaliar a seletividade dos mesmos acaricidas para Neoseiulus barkeri Hughes (Acari: Phytoseiidae), onde toxicidade, sobrevivência, viabilidade, oviposição, ri e classificação de toxicidade de acaricidas segundo IOBC foram avaliados. A seletividade de N. barkeri foi avaliada comparando a toxicidade dos acaricidas entre R. indica e N. barkeri, onde o mesmo método empregado nos experimentos de susceptibilidade foi utilizado. Para sobrevivência, viabilidade, oviposição e ri, fêmeas de N. barkeri foram mantidas em unidades experimentais, contabilizando indivíduos vivos e mortos, e a quantidade de ovos até a morte da última fêmea, exceto para o ri no qual apenas os dados equivalentes a 10 dias foram utilizados. Quanta a classificação de toxicidade, os dados obtidos nos experimentos de sobrevivência viabilidade e oviposição foram utilizados para calcula-la. Os resultados dos experimentos de susceptibilidade verificaram que indivíduos de R. indica proveniente de C. nucifera tiveram uma maior CL50 para todos os acaricidas, indicando serem menos susceptíveis aos acaricidas. Além disso, um maior ri foi observado demostrando a influência do hospedeiro sobre a biologia do herbívoro. Com relação aos experimentos de seletividade, abamectina demonstrou ser um produto seletivo. Já para azadiractina, não foi possível obter curvas de concentração-resposta devido à baixa mortalidade do predador. Nenhum acaricida afetou a sobrevivência, contudo fenpiroximato e azadiractina reduziram o tempo médio de sobrevivência, enquanto todos os acaricidas afetaram a viabilidade. Com relação ao ri, piridabem foi o único que demonstrou baixos valores quando comparado com o controle. Quanto a classificação de toxicidade de acaricidas da IOBC, o piridabem foi classificado como moderadamente nocivo, enquanto os demais acaricidas foram classificados como inofensivos. Como conclusão, os dados do presente estudo demonstraram que R. indica oriundo de coqueiro torna-se mais tolerante a acaricidas que quando oriundo dos demais hospedeiros estudados e que abamectina se mostrou um acaricida seletivo para N. barkeri.
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Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) é uma espécie invasora de importância mundial que tem ampliado sua gama de hospedeiro rapidamente. Os principais métodos de controle utilizado e/ou estudado contra esse herbívoro é o controle químico e controle biológico. É sabido que a susceptibilidade dos organismos a produtos químicos pode variar de acordo com o hospedeiro na qual estes se alimentam e que a utilização de acaricidas não seletivos pode afetar o controle biológico. Com isso, o presente estudo teve como objetivo avaliar a susceptibilidade de R. indica a acaricidas (abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) e a taxa instantânea de crescimento (ri) quando oriundo de diferentes hospedeiros (Cocus nucifera L., Wodyetia bifurcata Irvine e Veitchia merrillii (Becc.) H. E. Moore). Para isso, a letalidade dos acaricidas(abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) sobre R. indica em diferentes hospedeiros foi comparada. O método residual foi utilizado, e a contagem de fêmeas vivas e mortas após 24 hrs para o obter as CL50 foram realizadas. Para o ri os ácaros foram mantidos em mudas, e a contagem de indivíduos e ovos durante sete dias foram realizadas. Adicionalmente, o presente trabalho também objetivou avaliar a seletividade dos mesmos acaricidas para Neoseiulus barkeri Hughes (Acari: Phytoseiidae), onde toxicidade, sobrevivência, viabilidade, oviposição, ri e classificação de toxicidade de acaricidas segundo IOBC foram avaliados. A seletividade de N. barkeri foi avaliada comparando a toxicidade dos acaricidas entre R. indica e N. barkeri, onde o mesmo método empregado nos experimentos de susceptibilidade foi utilizado. Para sobrevivência, viabilidade, oviposição e ri, fêmeas de N. barkeri foram mantidas em unidades experimentais, contabilizando indivíduos vivos e mortos, e a quantidade de ovos até a morte da última fêmea, exceto para o ri no qual apenas os dados equivalentes a 10 dias foram utilizados. Quanta a classificação de toxicidade, os dados obtidos nos experimentos de sobrevivência viabilidade e oviposição foram utilizados para calcula-la. Os resultados dos experimentos de susceptibilidade verificaram que indivíduos de R. indica proveniente de C. nucifera tiveram uma maior CL50 para todos os acaricidas, indicando serem menos susceptíveis aos acaricidas. Além disso, um maior ri foi observado demostrando a influência do hospedeiro sobre a biologia do herbívoro. Com relação aos experimentos de seletividade, abamectina demonstrou ser um produto seletivo. Já para azadiractina, não foi possível obter curvas de concentração-resposta devido à baixa mortalidade do predador. Nenhum acaricida afetou a sobrevivência, contudo fenpiroximato e azadiractina reduziram o tempo médio de sobrevivência, enquanto todos os acaricidas afetaram a viabilidade. Com relação ao ri, piridabem foi o único que demonstrou baixos valores quando comparado com o controle. Quanto a classificação de toxicidade de acaricidas da IOBC, o piridabem foi classificado como moderadamente nocivo, enquanto os demais acaricidas foram classificados como inofensivos. Como conclusão, os dados do presente estudo demonstraram que R. indica oriundo de coqueiro torna-se mais tolerante a acaricidas que quando oriundo dos demais hospedeiros estudados e que abamectina se mostrou um acaricida seletivo para N. barkeri.
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JENNY FRANCISCA DE OLIVEIRA RIBEIRO
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BIODIVERSIDADE DE ESPONJAS E SUA BRIOZOOFAUNA ASSOCIADA EM NAUFRÁGIOS DE PERNAMBUCO E NOS RODOLITOS ADJACENTES
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Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
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MEMBROS DA BANCA :
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FERNANDA FERNANDES CAVALCANTI
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JOANA CAROLINA FREIRE SANDES SANTOS
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PAULA BRAGA GOMES
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ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
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Data: 09/03/2023
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As esponjas e os briozoários marinhos estão entre os animais bentônicos mais comuns e diversos em recifes naturais e artificiais. Eles atuam como marcadores de biodiversidade devido às diversas interações e relações ecológicas que exercem nestes habitats. Recifes artificiais são resultados diretos das atividades antrópicas, destacando-se os naufrágios intencionais, e são relacionados com impactos ambientais diversos, incluindo eventos de bioinvasão. No Brasil, Pernambuco é pioneiro na prática e abriga mais de 110 embarcações naufragadas. Entretanto, pouco ou nada se sabe, em escalas locais e globais, sobre a fauna de esponjas e briozoários de naufrágios e de substratos naturais comuns adjacentes a estes naufrágios. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi comparar a espongiofauna e a briozoofauna de naufrágios e dos seus bancos de rodolitos adjacentes do Parque dos Naufrágios Artificiais de Pernambuco. As coletas foram realizadas em quatro naufrágios (Vapor de Baixo, Pirapama, Servemar X e Taurus) e nos rodolitos adjacentes. As amostras foram coletadas usando um quadrado de 25x25 cm posicionado nas distâncias de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 metros ao longo de um transecto horizontal que foi colocado, primeiramente, ao longo do naufrágio e, depois, ao longo dos bancos de rodolitos adjacentes, totalizando 48 réplicas (24 artificiais e 24 naturais). No laboratório, as esponjas e briozoários foram identificados no menor nível taxonômico possível e os briozoários foram classificados como nativos/criptogênicos/exóticos. A frequência de ocorrência (FO) foi estimada com base na porcentagem de ocorrência das espécies em cada tipo de substrato. Para comparação das assembleias de esponjas e briozoários, foi utilizado o índice de Bray-Curtis nas matrizes de presença/ausência das espécies e foram realizadas análises de variâncias permutacionais usando o tipo de substrato como fator fixo. Os padrões espaciais das assembléias estudadas foram ilustrados em gráficos de escalonamento multidimensionais não métricos para esponjas e briozoários separadamente. As análises foram realizadas no software Paleontological Statistics Software Package, versão 4.03. 32 esponjas foram identificadas, 20 nos rodolitos e 19 nos naufrágios. Xestospongia muta Schmidt, 1870 foi a mais frequente nos rodolitos com 40% de FO enquanto que Desmapsamma anchorata (Carter, 1882), Monanchora arbuscula (Duchassaing & Michelotti, 1864) e Tedania (Tedania) ignis (Duchassaing & Michelotti, 1864) dominaram os naufrágios com >50% de FO. 63 espécies de briozoários foram identificadas, 47 nos rodolitos e 29 nos naufrágios. Licornia diadema (Busk, 1852) foi a que apresentou maior ocorrência nos rodolitos com 46% de FO. Bicellariella edentata Marcus, 1955 dominou os naufrágios, sendo este o seu primeiro registro em substrato artificial no Brasil. As assembleias de esponjas e briozoários dos rodolitos foram significativamente diferentes e mais diversas que aquelas dos naufrágios. As assembleias mais diversas dos dois grupos foram as do naufrágio Vapor de Baixo e dos seus rodolitos adjacentes. As assembleias de esponjas dos rodolitos foram sub agrupadas provavelmente devido à proximidade geográfica das réplicas. A maioria dos briozoários são criptogênicos (38) e que não mostraram preferência quanto ao tipo de substrato, seguido dos nativos (33) e exóticos (4). Estes últimos foram encontrados apenas nos naufrágios, especialmente naqueles afundados mais recentemente, o que realça o alerta sobre a prática de afundamento poder facilitar a introdução de potenciais invasores.
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As esponjas e os briozoários marinhos estão entre os animais bentônicos mais comuns e diversos em recifes naturais e artificiais. Eles atuam como marcadores de biodiversidade devido às diversas interações e relações ecológicas que exercem nestes habitats. Recifes artificiais são resultados diretos das atividades antrópicas, destacando-se os naufrágios intencionais, e são relacionados com impactos ambientais diversos, incluindo eventos de bioinvasão. No Brasil, Pernambuco é pioneiro na prática e abriga mais de 110 embarcações naufragadas. Entretanto, pouco ou nada se sabe, em escalas locais e globais, sobre a fauna de esponjas e briozoários de naufrágios e de substratos naturais comuns adjacentes a estes naufrágios. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi comparar a espongiofauna e a briozoofauna de naufrágios e dos seus bancos de rodolitos adjacentes do Parque dos Naufrágios Artificiais de Pernambuco. As coletas foram realizadas em quatro naufrágios (Vapor de Baixo, Pirapama, Servemar X e Taurus) e nos rodolitos adjacentes. As amostras foram coletadas usando um quadrado de 25x25 cm posicionado nas distâncias de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 metros ao longo de um transecto horizontal que foi colocado, primeiramente, ao longo do naufrágio e, depois, ao longo dos bancos de rodolitos adjacentes, totalizando 48 réplicas (24 artificiais e 24 naturais). No laboratório, as esponjas e briozoários foram identificados no menor nível taxonômico possível e os briozoários foram classificados como nativos/criptogênicos/exóticos. A frequência de ocorrência (FO) foi estimada com base na porcentagem de ocorrência das espécies em cada tipo de substrato. Para comparação das assembleias de esponjas e briozoários, foi utilizado o índice de Bray-Curtis nas matrizes de presença/ausência das espécies e foram realizadas análises de variâncias permutacionais usando o tipo de substrato como fator fixo. Os padrões espaciais das assembléias estudadas foram ilustrados em gráficos de escalonamento multidimensionais não métricos para esponjas e briozoários separadamente. As análises foram realizadas no software Paleontological Statistics Software Package, versão 4.03. 32 esponjas foram identificadas, 20 nos rodolitos e 19 nos naufrágios. Xestospongia muta Schmidt, 1870 foi a mais frequente nos rodolitos com 40% de FO enquanto que Desmapsamma anchorata (Carter, 1882), Monanchora arbuscula (Duchassaing & Michelotti, 1864) e Tedania (Tedania) ignis (Duchassaing & Michelotti, 1864) dominaram os naufrágios com >50% de FO. 63 espécies de briozoários foram identificadas, 47 nos rodolitos e 29 nos naufrágios. Licornia diadema (Busk, 1852) foi a que apresentou maior ocorrência nos rodolitos com 46% de FO. Bicellariella edentata Marcus, 1955 dominou os naufrágios, sendo este o seu primeiro registro em substrato artificial no Brasil. As assembleias de esponjas e briozoários dos rodolitos foram significativamente diferentes e mais diversas que aquelas dos naufrágios. As assembleias mais diversas dos dois grupos foram as do naufrágio Vapor de Baixo e dos seus rodolitos adjacentes. As assembleias de esponjas dos rodolitos foram sub agrupadas provavelmente devido à proximidade geográfica das réplicas. A maioria dos briozoários são criptogênicos (38) e que não mostraram preferência quanto ao tipo de substrato, seguido dos nativos (33) e exóticos (4). Estes últimos foram encontrados apenas nos naufrágios, especialmente naqueles afundados mais recentemente, o que realça o alerta sobre a prática de afundamento poder facilitar a introdução de potenciais invasores.
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WEDJA KELLY DE MELO VASCONCELOS
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EFEITO GENOTÓXICO DA IVERMECTINA E DO IMIDACLOPRID EM IMATUROS DA ESPÉCIE DE IMPORTÂNCIA FORENSE CHRYSOMYA ALBICEPS (DIPTERA: CALLIPHORIDAE), AVALIADO PELO ENSAIO COMETA
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Orientador : SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDRE SEVERINO DA SILVA
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ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
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EMERSON PETER DA SILVA FALCAO
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SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
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Data: 17/07/2023
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O PRESENTE ESTUDO INVESTIGOU O EFEITO TÓXICO-GENÉTICO DE CONCENTRAÇÕES DE IVERMECTINA (IVM) E DE IMIDACLOPRID (IMI) EM CHRYSOMYA ALBICEPS WIEDEMANN 1819, UMA ESPÉCIE ABUNDANTE NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E DE GRANDE IMPORTÂNCIA FORENSE. OS COMPOSTOS FORAM DILUÍDOS EM ÁGUA DESTILADA E MISTURADOS À CARNE DE FÍGADO LIOFILIZADO (BAUER ET AL., 2020), NAS CONCENTRAÇÕES DE IVM 0,4980 E 0,9360 MM; E IMI 11.6 X 10-17 E 23.2 X 10-17 MM. CERCA DE 100 IMATUROS DE C. ALBICEPS SE ALIMENTARAM POR 24 H EM CADA MEIO DE TRATAMENTO. APÓS A EXPOSIÇÃO AOS COMPOSTOS E APLICAÇÃO DO ENSAIO COMETA, FORAM OBSERVADOS AUMENTO SIGNIFICATIVO NOS DANOS, EM TODOS OS TRATAMENTOS. OS RESULTADOS DEMOSTRAM QUE TANTO A IVM QUANTO O IMI CAUSAM DANOS GENOTÓXICOS EM C. ALBICPES, COM CLARO EFEITO DOSE-DEPENDENTE DA IVM, MESMO EM CONCENTRAÇÕES MUITO BAIXAS, COMO AS USADAS NESTE ESTUDO. A PRESENÇA DE DANOS INDICA O RISCO DO USO INDISCRIMINADO DOS COMPOSTOS TESTADOS, DO EFEITOS NEGATIVO SOBRE O GENOMA DE ESPÉCIES NÃO ALVO, E DO POTENCIAL RISCO DE GERAÇÃO DE MUTAÇÕES EM CÉLULAS GERMINATIVAS DOS ORGANISMOS, COM CONSEQUENTE EFEITO NEGATIVO NA SOBREVIVÊNCIA DE SEUS DESCENTES.
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O PRESENTE ESTUDO INVESTIGOU O EFEITO TÓXICO-GENÉTICO DE CONCENTRAÇÕES DE IVERMECTINA (IVM) E DE IMIDACLOPRID (IMI) EM CHRYSOMYA ALBICEPS WIEDEMANN 1819, UMA ESPÉCIE ABUNDANTE NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E DE GRANDE IMPORTÂNCIA FORENSE. OS COMPOSTOS FORAM DILUÍDOS EM ÁGUA DESTILADA E MISTURADOS À CARNE DE FÍGADO LIOFILIZADO (BAUER ET AL., 2020), NAS CONCENTRAÇÕES DE IVM 0,4980 E 0,9360 MM; E IMI 11.6 X 10-17 E 23.2 X 10-17 MM. CERCA DE 100 IMATUROS DE C. ALBICEPS SE ALIMENTARAM POR 24 H EM CADA MEIO DE TRATAMENTO. APÓS A EXPOSIÇÃO AOS COMPOSTOS E APLICAÇÃO DO ENSAIO COMETA, FORAM OBSERVADOS AUMENTO SIGNIFICATIVO NOS DANOS, EM TODOS OS TRATAMENTOS. OS RESULTADOS DEMOSTRAM QUE TANTO A IVM QUANTO O IMI CAUSAM DANOS GENOTÓXICOS EM C. ALBICPES, COM CLARO EFEITO DOSE-DEPENDENTE DA IVM, MESMO EM CONCENTRAÇÕES MUITO BAIXAS, COMO AS USADAS NESTE ESTUDO. A PRESENÇA DE DANOS INDICA O RISCO DO USO INDISCRIMINADO DOS COMPOSTOS TESTADOS, DO EFEITOS NEGATIVO SOBRE O GENOMA DE ESPÉCIES NÃO ALVO, E DO POTENCIAL RISCO DE GERAÇÃO DE MUTAÇÕES EM CÉLULAS GERMINATIVAS DOS ORGANISMOS, COM CONSEQUENTE EFEITO NEGATIVO NA SOBREVIVÊNCIA DE SEUS DESCENTES.
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LYNICK JONES SILVA
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Drone-Transect: Analisando a distribuição espaço-temporal de organismos recifais usando veículos aéreos não tripulados – RPA
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Orientador : CARLOS DANIEL PEREZ
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MEMBROS DA BANCA :
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DHONATAN DIEGO PESSI
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CARLOS DANIEL PEREZ
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KARINE MATOS MAGALHÃES
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Data: 31/07/2023
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Como o uso difundido no meio científico, os veículos aéreos não tripulados (RPA), conhecidos popularmente como drones, veem sendo utilizados para análise em regiões costeiras, incluindo o ambiente recifal. Pensando nas possibilidades, foi desenvolvido um método inovador intitulado Drone-Transect, a partir das tecnologias de geoprocessamento, para análises ecológicas. O método consiste em capturar a cobertura total de um recife a partir de imagens aéreas, permitindo análises de cunho ecológico. O Local de estudo fica situado no município de Ipojuca, na praia de Serrambi – PE. Foram processados dois lotes de imagens, o primeiro sendo coletado em 2021 em apenas um recife, e o segundo, refere-se a coletas realizadas em 2018, que contam com dois recifes. O método, caracterizado pelo baixo impacto e natureza não-destrutiva, se propõe a ser mais econômico e prático em sua aplicação. Tendo como organismo base o zoantídeo Palythoa caribaeorum, o método se mostrou eficaz a partir do comparativo entre o tradicional transecto linear, uma simulação que o replica e o método intitulado Drone-Transect, ambos realizados no primeiro lote de imagens. A metodologia apresenta uma pequena variação entre as análises, tendo eficiência comprovada, o estudo averiguou, a partir do segundo lote de imagens, a distribuição de Palythoa caribaeorum ao longo do ano em dois recifes distintos, apresentando variações significativas em sua cobertura ao longo período. Somado à uma análise de zonas, foi observado a maior densidade de cobertura de P. caribaeorum entre 20 e 30m da borda recifal. Além do mais, o método permite o solapamento coleta a coleta, possibilitando a observação das mudanças a cada amostra, permitindo uma estimativa de crescimento e mortalidade das colônias. Somado ao calculo de cobertura e distribuição, da acesso a compreensão completa da dinâmica do invertebrado recifal ao longo do ano. O trabalho caracteriza-se por apresentar uma nova metodologia não-destrutiva utilizada para análise de recifes costeiros, diminuindo o esforço físico amostral para coleta de dados e o monitoramento completo da superfície, abrindo espaço para novas possibilidades no campo de pesquisa.
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Como o uso difundido no meio científico, os veículos aéreos não tripulados (RPA), conhecidos popularmente como drones, veem sendo utilizados para análise em regiões costeiras, incluindo o ambiente recifal. Pensando nas possibilidades, foi desenvolvido um método inovador intitulado Drone-Transect, a partir das tecnologias de geoprocessamento, para análises ecológicas. O método consiste em capturar a cobertura total de um recife a partir de imagens aéreas, permitindo análises de cunho ecológico. O Local de estudo fica situado no município de Ipojuca, na praia de Serrambi – PE. Foram processados dois lotes de imagens, o primeiro sendo coletado em 2021 em apenas um recife, e o segundo, refere-se a coletas realizadas em 2018, que contam com dois recifes. O método, caracterizado pelo baixo impacto e natureza não-destrutiva, se propõe a ser mais econômico e prático em sua aplicação. Tendo como organismo base o zoantídeo Palythoa caribaeorum, o método se mostrou eficaz a partir do comparativo entre o tradicional transecto linear, uma simulação que o replica e o método intitulado Drone-Transect, ambos realizados no primeiro lote de imagens. A metodologia apresenta uma pequena variação entre as análises, tendo eficiência comprovada, o estudo averiguou, a partir do segundo lote de imagens, a distribuição de Palythoa caribaeorum ao longo do ano em dois recifes distintos, apresentando variações significativas em sua cobertura ao longo período. Somado à uma análise de zonas, foi observado a maior densidade de cobertura de P. caribaeorum entre 20 e 30m da borda recifal. Além do mais, o método permite o solapamento coleta a coleta, possibilitando a observação das mudanças a cada amostra, permitindo uma estimativa de crescimento e mortalidade das colônias. Somado ao calculo de cobertura e distribuição, da acesso a compreensão completa da dinâmica do invertebrado recifal ao longo do ano. O trabalho caracteriza-se por apresentar uma nova metodologia não-destrutiva utilizada para análise de recifes costeiros, diminuindo o esforço físico amostral para coleta de dados e o monitoramento completo da superfície, abrindo espaço para novas possibilidades no campo de pesquisa.
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WESLEY DE OLIVEIRA NEVES
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Caracterização da diversidade funcional de macrobentos e do tipo e estado de cinco praias do litoral de Pernambuco
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Orientador : JOSE ROBERTO BOTELHO DE SOUZA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
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JOSE ROBERTO BOTELHO DE SOUZA
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JOSE SOUTO ROSA FILHO
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RALF SCHWAMBORN
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Data: 31/07/2023
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As praias arenosas são ecossistemas em constante transformação que abrigam uma diversidade de animais cujo habitat é influenciado pelas interações entre a areia, ondas e as marés. Nas ultimas décadas, houve um foco significativo no estudo da ecologia dessas praias, investigando o tipo e a estrutura das comunidades em diferentes tipos de praias e suas variações regionais. Portanto, no presente estudo utilizamos uma abordagem integrativa tanto para a caracterização do tipo e estado praial como para a mensuração da diversidade taxonômica e funcional, com base nos trabalhos de McLachlan et al (2018) e Chao et al (2019). O objetivo geral desse trabalho é avaliar a influência do tipo e estado morfodinâmico na diversidade taxonômica e funcional das comunidades macrobentonicas de cinco praias sendo elas (Praia do Paiva, Guaiamum, Coqueirinhos, Tamandaré e a Ilha do Amor) na perspectiva das hipóteses de dureza de habitat e fonte e sumidouro. Em relação ao tipo e estado morfodinâmico, as praias foram classificadas como: Paiva (Refletiva e Modificada pela Maré), Ilha do Amor (Intermediária e Dominada por Ondas), Guaiamum (Intermediária e Dominada por Ondas), Tamandaré (Intermediária e Dominada por Ondas) e Coqueirinhos (Refletiva e Modificada pela Maré). Em relação a diversidade funcional e taxonômica, a praia de Tamandaré apresentou os maiores valores de diversidade (Taxonômica e Funcional) em relação as outras quatro praias. A praia do Guaiamum apresentou o menor valor de equitabilidade em relação a série de Hill, a praia de Guaiamum e Coqueirinhos, embora possuam o mesmo valor de riqueza de espécies, se diferem em relação a equitabilidade, sendo a praia de Coqueirinhos mais diversa (apresentando uma maior Equitabilidade). Em relação a diversidade Funcional, a praia de tamandaré também apresentou o maior valor de diversidade funcional tanto em relação a ordem de diversidade q = 0 como no valor médio de τ . A análise de componentes principais (PCA) para a granulometria indica que a variável Paiva está positivamente associada com a variável Areia Média, já a praia de tamandaré está fortemente associada a areias grossas e cascalinhos. Concluímos que a abordagem utilizada tanto para classificar as praias como para estimar a diversidade das comunidades utilizada no presente estudo atualmente é uma das melhores ferramentas disponíveis para realizar estimativas confiáveis dessas variáveis.
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As praias arenosas são ecossistemas em constante transformação que abrigam uma diversidade de animais cujo habitat é influenciado pelas interações entre a areia, ondas e as marés. Nas ultimas décadas, houve um foco significativo no estudo da ecologia dessas praias, investigando o tipo e a estrutura das comunidades em diferentes tipos de praias e suas variações regionais. Portanto, no presente estudo utilizamos uma abordagem integrativa tanto para a caracterização do tipo e estado praial como para a mensuração da diversidade taxonômica e funcional, com base nos trabalhos de McLachlan et al (2018) e Chao et al (2019). O objetivo geral desse trabalho é avaliar a influência do tipo e estado morfodinâmico na diversidade taxonômica e funcional das comunidades macrobentonicas de cinco praias sendo elas (Praia do Paiva, Guaiamum, Coqueirinhos, Tamandaré e a Ilha do Amor) na perspectiva das hipóteses de dureza de habitat e fonte e sumidouro. Em relação ao tipo e estado morfodinâmico, as praias foram classificadas como: Paiva (Refletiva e Modificada pela Maré), Ilha do Amor (Intermediária e Dominada por Ondas), Guaiamum (Intermediária e Dominada por Ondas), Tamandaré (Intermediária e Dominada por Ondas) e Coqueirinhos (Refletiva e Modificada pela Maré). Em relação a diversidade funcional e taxonômica, a praia de Tamandaré apresentou os maiores valores de diversidade (Taxonômica e Funcional) em relação as outras quatro praias. A praia do Guaiamum apresentou o menor valor de equitabilidade em relação a série de Hill, a praia de Guaiamum e Coqueirinhos, embora possuam o mesmo valor de riqueza de espécies, se diferem em relação a equitabilidade, sendo a praia de Coqueirinhos mais diversa (apresentando uma maior Equitabilidade). Em relação a diversidade Funcional, a praia de tamandaré também apresentou o maior valor de diversidade funcional tanto em relação a ordem de diversidade q = 0 como no valor médio de τ . A análise de componentes principais (PCA) para a granulometria indica que a variável Paiva está positivamente associada com a variável Areia Média, já a praia de tamandaré está fortemente associada a areias grossas e cascalinhos. Concluímos que a abordagem utilizada tanto para classificar as praias como para estimar a diversidade das comunidades utilizada no presente estudo atualmente é uma das melhores ferramentas disponíveis para realizar estimativas confiáveis dessas variáveis.
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NAYRA NASCIMENTO DE MOURA
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AVALIAÇÃO DA SEVERIDADE DO IMPACTO POR ÓLEO NOS RECIFES DO LITORAL DE PERNAMBUCO: MÚLTIPLAS ABORDAGENS NO USO DE COPEPODA HARPACTICOIDA (CRUSTACEA)
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Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
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ANDRE MORGADO ESTEVES
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PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
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ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
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Data: 31/07/2023
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Durante o último semestre de 2019, a costa do Nordeste do Brasil sofreu um impacto significativo de uma extensa quantidade de petróleo e os organismos marinhos nas áreas afetadas pelo derramamento desse contaminante ficaram sujeitos a impactos significativos. Situações como essas têm um impacto considerável na meiofauna, e os efeitos podem persistir por períodos variáveis, afetando a recuperação e a sensibilidade dos táxons de várias maneiras distintas. Há um crescimento significativo na realização de estudos sobre a meiofauna, pois eles se mostram excelentes indicadores de impactos causados por óleo, devido ao ciclo de vida curto, concluído em poucas semanas, e à associação com diversos micro-habitats. A influência dos contaminantes do óleo, como HPAs, na comunidade bentônica resulta em uma redução da abundância e diversidade dos táxons nas áreas com maior exposição aos componentes químicos. Os objetivos deste estudo foram os seguintes: 1) Realizar uma revisão bibliográfica para identificar os trabalhos relacionados à interação entre o óleo e a meiofauna. Para isso, utilizamos a plataforma Scopus para coletar os dados, resultando em 173 estudos encontrados e após a aplicação de critérios de exclusão, foram utilizados 66 trabalhos para análise; e 2) Avaliar a meiofauna de recifes de coral em duas praias distintas: a praia do Cupe, que sofreu impacto de óleo, e a Praia de Serrambi, considerada como área de controle por não ter sido afetada pelo óleo. Utilizamos tapetes de grama sintética como substrato artificial para a colonização da meiofauna. Geralmente, os nematoides exibem maior resistência, e neste estudo foi possível observar este mesmo padrão, o grupo dos copépodes mostrou-se mais sensíveis ao óleo. Após dois anos do acidente, a recuperação dos organismos da meiofauna pareceu ser satisfatória.
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Durante o último semestre de 2019, a costa do Nordeste do Brasil sofreu um impacto significativo de uma extensa quantidade de petróleo e os organismos marinhos nas áreas afetadas pelo derramamento desse contaminante ficaram sujeitos a impactos significativos. Situações como essas têm um impacto considerável na meiofauna, e os efeitos podem persistir por períodos variáveis, afetando a recuperação e a sensibilidade dos táxons de várias maneiras distintas. Há um crescimento significativo na realização de estudos sobre a meiofauna, pois eles se mostram excelentes indicadores de impactos causados por óleo, devido ao ciclo de vida curto, concluído em poucas semanas, e à associação com diversos micro-habitats. A influência dos contaminantes do óleo, como HPAs, na comunidade bentônica resulta em uma redução da abundância e diversidade dos táxons nas áreas com maior exposição aos componentes químicos. Os objetivos deste estudo foram os seguintes: 1) Realizar uma revisão bibliográfica para identificar os trabalhos relacionados à interação entre o óleo e a meiofauna. Para isso, utilizamos a plataforma Scopus para coletar os dados, resultando em 173 estudos encontrados e após a aplicação de critérios de exclusão, foram utilizados 66 trabalhos para análise; e 2) Avaliar a meiofauna de recifes de coral em duas praias distintas: a praia do Cupe, que sofreu impacto de óleo, e a Praia de Serrambi, considerada como área de controle por não ter sido afetada pelo óleo. Utilizamos tapetes de grama sintética como substrato artificial para a colonização da meiofauna. Geralmente, os nematoides exibem maior resistência, e neste estudo foi possível observar este mesmo padrão, o grupo dos copépodes mostrou-se mais sensíveis ao óleo. Após dois anos do acidente, a recuperação dos organismos da meiofauna pareceu ser satisfatória.
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CAMILLA SILVA DE OLIVEIRA
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AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DO PROCESSO DE TRANSPLANTAÇÃO DA ESPÉCIE DE CORAL AMEAÇADA E ENDÊMICA DO BRASIL, Mussismilia harttii (Verrill, 1868)
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Orientador : PAULA BRAGA GOMES
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MEMBROS DA BANCA :
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FELIPE FERREIRA CAMPOS
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FERNANDA MARIA DUARTE DO AMARAL
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PAULA BRAGA GOMES
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RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
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Data: 31/07/2023
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O coral escleractíneo Mussismilia harttii é endêmico do Brasil e já foi considerado umas das principais espécies construtoras de recifes do país. Entretanto, distúrbios naturais e antrópicos, têm causado o rápido declínio populacional da espécie, o que garantiu à espécie o status de ameaçado de extinção segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Neste trabalho, avaliamos a viabilidade do cultivo da espécie M. harttii como ferramenta para restauração em locais onde a população encontra-se em declínio avançado. Fragmentos de M. harttii encontrados caídos naturalmente no substrato foram coletados em Japaratinga, Alagoas (JP) e Porto de Galinhas, Pernambuco (PG), representando os locais em melhor e pior estado de conservação, respectivamente, para comparação com base na origem das mudas. Um total de 120 mudas (60 oriundas de JP e 60 de PG) foram produzidas e em seguida fixadas em mesas construídas em material PVC, para serem cultivadas em três piscinas recifais de Porto de Galinhas - PE: Aquário, Canal da Paixão e Picão Sul. As mudas e os locais foram monitorados regularmente durante 15 meses para avaliação das taxas de mortalidade, branqueamento, incidência de doenças, crescimento, peso e os parâmetros abióticos da água. A mortalidade no experimento foi baixa (14,16%). O maior crescimento ocorreu na piscina "Aquário" nos 4 meses iniciais de cultivo, com crescimento médio de 33,61% (3,37 ± 0,43) e 39,28% (3,23 ± 0,46), com diferença significativa tanto nas mudas oriundas de PG quanto de JP (p < 0,0001 e p < 0,001, respectivamente). Na piscina “Canal da Paixão” as mudas de JP apresentaram aumento de 16,87% (2,73 ± 0,36) (p < 0,05). Não foram encontradas diferenças significativas nos tamanhos iniciais e finais para as mudas de PG na piscina “Canal da Paixão”, assim como as mudas em “Picão Sul” (PG e JP). Segundo o teste ANOVA de 2 fatores, o tempo de cultivo e a origem das mudas não influenciaram o crescimento, por outro lado, há diferença significativa no crescimento entre as piscinas. O ganho de peso foi maior e significativo em todas as situações, com valores entre 58,3% e 75,2%. Danos estruturais causados pela ação de ondas ao longo do período de cultivo ocasionaram a perda de mudas por destacamento dos berços (81,6%), o que limitou as análises. Os resultados mostram que a espécie tem grande potencial de cultivo, porém, para o sucesso da restauração, é necessário o desenvolvimento de estruturas funcionais que protejam as mudas das ações de ondas e eventos climáticos.
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O coral escleractíneo Mussismilia harttii é endêmico do Brasil e já foi considerado umas das principais espécies construtoras de recifes do país. Entretanto, distúrbios naturais e antrópicos, têm causado o rápido declínio populacional da espécie, o que garantiu à espécie o status de ameaçado de extinção segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Neste trabalho, avaliamos a viabilidade do cultivo da espécie M. harttii como ferramenta para restauração em locais onde a população encontra-se em declínio avançado. Fragmentos de M. harttii encontrados caídos naturalmente no substrato foram coletados em Japaratinga, Alagoas (JP) e Porto de Galinhas, Pernambuco (PG), representando os locais em melhor e pior estado de conservação, respectivamente, para comparação com base na origem das mudas. Um total de 120 mudas (60 oriundas de JP e 60 de PG) foram produzidas e em seguida fixadas em mesas construídas em material PVC, para serem cultivadas em três piscinas recifais de Porto de Galinhas - PE: Aquário, Canal da Paixão e Picão Sul. As mudas e os locais foram monitorados regularmente durante 15 meses para avaliação das taxas de mortalidade, branqueamento, incidência de doenças, crescimento, peso e os parâmetros abióticos da água. A mortalidade no experimento foi baixa (14,16%). O maior crescimento ocorreu na piscina "Aquário" nos 4 meses iniciais de cultivo, com crescimento médio de 33,61% (3,37 ± 0,43) e 39,28% (3,23 ± 0,46), com diferença significativa tanto nas mudas oriundas de PG quanto de JP (p < 0,0001 e p < 0,001, respectivamente). Na piscina “Canal da Paixão” as mudas de JP apresentaram aumento de 16,87% (2,73 ± 0,36) (p < 0,05). Não foram encontradas diferenças significativas nos tamanhos iniciais e finais para as mudas de PG na piscina “Canal da Paixão”, assim como as mudas em “Picão Sul” (PG e JP). Segundo o teste ANOVA de 2 fatores, o tempo de cultivo e a origem das mudas não influenciaram o crescimento, por outro lado, há diferença significativa no crescimento entre as piscinas. O ganho de peso foi maior e significativo em todas as situações, com valores entre 58,3% e 75,2%. Danos estruturais causados pela ação de ondas ao longo do período de cultivo ocasionaram a perda de mudas por destacamento dos berços (81,6%), o que limitou as análises. Os resultados mostram que a espécie tem grande potencial de cultivo, porém, para o sucesso da restauração, é necessário o desenvolvimento de estruturas funcionais que protejam as mudas das ações de ondas e eventos climáticos.
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CARLOS VINICIUS COSTA DA SILVA
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ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO DO MAR E SEUS IMPACTOS NA QUALIDADE ECOLÓGICA DAS PRAIAS
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Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
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LEANDRO MANZONI VIEIRA
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PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
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TATIANA FABRICIO MARIA
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Data: 31/07/2023
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A zona costeira representa apenas 20% de toda a terra disponível no globo e abriga aproximadamente 40% da população mundial. O interesse na região se dá pela oferta de serviços como lazer, turismo e alimentação, tornando-as o ambiente natural mais usado pelas pessoas no mundo. Entretanto, a urbanização da costa e a ocupação desordenada no litoral pode resultar em efeitos negativos para os ecossistemas costeiros, reconhecidamente sensíveis a fatores antrópicos oriundos da urbanização. Nesse sentido, o aporte de nutrientes e esgoto doméstico que chegam as praias podem provocar fenômenos conhecidos como a maré vermelha, através da proliferação excessiva de microalgas. O acúmulo de matéria orgânica, somado a outros impactos como a construção de obras de contenção do mar, pode facilitar o processo de apóxia pela perda de serviços ecossistêmicos como a degradação de matéria orgânica e transporte de matéria acumulada nas praias para outros locais. Essas estruturas de contenção também são conhecidas por impactar negativamente a macrofauna, facilitando a inserção de espécies exóticas e oportunistas, além de diminuir a diversidade local de forma geral. Ademais, mensurar os impactos na fauna é um processo de alto custo, que leva muito tempo e precisa de mão de obra especializada, como é o caso de índices como o AMBI, BOPA, entre outros. Dessa forma, essa tese teve dois objetivos: 1- identificar quais os fatores de origem antrópica estão relacionados com o acúmulo de matéria orgânica e clorofila ao redor do globo, através de uma meta-análise. 2- facilitar a avaliação do impacto ambiental da urbanização na macrofauna de praias arenosas, testando a adequação de um protocolo rápido de avaliação com base em características simples do sedimento como cor, cheiro e textura, para praias tropicais, comparando seus resultados a valores de potencial de oxirredução do sedimento, o índice biótico BOPA e a boletins de balneabilidade. Os resultados obtidos mostraram que diferenças metodológicas na amostragem da matéria orgânica podem causar enviesamento dos dados, e que a clorofila está intimamente associada ao despejo de esgoto em praias. Além disso, o método de avaliação rápida se mostrou eficiente em classificar as praias quanto a qualidade do sedimento e da macrofauna. Esperamos com esses resultados mostrar que as praias arenosas, muitas vezes subestimadas quanto a necessidade de esforço para conservação, estão suscetíveis a diversos impactos, necessitando de atenção especial dos tomadores de decisões para melhores ações de manejo nesses locais.
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A zona costeira representa apenas 20% de toda a terra disponível no globo e abriga aproximadamente 40% da população mundial. O interesse na região se dá pela oferta de serviços como lazer, turismo e alimentação, tornando-as o ambiente natural mais usado pelas pessoas no mundo. Entretanto, a urbanização da costa e a ocupação desordenada no litoral pode resultar em efeitos negativos para os ecossistemas costeiros, reconhecidamente sensíveis a fatores antrópicos oriundos da urbanização. Nesse sentido, o aporte de nutrientes e esgoto doméstico que chegam as praias podem provocar fenômenos conhecidos como a maré vermelha, através da proliferação excessiva de microalgas. O acúmulo de matéria orgânica, somado a outros impactos como a construção de obras de contenção do mar, pode facilitar o processo de apóxia pela perda de serviços ecossistêmicos como a degradação de matéria orgânica e transporte de matéria acumulada nas praias para outros locais. Essas estruturas de contenção também são conhecidas por impactar negativamente a macrofauna, facilitando a inserção de espécies exóticas e oportunistas, além de diminuir a diversidade local de forma geral. Ademais, mensurar os impactos na fauna é um processo de alto custo, que leva muito tempo e precisa de mão de obra especializada, como é o caso de índices como o AMBI, BOPA, entre outros. Dessa forma, essa tese teve dois objetivos: 1- identificar quais os fatores de origem antrópica estão relacionados com o acúmulo de matéria orgânica e clorofila ao redor do globo, através de uma meta-análise. 2- facilitar a avaliação do impacto ambiental da urbanização na macrofauna de praias arenosas, testando a adequação de um protocolo rápido de avaliação com base em características simples do sedimento como cor, cheiro e textura, para praias tropicais, comparando seus resultados a valores de potencial de oxirredução do sedimento, o índice biótico BOPA e a boletins de balneabilidade. Os resultados obtidos mostraram que diferenças metodológicas na amostragem da matéria orgânica podem causar enviesamento dos dados, e que a clorofila está intimamente associada ao despejo de esgoto em praias. Além disso, o método de avaliação rápida se mostrou eficiente em classificar as praias quanto a qualidade do sedimento e da macrofauna. Esperamos com esses resultados mostrar que as praias arenosas, muitas vezes subestimadas quanto a necessidade de esforço para conservação, estão suscetíveis a diversos impactos, necessitando de atenção especial dos tomadores de decisões para melhores ações de manejo nesses locais.
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HELTER EDUARD VASCONCELOS LIMA
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Mecanismos envolvidos na coocorrência interespecífica de cupins (Isoptera: Termitidae): efeito da distância entre colônias e a quantidade de recurso alimentar
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Orientador : ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
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MEMBROS DA BANCA :
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ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
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FLAVIA MARIA DA SILVA MOURA
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SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
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WENDEL JOSE TELES PONTES
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Data: 03/08/2023
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À exemplo dos demais insetos eussociais, cupins compartilham em suas colônias o alimento coletado, otimizando o forrageio e diminuindo riscos. Porém, quando diferentes grupos compartilham dos mesmos recursos e áreas de uso, isso pode afetar a nidificação, crescimento e desenvolvimento dos competidores. No presente estudo, investigou-se a coocorrência e agressividade entre os cupins Nasutitermes corniger e Microcerotermes sp. em relação à distância entre colônias e disponibilidade de recursos. Colônias de cupins pertencentes às duas espécies foram coletadas em fragmentos periurbanos de Floresta Atlântica no estado de Pernambuco. Testes de colonização de iscas interespecíficas e intraespecíficas com diferentes quantidades de recurso alimentar, além de bioensaios de agressividade e sobrevivência, foram realizados no LabEcoIn da UFRPE. Resultados mostraram que a coocorrência interespecífica não foi afetada significativamente pela distância ou quantidade de recurso. Já a coocorrência intraespecífica de N. corniger nas iscas foi afetada pela distância e disponibilidade de recurso, enquanto para Microcerotermes sp., apenas a quantidade de recurso importou. O Índice de Agressividade (AI) foi maior em combinações interespecíficas, e combinações intraespecíficas tiveram maior tempo médio de morte. Os achados sugerem que a coocorrência entre as espécies pode não ser modulada pela disponibilidade de recursos ou distância entre colônias, mas sim pela alta habilidade competitiva de N. corniger, que possivelmente explica a maior densidade de ninhos dessa espécie em comparação com Microcerotermes sp. A capacidade competitiva de Microcerotermes spp., contudo, ainda requer maior esforço investigativo, apesar de suas estruturas de ninhos e consumo de necromassa vegetal serem conhecidos.
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À exemplo dos demais insetos eussociais, cupins compartilham em suas colônias o alimento coletado, otimizando o forrageio e diminuindo riscos. Porém, quando diferentes grupos compartilham dos mesmos recursos e áreas de uso, isso pode afetar a nidificação, crescimento e desenvolvimento dos competidores. No presente estudo, investigou-se a coocorrência e agressividade entre os cupins Nasutitermes corniger e Microcerotermes sp. em relação à distância entre colônias e disponibilidade de recursos. Colônias de cupins pertencentes às duas espécies foram coletadas em fragmentos periurbanos de Floresta Atlântica no estado de Pernambuco. Testes de colonização de iscas interespecíficas e intraespecíficas com diferentes quantidades de recurso alimentar, além de bioensaios de agressividade e sobrevivência, foram realizados no LabEcoIn da UFRPE. Resultados mostraram que a coocorrência interespecífica não foi afetada significativamente pela distância ou quantidade de recurso. Já a coocorrência intraespecífica de N. corniger nas iscas foi afetada pela distância e disponibilidade de recurso, enquanto para Microcerotermes sp., apenas a quantidade de recurso importou. O Índice de Agressividade (AI) foi maior em combinações interespecíficas, e combinações intraespecíficas tiveram maior tempo médio de morte. Os achados sugerem que a coocorrência entre as espécies pode não ser modulada pela disponibilidade de recursos ou distância entre colônias, mas sim pela alta habilidade competitiva de N. corniger, que possivelmente explica a maior densidade de ninhos dessa espécie em comparação com Microcerotermes sp. A capacidade competitiva de Microcerotermes spp., contudo, ainda requer maior esforço investigativo, apesar de suas estruturas de ninhos e consumo de necromassa vegetal serem conhecidos.
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RUBEM CLAUDIO SIMOES VIEIRA
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Uso de recursos polínicos por Melipona scutellaris e Tetragonisca angustula (Meliponini, Apidae) em uma mesma área de forrageio
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Orientador : ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
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MEMBROS DA BANCA :
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CAMILA MAIA DA SILVA
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ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
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MARIA TERESA AURELIANO BURIL VITAL RODRIGUES
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SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
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Data: 16/08/2023
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As “abelhas sem ferrão” (Apidae, Meliponini) constituem o mais diverso grupo de abelhas sociais, com distribuição em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a perda de habitats naturais e a introdução de Apis mellifera, generalista no uso de recursos polínicos e que forma grandes colônias, são os principais obstáculos à conservação desses insetos. Neste sentido, a meliponicultura é um importante aliado aos esforços conservacionistas. Entendendo que a disponibilidade de recursos pode moldar a coexistência espaço temporal dos organismos, o presente trabalho objetivou analisar se duas espécies de abelhas sem ferrão morfologicamente distintas, quando criadas na mesma área de forrageio, utilizam-se das mesmas plantas poliníferas, indicando competição por um recurso limitante. Foram identificados 30 morfotipos polínicos, sendo 21 em Mellipona scutellaris e 22 em Tetragonisca angustula. Nossos resultados mostram que as duas espécies observadas utilizam diferentes fontes de recursos (p < 0,001; ANOSIM), o que provavelmente se deve a diferenças morfológicas (i.e., tamanho corporal). Operárias de M. scutellaris, por serem maiores e voarem mais alto, podem acessar fontes de pólen inacessíveis às operárias de T. angustula. Além disso, é provável que os recursos polínicos coletados por M. scutellaris não estejam disponíveis para T. angustula devido à atividade forrageadora em horários distintos, com a primeira espécie sendo mais ativa pela manhã e a segunda pela tarde. Esses resultados reforçam a viabilidade da coexistência dessas espécies em uma mesma área de criação, sem impactos negativos na produção do meliponicultor ou na subsistência dos ninhos.
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As “abelhas sem ferrão” (Apidae, Meliponini) constituem o mais diverso grupo de abelhas sociais, com distribuição em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a perda de habitats naturais e a introdução de Apis mellifera, generalista no uso de recursos polínicos e que forma grandes colônias, são os principais obstáculos à conservação desses insetos. Neste sentido, a meliponicultura é um importante aliado aos esforços conservacionistas. Entendendo que a disponibilidade de recursos pode moldar a coexistência espaço temporal dos organismos, o presente trabalho objetivou analisar se duas espécies de abelhas sem ferrão morfologicamente distintas, quando criadas na mesma área de forrageio, utilizam-se das mesmas plantas poliníferas, indicando competição por um recurso limitante. Foram identificados 30 morfotipos polínicos, sendo 21 em Mellipona scutellaris e 22 em Tetragonisca angustula. Nossos resultados mostram que as duas espécies observadas utilizam diferentes fontes de recursos (p < 0,001; ANOSIM), o que provavelmente se deve a diferenças morfológicas (i.e., tamanho corporal). Operárias de M. scutellaris, por serem maiores e voarem mais alto, podem acessar fontes de pólen inacessíveis às operárias de T. angustula. Além disso, é provável que os recursos polínicos coletados por M. scutellaris não estejam disponíveis para T. angustula devido à atividade forrageadora em horários distintos, com a primeira espécie sendo mais ativa pela manhã e a segunda pela tarde. Esses resultados reforçam a viabilidade da coexistência dessas espécies em uma mesma área de criação, sem impactos negativos na produção do meliponicultor ou na subsistência dos ninhos.
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TULIO FREIRE XAVIER
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Avaliação dos efeitos dos impactos sonoros humanos na diversidade acústica de recifes de corais do nordeste brasileiro
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Orientador : JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
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MEMBROS DA BANCA :
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LIS BITTENCOURT VILAS BOAS
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BEATRICE PADOVANI FERREIRA
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BRUNA MARTINS BEZERRA
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JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
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Data: 27/10/2023
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A poluição sonora prejudica a vida marinha, impactando a comunicação e saúde dos animais. A ecologia de paisagens acústicas fornece informações sobre relações ecológicas, destacando os efeitos dos sons humanos nos ecossistemas recifais. No Brasil, a escassez de estudos sobre poluição sonora em recifes de coral destaca a necessidade de uma investigação dessa questão. Este estudo buscou comparar paisagens acústicas recifais de diferentes regiões, considerando os impactos da antropofonia nos diferentes tipos e estações de turismo da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais e da Área de Proteção Ambiental Guadalupe. Mais especificamente, (1) identificando e caracterizando os contribuintes sonoros encontrados; (2) analisando a relação entre a diversidade e riqueza de peixes marinhos com a complexidades acústica da ictiofauna; e (3) investigando como a antropofonia e as variáveis de temperatura e profundidade afetam a complexidade acústica dos recifes de corais. Foram realizadas gravações subaquáticas em vários locais de interesse, abrangendo diferentes tipos (regionais e sazonais) e estações (alta e baixa) de turismo, utilizando um hidrofone e um gravador digital. Ao analisar as gravações, constatou-se a presença de contribuintes representantes de biofonia, geofonia e antropofonia. Para analisar a diversidade de peixes locais, foram conduzidos censos visuais, revelando uma correlação entre a diversidade e a abundância de peixes com a complexidade acústica e o número de perfis sonoros encontrados. A análise de Modelo Linear Generalizado apontou que, entre os fatores relacionados às atividades humanas avaliadas, a proximidade da costa exerceu o maior impacto na complexidade acústica, seguida pela estação e tipo de turismo. Além disso, foram coletados dados de profundidade e temperatura para investigar suas influências na complexidade acústica, mostrando haver uma relação perante os valores, embora menos acentuada. Temporalmente, os períodos de maiores quedas no Índice de Complexidade Acústica coincidiram com os momentos de atividades associadas à influência humana, resultando em quedas de ~50%, especialmente em locais próximos à costa durante a alta temporada de turismo. Nos espectrogramas, foi observado um padrão semelhante, caracterizado pela presença de ruídos humanos em faixas de frequência mais baixas. Em síntese, o estudo identificou como o turismo atua diretamente como fonte de antropofonia, exercendo influência sobre a complexidade acústica das paisagens sonoras dos recifes do Nordeste, assim como pelas condições ambientais, como temperatura e profundidade. Além disso, a comunidade de peixes demonstrou ser uma parte significativa dos representantes das paisagens observadas, sendo amplamente afetada pelos impactos sonoros humanos. Os resultados também apresentam implicações significativas para estratégias de gestão e conservação de ecossistemas marinhos, onde as descobertas deste estudo podem orientar a implementação de regulamentações mais rigorosas relacionadas ao turismo costeiro e à redução da poluição sonora em recifes de coral.
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A poluição sonora prejudica a vida marinha, impactando a comunicação e saúde dos animais. A ecologia de paisagens acústicas fornece informações sobre relações ecológicas, destacando os efeitos dos sons humanos nos ecossistemas recifais. No Brasil, a escassez de estudos sobre poluição sonora em recifes de coral destaca a necessidade de uma investigação dessa questão. Este estudo buscou comparar paisagens acústicas recifais de diferentes regiões, considerando os impactos da antropofonia nos diferentes tipos e estações de turismo da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais e da Área de Proteção Ambiental Guadalupe. Mais especificamente, (1) identificando e caracterizando os contribuintes sonoros encontrados; (2) analisando a relação entre a diversidade e riqueza de peixes marinhos com a complexidades acústica da ictiofauna; e (3) investigando como a antropofonia e as variáveis de temperatura e profundidade afetam a complexidade acústica dos recifes de corais. Foram realizadas gravações subaquáticas em vários locais de interesse, abrangendo diferentes tipos (regionais e sazonais) e estações (alta e baixa) de turismo, utilizando um hidrofone e um gravador digital. Ao analisar as gravações, constatou-se a presença de contribuintes representantes de biofonia, geofonia e antropofonia. Para analisar a diversidade de peixes locais, foram conduzidos censos visuais, revelando uma correlação entre a diversidade e a abundância de peixes com a complexidade acústica e o número de perfis sonoros encontrados. A análise de Modelo Linear Generalizado apontou que, entre os fatores relacionados às atividades humanas avaliadas, a proximidade da costa exerceu o maior impacto na complexidade acústica, seguida pela estação e tipo de turismo. Além disso, foram coletados dados de profundidade e temperatura para investigar suas influências na complexidade acústica, mostrando haver uma relação perante os valores, embora menos acentuada. Temporalmente, os períodos de maiores quedas no Índice de Complexidade Acústica coincidiram com os momentos de atividades associadas à influência humana, resultando em quedas de ~50%, especialmente em locais próximos à costa durante a alta temporada de turismo. Nos espectrogramas, foi observado um padrão semelhante, caracterizado pela presença de ruídos humanos em faixas de frequência mais baixas. Em síntese, o estudo identificou como o turismo atua diretamente como fonte de antropofonia, exercendo influência sobre a complexidade acústica das paisagens sonoras dos recifes do Nordeste, assim como pelas condições ambientais, como temperatura e profundidade. Além disso, a comunidade de peixes demonstrou ser uma parte significativa dos representantes das paisagens observadas, sendo amplamente afetada pelos impactos sonoros humanos. Os resultados também apresentam implicações significativas para estratégias de gestão e conservação de ecossistemas marinhos, onde as descobertas deste estudo podem orientar a implementação de regulamentações mais rigorosas relacionadas ao turismo costeiro e à redução da poluição sonora em recifes de coral.
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JUANN ARYELL FRANCISCO DE HOLANDA ABREU
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ANATOMIA E FUNÇÃO DA MUSCULATURA MASTIGATÓRIA DE MARSUPIAIS DIDELFÍDEOS (DIDELPHIMORPHIA; DIDELPHIDAE)
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Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
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MEMBROS DA BANCA :
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LEONARDO GUIMARÃES LESSA
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BRUNA MARTINS BEZERRA
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DIEGO ASTUA DE MORAES
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RAFAELA VELLOSO MISSAGIA
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Data: 28/11/2023
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Os didelfídeos representam a maioria da diversidade dos marsupiais americanos. Tradicionalmente, são considerados como generalistas, mas variam quanto a proporção dos itens que consomem. Nós abordamos a relação entre as características musculares e a exploração desses recursos alimentares a partir de dois estudos, ao longo da ontogenia de Didelphis albiventris e em diferentes gêneros de didelfídeos. Para isso, nós apresentamos dados anatômicos e biomecânicos da musculatura mastigatória de uma série ontogenética de D. albiventris e nove gêneros de Didelphidae, e combinamos essas informações para estimativas funcionais relacionadas a dieta. A ontogenia da anatomia dos músculos mastigatórios de D. albiventris apontou um aumento das áreas de fixação desses músculos no crânio e mandíbula, e da adução mandibular ao longo do desenvolvimento. Os músculos cresceram essencialmente com alometria positiva. Essa tendência indica que indivíduos adultos possuem músculos relativamente maiores e provavelmente uma mordida mais forte para o consumo de itens mais difíceis na idade adulta. No entanto, através de amostra dos didelfídeos, a massa e as propriedades arquiteturais de comprimento dos fascículos e PCSA, foram isométricos. As forças de mordida calculadas no canino e primeiro molar também não foram diferentes da isometria e não correlacionaram com a dieta. Portanto, a variação na força de mordida dos didelfídeos foi absoluta, e a diversificação da dieta pode ser suportada pela diferenciação do tamanho.
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Os didelfídeos representam a maioria da diversidade dos marsupiais americanos. Tradicionalmente, são considerados como generalistas, mas variam quanto a proporção dos itens que consomem. Nós abordamos a relação entre as características musculares e a exploração desses recursos alimentares a partir de dois estudos, ao longo da ontogenia de Didelphis albiventris e em diferentes gêneros de didelfídeos. Para isso, nós apresentamos dados anatômicos e biomecânicos da musculatura mastigatória de uma série ontogenética de D. albiventris e nove gêneros de Didelphidae, e combinamos essas informações para estimativas funcionais relacionadas a dieta. A ontogenia da anatomia dos músculos mastigatórios de D. albiventris apontou um aumento das áreas de fixação desses músculos no crânio e mandíbula, e da adução mandibular ao longo do desenvolvimento. Os músculos cresceram essencialmente com alometria positiva. Essa tendência indica que indivíduos adultos possuem músculos relativamente maiores e provavelmente uma mordida mais forte para o consumo de itens mais difíceis na idade adulta. No entanto, através de amostra dos didelfídeos, a massa e as propriedades arquiteturais de comprimento dos fascículos e PCSA, foram isométricos. As forças de mordida calculadas no canino e primeiro molar também não foram diferentes da isometria e não correlacionaram com a dieta. Portanto, a variação na força de mordida dos didelfídeos foi absoluta, e a diversificação da dieta pode ser suportada pela diferenciação do tamanho.
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Teses |
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ARISTOTELES PHILIPPE NUNES QUEIROZ
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ECOLOGIA TRÓFICA DE DASIATÍDEOS (DASYATIDAE: MYLIOBATOIDEI) NA COSTA DE PERNAMBUCO, BRASIL
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Orientador : ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
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MEMBROS DA BANCA :
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TIEGO LUIZ DE ARAUJO COSTA
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FABRICE DUPONCHELLE
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JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
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RALF SCHWAMBORN
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RICARDO DE SOUZA ROSA
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ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
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Data: 28/02/2023
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Compreender a dinâmica trófica e espacial de elasmobrânquios comercialmente importantes é fundamental para a gestão pesqueira. Por isso, este trabalho objetivou descrever a ecologia alimentar e uso de hábitat de três espécies de raias demersais simpátricas e testar a importância topológica de uma delas em uma rede trófica estuarina. Três abordagens foram utilizadas neste estudo: I) Através de análises combinadas de conteúdo estomacal e isótopos estáveis (δ 13 C e δ 15 N). Observou-se que Hypanus guttatus é um mesopredador com uma dieta diversa de organismos bentônicos e epibentônicos marinhos e estuarinos. Hypanus berthalutzae é um predador marinho generalista, mas ocupa nível trófico mais alto. Em contraste, Hypanus marianae é um mesopredador marinho especializado e com baixa amplitude de nicho. Embora ocorra sobreposição de nicho, as três raias utilizam os as presas em proporções diferentes e ocuparam nichos tróficos distintos, potencialmente limitando a competição por recursos e promovendo a coexistência; II) Utilizamos dados de isótopos estáveis de tecido muscular (δ 13 C e δ 15 N) e dados de microquímica de vértebras ( 24 Mg, 43 Ca, 55 Mn, 86 Sr e 138 Ba) para analisar o uso do habitat pelas três espécies de raias em diferentes estágios de vida. Nossa abordagem revelou movimentos de entrada e saída em áreas estuarinas por H. guttatus, forte especificidade para habitats de recifes costeiros para H. marianae, e uso de águas mais profundas por adultos de H. berthalutzae. Também revelamos diferenças significativas entre os sexos no uso do habitat para H. berthalutzae, especialmente para elementos associados a zonas hipóxicas ( 55 Mn) e variações de salinidade ( 86 Sr e 138 Ba); III) Com abordagens topológicas, foi avaliada importância da raia H. guttatus em um ambiente estuarino. A raia não foi classificada como espécie-chave e seu potencial de dispersão de efeitos indiretos se limita aos efeitos “top-down”, atuando como um predador de topo da fauna bentônica. Detritos se destacou como um dos principais nós nas análises topológicas e de espécies-chave, reflexo da importância do suprimento estuarino de matéria orgânica na manutenção de redes alimentares aquáticas costeiras. A pesca atua como um predador de topo, sendo um dos principais nós capazes de afetar a rede de forma rápida e com ampla disseminação e de gerar maior fragmentação. Em uma visão geral, as três raias desempenham papéis ecológicos diferentes nos ecossistemas que ocupam, limitando a redundância funcional. Os ambientes estuarinos e recifes de coral são as áreas mais importantes para H. guttatus e H. marianae, respectivamente, enquanto H. berthalutzae parece utilizar toda a plataforma continental ao longo de seu ciclo de vida.
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As raias Hypanus guttatus, H. marianae e H. berthalutzae são Myliobatiformes demersais que ocorrem em águas costeiras do Brasil e exploram diferentes hábitats ao longo do seu ciclo de vida, sendo capturadas pela pesca artesanal que atua ao longo de sua distribuição. A ecologia trófica e o uso do hábitat dessas espécies são informações valiosas que podem auxiliar futuras medidas de proteção. Assim, este trabalho objetivou descrever a dieta, nível trófico e uso do hábitat de H. guttatus, H. marianae e H. bertalutzae através das análises de conteúdos estomacais e isótopos estáveis de 13C e 15N. A raia H. marianae explora desde recifes costeiros a águas marinhas mais profundas e tem alimentação especializada, basicamente camarões e poliquetas. Já H. berthalutzae apresenta segregação ontogenética e alimentação generalista, utilizando presas em níveis tróficos elevados. Enquanto H. guttatus, que também possui hábito alimentar generalista, explora estuários, áreas costeiras rasas e águas profundas, promovendo conectividade entre os ambientes. Apesar de haver sobreposição de nicho alimentar, as raias utilizam os mesmos recursos em proporções diferentes, e ocupam níveis tróficos distintos, o que evita competição por recursos enquanto coexistem e atribui às três predadoras diferentes funções ecológicas nos ecossistemas que ocupam.
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REBECCA NIMRAH UMEED DE SOUZA
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Impact of the environment on the vocal communication of Trichechus manatus manatus
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Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNA MARTINS BEZERRA
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CARLA SORAIA SOARES DE CASTRO
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JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
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MARIA ADELIA BORSTELMANN DE OLIVEIRA
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PEDRO IVO SIMOES
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Data: 28/04/2023
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Esta tese tem como objetivo apresentar o repertório vocal de peixes-boi das Antilhas, Trichechus manatus manatusalojados em centros de cativeiro e reintrodução no Nordeste do Brasil e descrever as interações vocais entre mães de vida livre e seus filhotes. Também apresentamos evidências para a produção potencial de vocalizações de assinatura e investigamos como as variáveis abióticas afetam os padrões de produção vocal do peixe-boi das Antilhas e a propagação da chamada. Assim, aqui dividimos esta tese em duas partes: Parte I – A complexidade vocal dos peixes-boi das Antilhas e comunicação coespecífica e Parte II – Os efeitos de fatores abióticos na produção vocal dos peixes-boi das Antilhas. Na parte I, para descrever o repertório vocal dos peixes-boi das Antilhas, gravamos seis fêmeas e quatro machos em cativeiro e quatro machos em um centro de reintrodução. Analisamos as vocalizações produzidas durante sessões de observação focal de 10 minutos. Descobrimos que os peixes-boi do nosso estudo produziam quatro tipos de vocalizações: Squeaks, Chirps, Trills e Pulse calls, algumas das quais tinham várias variantes (cinco variantes Squeak e quatro variantes Trill). Descrevemos um novo tipo de vocalização: vocalizações “Pulse” e descobrimos que as vocalizações Chirps e Pulse foram produzidas apenas por peixes-boi machos, enquanto Squeaks e Trills foram produzidos por todos os grupos de estudo. Em seguida, registramos quatro peixes-boi no centro de reintrodução, individualmente, e encontramos diferenças significativas na estrutura das vocalizações produzidas por Squeak, sugerindo que os peixes-boi produzem vocalizações que contêm informações sobre a identidade individual. Também registramos três pares mães e seus respectivos filhotes em vida livre e descobrimos que cada par produzia vocalizações Squeak com estruturas físicas significativamente diferentes. Assim, concluímos que os peixes-boi das Antilhas podem produzir vocalizações características, que auxiliam no reconhecimento específico e podem ser vitais para a sobrevivência dos filhotes. A Parte II discute os efeitos de variáveis abióticas na propagação do canto do peixe-boi das Antilhas. Aqui, registramos seis fêmeas e quatro machos em cativeiro, 4 machos em um centro de reintrodução e um par (uma fêmea e um macho) recentemente translocado para um centro de reintrodução. Encontramos diferenças nas taxas de chamadas entre os grupos de estudo durante o dia (das 5h às 21h), mas não durante a noite (das 21h às 5h). As taxas de chamada também foram diferentes de acordo com os três grupos de reintrodução de acordo com o nível da maré. Os tipos de chamadas produzidas foram diferentes para todos os grupos de chamadas, onde cada grupo produziu mais chamadas Squeak em comparação com os outros tipos de chamadas. Além disso, encontramos diferenças na taxa de vocalização entre machos cativos, fêmeas cativas e machos reintroduzidos mais jovens com base na hora do dia. Também encontramos diferenças dentro do grupo de machos reintroduzidos mais velhos para o nível da maré. Não foram encontradas diferenças para as taxas de chamada do par de reintrodução de acordo com a hora do dia ou o nível da maré. Machos em cativeiro, machos reintroduzidos mais velhos e machos reintroduzidos mais jovens apresentaram as menores taxas de vocalização durante a noite, enquanto as fêmeas em cativeiro apresentaram as menores taxas de vocalização durante a parte mais quente do dia (9h-13h). Machos e fêmeas em cativeiro apresentaram as maiores taxas de vocalização durante as primeiras horas da manhã, enquanto os machos reintroduzidos mais velhos apresentaram as maiores taxas de vocalização entre 17h e 21h e os machos reintroduzidos mais jovens entre 9h e 13h. Os machos reintroduzidos mais velhos e mais jovens apresentaram as menores taxas de vocalização durante o pico da maré baixa e as maiores taxas de vocalização durante a maré cheia e o pico da maré alta, respectivamente. O par de reintrodução produziu as menores taxas de vocalização entre 9h-13h e durante o pico da maré alta, e as maiores taxas de vocalização entre 1h-5h e o pico da maré baixa. A estrutura das vocalizações foi relativamente estável entre os grupos de estudo, apresentando diferenças para os quatro parâmetros da vocalização (duração (ms), frequência de energia máxima (kHz), frequência máxima (kHz) e frequência mínima (kHz)). No entanto, a classificação das vocalizações foi baixa, sugerindo que a estrutura das vocalizações não diferiu o suficiente para diferenciá-las com base na hora do dia e no nível da maré. Portanto, podemos concluir que as condições de cativeiro afetam os padrões de taxa de vocalização do peixe-boi e que os peixes-boi que são translocados de ambientes cativos para ambientes de reintrodução devem adaptar sua produção de vocalização ao novo ambiente.
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Mostrar Abstract
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Este trabalho tem como objetivo apresentar o repertório vocal de peixes-boi das Antilhas, Trichechus manatus manatusalojados em centros de cativeiro e reintrodução no Nordeste do Brasil e descrever as interações vocais entre mães de vida livre e seus filhotes. Também apresentamos evidências para a produção potencial de vocalizações de assinatura e investigamos como as variáveis abióticas afetam os padrões de produção vocal do peixe-boi das Antilhas e a propagação da chamada.
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MORGANA DA SILVA BRITO
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DIVERSIDADE FUNCIONAL E ISOTÓPICA DO MICROZOOPLÂNCTON DE UMA REGIÃO COSTEIRA TROPICAL (BAÍA DE TAMANDARÉ, PERNAMBUCO, BRASIL), DE 2013 A 2019
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Orientador : RALF SCHWAMBORN
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
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MAURO DE MELO JÚNIOR
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RALF SCHWAMBORN
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RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
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SIGRID NEUMANN LEITAO
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Data: 28/07/2023
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Análises de diversidade funcional e isótopos estáveis vêm sendo muito utilizadas como ferramentas adicionais ao estudo tradicional da ecologia do zooplâncton. Esta tese teve como objetivo principal avaliar as relações ecológicas do microzooplâncton através de análises de diversidade funcional e isótopos estáveis e a sua variabilidade influenciada pela sazonalidade, interanualidade e condições ambientais ao longo de uma série temporal. As amostras foram coletadas bimestralmente entre junho de 2013 e agosto de 2019 em três estações na Baía de Tamandaré (Pernambuco, Brasil), através de arrastos subsuperficiais com redes cônicas de malha de 64 μm. As amostras foram acondicionadas em potes plásticos contendo formalina a 4%, tamponadas com tetraborato de sódio (5 g L−1). Foram selecionadas quatro amostragens por ano (duas no período seco, duas no período chuvoso), exceto quando não houve amostragens por más condições do tempo. As amostras foram quarteadas, uma parte foi separada para a contagem, medição e identificação do zooplâncton e a outra parte para as análises de isótopos estáveis. Para o cálculo de diversidade funcional, a assembleia de copépodes foi analisada quanto aos seus atributos funcionais e dividida em grupos funcionais. Para análise de isótopos estáveis uma parte foi submetida ao espectrômetro de massa para a obtenção dos isótopos de nitrogênio e carbono e outra parte identificada e medida e analisada quanto a biomassa relativa. A análise de diversidade funcional mostrou que uma mínima variação das condições ambientais (temperatura e salinidade) afetaram significativamente os grupos funcionais de copépodes (91% da variação explicada) e que o grupo mais abundante apresenta atributos funcionais (características morfológicas e estratégia reprodutiva) que permitiram sua permanência em um ambiente em constantes variações. A análise de isótopos estáveis permitiu detectar o nível trófico de espécies-chave através de uma nova abordagem, “mistura-de-espécies-biomassas-e-isótopos” (em inglês, SBIM). Pseudodiaptomus acutus apresentou o maior nível trófico dentro da comunidade zooplanctônica, enquanto organismos de pequeno porte, como náuplios de copépodes e larvas de poliquetos apresentaram o menor nível trófico. Esse resultado não seria possível em estudos tradicionais que analisam apenas alguns espécimes de espécies pré-selecionadas. Também foram analisados os efeitos da sazonalidade e forçantes climáticas externas (por exemplo, El Niño Oscilação Sul) sobre as condições ambientais e a comunidade microzooplanctônica na Baía de Tamandaré. Euterpina acutifrons, Favella ehrenbergii e “outros ciliados” foram indicadores de variação sazonal, com alta abundância no período chuvoso. Os estudos desenvolvidos nesta tese ofereceram um vislumbre dos fatores ecológicos que regem a variabilidade e as relações tróficas do microzooplâncton em um ecossistema costeiro tropical.
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Stable isotope signatures are important tools to study marine food webs. Here, we investigated the temporal variability of the stable isotope composition of zooplankton in a tropical marine ecosystem. Plankton samples were obtained in Tamandaré Bay (northeastern Brazil) from June 2013 to August 2019. One aliquot of each sample was taken for stable isotope measurements and one for taxonomic identification and estimation of size and relative biomass. Zooplankton was dominated by copepods (adults, juveniles and nauplii) in numbers and units of biomass. Total zooplankton biomass differed significantly between years, seasons and stations. δ 13 C values ranged from -21.0 to -18.2‰ (mean ± standard deviation: -19.7 ± 0.7‰ in the dry season, and - 19.4 ± 0.8‰ in the rainy season) with significant 13 C-enrichment in the rainy seasons of 2015 and 2016. δ 15 N values ranged from 3.8 to 9.0‰ (7.0 ± 1.0‰ in the dry season, and 6.5 ± 1.2‰ rainy season) with a significant 15 N-enrichment in the dry seasons of 2013 and 2019. C/N ratios ranged from 3.5 to 5.0‰ (4.2 ± 0.4‰ in the dry season and 4.2 ± 0.3‰ in the rainy season), with higher values in the dry season of 2017. The sparsely abundant and relatively large-sized copepod Pseudodiaptomus acutus dominated the variability in δ 15 N (22% of the total variability). Relative biomass (%) of P. acutus showed a strong positive correlation with δ 15 N, indicating a high trophic level (TL). This result highlighted the importance of less abundant taxa on trophic relations in the ecosystem. The copepod Dioithona oculata was the most important organism explaining δ 13 C (17.7% of the total variability) with a positive relationship, indicating a possible selective use of a 13 C-enriched food source (e.g., diatoms). Oithona spp. juveniles showed a negative relationship with C/N ratios which can be an indicator for oligotrophic conditions and lipid-poor zooplankton. This novel approach contributes to a new line of research, the mixture-based stable isotope analysis.
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LUISA VALENTIM MELO DE VASCONCELOS QUEIROZ VERAS
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Avaliação espaço-temporal dos estoques das espécies de budião ameaçadas no Nordeste do Brasil
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Orientador : JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
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MEMBROS DA BANCA :
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KATIA DE MEIRELLES FELIZOLA FREIRE
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CATARINA WOR
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NATALIA CARVALHO ROOS
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JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
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ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
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Data: 25/08/2023
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Os budiões endêmicos do Brasil se tornaram importantes alvos da pesca artesanal nas últimas décadas e algumas espécies estão classificadas como ameaçadas. A situação atual de seus estoques ainda é desconhecida, trazendo a necessidade de se coletar informações biológicas e pesqueiras que permitam investigar a sustentabilidade da utilização dessas espécies como recursos pesqueiros. Esta tese aborda diferentes aspectos do processo de avaliação dos principais estoques de budião ameaçados do Brasil, incluindo (1) a realização de um levantamento dos dados existentes na literatura para as principais espécies alvo, (2) a obtenção de novas informações referentes ao histórico da pesca por meio do Conhecimento Ecologico Local (CEL) dos pescadores e (3) a obtenção de novos dados de captura e uma avaliação de seus estoques de acordo com a quantidade de dados disponíveis. No primeiro capítulo, uma revisão abrangente de 134 documentos publicados foi realizada abordando tópicos-chave de informações relacionadas à avaliação de estoques. Constatou-se que a espécie mais abundante, Sp. axillare, e a mais ameaçada, Sc. trispinosus, são os budiões mais estudados. Assim, avaliações de estoque do tipo moderadas podem ser realizadas para ambas as espécies. As maiores lacunas de informação foram observadas para Sp. zelindae, e para esta espécie apenas análises simples de risco podem ser realizadas. Para as outras duas espécies, Sp. frondosum e Sp. amplum, os dados obtidos possivelmente são suficientes para executar avaliações para dados escassos. As poucas estatísticas pesqueiras oficiais disponíveis são imprecisas e foram descontinuadas desde 2010, enquanto os estudos científicos são pontuais, mas representam a principal fonte de informações sobre a pesca dos budiões brasileiros. O segundo capítulo objetivou preencher as lacunas de monitoramento pesqueiros identificados no capítulo 1. Desta forma, o Conhecimento Ecológico Local (CEL) de 200 pescadores foi utilizado para investigar o histórico da pesca dos budiões brasileiros e a percepção dos pescadores com relação à situação atual dessas pescarias. Rede, arpão e covo foram identificadas como as três principais artes utilizadas para pescar budiões ao longo da costa brasileira. As atividades de pesca com rede e arpão são semelhantes e não mudaram ao longo do tempo, enquanto a pesca com covos aumentou os esforços ao longo dos anos. Apesar das diferenças entre elas, as áreas usadas para todas as artes de pesca e por todas as comunidades pesqueiras expandiram com o tempo. Entretanto, as capturas totais e CPUEs de budião diminuíram com o tempo apesar das mudanças nas estratégias de pesca. Seguindo as tendências de declínio relatadas pelos pescadores, a maioria considerou a situação da pesca de budiões como “pior”, independentemente do tipo de arte utilizado ou da experiência dos pescadores. O terceiro capítulo traz uma reconstrução histórica das capturas de cada uma das cinco espécies de budião mais alvejadas pela pesca, baseada nos dados obtidos nos dois primeiros capítulos. Além disto, a avaliação dos estoques das principais espécies capturadas é apresentada, utilizando métodos de avaliação para dados escassos. Scarus trispinosus, Sparisoma axillare e Sparisoma frondosum foram identificados como as espécies mais capturadas, com as duas primeiras representando cerca de 80% do total da biomassa de budiões capturados no Brasil. Estas três espécies apresentaram decréscimos nas capturas totais enquanto as capturas de Sparisoma amplum aumentaram de forma constante e Sc. zelindae oscilaram ao longo do tempo. Os valores de captura para as duas últimas espécies, entretanto, foram constantemente mais baixos. A avaliação dos estoques das duas espécies mais capturadas indicou que existe um alto risco em tê-las como alvos. O status do estoque de Sparisoma axillare estava acima da meta de manejo de 40%. As atividades de pesca com covos, que são os principais petrechos usados para capturar a espécie, entretanto, podem não ser sustentáveis da forma que vêm sendo utilizadas, além de estarem possivelmente mascarando mudanças no status do estoque. O estoque de Scarus trispinosus foi considerado como “sobrepescado” e a pesca foi considerada como “sobrepescando” o estoque, significando que, se a pesca continuar ocorrendo no mesmo ritmo, a situação do estoque tende a piorar. Os budiões brasileiros apresentam papéis essenciais para os ecossistemas recifais e para as comunidades de pescadores artesanais dependentes deles. As medidas de manejo implementadas até o momento não tem sido efetivas na manutenção de suas funções, tanto para o ambiente quanto social e financeiramente. Desta forma, novas abordagens para o gerenciamento dessas espécies devem ser desenvolvidas focando nos desafios históricos, geográficos e financeiros encontrados no Brasil.
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Given the increasing exploration of endemic Brazilian parrotfishes and their classification as threatened, there is an emergent need to gather biological and fisheries information to assess their stocks. We performed a comprehensive review of 134 studies addressing key topics of information related to stock assessments: (1) the distribution and population structure; (2) age, growth and mortality; (3) reproductive biology; (4) feeding ecology; (5) fishing data, and (6) management actions. This review focused on the most explored Brazilian parrotfish species: Scarus trispinosus, Scarus zelindae, Sparisoma amplum, Sparisoma axillare, and Sparisoma frondosum. The most abundant species, Sp. axillare, and the most threatened, Sc. trispi-nosus, are better studied; hence data-moderate stock assessments are viable for both species. As information gaps are largest for Sp. zelindae, only simple Risk analyses are possible for this species. Stock productivity and status may be obtained for the remaining species, enabling data-limited assessments. The few official fisheries statistics available are inaccurate and have been discontinued since 2010; scientific studies represent the main source of information about Brazilian parrotfishes' captures but are sparse. How stocks are structured and distributed along the coast must be defined, thus genetic structuring and site fidelity studies are necessary. Life-history traits such as mortality, growth, sexual modes, social organization, and maturity must be a subject prioritized for all species. Brazilian fisheries statistics programs must be resumed and improved urgently. The academic community and stakeholders must focus on filling these essential knowledge gaps to promote the successful evaluation of their stocks and solid recovery actions. Otherwise, Brazilian parrotfish populations-and the fisheries and ecosystem functions dependent on them-may be at risk.
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RODRIGO GUERON FAUSTINI
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O USO DE ABORDAGENS INTEGRATIVAS PARA INVESTIGAR A DIVERSIDADE DO GÊNERO Lysmata RISSO, 1816
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Orientador : ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
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MEMBROS DA BANCA :
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DOUGLAS FERNANDES RODRIGUES ALVES
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ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
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CARLOS DANIEL PEREZ
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FELIPE BEZERRA RIBEIRO
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PAULA BRAGA GOMES
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Data: 31/08/2023
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Uma série de estudos focados em investigar a diversidade, distribuição e relações taxonômicas em Lysmata propuseram pelo menos seis supostos complexos de espécies dentro do gênero. O fato de duas ou mais espécies serem tratadas como uma só representa uma problemática para conservação, proteção e manejo dos recursos naturais e para estimativas de biodiversidade. De forma geral, muitos estudos combinam a taxonomia clássica com outras fontes de dados (e.g., ecologia, padrão de distribuição, padrão de coloração e dados moleculares) na tentativa de superar as dificuldades impostas pela similaridade morfológica das espécies crípticas. Esta tese está dividida em três capítulos, os quais tem por objetivo investigar e inventariar a diversidade e o status taxonômico de diferentes espécies de Lysmata através de abordagens integrativas. No primeiro capítulo, foram investigadas a diversidade de espécies dentro do complexo L. vittata e testadas as hipóteses de que L. rauli e L. durbanensis são espécies válidas ao invés de sinônimos juniores de L. vittata. Dados morfológicos e moleculares integrados suportaram fortemente a validade de pelo menos seis entidades taxonômicas dentro do complexo L. vittata, L. rauli e L. durbanensis e três espécies ainda não descritas. Portanto, L. rauli e L. durbanensis foram formalmente ressuscitadas para o status de espécies válidas. No segundo capítulo, uma nova espécie de Lysmata (L. elisa) é descrita para o Atlântico Ocidental com base em dados moleculares, morfológicos e de padrão de coloração, a qual é intimamente relacionada a L. jundalini. A análise molecular de máxima verossimilhança recuperou L. elisa como uma espécie irmã de L. jundalini. Ambas as espécies filogeneticamente próximas a L. holthuisi e L. intermedia e juntas compõem o complexo L. intermedia. No terceiro capítulo, o objetivo foi avaliar a diversidade de Lysmata ao longo da costa de Pernambuco e do Arquipélago de Fernando de Noronha, nordeste do Brasil. Sempre que possível, os espécimes foram identificados por meio de dados morfológicos, moleculares e padrões de coloração. Aqui, são registradas L. bahia, L. lipkei e L. moorei pela primeira vez ao longo da costa de Pernambuco e/ou Fernando de Noronha e Lysmata cf. pederseni pela primeira vez no sudoeste do Atlântico. Nossos resultados reforçam a importância de refinar os dados de biodiversidade por meio da aplicação de abordagens taxonômicas integrativas para expandir o conhecimento da biodiversidade local e global, especialmente em grupos comercialmente explorados como os camarões Lysmata.
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Historicamente, Lysmata vittata é relatada como uma espécie de distribuição não polar quase global. Os primeiros estudos relataram uma ampla variação morfológica desta espécie, que serviu de base para posterior sinonimização de pelo menos quatro espécies. Aqui, nós investigamos a diversidade de espécies dentro do complexo L. vittata e testamos se L. rauli e L. durbanensis são espécies válidas ao invés de sinônimos juniores de L. vittata. Nossos dados morfológicos e moleculares integrados suportam fortemente a validade de pelo menos seis entidades taxonômicas dentro do amplo complexo L. vittata, incluindo L. rauli e L. durbanensis e três espécies não descritas. Análises multivariadas destacaram diferenças morfológicas proeminentes na estrutura do ramo acessório do flagelo antenular dorsolateral, número de segmentos do carpo e mero do segundo pereiópodo e padrão de cor que segregou os camarões em morfogrupos distintos. As análises filogenéticas corroboraram com os agrupamentos morfológicos e recuperaram cinco linhagens amplamente divergentes, que corresponderam aos agrupamentos morfológicos: L. vittata sensu stricto; L. rauli sensu stricto; L. sp. CHINA; L. sp. AUS1; e L. sp. AUS2. Portanto, ressuscitamos formalmente L. rauli para status de espécie válido e postulamos que esta espécie é nativa do Indo-Pacífico subtropical e tropical. Embora os dados fossem limitados, nós também ressuscitamos formalmente L. durbanensis para o status de espécie válida da África Austral. Nossos resultados indicam que L. vittata e L. rauli são espécies exóticas no Atlântico ocidental, Nova Zelândia e Mediterrâneo. Este estudo fornece uma estrutura sólida para continuar desvendando o complexo histórico de espécies dentro de L. vittata, que provavelmente incluirá espécies adicionais àquelas incluídas no presente estudo.
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HEVANA SANTANA DE LIMA
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Padrões de diversidade e variação genética de aves ao longo da diagonal seca sul-americana
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Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIO COHN-HAFT
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FLAVIA TERMIGNONI GARCIA
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SANTIAGO CLARAMUNT
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DIEGO ASTUA DE MORAES
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ENRICO BERNARD
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JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
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Data: 30/10/2023
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Entender e descrever os padrões de diversidade e de distribuição das espécies e investigar os eventos e fatores que criaram estes padrões, é um dos grandes desafios da ciência. Na região Neotropical, múltiplos eventos climáticos e geomorfológicos são associados a história evolutiva das linhagens e são considerados responsáveis por moldar os padrões de diversidade e de distribuição de espécies atuais. Nesse estudo, usando diferentes conjuntos de dados e ferramentas e avaliando a história e os processos evolutivos, busquei entender o padrão de distribuição e diversidade de espécies que habitam os domínios de vegetação aberta/seca da América do Sul. No primeiro capítulo, usando dados de censos de aves coletados em campo, apresentamos estimativas de abundância e produzimos a primeira lista de aves que ocorrem em áreas de carrasco, uma fitofisionomia associada à Caatinga, além disso, identificamos que a avifauna do carrasco, representa uma parcela da avifauna da Caatinga, em um primeiro estudo visando descrever as afinidades biogeográficas entre Caatinga e Cerrado. No segundo capítulo, usando censos de aves de terceiros e dados de ciência cidadã realizados ao longo da Diagonal Seca Sul-Americana (DS) demostramos que os domínios que compõem a DS representam três diferentes unidades em termos de avifauna, identificamos o turnover como o principal componente da beta- diversidade atuando nas comunidades sendo associado principalmente com a distância geográfica entre os pontos de amostragem e com variáveis ambientais como temperatura, precipitação, aridez e altitude. No terceiro capítulo, usando genomas completos de 38 exemplares de diferentes subespécies de Hemitriccus margaritaceinventer, nós evidenciamos a existência de dois principais grupos genéticos entre as subespécies, circundando o atual gradiente úmido da Floresta Amazônica, sugerindo assim, a existência de uma antiga conexão entre os domínios de vegetação aberta/seca da América do Sul, corroborando a hipótese do Arco Pleistocênico, também identificamos para o clado Hemitriccus uma origem associada a habitats de floresta úmida, possivelmente com a Floresta Amazônica como fonte de diversificação. No quarto capítulo, usando filogenias para 39 táxons endêmicos de aves da Caatinga, elucidamos que a história evolutiva dos endemismos da Caatinga está associada a eventos de vicariância e dispersão, com as florestas secas neotropicais, atuando como principal fonte de espécies para a Caatinga e evidenciando a influência de eventos climáticos históricos como facilitadores nos eventos de dispersão e diversificação de espécies.
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Compreender as origens dos biomas e sua biota é fundamental não apenas para entender as histórias biogeográficas e as conexões entre eles, mas também para prever o futuro desses ambientes e organismos em um contexto futuro de mudanças ambientais. A floresta seca da Caatinga, no Nordeste do Brasil, já foi, anteriormente, considerada um domínio pobre em espécies e com baixos níveis de endemicidade, estudos mais recentes, no entanto, têm apontado uma rica avifauna e dezenas de táxons endêmicos. Aqui, usando filogenias publicadas e calibradas no tempo e análises de reconstrução de habitat ancestral de 39 táxons endêmicos de aves da Caatinga, nós i) investigamos as origens biogeográficas e ii) o momento da diversificação da avifauna endêmica da Caatinga. Nossos resultados sugerem uma origem mista da avifauna endêmica da Caatinga, com eventos de cladogênese por efeito fundador desempenhando um papel importante na colonização da área da Caatinga. Embora a maioria das aves endêmicas (22 táxons endêmicos) estejam relacionadas a linhagens de habitats abertos, incluindo outras florestas secas ou savanas; várias espécies (9 táxons endêmicos) provavelmente vieram de florestas úmidas adjacentes. Enquanto detectamos linhagens relativamente antigas que provavelmente ocupavam essas paisagens secas antes do Pleistoceno, outros endemismos parecem representar novas chegadas de habitats adjacentes. Este estudo representa o primeiro esforço para descrever as origens biogeográficas da avifauna da Caatinga, fornecendo assim novos dados sobre a história deste domínio endêmico e ameaçado.
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ANA LUIZA LEICHTER MATTE
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Estratégias de conservação e pesquisa para primatas brasileiros
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Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
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MEMBROS DA BANCA :
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LUCAS GONÇALVES DA SILVA
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MIRIAM PLAZA PINTO
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BRUNA MARTINS BEZERRA
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JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
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PEDRO IVO SIMOES
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Data: 06/12/2023
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O desenvolvimento de ferramentas que visam elaborar estratégias de conservação e pesquisa das espécies de primatas brasileiras aproxima a prática da conservação à ciência. Assim, a presente tese objetivou fornecer algumas ferramentas para contribuir com as estratégias de conservação e pesquisa desse grupo de animais. No Capítulo 1, analisamos se o contexto de ameaça dos primatas está relacionado com o risco de extinção, considerando a paisagem, traços de história de vida das espécies, e o bioma em que predominam. Encontramos uma ligação positiva entre os impactos humanos e o risco de extinção na Amazônia. Nos outros biomas, as características antropogênicas da paisagem foram associadas a espécies ameaçadas e não ameaçadas. Os primatas ameaçados tendem a ter maior tamanho e estratégias de história de vida lentas, independentemente do bioma. Portanto, sugerimos considerar o bioma e a categoria de ameaça juntamente com atributos da paisagem e da história de vida para hierarquizar de espécies e elaborar metas de conservação. No Capítulo 2, comparamos as características da paisagem dos primatas brasileiros listados como os 25 mais ameaçados do mundo com os primatas brasileiros ameaçados nunca incluídos nesta lista. Mostramos que as características de paisagem das espécies se sobrepõem independente se foram ou não listadas. Sugerimos que as justificativas de inclusão e remoção de uma espécie na lista dos Top 25 sejam reavaliadas, e indicamos espécies nunca listadas que ocupam paisagens mais antropizadas. No Capítulo 3, aplicamos uma ferramenta de apoio à decisão para preencher as lacunas de conservação de espécies de primatas. Construímos cenários para cada bioma que buscam incentivar o planejamento de uso da terra e indicar áreas que podem abrigar novas unidades de conservação. Elaboramos metas de conservação, seguindo diretrizes definidas no Capítulo 1 e uma análise de sensibilidade que buscou não ultrapassar o valor de 50% das metas para reduzir o número de áreas insubstituíveis e tornar nossos cenários viáveis. No Capítulo 4, mapeamos as áreas sem registros de ocorrência de primatas, considerando a maior proporção de desmatamento e de disponibilidade de hábitats de áreas até então não amostradas, possivelmente mais inacessíveis. Verificamos que a Amazônia concentra maior cobertura de atividade de coleta de dados de primatas brasileiros, com 66% mais amostragem de ameaçadas. Na Mata Atlântica e no Cerrado a proporção de registros de ocorrência entre espécies ameaçadas e não ameaçadas é similar, mas também maior entre primatas ameaçados. Já na Caatinga, obtivemos um resultado inverso, pois o foco de amostragem foi 25% menor para as espécies ameaçadas. Porém, é importante entendermos a origem destes registros, se derivam de avistamentos ou estudos aprofundados, e se são de fato do bioma onde a distribuição da espécie predomina, pois só assim poderemos distinguir quais são as maiores lacunas de conhecimento que persistem em nossos dados. Construímos cenários com áreas estratégicas para pesquisa de primatas em todos os biomas brasileiros, buscando preencher uma lacuna de amostragem nestes locais com potencial ocorrência de populações de primatas desconhecidas.
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When selecting strategic areas for species conservation, we need to understand how differences in life history and regional land use influence extinction risk. Here we aimed to evaluate how extinction risk factors, specifically landscape and life history attributes, contribute to forming the threat contexts of Brazilian primates. We considered the threat categories of 136 Brazilian primates based on 2014’s Brazilian list of threatened species. We characterised their threat contexts through eight landscape variables (i.e., habitat availability, number of areas with less than 30% habitat; habitat loss – 10 years, habitat loss - 30 years, indigenous lands, roads, urban areas, deforestation arch) and three life-history variables (i.e., body weight, gestation and generational times). We then compared the threat categories to verify how they correlate with these landscape and life history attributes using a PERMANOVA. We then performed a SIMPER discriminant analysis to determine which variables were responsible for the differences between the created groups (threat category and biomes). We found that the threat categories differed in terms of risk of extinction factors, considering landscape and life history attributes. However, these differences depend on the biome in which the species occurs. In other words, a species threatened in the Amazon will not necessarily be equivalently threatened in the Atlantic Forest in terms of the landscape and life history characteristics that we analysed. Additionally, we observed similar threat contexts among all the threat categories in the Atlantic Forest, whereas the species in the category Near Threatened in the Amazon had similar contexts to the threatened primates (i.e., Critically Endangered and Vulnerable). Our results indicate the importance of considering several risk factors, like landscape and life history attributes, to quantify the vulnerability of Brazilian primates during the hierarchisation process, which is essential for defining the conservation targets for each species.
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