PPGBA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL - CB DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA - CB Telefone/Ramal: Não informado
Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
1
  • FLAVIA JULIANA LOBATO DE FRANÇA
  • MICROPLÁSTICOS E SEU EFEITO INTERATIVO COM HPA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE METAZOÁRIOS DIMINUTOS

  • Orientador : GIOVANNI AMADEU PAIVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABIANE GALLUCCI
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • GIOVANNI AMADEU PAIVA DOS SANTOS
  • TACIANA KRAMER DE OLIVEIRA PINTO
  • Data: 30/01/2024

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  • Os microplásticos (MP’s) representam uma ameaça atual e crescente nos ecossistemas marinhos. Sua capacidade de sedimentar no bentos marinho torna os organismos que ali vivem propensos a impactos direto desse estressor. Dentre os organismos bentônicos, a meiofauna se destaca por ser uma comunidade com diferentes grupos zoológicos com distintos grau de tolerância, além do curto ciclo de vida e contato íntimo com o
    substrato. Apesar dos estudos com MP’s e meiofauna vim aumentando desde a segunda década do ano 2000, ainda há muita lacuna quanto aos efeitos dos MP’s, principalmente porque a maioria dos estudos são monoespecíficos, avaliando geralmente a absorção do MP. Além desse fato, ainda se entende MP como uma partícula inerte, com baixo poder de toxicidade. Nesse contexto, este estudo visa investigar os efeitos do MP de curto prazo e comparar os efeitos de longo prazo do MP com os do Hidrocarboneto Policíclico Aromático (HPA) fenantreno, tendo em vista que ambos possuem a mesma base de origem. No mais, este estudo pretende também avaliar o que sabemos até o momento sobre MP e seus efeitos na meiofauna através de uma revisão de literatura. Para a revisão utilizamos como base de dados as plataformas da Web Of Science e Google Scholar, a busca foi realizada com auxílio de operadores booleanos ou Kit de busca até março de 2023. Os efeitos de curto prazo para MP e de longo prazo comparando MP e fenantreno foram realizados em microcosmos experimentais em laboratório com concentrações encontradas naturalmente no ambiente. Incluímos na revisão 132 estudos com MP e grupos individuais ou em comunidade da meiofauna, e conseguimos perceber que há uma tendência na utilização dos polímeros e morfotipos de MP testados, uma vez que poliestireno (PS) de morfotipo microesfera foram os mais investigados, em contrapartida, os dados apontam que polímeros mais densos que o PS são os mais danosos. Apesar de neste estudo usarmos o PS de 1µm de comprimento nos experimentos, vale pontuar que a maioria dos estudos foram avaliados monoespecificamente. Dessa forma, em um curto período de exposição, o MP diminuiu a densidade total da meiofauna, bem como os índices de diversidade. Porém, a menor concentração foi mais danosa do que a maior concentração testada. Além disso, todos os táxons avaliados foram capazes de ingerir MP, com exceção de Tardigrada. No experimento comparativo, o MP foi mais danoso do que o HPA fenantreno, com efeitos mais pronunciados com aumento da concentração e tempo de exposição. Portanto, os MP são danosos a meiofauna, tanto em período curto quanto prolongado, além disso, o MP pode ser tão danoso quanto ou até mais danoso do que compostos químicos, como o HPA fenantreno. E por fim, estudos em nível de comunidade e testando outros polímeros e morfotipos plástico são recomendados, tendo em vista a tendência observado nos estudos já publicados.


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  • Os microplásticos (MP’s) representam uma ameaça atual e crescente nos ecossistemas marinhos. Sua capacidade de sedimentar no bentos marinho torna os organismos que ali vivem propensos a impactos direto desse estressor. Dentre os organismos bentônicos, a meiofauna se destaca por ser uma comunidade com diferentes grupos zoológicos com distintos grau de tolerância, além do curto ciclo de vida e contato íntimo com o
    substrato. Apesar dos estudos com MP’s e meiofauna vim aumentando desde a segunda década do ano 2000, ainda há muita lacuna quanto aos efeitos dos MP’s, principalmente porque a maioria dos estudos são monoespecíficos, avaliando geralmente a absorção do MP. Além desse fato, ainda se entende MP como uma partícula inerte, com baixo poder de toxicidade. Nesse contexto, este estudo visa investigar os efeitos do MP de curto prazo e comparar os efeitos de longo prazo do MP com os do Hidrocarboneto Policíclico Aromático (HPA) fenantreno, tendo em vista que ambos possuem a mesma base de origem. No mais, este estudo pretende também avaliar o que sabemos até o momento sobre MP e seus efeitos na meiofauna através de uma revisão de literatura. Para a revisão utilizamos como base de dados as plataformas da Web Of Science e Google Scholar, a busca foi realizada com auxílio de operadores booleanos ou Kit de busca até março de 2023. Os efeitos de curto prazo para MP e de longo prazo comparando MP e fenantreno foram realizados em microcosmos experimentais em laboratório com concentrações encontradas naturalmente no ambiente. Incluímos na revisão 132 estudos com MP e grupos individuais ou em comunidade da meiofauna, e conseguimos perceber que há uma tendência na utilização dos polímeros e morfotipos de MP testados, uma vez que poliestireno (PS) de morfotipo microesfera foram os mais investigados, em contrapartida, os dados apontam que polímeros mais densos que o PS são os mais danosos. Apesar de neste estudo usarmos o PS de 1µm de comprimento nos experimentos, vale pontuar que a maioria dos estudos foram avaliados monoespecificamente. Dessa forma, em um curto período de exposição, o MP diminuiu a densidade total da meiofauna, bem como os índices de diversidade. Porém, a menor concentração foi mais danosa do que a maior concentração testada. Além disso, todos os táxons avaliados foram capazes de ingerir MP, com exceção de Tardigrada. No experimento comparativo, o MP foi mais danoso do que o HPA fenantreno, com efeitos mais pronunciados com aumento da concentração e tempo de exposição. Portanto, os MP são danosos a meiofauna, tanto em período curto quanto prolongado, além disso, o MP pode ser tão danoso quanto ou até mais danoso do que compostos químicos, como o HPA fenantreno. E por fim, estudos em nível de comunidade e testando outros polímeros e morfotipos plástico são recomendados, tendo em vista a tendência observado nos estudos já publicados.

2
  • MARIA JUCILIARA FRANCELINO BRITO
  • AVALIAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DE COMUNIDADES CORALÍNEAS NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MARINHA RECIFES DE SERRAMBI

  • Orientador : RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUILHERME ORTIGARA LONGO
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • JOSE RENATO MENDES DE BARROS CORREIA
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • Data: 31/01/2024

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  • Os recifes de corais estão entre os ecossistemas marinhos mais importantes e ameaçados atualmente. No cenário climático crítico atual, em que as Áreas Marinhas Protegidas (AMP’s) continuam sendo primordiais para fins de conservação, avaliações de sua eficiência são dependentes de estudos locais detalhados. A Área de Proteção Ambiental Recifes de Serrambi é a 1ª Unidade de Conservação exclusivamente marinha do Estado de Pernambuco, contudo, ainda carece de plano de manejo e zoneamento adequados. Desse modo, nosso objetivo geral foi avaliar qualitativamente e quantitativamente as comunidades coralíneas da Área de Proteção Ambiental Marinha Recifes de Serrambi, a fim de prover subsídios para a implementação de seu plano de manejo. Para fins de complementariedade , foram realizados mergulhos em duas praias do litoral sul de Pernambuco - Brasil: Porto de Galinhas (PG) e Serrambi (SR), com intuito de produzir um censo das comunidades coralíneas, além de avaliar o estado de saúde das colônias ao longo de um ano. Para o mapeamento de fauna coralínea, foram realizadas coletas a partir de amostragem em transectos, que detectou baixa cobertura (<2,98%) e foi ineficiente para detectar a maioria das espécies de coral presentes. A partir de então, a busca ativa foi adotada para mapeamento de concentrações de espécies construtoras, para identificar áreas dos recifes com tendência de maiores densidades e cobertura coralínea. Neste direcionamento, as principais espécies de corais construtoras da região foram escolhidas: Millepora alcicornis, Mussismilia hispida, Mussismilia harttii, e Montastraea cavernosa. Em PG, utilizou-se, de uma estratégia de amostragem com base em ciência cidadã, enquanto em SR apenas esforço acadêmico foi empregado. Em PG, um recife de cerca de 2 km, foram georreferenciadas e fotografadas 636 colônias, sendo Mi. alcicornis a mais frequente. Em SR, um recife duas vezes maior, foram georreferenciadas apenas 349 colônias, com dominância de Mo. cavernosa, provavelmente devido a um menor esforço. Em relação à saúde das colônias, três pontos fixos foram monitorados trimestralmente através de fotoquadrados. A cobertura coralínea não variou significativamente durante o período. Todas as colônias estavam saúdaveis durante o primeiro e o terceiro monitoramentos, enquanto que no segundo cerca de 8,5% apresentaram branqueamento. Finalmente, em comparação com estudos anteriores, é possível constatar que houve alteração na cobertura recifal na região, com dominância notável de algas, além do declínio das algumas populações e desaparecimento outras. Dessa forma, é crucial que áreas com perspectivas de grandes perdas de cobertura coralínea tenham suas comunidades totalmente recenseadas, a fim de melhor embasar estratégias de restauração e políticas de manejo e conservação.


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  • Os recifes de corais estão entre os ecossistemas marinhos mais importantes e ameaçados atualmente. No cenário climático crítico atual, em que as Áreas Marinhas Protegidas (AMP’s) continuam sendo primordiais para fins de conservação, avaliações de sua eficiência são dependentes de estudos locais detalhados. A Área de Proteção Ambiental Recifes de Serrambi é a 1ª Unidade de Conservação exclusivamente marinha do Estado de Pernambuco, contudo, ainda carece de plano de manejo e zoneamento adequados. Desse modo, nosso objetivo geral foi avaliar qualitativamente e quantitativamente as comunidades coralíneas da Área de Proteção Ambiental Marinha Recifes de Serrambi, a fim de prover subsídios para a implementação de seu plano de manejo. Para fins de complementariedade , foram realizados mergulhos em duas praias do litoral sul de Pernambuco - Brasil: Porto de Galinhas (PG) e Serrambi (SR), com intuito de produzir um censo das comunidades coralíneas, além de avaliar o estado de saúde das colônias ao longo de um ano. Para o mapeamento de fauna coralínea, foram realizadas coletas a partir de amostragem em transectos, que detectou baixa cobertura (<2,98%) e foi ineficiente para detectar a maioria das espécies de coral presentes. A partir de então, a busca ativa foi adotada para mapeamento de concentrações de espécies construtoras, para identificar áreas dos recifes com tendência de maiores densidades e cobertura coralínea. Neste direcionamento, as principais espécies de corais construtoras da região foram escolhidas: Millepora alcicornis, Mussismilia hispida, Mussismilia harttii, e Montastraea cavernosa. Em PG, utilizou-se, de uma estratégia de amostragem com base em ciência cidadã, enquanto em SR apenas esforço acadêmico foi empregado. Em PG, um recife de cerca de 2 km, foram georreferenciadas e fotografadas 636 colônias, sendo Mi. alcicornis a mais frequente. Em SR, um recife duas vezes maior, foram georreferenciadas apenas 349 colônias, com dominância de Mo. cavernosa, provavelmente devido a um menor esforço. Em relação à saúde das colônias, três pontos fixos foram monitorados trimestralmente através de fotoquadrados. A cobertura coralínea não variou significativamente durante o período. Todas as colônias estavam saúdaveis durante o primeiro e o terceiro monitoramentos, enquanto que no segundo cerca de 8,5% apresentaram branqueamento. Finalmente, em comparação com estudos anteriores, é possível constatar que houve alteração na cobertura recifal na região, com dominância notável de algas, além do declínio das algumas populações e desaparecimento outras. Dessa forma, é crucial que áreas com perspectivas de grandes perdas de cobertura coralínea tenham suas comunidades totalmente recenseadas, a fim de melhor embasar estratégias de restauração e políticas de manejo e conservação.

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  • MARIA LUIZA SANTA CRUZ DE MESQUITA ALVES
  • PLASTICIDADE FENOTÍPICA COMPORTAMENTAL DE FORRAGEAMENTO DE AMBLYSEIUS LARGOENSIS EXPERIENTES E INEXPERIENTES NA PREDAÇÃO DE RAOIELLA INDICA

  • Orientador : DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATA SANTOS DE MENDONÇA
  • DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • MANOEL GUEDES CORREA GONDIM JUNIOR
  • WENDEL JOSE TELES PONTES
  • Data: 19/02/2024

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  • O processo de aprendizagem está intimamente ligado à interação das diferentes espécies com o ambiente ao seu redor. Como os ambientes apresentam variações em termos de características físicas e biológicas, é natural que ocorra uma seleção de habilidades específicas de acordo com essas variações. Na complexidade do ecossistema, a aprendizagem pode influenciar a localização da planta hospedeira, a localização da colônia e a aceitação da presa. Nesse contexto, compreender os mecanismos utilizados por predadores em sua estratégia de forrageamento é essencial para melhor desenvolver os programas de controle biológico. Amblyseius largoensis é um potencial agente de controle biológico de Raoiella indica,ácaro-praga de importância econômica na cultura do coqueiro. Assim, este estudo objetivou avaliar se o comportamento de forrageamento e o consumo de A. largoensis é afetado pela experiência com diferentes combinações alimentares de R. indica oriundas de C. nucifera e H. bihai. Através de um olfatômetro de duas vias, foi investigado a influência da experiência de A. largoensis na resposta olfativa de folhas de coqueiro e de folhas de helicônia infestadas por R. indica. Foram avaliados também, os parâmetros comportamentais de caminhamento na presença de pistas; Preferência em arenas com pistas e sem pistas de R. indica; Tempo de primeiro encontro, manipulação e consumo da presa. A. largoensis reagiu positivamente aos odores liberados pelas folhas de H. bihai infestadas por R. indica quando esses predadores já tinham experiência na alimentação de R. indica oriunda de H. bihai. No entanto, mesmo com experiência anterior, A. largoensis não modificou seu comportamento de caminhamento na presença de pistas de R. indica. Com tudo, tanto os predadores experientes quanto os inexperientes em R. indica foram capazes de localizar os ovos dessas presas e se alimentar delas, a  experiência na alimentação aumentou a quantidade média de ovos consumidos durante 24 horas. Apesar de não ter observado diferenças no forrageamento e no caminhamento, houve diferença no consumo, demonstrando que um curto tempo de aprendizado no consumo de R. indica oriundo de um hospedeiro diferente pode alterar a resposta de consumo desse predador.


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  • O processo de aprendizagem está intimamente ligado à interação das diferentes espécies com o ambiente ao seu redor. Como os ambientes apresentam variações em termos de características físicas e biológicas, é natural que ocorra uma seleção de habilidades específicas de acordo com essas variações. Na complexidade do ecossistema, a aprendizagem pode influenciar a localização da planta hospedeira, a localização da colônia e a aceitação da presa. Nesse contexto, compreender os mecanismos utilizados por predadores em sua estratégia de forrageamento é essencial para melhor desenvolver os programas de controle biológico. Amblyseius largoensis é um potencial agente de controle biológico de Raoiella indica,ácaro-praga de importância econômica na cultura do coqueiro. Assim, este estudo objetivou avaliar se o comportamento de forrageamento e o consumo de A. largoensis é afetado pela experiência com diferentes combinações alimentares de R. indica oriundas de C. nucifera e H. bihai. Através de um olfatômetro de duas vias, foi investigado a influência da experiência de A. largoensis na resposta olfativa de folhas de coqueiro e de folhas de helicônia infestadas por R. indica. Foram avaliados também, os parâmetros comportamentais de caminhamento na presença de pistas; Preferência em arenas com pistas e sem pistas de R. indica; Tempo de primeiro encontro, manipulação e consumo da presa. A. largoensis reagiu positivamente aos odores liberados pelas folhas de H. bihai infestadas por R. indica quando esses predadores já tinham experiência na alimentação de R. indica oriunda de H. bihai. No entanto, mesmo com experiência anterior, A. largoensis não modificou seu comportamento de caminhamento na presença de pistas de R. indica. Com tudo, tanto os predadores experientes quanto os inexperientes em R. indica foram capazes de localizar os ovos dessas presas e se alimentar delas, a  experiência na alimentação aumentou a quantidade média de ovos consumidos durante 24 horas. Apesar de não ter observado diferenças no forrageamento e no caminhamento, houve diferença no consumo, demonstrando que um curto tempo de aprendizado no consumo de R. indica oriundo de um hospedeiro diferente pode alterar a resposta de consumo desse predador.

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  • MILENA CAVALCANTI SILVA
  • EVOLUÇÃO DOS PADRÕES DE COLORAÇÃO DA PELAGEM EM MARSUPIAIS DIDELFÍDEOS (DIDELPHIMORPHIA: DIDELPHIDAE)

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVIA ELIZA D'OLIVEIRA PAVAN
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • DANIEL MARQUES DE ALMEIDA PESSOA
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • Data: 26/02/2024

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  • A ordem Didelphimorphia possui ampla diversidade de modos de locomoção, tamanho corporal e coloração da pelagem. Esta carece de estudos e explicações mais detalhadas sobre sua história evolutiva e função adaptativa. Os poucos estudos com este enfoque associam tonalidades de pelagem em Didelphidae a aspectos ambientais e filogenéticos e consideram os padrões de coloração mais uniformes como estados de caráter plesiomórficos em comparação aos padrões mais complexos. Utilizamos dados da literatura, uma filogenia recente da família e métodos filogenéticos comparativos para reconstruir os estados ancestrais dos padrões de coloração do dorso, ventre, cauda, máscara ocular, listra médio-rostral e manchas supraoculares em Didelphidae a partir dos padrões das espécies viventes; testar a correlação entre os padrões de coloração e dados ecológicos (tipo de habitat, tipo de locomoção e padrão de atividade) e aplicar a medida D de sinal filogenético aos dados de coloração. A maioria dos padrões de coloração em Didelphidae evoluiu a partir de estados mais simples, no ancestral comum de todos os táxons da família, e estados mais complexos surgiram mais de uma vez e em diferentes momentos da história evolutiva do grupo. A reconstrução dos padrões de máscara ocular e coloração da cauda mostrou estados mais complexos no ancestral, que são também os mais comuns nas espécies viventes. Observamos fenótipos convergentes nos padrões de coloração dorsal em gêneros filogeneticamente mais distantes e padrões como a listra rostral e manchas supraoculares são restritos a poucos táxons. Encontramos correlação entre os padrões de máscara ocular e listra médio-rostral e o tipo de locomoção. Os padrões de coloração cefálicos e dorsal apresentaram forte agrupamento filogenético. Levantamos hipóteses sobre a função adaptativa dos padrões observados, sendo a principal de que a predominância de padrões de pelagem simples tem relação com a crípse por correspondência de fundo. Ademais, a análise comparativa da diversidade de padrões de coloração entre marsupiais didelfídeos e outros mamíferos contribui com hipóteses sobre possíveis vantagens adaptativas ou restrições filogenéticas de determinados padrões na natureza.


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  • A ordem Didelphimorphia possui ampla diversidade de modos de locomoção, tamanho corporal e coloração da pelagem. Esta carece de estudos e explicações mais detalhadas sobre sua história evolutiva e função adaptativa. Os poucos estudos com este enfoque associam tonalidades de pelagem em Didelphidae a aspectos ambientais e filogenéticos e consideram os padrões de coloração mais uniformes como estados de caráter plesiomórficos em comparação aos padrões mais complexos. Utilizamos dados da literatura, uma filogenia recente da família e métodos filogenéticos comparativos para reconstruir os estados ancestrais dos padrões de coloração do dorso, ventre, cauda, máscara ocular, listra médio-rostral e manchas supraoculares em Didelphidae a partir dos padrões das espécies viventes; testar a correlação entre os padrões de coloração e dados ecológicos (tipo de habitat, tipo de locomoção e padrão de atividade) e aplicar a medida D de sinal filogenético aos dados de coloração. A maioria dos padrões de coloração em Didelphidae evoluiu a partir de estados mais simples, no ancestral comum de todos os táxons da família, e estados mais complexos surgiram mais de uma vez e em diferentes momentos da história evolutiva do grupo. A reconstrução dos padrões de máscara ocular e coloração da cauda mostrou estados mais complexos no ancestral, que são também os mais comuns nas espécies viventes. Observamos fenótipos convergentes nos padrões de coloração dorsal em gêneros filogeneticamente mais distantes e padrões como a listra rostral e manchas supraoculares são restritos a poucos táxons. Encontramos correlação entre os padrões de máscara ocular e listra médio-rostral e o tipo de locomoção. Os padrões de coloração cefálicos e dorsal apresentaram forte agrupamento filogenético. Levantamos hipóteses sobre a função adaptativa dos padrões observados, sendo a principal de que a predominância de padrões de pelagem simples tem relação com a crípse por correspondência de fundo. Ademais, a análise comparativa da diversidade de padrões de coloração entre marsupiais didelfídeos e outros mamíferos contribui com hipóteses sobre possíveis vantagens adaptativas ou restrições filogenéticas de determinados padrões na natureza.

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  • MARIA JACKELINE SOARES RODRIGUES
  • Estudo morfológico e morfométrico das espécies de Stylopoma Levinsen, 1909 (Bryozoa, Cheilostomatida) do Brasil

  • Orientador : LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ENELISE KATIA PIOVESAN
  • LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • PAULA BRAGA GOMES
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 24/04/2024

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  • Os briozoários representam organismos invertebrados, coloniais, amplamente distribuídos em diferentes ecossistemas aquáticos. Investigações taxonômicas de briozoários têm elucidado a complexidade e diversidade morfológica desses animais. Entre os briozoários, a família Schizoporellidae é considerada uma das mais diversas, com vários estudos taxonômicos em diferentes regiões do mundo. Entre os Schizoporellidae, o gênero Stylopoma, descrito por Levinsen em 1909, contém uma diversidade de 39 espécies atuais e oito espécies fósseis. Essas espécies de briozoários são encontradas em ambientes de águas rasas, muitas vezes habitando recifes, onde se fixam em substratos duros como corais, conchas, rochas e nódulos calcários. A costa brasileira abriga doze espécies de Stylopoma, das quais nove foram originalmente descritas para o Brasil e outras três espécies descritas para o Caribe e Flórida. Algumas dessas espécies apresentam publicações antigas ou não fornecem descrições detalhadas dos espécimes estudados, dificultando uma determinação taxonômica confiável. Assim, o presente estudo teve como objetivo caracterizar morfologicamente e morfometricamente espécies brasileiras do gênero Stylopoma, incluindo redescrições morfológicas, elaboração de lista atualizada das espécies e confecção de chave taxonômica tabular para todas as espécies do gênero. Os exemplares utilizados no estudo estão depositados em coleções científicas do Brasil e Estados Unidos. O estudo envolveu a análise de micrografias do material-tipo das nove espécies brasileiras de Stylopoma. Além disso, foi examinado material coletado ao longo da costa brasileira entre os anos de 1965 e 2023, proveniente de expedições científicas e de coletas realizadas pelo Laboratório de Estudos de Bryozoa da UFPE. As colônias foram inicialmente analisadas sob estereomicroscópio para caracterização morfológica e, posteriormente, alguns espécimes foram examinados em microscópio eletrônico de varredura para análises mais detalhadas. A partir dessas análises, 12 morfotipos distintos foram identificados. Além disso, foram escolhidos representantes de cada morfótipo para a mensuração de estruturas morfológicas e analisados estatisticamente, a fim de verificar o uso desses para a diferenciação das espécies. Como resultados, são fornecidas redescrições de nove espécies e descritas três espécies novas para a ciência. Entre as espécies estudadas, foram observados padrões de variações morfológicas associados à astogenia, fatores biológicos e artefatos. Além disso, uma análise estatística baseada nas variáveis morfométricas de comprimento e largura de quatro características morfológicas, forneceu subsídios para identificação de quais desses caracteres são úteis para diferenciar espécies de Stylopoma. Uma lista atualizada de espécies brasileiras de Stylopoma, além de uma chave de identificação tabular para todas as espécies do gênero, também são apresentados. Esse estudo revelou que o conhecimento da diversidade de Stylopoma no Brasil ainda é insuficiente, também é ressaltada a importância de revisar possíveis espécies mal identificadas em coleções científicas brasileiras.


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  • Os briozoários representam organismos invertebrados, coloniais, amplamente distribuídos em diferentes ecossistemas aquáticos. Investigações taxonômicas de briozoários têm elucidado a complexidade e diversidade morfológica desses animais. Entre os briozoários, a família Schizoporellidae é considerada uma das mais diversas, com vários estudos taxonômicos em diferentes regiões do mundo. Entre os Schizoporellidae, o gênero Stylopoma, descrito por Levinsen em 1909, contém uma diversidade de 39 espécies atuais e oito espécies fósseis. Essas espécies de briozoários são encontradas em ambientes de águas rasas, muitas vezes habitando recifes, onde se fixam em substratos duros como corais, conchas, rochas e nódulos calcários. A costa brasileira abriga doze espécies de Stylopoma, das quais nove foram originalmente descritas para o Brasil e outras três espécies descritas para o Caribe e Flórida. Algumas dessas espécies apresentam publicações antigas ou não fornecem descrições detalhadas dos espécimes estudados, dificultando uma determinação taxonômica confiável. Assim, o presente estudo teve como objetivo caracterizar morfologicamente e morfometricamente espécies brasileiras do gênero Stylopoma, incluindo redescrições morfológicas, elaboração de lista atualizada das espécies e confecção de chave taxonômica tabular para todas as espécies do gênero. Os exemplares utilizados no estudo estão depositados em coleções científicas do Brasil e Estados Unidos. O estudo envolveu a análise de micrografias do material-tipo das nove espécies brasileiras de Stylopoma. Além disso, foi examinado material coletado ao longo da costa brasileira entre os anos de 1965 e 2023, proveniente de expedições científicas e de coletas realizadas pelo Laboratório de Estudos de Bryozoa da UFPE. As colônias foram inicialmente analisadas sob estereomicroscópio para caracterização morfológica e, posteriormente, alguns espécimes foram examinados em microscópio eletrônico de varredura para análises mais detalhadas. A partir dessas análises, 12 morfotipos distintos foram identificados. Além disso, foram escolhidos representantes de cada morfótipo para a mensuração de estruturas morfológicas e analisados estatisticamente, a fim de verificar o uso desses para a diferenciação das espécies. Como resultados, são fornecidas redescrições de nove espécies e descritas três espécies novas para a ciência. Entre as espécies estudadas, foram observados padrões de variações morfológicas associados à astogenia, fatores biológicos e artefatos. Além disso, uma análise estatística baseada nas variáveis morfométricas de comprimento e largura de quatro características morfológicas, forneceu subsídios para identificação de quais desses caracteres são úteis para diferenciar espécies de Stylopoma. Uma lista atualizada de espécies brasileiras de Stylopoma, além de uma chave de identificação tabular para todas as espécies do gênero, também são apresentados. Esse estudo revelou que o conhecimento da diversidade de Stylopoma no Brasil ainda é insuficiente, também é ressaltada a importância de revisar possíveis espécies mal identificadas em coleções científicas brasileiras.

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  • MIRELLA LIMA COSTA
  • Preferência e atratividade por diferentes dietas na determinação das comunidades de besouros rola bosta

  • Orientador : LUCIANA IANNUZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCIANA IANNUZZI
  • BRAULIO ALMEIDA SANTOS
  • CAROLINA NUNES LIBERAL
  • Data: 29/05/2024

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  • A dieta de espécies e de taxocenoses envolve o reconhecimento, a utilização e a escolha dos alimentos. Os besouros rola bosta são majoritariamente coprófagos, mas em alguns ecossistemas outros hábitos alimentares são complementares ou substituem a coprofagia. A necrofagia é um desses hábitos, mas ainda estudado de forma incipiente. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes tipos de carne apodrecida sobre a diversidade taxonômica de rola bosta em uma região da Amazônia Central. Testamos a atratividade e a preferência de três tipos de carne (boi, ave e peixe) sobre os besouros rola bosta, analisando as diversidades, abundância e estrutura da assembleia atraída a cada tipo de carne. O experimento de atratividade consistiu em testar o potencial atrativo de cada tipo de carne de maneira isolada, enquanto o experimento de preferência tinha como objetivo avaliar a escolha do tipo de carne na presença dos três diferentes tipos. Foram coletados 3.151 indivíduos de 24 espécies de rola bosta. A abundância de indivíduos não variou entre os tipos de carne, mas os valores de diversidade foram diferentes, sendo a isca de carne bovina a mais atrativa. O experimento de preferência demonstrou abundância e diversidade menores em armadilhas não iscadas (controle) quando comparadas às iscadas. Canthidium sp., Canthon triangularis, Deltochilum gr. submetallicum, Eurysternus atrosericus, Ateuchus simplex e Eurysternus caribaeus foram indicadores de carne bovina, demonstrando que o tipo de carne influencia a estrutura da assembleia de rola bosta. Os dados de dispersão foram diferentes entre os tipos de carne no experimento de atratividade e o frango apresentou os maiores valores de dispersão quando comparado ao peixe. O mesmo não aconteceu no experimento de preferência. A estrutura da assembléia de rola bosta foi reunida em três grupos (cluster) em ambos os experimentos. Os dados foram agrupados em dois grupos de frango e um grupo com os três tipos de carne no experimento de atratividade. No de preferência, um grupo reuniu os dados de frango e peixe, um grupo agregou os dados de todos os tipos de carne e outro grupo uniu os dados de carne bovina e frango. Nossos resultados indicam que o tipo de carne em decomposição influencia a estrutura das assembléias de rola bosta na Amazônia, nos fazendo supor que esses besouros desenvolvem estratégias na busca por recursos alternativos quando o alimento principal é escasso. Esse estudo fornece dados importantes relacionadas aos hábitos dos rola bosta necrófagos, que servirão de base para estudos futuros relacionados à alimentação dos rola bosta.


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  • A dieta de espécies e de taxocenoses envolve o reconhecimento, a utilização e a escolha dos alimentos. Os besouros rola bosta são majoritariamente coprófagos, mas em alguns ecossistemas outros hábitos alimentares são complementares ou substituem a coprofagia. A necrofagia é um desses hábitos, mas ainda estudado de forma incipiente. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes tipos de carne apodrecida sobre a diversidade taxonômica de rola bosta em uma região da Amazônia Central. Testamos a atratividade e a preferência de três tipos de carne (boi, ave e peixe) sobre os besouros rola bosta, analisando as diversidades, abundância e estrutura da assembleia atraída a cada tipo de carne. O experimento de atratividade consistiu em testar o potencial atrativo de cada tipo de carne de maneira isolada, enquanto o experimento de preferência tinha como objetivo avaliar a escolha do tipo de carne na presença dos três diferentes tipos. Foram coletados 3.151 indivíduos de 24 espécies de rola bosta. A abundância de indivíduos não variou entre os tipos de carne, mas os valores de diversidade foram diferentes, sendo a isca de carne bovina a mais atrativa. O experimento de preferência demonstrou abundância e diversidade menores em armadilhas não iscadas (controle) quando comparadas às iscadas. Canthidium sp., Canthon triangularis, Deltochilum gr. submetallicum, Eurysternus atrosericus, Ateuchus simplex e Eurysternus caribaeus foram indicadores de carne bovina, demonstrando que o tipo de carne influencia a estrutura da assembleia de rola bosta. Os dados de dispersão foram diferentes entre os tipos de carne no experimento de atratividade e o frango apresentou os maiores valores de dispersão quando comparado ao peixe. O mesmo não aconteceu no experimento de preferência. A estrutura da assembléia de rola bosta foi reunida em três grupos (cluster) em ambos os experimentos. Os dados foram agrupados em dois grupos de frango e um grupo com os três tipos de carne no experimento de atratividade. No de preferência, um grupo reuniu os dados de frango e peixe, um grupo agregou os dados de todos os tipos de carne e outro grupo uniu os dados de carne bovina e frango. Nossos resultados indicam que o tipo de carne em decomposição influencia a estrutura das assembléias de rola bosta na Amazônia, nos fazendo supor que esses besouros desenvolvem estratégias na busca por recursos alternativos quando o alimento principal é escasso. Esse estudo fornece dados importantes relacionadas aos hábitos dos rola bosta necrófagos, que servirão de base para estudos futuros relacionados à alimentação dos rola bosta.

Teses
1
  • DENISE FABIANA DE MORAES COSTA
  • ESPECTROS DE TAMANHOS E BIOMASSA DE DECÁPODES PLANCTÔNICOS EM AMBIENTES ESTUARINOS, COSTEIROS E NERÍTICOS NO NORDESTE DO BRASIL, DE 2013 A 2019

  • Orientador : ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • XIOMARA FRANCHESCA GARCIA DIAZ
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • SIGRID NEUMANN LEITAO
  • Data: 30/01/2024

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  • Os Decapoda são o segundo táxon mais representativo do zooplâncton. Nele incluem-se muitas espécies de importância socioeconómica que tem um papel chave dos ecossistemas pelágicos, tanto como adultos quanto como formas larvais. Conhecer a diversidade, interação e o comportamento dessas espécies, ajuda-nos a compreender o seu papel trófico e a sua representação ecológica nas comunidades zooplanctônicas. Essa tese está dividida em três capítulos, que tem como objetivos: 1) Caracterizar e comparar o zooplâncton nos ambientes estuarino, costeiro/recifal e da plataforma continental com ênfase nas comunidades de Decapoda planctônicos. 2) Conhecer os espectros de tamanhos do zooplâncton, e a contribuição dos Decapoda para esses espectros, nos ambientes estuarino, costeiro/recifal e de plataforma continental. 3) Analisar a distribuição, biomassa, biovolume e tamanhos das larvas de decápodes e comparar com os demais organismos (zooplâncton total) dos ambientes estuarino, recifal/costeiro e nerítico ao longo de 6 anos de coletas. No primeiro capítulo, abordamos sobre a sincronicidade sazonal e espacial das larvas de plâncton em ecossistemas tropicais costeiros e quantificamos as contribuições dos decápodes para o zooplâncton em regiões adjacentes, ecossistemas tropicais estuarinos, costeiros e de plataforma, considerando seus ciclos de vida sazonais e prováveis estratégias de dispersão. As contribuições dos decápodes foram especialmente relevantes durante eventos de liberação massiva de larvas de zoeas de caranguejos durante a migração para a costa em estágios de pré-assentamento. Os picos sazonais foram claramente assíncronos entre táxons e áreas. Observamos possíveis relações funcionais entre copépodes e grupos-chave de decápodes, bem como os processos que desencadeiam e regulam a entrada de larvas. No segundo capítulo, descrevemos alguns processos dinâmicos que moldam o espectro de tamanho de estágios larvais do zooplâncton, o que na literatura é pouco documentado. Espectros de tamanho de biomassa normalizado (NBSS) foram construídos para descrever o zooplâncton total, larvas de decápodes e outros mero e ictioplâncton em três áreas de Tamandaré, Brasil. As encostas do NBSS para o holoplâncton foram mais íngremes do que geralmente esperado, o que foi claramente devido à alta abundância de copépodes calanóides, especialmente no Estuário. A remoção de organismos não-holoplanctônicos não afetou a inclinação do NBSS, confirmando o conceito de que a inclinação do NBSS é uma propriedade conservadora de tais ecossistemas. Os processos que moldam espectros de tamanho específicos de táxons e os combinam em um espectro “livre de lacunas” são discutidos sob uma perspectiva de nicho de tamanho evolutivo. No terceiro capítulo observamos o efeito de eventos climáticos relevantes, como o El Niño 2015/2016 nas comunidades de decápodes planctônicos e no zooplâncton total da série temporal, de 2013 a 2019).


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  • Os crustáceos decápodes incluem várias espécies de interesse para a pesca e aquicultura (por exemplo, camarões, caranguejos e lagostas) e são componentes-chave de ecossistemas pelágicos marinhos e estuarinos, como adultos e como formas larvais. Avaliamos as contribuições da biomassa e biovolume de decápodes para o zooplâncton tropical em três ecossistemas distintos: Estuário do Rio Formoso, Baía Tamandaré e Plataforma Continental ao largo de Tamandaré, Brasil.

2
  • ELIELTON FRANCISCO DO NASCIMENTO
  • PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO DAS ESPONJAS MARINHAS (DEMOSPONGIAE SOLLAS, 1885) DO NORDESTE BRASILEIRO - ESTADO DA BAHIA

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO CARLOS MEDUNA HAJDU
  • FERNANDA FERNANDES CAVALCANTI
  • JOANA CAROLINA FREIRE SANDES SANTOS
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 31/01/2024

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  • A espongiofauna do Brasil, corresponde apenas a cerca de 6% desta diversidade, que ainda possui o número de registros subestimado. A Bahia compreende a maior faixa litorânea, cerca de 36% da costa nordestina, tem 224 espécies registradas. No entanto, os únicos trabalhos que compilou parte desses registros, foram o Guia das Esponjas Marinhas da Bahia publicado em 2011 por Hajdu e colaboradores, com material oriundo, majoritariamente, da Baía de Todos os Santos e Menegola & Peixinho, 2017, com material oriundo da região norte da costa baiana. Se tornando insuficiente para traçar um perfil da distribuição das esponjas no estado. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo caracterizar a espongiofauna da costa da Bahia, procurando estabelecer seus padrões de distribuição. Para o estudo taxonômico seguimos o protocolo de Hajdu et al (2011) e para a análise biogeográfica utilizamos o índice de Jaccard para elaboração do dendograma. Os 300 espécimes caracterizados neste estudo estão inseridos em 70 morfotipos, distribuídos em 36 gêneros. Dentre os resultados, destacamos a descrição da espécie nova Desmacella stylostrongyla Nascimento & Pinheiro, 2022 para a costa da Bahia. Além disso, registramos pela primeira vez para a costa brasileira a espécie Spirastrella mollis Verrill, 1907 e para o nordeste as espécies Cliona raphida Boury-Esnault, 1973 e Polymastia janeirensis (Boury-Esnault, 1973), ainda 12 espécies como primeiro registro para a Bahia e os gêneros Clionaopsis sp. nov., Ectyoplasia sp. nov., Mycale (Mycale) sp. nov. e Protusuberites sp. nov. 1 e 2 que são possíveis novas espécies. A análise de similaridade de Jaccard mostrou grupamentos com índice de consistência a partir de 50%, onde destacamos a Costa do Cacau no ramo mais externo com Bootstrap de 100% por ser a região com menor número de espécies registradas e o clado BTS e Costa dos Coqueiros com Bootstrap de 99 % por causa de serem as regiões com mais registros de espécies com compartilhamento elevado. Esse estudo reformou que coleções científicas detém de uma diversidade ainda não conhecida e que os estudos taxonômicos, podem servir de subsídios para um melhor conhecimento biogeográfico da espongiofauna do Brasil.


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  • The synapomorphic character of the genus Acarnus Gray, 1867is the presence of the cladotylote spicule and is divided into three main groups according with morphology of megascleres, presence of acanthostyles and skeleton types. Acarnus has 27 valids species worldwide, of  which  Acarnus innominatus Gray, 1867, Acarnus nicoleae van Soest, Hooper & Hiemstra, 1991, Acarnus souriei (Lévi, 1952), Acarnus radovani (Boury-Esnault, 1973) and Acarnus toxeata Boury-Esnault, 1973 occurring in the on the Brazilian coast. The specimens studied are from northeast of Brazil and deposited in the Federal University of Pernambuco (UFPEPOR) and Federal University of Bahia (UFBA). Here, we will describe a new species of Acarnus and provide more detailed characterization of Acarnus toxeata  with the first images  at  Scanning Electron Microscopy (SEM) of the spicular set from other specimens.

3
  • PAULO BRAGA MASCARENHAS JUNIOR
  • PADRÕES DE ECOLOGIA POPULACIONAL DE Caiman latirostris (ALLIGATORIDAE) EM AMBIENTE LÊNTICO COM FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA, NORDESTE DO BRASIL

  • Orientador : PEDRO IVO SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GEORGE HENRIQUE REBELO
  • MURILO GUIMARÃES RODRIGUES
  • RONIS DA SILVEIRA
  • THIAGO COSTA GONÇALVES PORTELINHA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 20/02/2024

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  • O estudo da ecologia de populações animais é fundamental para entender sua dinâmica demográfica e suas interações com elementos do hábitat circundante. Fatores como o clima, atividades antrópicas e características das paisagens podem moldar a distribuição, o tamanho e a estrutura das populações. Crocodilianos são predadores semi-aquáticos longevos, e seu monitoramento em longo prazo têm permitido a elaboração de hipóteses sobre fatores que afetam sua distribuição e o planejamento de estratégias de conservação. Nesta tese, estudei a ecologia espaço-temporal do jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) em um reservatório artificial formado pelo barramento do rio Tapacurá, no município de São Lourenço da Mata, Pernambuco, Brasil. A tese está dividida em quatro capítulos: O primeiro consiste em uma revisão bibliográfica de estudos envolvendo o rastreamento de crocodilianos por meio de telemetria. A maioria dos estudos concentram-se nos EUA e Austrália, com as espécies Alligator mississipiensis e Crocodylus porosus. Dentre os métodos mais utilizados nos estudos, a tecnologia VHF foi a mais utilizada, seguida da GPS/Satélite e acústica. No segundo capítulo, avalio os fatores que influenciam a detecção e distribuição dos jacarés do reservatório durante censos baseados em contagens noturnas. A temperatura da água, umidade relativa do ar, precipitação diária, percentual de nuvens e a profundidade local da água foram variáveis que afetaram a detecção dos jacarés. Além disso, os jacarés encontravam-se preferencialmente no curso do rio e próximos aos fragmentos de floresta, associados à presença de redes de pesca. Também identificamos um aumento no número de indivíduos adultos detectados ao longo do estudo. No terceiro capítulo, descrevo o padrão sazonal e espacial da atividade pesqueira no resevatório e avalio sua influência na distribuição espacial dos jacarés. A pesca é uma atividade anual em Tapacurá, com crescimento significativo após o início da pandemia de COVID-19. Há uma correlação entre a distribuição dos jacarés e das redes de pesca no reservatório, principalmente nas áreas margeadas por floresta. Não há diferença na proporção de emalhe acidental entre diferentes classes etárias. No quarto capítulo estudei os padrões de movimentação e seleção de hábitat, e a influência do sexo dos indivíduos sobre estes padrões, utilizando dados de captura e rastreamento por telemetria via GPS. A população de jacarés em Tapacurá é formada em sua maioria por machos, que acessam áreas mais distantes da floresta no período chuvoso, quando apresentam maiores escores corporais. A movimentação dos jacarés adultos foi principalmente noturna, com áreas de uso geralmente menores do que um quilômetro quadrado. Os manuscritos aqui apresentados trazem de forma pioneira informações robustas sobre a ecologia de populações do jacaré-de-papo-amarelo, potencialmente úteis nas tomadas de decisão conservacionistas e no manejo da espécie e seus hábitats.


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  • Crocodylians are top predators, playing key ecological roles in aquatic ecosystems. However, knowledge on long-term aspects of their spatiotemporal ecology is incipient. We reviewed the published scientific literature on telemetry-tracking in crocodylians, combining the terms “telemetry”, “track” or “tag” and variations; “VHF”, “UHF”, “satellite”, “GPS”, “radio”, “acoustic” or “transmitters”; and “caiman”, “alligator”, “crocodile”, “gharial” or “Crocodylia”, looking for geographic, species, technology, and study length information. We identified 66 research articles published online in indexed journals and 109 reports available from the IUCN’s Crocodile Specialist Group, between 1970 and 2021. Publications included 22 of the 27 living crocodilian species. We identified strong geographic and taxonomic biases, with most manuscripts proceeding from USA (20.6%) and Australia (13.7%), with Alligator mississipiensis (18%) and Crocodylus porosus (14%) as their target species. Despite representing 16% of reports, Gavialis gangeticus was referred in a single indexed research article. VHF telemetry was the prevalent tracking method, followed by GPS and acoustic transmitters. Studies using VHF devices were generally shorter compared to alternative technologies. Transmitter weight represented an average of 2% of the body mass of the carrying individual. Although attachment site of transmitters was informed in all research papers, few described anaesthetic or medical procedures during attachment (31.8%). Our review highlights the need to encourage publication of crocodilian telemetry studies in non-English speaking countries in Asia, Africa, and Latin America, where endemic species are threatened. We also highlight the need of detailed information on methods and results to facilitate the implementation of appropriate protocols in future telemetry-tracking studies.

4
  • CAROLINE CIBELLE CORREIA CLEMENTE
  • EFEITO EXPERIMENTAL DO AUMENTO DO NÍVEL DO MAR SOBRE A MACROFAUNA DE AMBIENTE RECIFAL

  • Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • JOSE SOUTO ROSA FILHO
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • TACIANA KRAMER DE OLIVEIRA PINTO
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 21/02/2024

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  • O aquecimento climático global está causando um aumento evidente no nível do mar, resultando na submersão gradual de áreas costeiras. Isso leva à compressão costeira e redução das vastas extensões de mediolitoral (entremarés), representando uma ameaça significativa para comunidades de mediolitoral nos ecossistemas de recifes de coral, cujo crescimento vertical pode não acompanhar o ritmo acelerado do aumento do nível do mar. Em estreita ligação com esse ecossistema, encontramos comunidades crípticas da macrofauna bentônica, incluindo crustáceos, moluscos, equinodermos, peixes, poliquetas e outros vermes. Deve ser destacado aqui que existe uma grande lacuna no conhecimento, principalmente em relação à taxonomia básica e ecologia, para a grande maioria das espécies que habitam os recifes de corais. O objetivo deste estudo foi investigar experimentalmente como a macrofauna bentônica responde ao possível impacto do aumento do nível do mar em ambientes recifais. Foram conduzidos dois experimentos in situ: o primeiro com um desenho amostral visando avaliar a zonação vertical em pequena escala (centímetros) da macrofauna bentônica, e o segundo envolvendo a translocação da macrofauna do mediolitoral para o infralitoral, simulando a submersão contínua e representando um cenário de afogamento do recife. Os experimentos foram realizados em um recife costeiro na Praia de Serrambi, litoral Sul de Pernambuco, Brasil, utilizando Unidades de Substrato Artificial (UAS) para simular tufos de algas naturais, um micro habitat predominante no ecossistema recifal. Foram identificadas diferenças significativas na estrutura da comunidade, mesmo em intervalos tão reduzidos quanto alguns décimos de metros (10 a 20 cm). O mediolitoral exibiu maior heterogeneidade na estrutura da comunidade em comparação com o infralitoral raso, além de maior diversidade trófica de Polychaeta, sugerindo uma maior diversidade de microhabitats e elevada suscetibilidade aos impactos decorrentes do aumento do nível do mar. Os dados indicam que cerca de 15% da macrofauna bentônica enfrentará impactos significativos, incluindo extinções locais, caso ocorra a submersão dos recifes nas próximas décadas. A translocação da fauna revelou uma tendência notável de maior similaridade na estrutura da comunidade com o ambiente de destino (infralitoral) em comparação com a origem (mediolitoral) após curto prazo de translocação. É confirmada a possibilidade de perda de espécies, uma vez que diversos grupos não suportaram a submersão constante.   


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  • Unidades Artificiais de Substrato (UAS), do tipo grama sintética, foram utilizadas no presente estudo para investigar a distribuição e abundância da associação de poliquetas epibentônicos em pequena escala vertical em ecossistema de recife de coral. Foram determinadas sete alturas de maré/faixas para montagem do experimento. Foram instaladas UAS em três faixas no mediolitoral do recife, correspondendo a altura de maré +0.6, +0.5 e +0.2, uma faixa correspondendo a altura de maré é 0.0m e três faixas no infralitoral raso, -0.15, -0.3 e -0.4m. O uso das UAS foi eficaz em quantificar a diversidade e a composição das famílias de poliquetas. Foi registrado um total de 26.348 indivíduos distribuídos em 21 famílias; 1.939 indivíduos no mediolitoral e 22.805 indivíduos no infralitoral. Nas duas zonas, a abundância total dos poliquetas aumentou com a profundidade. A zona de mediolitoral apresentou maior abundância de carnívoros, enquanto no infralitoral a maior representatividade foi de detritívoros. Foram registradas diferenças significativas na estrutura da comunidade em poucos centímetros. Os resultados indicaram a presença de três zonas/estratos no mediolitoral e duas zonas no infralitoral. O mediolitoral apresentou maior heterogeneidade na estrutura da poliquetofauna, que pode estar ameaçada pela subida do nível médio do mar.

5
  • CAMILA BRASILINO BOTELHO DE ARAUJO
  • Genotoxicidade comparativa de grandes peixes pelágicos em duas unidades de conservação do Atlântico Sudoeste

  • Orientador : MONICA LUCIA ADAM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RACHEL ANN HAUSER-DAVIS
  • MONICA LUCIA ADAM
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • RODRIGO RISI PEREIRA BARRETO
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • Data: 23/02/2024

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  • A poluição representa uma das maiores ameaças aos ecossistemas marinhos, devido ao elevado potencial de bioacumulação e sensibilidade associada às espécies que habitam esses ecossistemas. No Brasil, o Parque Nacional Marinho e a Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha (AFN), e o Monumento Natural e a Área de Proteção Ambiental do Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) são áreas de proteção ambiental marinhas estabelecidas por lei, consideradas “hotspots” de biodiversidade. Atualmente, diferentes métodos estão sendo utilizados para a realização de diagnósticos da saúde ambiental em áreas de proteção ambiental, dentre eles a análise de danos no genoma em consequência da ação de poluentes e estressores. Contudo, até o momento, essas metodologias ainda não tinham sido aplicadas ao estudo de elasmobrânquios e grandes peixes-ósseos pelágicos marinhos de valor comercial, como os atuns e afins. Deste modo, o presente estudo buscou investigar a incidência de danos genômicos entre diferentes espécies de tubarões que habitam o AFN e o ASPSP e a relação desses danos com concentrações de metais presentes no sangue de tubarões no AFN, além de investigar a incidência de danos genômicos em diferentes espécies de peixes-ósseos pelágicos comerciais no ASPSP e realizar a análise de dano genômico comparativo entre indivíduos de albacora-laje (Thunuus albacares) capturados em ambas as unidades de conservação. Os resultados indicaram frequências elevadas de danos genômicos nos tubarões analisados em comparação com as espécies de peixes-ósseos, e sugerem que essas espécies são mais suscetíveis a efeitos subletais em decorrência do contato com poluentes. O tubarão-tigre, Galeocerdo cuvier, apresentou a maior suscetibilidade e sensibilidade entre as espécies analisadas, enquanto que o tubarão-lixa, Ginglymostoma cirratum, foi a espécie com as menores frequências de danos e concentrações de metais. Características como o uso do habitat, posição trófica, metabolismo e características morfológicas como a incidência elevada de gordura no músculo e fígado, podem favorecer a frequência elevada desses efeitos. No entanto, níveis basais de concentrações de metais no sangue e de frequência de danos genômicos em tubarões ainda não foram estabelecidos, com a elevada instabilidade genômica observada nos tubarões preocupante quanto ao estado de saúde desses animais, bem como à qualidade desses ambientes, que apesar de constituírem unidades de conservação protegidas por lei, estão com a qualidade da água comprometida, evidenciando a necessidade do monitoramento contínuo dessas regiões e da elaboração de medidas de manejo eficazes para o despejo de resíduos, visando a conservação desses ecossistemas únicos e de sua fauna associada.


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  • Elasmobranchs are particularly vulnerable to exposure to pollutants. However, few studies are directed to the effects of pollutants on the health of these animals, and in most cases, are limited to the analysis of biochemical markers. Thus, the incidence of genomic damage among shark species inhabiting a protected ocean island in the South Atlantic was investigated in association with the analysis of pollutants in seawater samples. High levels of genomic damage were identified, especially in Negaprion brevirostris and Galeocerdo cuvier, in addition to interspecific variations that may be related to characteristics such as animal size, metabolism and habits. High concentrations of Surfactants were observed in seawater samples, in addition to low concentrations of Cadmium, Lead, Copper, Chromium, Zinc, Manganese, and Mercury. The results evidenced the potential of shark species as a bioindicator of environmental quality, as well as making it possible to assess the anthropic impact on the archipelago.

2023
Dissertações
1
  • RENAN BELÉM DA SILVA
  • Efeito dos HPAs sobre a meiofauna estuarina, em áreas com diferentes graus de urbanização

  • Orientador : ANDRE MORGADO ESTEVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • VIRAG VENEKEY
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • TACIANA KRAMER DE OLIVEIRA PINTO
  • Data: 27/01/2023

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  • Os ambientes estuarinos são sugeridos como destino final da poluição humana, sendo afetados pela urbanização que há em seus arredores e por compostos que chegam através das águas dos rios. Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) são contaminantes que podem atingir os estuários e podem afetar diretamente a sua conservação, sendo considerados altamente deletérios aos organismos que vivem nesses ambientes. Esta pesquisa investigou a fauna bentônica a nível de grandes grupos e gêneros da Nematofauna de três estuários ao longo da costa pernambucana, os quais estão expostos a diferentes níveis de urbanização e, consequentemente, a diferentes níveis de concentração de HPAs. Um total de 15 grandes grupos da meiofauna foram identificados, sendo Nematoda o táxon dominante (74,6%), seguido por Copepoda (9,6%) e Polychaeta (8,6%). Com relação à Nematofauna, 60 gêneros foram identificados, sendo os mais abundantes Terschellingia (23,0%), Sabatieria (13,1%) e Daptonema (11,8%). Os índices de diversidades obtidos a partir dos grandes grupos diferiram significativamente, sendo a riqueza, índice de Shannon e equitabilidade maiores no local menos urbanizado, sistema estuarino do Rio Goiana (GES). Já os índices de diversidade oriundos da Nematofauna, além da riqueza e o índice de Shannon, a distinção taxonômica foi significativamente maior em GES. A avaliação da qualidade ecológica (EcoQ) para os grandes grupos apontou que o estuário com menor densidade demográfica em seu entorno, GES, apresentou melhor qualidade ecológica (EcoQ Moderado). Da mesma maneira, o resultado do EcoQ para a nematofauna, apontou GES com qualidade ecológica Boa, enquanto as áreas urbanizadas apresentaram qualidade ecológica Pobre. A análise multivariada (DistLM) sugeriu que os HPAs, pH e matéria orgânica foram os fatores abióticos que melhor explicaram a distribuição dos organismos, tanto os grandes grupos, quanto os gêneros da nematofauna. Os sedimentos caracterizaram-se pela predominância de areia muito fina e silte-argila nos estuários mais poluídos, enquanto a área controle (GES) predominou grãos de tamanho médio.


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  • Os ambientes estuarinos são sugeridos como destino final da poluição humana, sendo afetados pela urbanização que há em seus arredores e por compostos que chegam através das águas dos rios. Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) são contaminantes que podem atingir os estuários e podem afetar diretamente a sua conservação, sendo considerados altamente deletérios aos organismos que vivem nesses ambientes. Esta pesquisa investigou a fauna bentônica a nível de grandes grupos e gêneros da Nematofauna de três estuários ao longo da costa pernambucana, os quais estão expostos a diferentes níveis de urbanização e, consequentemente, a diferentes níveis de concentração de HPAs. Um total de 15 grandes grupos da meiofauna foram identificados, sendo Nematoda o táxon dominante (74,6%), seguido por Copepoda (9,6%) e Polychaeta (8,6%). Com relação à Nematofauna, 60 gêneros foram identificados, sendo os mais abundantes Terschellingia (23,0%), Sabatieria (13,1%) e Daptonema (11,8%). Os índices de diversidades obtidos a partir dos grandes grupos diferiram significativamente, sendo a riqueza, índice de Shannon e equitabilidade maiores no local menos urbanizado, sistema estuarino do Rio Goiana (GES). Já os índices de diversidade oriundos da Nematofauna, além da riqueza e o índice de Shannon, a distinção taxonômica foi significativamente maior em GES. A avaliação da qualidade ecológica (EcoQ) para os grandes grupos apontou que o estuário com menor densidade demográfica em seu entorno, GES, apresentou melhor qualidade ecológica (EcoQ Moderado). Da mesma maneira, o resultado do EcoQ para a nematofauna, apontou GES com qualidade ecológica Boa, enquanto as áreas urbanizadas apresentaram qualidade ecológica Pobre. A análise multivariada (DistLM) sugeriu que os HPAs, pH e matéria orgânica foram os fatores abióticos que melhor explicaram a distribuição dos organismos, tanto os grandes grupos, quanto os gêneros da nematofauna. Os sedimentos caracterizaram-se pela predominância de areia muito fina e silte-argila nos estuários mais poluídos, enquanto a área controle (GES) predominou grãos de tamanho médio.

2
  • BRUNA MIRELY DA SILVA COSTA
  • PADRÕES DE MOVIMENTAÇÃO E EFEITOS DA SAZONALIDADE EM DUAS ESPÉCIES DE AVES (ORESSOCHEN JUBATUS E RYNCHOPS NIGER) ASSOCIADAS A PRAIAS FLUVIAIS NO RIO BRANCO, RORAIMA

  • Orientador : PEDRO IVO SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEX JAHN
  • ENRICO BERNARD
  • PEDRO IVO SIMOES
  • ROBERTA COSTA RODRIGUES
  • Data: 27/01/2023

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  • A migração representa todo movimento sazonal e regular, onde uma população (ou parte dela) se desloca em resposta a uma condição climática ou ambiental. Em geral, estes tipos de movimentos podem ser associados com mudanças na disponibilidade de recursos alimentares ou modificações no hábitat utilizado pelas espécies. Estima-se que quase 20 % (1.855) das espécies de aves do mundo realizam algum tipo de movimento migratório, sendo a maior parte de seus estudos concentrados em espécies de regiões temperadas. Apesar disso, movimentos migratórios intra-tropicais são relativamente comuns embora pobremente documentados. Uma parte importante das aves migrantes intra-tropicais estão representadas por espécies de hábitos aquáticos, dentre elas, se encontram numerosas espécies de aves ocorrentes nas planícies inundáveis dos grandes rios amazônicos, cujas áreas são reguladas através do pulso de inundação dos rios. Com isso, essa pesquisa foi realizada no Rio Branco, localizado no estado de Roraima, com o intuito de entender como duas espécies de aves associadas com ambientes fluviais lidam com a perda das praias na época de cheia, procurando compreender seus deslocamentos, se há migração, quais os destinos e parâmetros que os definem (grau de alagamento, chuva, etc), utilizando a técnica de telemetria via GPS. Para isso, essa dissertação foi dividida em duas partes, a primeira constituída da Introdução e o Referencial Teórico e a segunda com dois artigos, sendo, o primeiro relatando a migração intratropical da espécie Oressochen jubatus (ganso-do-Orinoco) e o segundo descrevendo os movimentos da espécie Rynchops niger (talha-mar) na Bacia do Rio Branco/Roraima, utilizando transmissores com GPS.


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  • A migração representa todo movimento sazonal e regular, onde uma população (ou parte dela) se desloca em resposta a uma condição climática ou ambiental. Em geral, estes tipos de movimentos podem ser associados com mudanças na disponibilidade de recursos alimentares ou modificações no hábitat utilizado pelas espécies. Estima-se que quase 20 % (1.855) das espécies de aves do mundo realizam algum tipo de movimento migratório, sendo a maior parte de seus estudos concentrados em espécies de regiões temperadas. Apesar disso, movimentos migratórios intra-tropicais são relativamente comuns embora pobremente documentados. Uma parte importante das aves migrantes intra-tropicais estão representadas por espécies de hábitos aquáticos, dentre elas, se encontram numerosas espécies de aves ocorrentes nas planícies inundáveis dos grandes rios amazônicos, cujas áreas são reguladas através do pulso de inundação dos rios. Com isso, essa pesquisa foi realizada no Rio Branco, localizado no estado de Roraima, com o intuito de entender como duas espécies de aves associadas com ambientes fluviais lidam com a perda das praias na época de cheia, procurando compreender seus deslocamentos, se há migração, quais os destinos e parâmetros que os definem (grau de alagamento, chuva, etc), utilizando a técnica de telemetria via GPS. Para isso, essa dissertação foi dividida em duas partes, a primeira constituída da Introdução e o Referencial Teórico e a segunda com dois artigos, sendo, o primeiro relatando a migração intratropical da espécie Oressochen jubatus (ganso-do-Orinoco) e o segundo descrevendo os movimentos da espécie Rynchops niger (talha-mar) na Bacia do Rio Branco/Roraima, utilizando transmissores com GPS.

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  • DANIEL SIQUEIRA DE VASCONCELOS
  • CARACTERIZAÇÃO DA DIVERSIDADE FILOGENÉTICA E FUNCIONAL DE FORMIGAS AO LONGO DE UM GRADIENTE SUCESSIONAL DE CAATINGA

  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FELIPE FERNANDO DA SILVA SIQUEIRA
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • Data: 31/01/2023

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  • A vegetação de Caatinga, assim como várias outras florestas tropicais, vem sendo perturbada e substituída por outros tipos de uso do solo. Algumas destas áreas acabam sendo abandonadas e se encontram em processo de regeneração. Porém, pouco se sabe sobre como as comunidades biológicas são reorganizadas ao longo da regeneração, principalmente em florestas secas, onde os estudos deste tema ainda são mais escassos, e com foco em padrões de diversidade taxonômica, através das métricas como riqueza, abundância e composição de espécies. Aqui empregamos o crescimento da biomassa vegetal como medida de regeneração na Caatinga, e avaliamos seu efeito na diversidade funcional e filogenética de formigas. Utilizamos formigas previamente coletadas em parcelas de 0,01 hectare que foram estabelecidas em áreas usadas com agricultura de corte e queima e abandonadas em diferentes períodos de tempo, de 8 a 54 anos, compondo um gradiente de regeneração. Com as espécies identificadas de cada parcela, fizemos a caracterização das relações filogenéticas, com auxílio da literatura. Para o estudo da diversidade funcional, medimos atributos morfológicos (e.g. tamanho do corpo, comprimento relativo dos olhos e comprimento relativo das pernas) relacionados com a interação de cada espécie no ecossistema. Em seguida, aplicamos uma série de índices que avaliam a diversidade filogenética e funcional ao longo da regeneração, e analisamos as relações de cada índice com a biomassa vegetal das parcelas. Os resultados indicam que a diversidade funcional e a filogenética foram influenciadas positivamente pelo crescimento da biomassa vegetal. Isto sugere que a comunidade de formigas pode ser recuperada com a regeneração da vegetação da Caatinga, até mesmo em relação à diversidade funcional e filogenética. Nossos achados trazem mais informações sobre da resiliência da Caatinga após perturbações antrópicas agudas, no que diz respeito ao processo de reestruturação e reorganização de comunidades biológicas.


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  • A vegetação de Caatinga, assim como várias outras florestas tropicais, vem sendo perturbada e substituída por outros tipos de uso do solo. Algumas destas áreas acabam sendo abandonadas e se encontram em processo de regeneração. Porém, pouco se sabe sobre como as comunidades biológicas são reorganizadas ao longo da regeneração, principalmente em florestas secas, onde os estudos deste tema ainda são mais escassos, e com foco em padrões de diversidade taxonômica, através das métricas como riqueza, abundância e composição de espécies. Aqui empregamos o crescimento da biomassa vegetal como medida de regeneração na Caatinga, e avaliamos seu efeito na diversidade funcional e filogenética de formigas. Utilizamos formigas previamente coletadas em parcelas de 0,01 hectare que foram estabelecidas em áreas usadas com agricultura de corte e queima e abandonadas em diferentes períodos de tempo, de 8 a 54 anos, compondo um gradiente de regeneração. Com as espécies identificadas de cada parcela, fizemos a caracterização das relações filogenéticas, com auxílio da literatura. Para o estudo da diversidade funcional, medimos atributos morfológicos (e.g. tamanho do corpo, comprimento relativo dos olhos e comprimento relativo das pernas) relacionados com a interação de cada espécie no ecossistema. Em seguida, aplicamos uma série de índices que avaliam a diversidade filogenética e funcional ao longo da regeneração, e analisamos as relações de cada índice com a biomassa vegetal das parcelas. Os resultados indicam que a diversidade funcional e a filogenética foram influenciadas positivamente pelo crescimento da biomassa vegetal. Isto sugere que a comunidade de formigas pode ser recuperada com a regeneração da vegetação da Caatinga, até mesmo em relação à diversidade funcional e filogenética. Nossos achados trazem mais informações sobre da resiliência da Caatinga após perturbações antrópicas agudas, no que diz respeito ao processo de reestruturação e reorganização de comunidades biológicas.

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  • MARIA DAS DORES DA SILVA
  • Avaliação dos efeitos genotóxicos em abelhas Jataí (Tetragonisca angustula) expostas aos pesticidas imidacloprido e cipermetrina e à poluição atmosférica

  • Orientador : CLAUDIA ROHDE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDIA ROHDE
  • EMERSON PETER DA SILVA FALCAO
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 16/02/2023

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  • As abelhas sem ferrão compõem um vasto grupo de insetos que estão entre os principais provedores de serviços ecossistêmicos, como a polinização. No entanto, estes polinizadores estão sendo vítimas de um declínio que vêm reduzindo consideravelmente suas populações nos últimos anos. Fenômeno este que, em grande parte, está relacionado com atividades antrópicas. Há evidências que estressores ambientais como a queima de combustíveis fósseis e o uso indiscriminado de pesticidas afetam aptidões das abelhas, como a cognição, locomoção e capacidade de forrageamento. Contudo, estudos voltados para a investigação da genotoxicidade em abelhas são incipientes. Diante desse cenário, foi objetivo deste trabalho analisar o efeito genotóxico dos inseticidas imidacloprido e cipermetrina, e da poluição urbana no genoma da abelha nativa Tetragonisca angustula, por meio do Ensaio cometa. Para tanto, primeiramente a metodologia do Ensaio cometa foi padronizada para este organismo, o que ocorreu concomitantemente ao estabelecimento dos grupos controle negativo, no qual as abelhas se alimentam apenas de xarope e o grupo controle positivo, no qual as abelhas foram submetidas a ciclofosfamida (2 mg/mL) diluída no xarope. Após a validação do Ensaio cometa, as abelhas foram expostas a diferentes concentrações do inseticida imidacloprido (1,5; 3,0; 6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL), diluídos em xarope por 48 h, e de cipermetrina (6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL). Foram estudadas também abelhas de colônias naturais do Parque Arraial Bom Jesus na cidade de Recife, Pernambuco, local com intensa movimentação de veículos e pessoas. Um controle negativo ambiental foi realizado com abelhas oriundas da Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe, Pernambuco. Os resultados deste estudo mostram a validação da metodologia em hemócitos de adultos de T. angustula. Os dados obtidos por meio do Índice de Dano (ID) e Frequência de Dano (FD%), indicam o efeito genotóxico do imidacloprido e da cipermetrina nas duas maiores concentrações (12 e 24 ng/mL), com elevada ocorrência de lesões de níveis 3 e 4, consideradas as mais agressivas ao material genético. No estudo do efeito genotóxico associado à poluição, houve danos em duas das três colônias de abelhas, demonstrando possível associação com os poluentes atmosféricos inerentes ao ambiente urbano. Apresentamos evidências de que estressores ambientais, como a poluição urbana e os pesticidas testados, comprometem o genoma das abelhas da espécie T. angustula. Portanto, são fatores de risco para a saúde dos polinizadores, para o bem-estar das populações, e contribuem para a redução dos serviços ecossistêmicos oferecidos, que são valiosos para a humanidade.


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  • As abelhas sem ferrão compõem um vasto grupo de insetos que estão entre os principais provedores de serviços ecossistêmicos, como a polinização. No entanto, estes polinizadores estão sendo vítimas de um declínio que vêm reduzindo consideravelmente suas populações nos últimos anos. Fenômeno este que, em grande parte, está relacionado com atividades antrópicas. Há evidências que estressores ambientais como a queima de combustíveis fósseis e o uso indiscriminado de pesticidas afetam aptidões das abelhas, como a cognição, locomoção e capacidade de forrageamento. Contudo, estudos voltados para a investigação da genotoxicidade em abelhas são incipientes. Diante desse cenário, foi objetivo deste trabalho analisar o efeito genotóxico dos inseticidas imidacloprido e cipermetrina, e da poluição urbana no genoma da abelha nativa Tetragonisca angustula, por meio do Ensaio cometa. Para tanto, primeiramente a metodologia do Ensaio cometa foi padronizada para este organismo, o que ocorreu concomitantemente ao estabelecimento dos grupos controle negativo, no qual as abelhas se alimentam apenas de xarope e o grupo controle positivo, no qual as abelhas foram submetidas a ciclofosfamida (2 mg/mL) diluída no xarope. Após a validação do Ensaio cometa, as abelhas foram expostas a diferentes concentrações do inseticida imidacloprido (1,5; 3,0; 6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL), diluídos em xarope por 48 h, e de cipermetrina (6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL). Foram estudadas também abelhas de colônias naturais do Parque Arraial Bom Jesus na cidade de Recife, Pernambuco, local com intensa movimentação de veículos e pessoas. Um controle negativo ambiental foi realizado com abelhas oriundas da Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe, Pernambuco. Os resultados deste estudo mostram a validação da metodologia em hemócitos de adultos de T. angustula. Os dados obtidos por meio do Índice de Dano (ID) e Frequência de Dano (FD%), indicam o efeito genotóxico do imidacloprido e da cipermetrina nas duas maiores concentrações (12 e 24 ng/mL), com elevada ocorrência de lesões de níveis 3 e 4, consideradas as mais agressivas ao material genético. No estudo do efeito genotóxico associado à poluição, houve danos em duas das três colônias de abelhas, demonstrando possível associação com os poluentes atmosféricos inerentes ao ambiente urbano. Apresentamos evidências de que estressores ambientais, como a poluição urbana e os pesticidas testados, comprometem o genoma das abelhas da espécie T. angustula. Portanto, são fatores de risco para a saúde dos polinizadores, para o bem-estar das populações, e contribuem para a redução dos serviços ecossistêmicos oferecidos, que são valiosos para a humanidade.

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  • DANIEL LUCAS DA SILVA
  • ASPECTOS ECOTOXICOLÓGICOS DE RAOIELLA INDICA  E SELETIVIDADE DE ACARICIDAS A NEOSEIULUS BARKERI

  • Orientador : DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MANOEL GUEDES CORREA GONDIM JUNIOR
  • SOLANGE MARIA DE FRANÇA
  • DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • WENDEL JOSE TELES PONTES
  • Data: 27/02/2023

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  • Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) é uma espécie invasora de importância mundial que tem ampliado sua gama de hospedeiro rapidamente. Os principais métodos de controle utilizado e/ou estudado contra esse herbívoro é o controle químico e controle biológico. É sabido que a susceptibilidade dos organismos a produtos químicos pode variar de acordo com o hospedeiro na qual estes se alimentam e que a utilização de acaricidas não seletivos pode afetar o controle biológico. Com isso, o presente estudo teve como objetivo avaliar susceptibilidade de R. indica a acaricidas (abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) e a taxa instantânea de crescimento (ri) quando oriundo de diferentes hospedeiros (Cocus nucifera L., Wodyetia bifurcata Irvine e Veitchia merrillii (Becc.) H. E. Moore). Para isso, a letalidade dos acaricidas(abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) sobre R. indica em diferentes hospedeiros foi comparada. O método residual foi utilizado, e a contagem de fêmeas vivas e mortas após 24 hrs para o obter as CL50 foram realizadas. Para o ri os ácaros foram mantidos em mudas, e a contagem de indivíduos e ovos durante sete dias foram realizadas. Adicionalmente, o presente trabalho também objetivou avaliar a seletividade dos mesmos acaricidas para Neoseiulus barkeri Hughes (Acari: Phytoseiidae), onde toxicidade, sobrevivência, viabilidade, oviposição, re classificação de toxicidade de acaricidas segundo IOBC foram avaliados. A seletividade de N. barkeri foi avaliada comparando a toxicidade dos acaricidas entre R. indica N. barkeri, onde o mesmo método empregado nos experimentos de susceptibilidade foi utilizado. Para sobrevivência, viabilidade, oviposição e ri, fêmeas de N. barkeri foram mantidas em unidades experimentais, contabilizando indivíduos vivos e mortos, e a quantidade de ovos até a morte da última fêmea, exceto para o rno qual apenas os dados equivalentes a 10 dias foram utilizados. Quanta a classificação de toxicidade, os dados obtidos nos experimentos de sobrevivência viabilidade e oviposição foram utilizados para calcula-la. Os resultados dos experimentos de susceptibilidade verificaram que indivíduos de R. indica proveniente de C. nucifera tiveram uma maior CL50 para todos os acaricidas, indicando serem menos susceptíveis aos acaricidas. Além disso, um maior rfoi observado demostrando a influência do hospedeiro sobre a biologia do herbívoro. Com relação aos experimentos de seletividade, abamectina demonstrou ser um produto seletivo. Já para azadiractina, não foi possível obter curvas de concentração-resposta devido à baixa mortalidade do predador. Nenhum acaricida afetou a sobrevivência, contudo fenpiroximato e azadiractina reduziram o tempo médio de sobrevivência, enquanto todos os acaricidas afetaram a viabilidade. Com relação ao ri, piridabem foi o único que demonstrou baixos valores quando comparado com o controle. Quanto a classificação de toxicidade de acaricidas da IOBC, o piridabem foi classificado como moderadamente nocivo, enquanto os demais acaricidas foram classificados como inofensivos. Como conclusão, os dados do presente estudo demonstraram que R. indica oriundo de coqueiro torna-se mais tolerante a acaricidas que quando oriundo dos demais hospedeiros estudados e que abamectina se mostrou um acaricida seletivo para N. barkeri.


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  • Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) é uma espécie invasora de importância mundial que tem ampliado sua gama de hospedeiro rapidamente. Os principais métodos de controle utilizado e/ou estudado contra esse herbívoro é o controle químico e controle biológico. É sabido que a susceptibilidade dos organismos a produtos químicos pode variar de acordo com o hospedeiro na qual estes se alimentam e que a utilização de acaricidas não seletivos pode afetar o controle biológico. Com isso, o presente estudo teve como objetivo avaliar susceptibilidade de R. indica a acaricidas (abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) e a taxa instantânea de crescimento (ri) quando oriundo de diferentes hospedeiros (Cocus nucifera L., Wodyetia bifurcata Irvine e Veitchia merrillii (Becc.) H. E. Moore). Para isso, a letalidade dos acaricidas(abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) sobre R. indica em diferentes hospedeiros foi comparada. O método residual foi utilizado, e a contagem de fêmeas vivas e mortas após 24 hrs para o obter as CL50 foram realizadas. Para o ri os ácaros foram mantidos em mudas, e a contagem de indivíduos e ovos durante sete dias foram realizadas. Adicionalmente, o presente trabalho também objetivou avaliar a seletividade dos mesmos acaricidas para Neoseiulus barkeri Hughes (Acari: Phytoseiidae), onde toxicidade, sobrevivência, viabilidade, oviposição, re classificação de toxicidade de acaricidas segundo IOBC foram avaliados. A seletividade de N. barkeri foi avaliada comparando a toxicidade dos acaricidas entre R. indica N. barkeri, onde o mesmo método empregado nos experimentos de susceptibilidade foi utilizado. Para sobrevivência, viabilidade, oviposição e ri, fêmeas de N. barkeri foram mantidas em unidades experimentais, contabilizando indivíduos vivos e mortos, e a quantidade de ovos até a morte da última fêmea, exceto para o rno qual apenas os dados equivalentes a 10 dias foram utilizados. Quanta a classificação de toxicidade, os dados obtidos nos experimentos de sobrevivência viabilidade e oviposição foram utilizados para calcula-la. Os resultados dos experimentos de susceptibilidade verificaram que indivíduos de R. indica proveniente de C. nucifera tiveram uma maior CL50 para todos os acaricidas, indicando serem menos susceptíveis aos acaricidas. Além disso, um maior rfoi observado demostrando a influência do hospedeiro sobre a biologia do herbívoro. Com relação aos experimentos de seletividade, abamectina demonstrou ser um produto seletivo. Já para azadiractina, não foi possível obter curvas de concentração-resposta devido à baixa mortalidade do predador. Nenhum acaricida afetou a sobrevivência, contudo fenpiroximato e azadiractina reduziram o tempo médio de sobrevivência, enquanto todos os acaricidas afetaram a viabilidade. Com relação ao ri, piridabem foi o único que demonstrou baixos valores quando comparado com o controle. Quanto a classificação de toxicidade de acaricidas da IOBC, o piridabem foi classificado como moderadamente nocivo, enquanto os demais acaricidas foram classificados como inofensivos. Como conclusão, os dados do presente estudo demonstraram que R. indica oriundo de coqueiro torna-se mais tolerante a acaricidas que quando oriundo dos demais hospedeiros estudados e que abamectina se mostrou um acaricida seletivo para N. barkeri.

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  • JENNY FRANCISCA DE OLIVEIRA RIBEIRO
  • BIODIVERSIDADE DE ESPONJAS E SUA BRIOZOOFAUNA ASSOCIADA EM NAUFRÁGIOS DE PERNAMBUCO E NOS RODOLITOS ADJACENTES

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA FERNANDES CAVALCANTI
  • JOANA CAROLINA FREIRE SANDES SANTOS
  • PAULA BRAGA GOMES
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 09/03/2023

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  • As esponjas e os briozoários marinhos estão entre os animais bentônicos mais comuns e diversos em recifes naturais e artificiais. Eles atuam como marcadores de biodiversidade devido às diversas interações e relações ecológicas que exercem nestes habitats. Recifes artificiais são resultados diretos das atividades antrópicas, destacando-se os naufrágios intencionais, e são relacionados com impactos ambientais diversos, incluindo eventos de bioinvasão. No Brasil, Pernambuco é pioneiro na prática e abriga mais de 110 embarcações naufragadas. Entretanto, pouco ou nada se sabe, em escalas locais e globais, sobre a fauna de esponjas e briozoários de naufrágios e de substratos naturais comuns adjacentes a estes naufrágios. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi comparar a espongiofauna e a briozoofauna de naufrágios e dos seus bancos de rodolitos adjacentes do Parque dos Naufrágios Artificiais de Pernambuco. As coletas foram realizadas em quatro naufrágios (Vapor de Baixo, Pirapama, Servemar X e Taurus) e nos rodolitos adjacentes. As amostras foram coletadas usando um quadrado de 25x25 cm posicionado nas distâncias de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 metros ao longo de um transecto horizontal que foi colocado, primeiramente, ao longo do naufrágio e, depois, ao longo dos bancos de rodolitos adjacentes, totalizando 48 réplicas (24 artificiais e 24 naturais). No laboratório, as esponjas e briozoários foram identificados no menor nível taxonômico possível e os briozoários foram classificados como nativos/criptogênicos/exóticos. A frequência de ocorrência (FO) foi estimada com base na porcentagem de ocorrência das espécies em cada tipo de substrato. Para comparação das assembleias de esponjas e briozoários, foi utilizado o índice de Bray-Curtis nas matrizes de presença/ausência das espécies e foram realizadas análises de variâncias permutacionais usando o tipo de substrato como fator fixo. Os padrões espaciais das assembléias estudadas foram ilustrados em gráficos de escalonamento multidimensionais não métricos para esponjas e briozoários separadamente. As análises foram realizadas no software Paleontological Statistics Software Package, versão 4.03. 32 esponjas foram identificadas, 20 nos rodolitos e 19 nos naufrágios. Xestospongia muta Schmidt, 1870 foi a mais frequente nos rodolitos com 40% de FO enquanto que Desmapsamma anchorata (Carter, 1882), Monanchora arbuscula (Duchassaing & Michelotti, 1864) e Tedania (Tedania) ignis (Duchassaing & Michelotti, 1864) dominaram os naufrágios com >50% de FO. 63 espécies de briozoários foram identificadas, 47 nos rodolitos e 29 nos naufrágios. Licornia diadema (Busk, 1852) foi a que apresentou maior ocorrência nos rodolitos com 46% de FO. Bicellariella edentata Marcus, 1955 dominou os naufrágios, sendo este o seu primeiro registro em substrato artificial no Brasil. As assembleias de esponjas e briozoários dos rodolitos foram significativamente diferentes e mais diversas que aquelas dos naufrágios. As assembleias mais diversas dos dois grupos foram as do naufrágio Vapor de Baixo e dos seus rodolitos adjacentes. As assembleias de esponjas dos rodolitos foram sub agrupadas provavelmente devido à proximidade geográfica das réplicas. A maioria dos briozoários são criptogênicos (38) e que não mostraram preferência quanto ao tipo de substrato, seguido dos nativos (33) e exóticos (4). Estes últimos foram encontrados apenas nos naufrágios, especialmente naqueles afundados mais recentemente, o que realça o alerta sobre a prática de afundamento poder facilitar a introdução de potenciais invasores. 


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  • As esponjas e os briozoários marinhos estão entre os animais bentônicos mais comuns e diversos em recifes naturais e artificiais. Eles atuam como marcadores de biodiversidade devido às diversas interações e relações ecológicas que exercem nestes habitats. Recifes artificiais são resultados diretos das atividades antrópicas, destacando-se os naufrágios intencionais, e são relacionados com impactos ambientais diversos, incluindo eventos de bioinvasão. No Brasil, Pernambuco é pioneiro na prática e abriga mais de 110 embarcações naufragadas. Entretanto, pouco ou nada se sabe, em escalas locais e globais, sobre a fauna de esponjas e briozoários de naufrágios e de substratos naturais comuns adjacentes a estes naufrágios. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi comparar a espongiofauna e a briozoofauna de naufrágios e dos seus bancos de rodolitos adjacentes do Parque dos Naufrágios Artificiais de Pernambuco. As coletas foram realizadas em quatro naufrágios (Vapor de Baixo, Pirapama, Servemar X e Taurus) e nos rodolitos adjacentes. As amostras foram coletadas usando um quadrado de 25x25 cm posicionado nas distâncias de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 metros ao longo de um transecto horizontal que foi colocado, primeiramente, ao longo do naufrágio e, depois, ao longo dos bancos de rodolitos adjacentes, totalizando 48 réplicas (24 artificiais e 24 naturais). No laboratório, as esponjas e briozoários foram identificados no menor nível taxonômico possível e os briozoários foram classificados como nativos/criptogênicos/exóticos. A frequência de ocorrência (FO) foi estimada com base na porcentagem de ocorrência das espécies em cada tipo de substrato. Para comparação das assembleias de esponjas e briozoários, foi utilizado o índice de Bray-Curtis nas matrizes de presença/ausência das espécies e foram realizadas análises de variâncias permutacionais usando o tipo de substrato como fator fixo. Os padrões espaciais das assembléias estudadas foram ilustrados em gráficos de escalonamento multidimensionais não métricos para esponjas e briozoários separadamente. As análises foram realizadas no software Paleontological Statistics Software Package, versão 4.03. 32 esponjas foram identificadas, 20 nos rodolitos e 19 nos naufrágios. Xestospongia muta Schmidt, 1870 foi a mais frequente nos rodolitos com 40% de FO enquanto que Desmapsamma anchorata (Carter, 1882), Monanchora arbuscula (Duchassaing & Michelotti, 1864) e Tedania (Tedania) ignis (Duchassaing & Michelotti, 1864) dominaram os naufrágios com >50% de FO. 63 espécies de briozoários foram identificadas, 47 nos rodolitos e 29 nos naufrágios. Licornia diadema (Busk, 1852) foi a que apresentou maior ocorrência nos rodolitos com 46% de FO. Bicellariella edentata Marcus, 1955 dominou os naufrágios, sendo este o seu primeiro registro em substrato artificial no Brasil. As assembleias de esponjas e briozoários dos rodolitos foram significativamente diferentes e mais diversas que aquelas dos naufrágios. As assembleias mais diversas dos dois grupos foram as do naufrágio Vapor de Baixo e dos seus rodolitos adjacentes. As assembleias de esponjas dos rodolitos foram sub agrupadas provavelmente devido à proximidade geográfica das réplicas. A maioria dos briozoários são criptogênicos (38) e que não mostraram preferência quanto ao tipo de substrato, seguido dos nativos (33) e exóticos (4). Estes últimos foram encontrados apenas nos naufrágios, especialmente naqueles afundados mais recentemente, o que realça o alerta sobre a prática de afundamento poder facilitar a introdução de potenciais invasores. 

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  • WEDJA KELLY DE MELO VASCONCELOS
  • EFEITO GENOTÓXICO DA IVERMECTINA E DO IMIDACLOPRID EM IMATUROS DA ESPÉCIE DE IMPORTÂNCIA FORENSE CHRYSOMYA ALBICEPS (DIPTERA: CALLIPHORIDAE), AVALIADO PELO ENSAIO COMETA
  • Orientador : SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE SEVERINO DA SILVA
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • EMERSON PETER DA SILVA FALCAO
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 17/07/2023

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  • O PRESENTE ESTUDO INVESTIGOU O EFEITO TÓXICO-GENÉTICO DE CONCENTRAÇÕES DE IVERMECTINA (IVM) E DE IMIDACLOPRID (IMI) EM CHRYSOMYA ALBICEPS WIEDEMANN 1819, UMA ESPÉCIE ABUNDANTE NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E DE GRANDE IMPORTÂNCIA FORENSE. OS COMPOSTOS FORAM DILUÍDOS EM ÁGUA DESTILADA E MISTURADOS À CARNE DE FÍGADO LIOFILIZADO (BAUER ET AL., 2020), NAS CONCENTRAÇÕES DE IVM 0,4980 E 0,9360 MM; E IMI 11.6 X 10-17 E 23.2 X 10-17 MM. CERCA DE 100 IMATUROS DE C. ALBICEPS SE ALIMENTARAM POR 24 H EM CADA MEIO DE TRATAMENTO. APÓS A EXPOSIÇÃO AOS COMPOSTOS E APLICAÇÃO DO ENSAIO COMETA, FORAM OBSERVADOS AUMENTO SIGNIFICATIVO NOS DANOS, EM TODOS OS TRATAMENTOS. OS RESULTADOS DEMOSTRAM QUE TANTO A IVM QUANTO O IMI CAUSAM DANOS GENOTÓXICOS EM C. ALBICPES, COM CLARO EFEITO DOSE-DEPENDENTE DA IVM, MESMO EM CONCENTRAÇÕES MUITO BAIXAS, COMO AS USADAS NESTE ESTUDO. A PRESENÇA DE DANOS INDICA O RISCO DO USO INDISCRIMINADO DOS COMPOSTOS TESTADOS, DO EFEITOS NEGATIVO SOBRE O GENOMA DE ESPÉCIES NÃO ALVO, E DO POTENCIAL RISCO DE GERAÇÃO DE MUTAÇÕES EM CÉLULAS GERMINATIVAS DOS ORGANISMOS, COM CONSEQUENTE EFEITO NEGATIVO NA SOBREVIVÊNCIA DE SEUS DESCENTES.


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  • O PRESENTE ESTUDO INVESTIGOU O EFEITO TÓXICO-GENÉTICO DE CONCENTRAÇÕES DE IVERMECTINA (IVM) E DE IMIDACLOPRID (IMI) EM CHRYSOMYA ALBICEPS WIEDEMANN 1819, UMA ESPÉCIE ABUNDANTE NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E DE GRANDE IMPORTÂNCIA FORENSE. OS COMPOSTOS FORAM DILUÍDOS EM ÁGUA DESTILADA E MISTURADOS À CARNE DE FÍGADO LIOFILIZADO (BAUER ET AL., 2020), NAS CONCENTRAÇÕES DE IVM 0,4980 E 0,9360 MM; E IMI 11.6 X 10-17 E 23.2 X 10-17 MM. CERCA DE 100 IMATUROS DE C. ALBICEPS SE ALIMENTARAM POR 24 H EM CADA MEIO DE TRATAMENTO. APÓS A EXPOSIÇÃO AOS COMPOSTOS E APLICAÇÃO DO ENSAIO COMETA, FORAM OBSERVADOS AUMENTO SIGNIFICATIVO NOS DANOS, EM TODOS OS TRATAMENTOS. OS RESULTADOS DEMOSTRAM QUE TANTO A IVM QUANTO O IMI CAUSAM DANOS GENOTÓXICOS EM C. ALBICPES, COM CLARO EFEITO DOSE-DEPENDENTE DA IVM, MESMO EM CONCENTRAÇÕES MUITO BAIXAS, COMO AS USADAS NESTE ESTUDO. A PRESENÇA DE DANOS INDICA O RISCO DO USO INDISCRIMINADO DOS COMPOSTOS TESTADOS, DO EFEITOS NEGATIVO SOBRE O GENOMA DE ESPÉCIES NÃO ALVO, E DO POTENCIAL RISCO DE GERAÇÃO DE MUTAÇÕES EM CÉLULAS GERMINATIVAS DOS ORGANISMOS, COM CONSEQUENTE EFEITO NEGATIVO NA SOBREVIVÊNCIA DE SEUS DESCENTES.

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  • LYNICK JONES SILVA
  • Drone-Transect: Analisando a distribuição espaço-temporal de organismos recifais usando veículos aéreos não tripulados – RPA

  • Orientador : CARLOS DANIEL PEREZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DHONATAN DIEGO PESSI
  • CARLOS DANIEL PEREZ
  • KARINE MATOS MAGALHÃES
  • Data: 31/07/2023

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  • Como o uso difundido no meio científico, os veículos aéreos não tripulados (RPA), conhecidos popularmente como drones, veem sendo utilizados para análise em regiões costeiras, incluindo o ambiente recifal. Pensando nas possibilidades, foi desenvolvido um método inovador intitulado Drone-Transect, a partir das tecnologias de geoprocessamento, para análises ecológicas. O método consiste em capturar a cobertura total de um recife a partir de imagens aéreas, permitindo análises de cunho ecológico. O Local de estudo fica situado no município de Ipojuca, na praia de Serrambi – PE. Foram processados dois lotes de imagens, o primeiro sendo coletado em 2021 em apenas um recife, e o segundo, refere-se a coletas realizadas em 2018, que contam com dois recifes. O método, caracterizado pelo baixo impacto e natureza não-destrutiva, se propõe a ser mais econômico e prático em sua aplicação. Tendo como organismo base o zoantídeo Palythoa caribaeorum, o método se mostrou eficaz a partir do comparativo entre o tradicional transecto linear, uma simulação que o replica e o método intitulado Drone-Transect, ambos realizados no primeiro lote de imagens. A metodologia apresenta uma pequena variação entre as análises, tendo eficiência comprovada, o estudo averiguou, a partir do segundo lote de imagens, a distribuição de Palythoa caribaeorum ao longo do ano em dois recifes distintos, apresentando variações significativas em sua cobertura ao longo período. Somado à uma análise de zonas, foi observado a maior densidade de cobertura de P. caribaeorum entre 20 e 30m da borda recifal.   Além do mais, o método permite o solapamento coleta a coleta, possibilitando a observação das mudanças a cada amostra, permitindo uma estimativa de crescimento e mortalidade das colônias. Somado ao calculo de cobertura e distribuição, da acesso a compreensão completa da dinâmica do invertebrado recifal ao longo do ano. O trabalho caracteriza-se por apresentar uma nova metodologia não-destrutiva utilizada para análise de recifes costeiros, diminuindo o esforço físico amostral para coleta de dados e o monitoramento completo da superfície, abrindo espaço para novas possibilidades no campo de pesquisa.


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  • Como o uso difundido no meio científico, os veículos aéreos não tripulados (RPA), conhecidos popularmente como drones, veem sendo utilizados para análise em regiões costeiras, incluindo o ambiente recifal. Pensando nas possibilidades, foi desenvolvido um método inovador intitulado Drone-Transect, a partir das tecnologias de geoprocessamento, para análises ecológicas. O método consiste em capturar a cobertura total de um recife a partir de imagens aéreas, permitindo análises de cunho ecológico. O Local de estudo fica situado no município de Ipojuca, na praia de Serrambi – PE. Foram processados dois lotes de imagens, o primeiro sendo coletado em 2021 em apenas um recife, e o segundo, refere-se a coletas realizadas em 2018, que contam com dois recifes. O método, caracterizado pelo baixo impacto e natureza não-destrutiva, se propõe a ser mais econômico e prático em sua aplicação. Tendo como organismo base o zoantídeo Palythoa caribaeorum, o método se mostrou eficaz a partir do comparativo entre o tradicional transecto linear, uma simulação que o replica e o método intitulado Drone-Transect, ambos realizados no primeiro lote de imagens. A metodologia apresenta uma pequena variação entre as análises, tendo eficiência comprovada, o estudo averiguou, a partir do segundo lote de imagens, a distribuição de Palythoa caribaeorum ao longo do ano em dois recifes distintos, apresentando variações significativas em sua cobertura ao longo período. Somado à uma análise de zonas, foi observado a maior densidade de cobertura de P. caribaeorum entre 20 e 30m da borda recifal.   Além do mais, o método permite o solapamento coleta a coleta, possibilitando a observação das mudanças a cada amostra, permitindo uma estimativa de crescimento e mortalidade das colônias. Somado ao calculo de cobertura e distribuição, da acesso a compreensão completa da dinâmica do invertebrado recifal ao longo do ano. O trabalho caracteriza-se por apresentar uma nova metodologia não-destrutiva utilizada para análise de recifes costeiros, diminuindo o esforço físico amostral para coleta de dados e o monitoramento completo da superfície, abrindo espaço para novas possibilidades no campo de pesquisa.

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  • WESLEY DE OLIVEIRA NEVES
  • Caracterização da diversidade funcional de macrobentos e do tipo e estado de cinco praias do litoral de Pernambuco 

  • Orientador : JOSE ROBERTO BOTELHO DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • JOSE ROBERTO BOTELHO DE SOUZA
  • JOSE SOUTO ROSA FILHO
  • RALF SCHWAMBORN
  • Data: 31/07/2023

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  • As praias arenosas são ecossistemas em constante transformação que abrigam uma diversidade de animais cujo habitat é influenciado pelas interações entre a areia, ondas e as marés. Nas ultimas décadas, houve um foco significativo no estudo da ecologia dessas praias, investigando o tipo e a estrutura das comunidades em diferentes tipos de praias e suas variações regionais. Portanto, no presente estudo utilizamos uma abordagem integrativa tanto para a caracterização do tipo e estado praial como para a mensuração da diversidade taxonômica e funcional, com base nos trabalhos de McLachlan et al (2018) e Chao et al (2019). O objetivo geral desse trabalho é avaliar a influência do tipo e estado morfodinâmico na diversidade taxonômica e funcional das comunidades macrobentonicas de cinco praias sendo elas (Praia do Paiva, Guaiamum, Coqueirinhos, Tamandaré e a Ilha do Amor) na perspectiva das hipóteses de dureza de habitat e fonte e sumidouro. Em relação ao tipo e estado morfodinâmico, as praias foram classificadas como: Paiva (Refletiva e Modificada pela Maré), Ilha do Amor (Intermediária e Dominada por Ondas), Guaiamum (Intermediária e Dominada por Ondas), Tamandaré (Intermediária e Dominada por Ondas) e Coqueirinhos (Refletiva e Modificada pela Maré). Em relação a diversidade funcional e taxonômica, a praia de Tamandaré apresentou os maiores valores de diversidade (Taxonômica e Funcional) em relação as outras quatro praias. A praia do Guaiamum apresentou o menor valor de equitabilidade em relação a série de Hill, a praia de Guaiamum e Coqueirinhos, embora possuam o mesmo valor de riqueza de espécies, se diferem em relação a equitabilidade, sendo a praia de Coqueirinhos mais diversa (apresentando uma maior Equitabilidade). Em relação a diversidade Funcional, a praia de tamandaré também apresentou o maior valor de diversidade funcional tanto em relação a ordem de diversidade q = 0 como no valor médio de τ . A análise de componentes principais (PCA) para a granulometria indica que a variável Paiva está positivamente associada com a variável Areia Média, já a praia de tamandaré está fortemente associada a areias grossas e cascalinhos. Concluímos que a abordagem utilizada tanto para classificar as praias como para estimar a diversidade das comunidades utilizada no presente estudo atualmente é uma das melhores ferramentas disponíveis para realizar estimativas confiáveis dessas variáveis.


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  • As praias arenosas são ecossistemas em constante transformação que abrigam uma diversidade de animais cujo habitat é influenciado pelas interações entre a areia, ondas e as marés. Nas ultimas décadas, houve um foco significativo no estudo da ecologia dessas praias, investigando o tipo e a estrutura das comunidades em diferentes tipos de praias e suas variações regionais. Portanto, no presente estudo utilizamos uma abordagem integrativa tanto para a caracterização do tipo e estado praial como para a mensuração da diversidade taxonômica e funcional, com base nos trabalhos de McLachlan et al (2018) e Chao et al (2019). O objetivo geral desse trabalho é avaliar a influência do tipo e estado morfodinâmico na diversidade taxonômica e funcional das comunidades macrobentonicas de cinco praias sendo elas (Praia do Paiva, Guaiamum, Coqueirinhos, Tamandaré e a Ilha do Amor) na perspectiva das hipóteses de dureza de habitat e fonte e sumidouro. Em relação ao tipo e estado morfodinâmico, as praias foram classificadas como: Paiva (Refletiva e Modificada pela Maré), Ilha do Amor (Intermediária e Dominada por Ondas), Guaiamum (Intermediária e Dominada por Ondas), Tamandaré (Intermediária e Dominada por Ondas) e Coqueirinhos (Refletiva e Modificada pela Maré). Em relação a diversidade funcional e taxonômica, a praia de Tamandaré apresentou os maiores valores de diversidade (Taxonômica e Funcional) em relação as outras quatro praias. A praia do Guaiamum apresentou o menor valor de equitabilidade em relação a série de Hill, a praia de Guaiamum e Coqueirinhos, embora possuam o mesmo valor de riqueza de espécies, se diferem em relação a equitabilidade, sendo a praia de Coqueirinhos mais diversa (apresentando uma maior Equitabilidade). Em relação a diversidade Funcional, a praia de tamandaré também apresentou o maior valor de diversidade funcional tanto em relação a ordem de diversidade q = 0 como no valor médio de τ . A análise de componentes principais (PCA) para a granulometria indica que a variável Paiva está positivamente associada com a variável Areia Média, já a praia de tamandaré está fortemente associada a areias grossas e cascalinhos. Concluímos que a abordagem utilizada tanto para classificar as praias como para estimar a diversidade das comunidades utilizada no presente estudo atualmente é uma das melhores ferramentas disponíveis para realizar estimativas confiáveis dessas variáveis.

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  • NAYRA NASCIMENTO DE MOURA
  • AVALIAÇÃO DA SEVERIDADE DO IMPACTO POR ÓLEO NOS RECIFES DO LITORAL DE PERNAMBUCO: MÚLTIPLAS ABORDAGENS NO USO DE COPEPODA HARPACTICOIDA (CRUSTACEA)
  • Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 31/07/2023

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  • Durante o último semestre de 2019, a costa do Nordeste do Brasil sofreu um impacto significativo de uma extensa quantidade de petróleo e os organismos marinhos nas áreas afetadas pelo derramamento desse contaminante ficaram sujeitos a impactos significativos. Situações como essas têm um impacto considerável na meiofauna, e os efeitos podem persistir por períodos variáveis, afetando a recuperação e a sensibilidade dos táxons de várias maneiras distintas. Há um crescimento significativo na realização de estudos sobre a meiofauna, pois eles se mostram excelentes indicadores de impactos causados por óleo, devido ao ciclo de vida curto, concluído em poucas semanas, e à associação com diversos micro-habitats. A influência dos contaminantes do óleo, como HPAs, na comunidade bentônica resulta em uma redução da abundância e diversidade dos táxons nas áreas com maior exposição aos componentes químicos. Os objetivos deste estudo foram os seguintes: 1) Realizar uma revisão bibliográfica para identificar os trabalhos relacionados à interação entre o óleo e a meiofauna. Para isso, utilizamos a plataforma Scopus para coletar os dados, resultando em 173 estudos encontrados e após a aplicação de critérios de exclusão, foram utilizados 66 trabalhos para análise; e 2) Avaliar a meiofauna de recifes de coral em duas praias distintas: a praia do Cupe, que sofreu impacto de óleo, e a Praia de Serrambi, considerada como área de controle por não ter sido afetada pelo óleo. Utilizamos tapetes de grama sintética como substrato artificial para a colonização da meiofauna. Geralmente, os nematoides exibem maior resistência, e neste estudo foi possível observar este mesmo padrão, o grupo dos copépodes mostrou-se mais sensíveis ao óleo. Após dois anos do acidente, a recuperação dos organismos da meiofauna pareceu ser satisfatória.


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  • Durante o último semestre de 2019, a costa do Nordeste do Brasil sofreu um impacto significativo de uma extensa quantidade de petróleo e os organismos marinhos nas áreas afetadas pelo derramamento desse contaminante ficaram sujeitos a impactos significativos. Situações como essas têm um impacto considerável na meiofauna, e os efeitos podem persistir por períodos variáveis, afetando a recuperação e a sensibilidade dos táxons de várias maneiras distintas. Há um crescimento significativo na realização de estudos sobre a meiofauna, pois eles se mostram excelentes indicadores de impactos causados por óleo, devido ao ciclo de vida curto, concluído em poucas semanas, e à associação com diversos micro-habitats. A influência dos contaminantes do óleo, como HPAs, na comunidade bentônica resulta em uma redução da abundância e diversidade dos táxons nas áreas com maior exposição aos componentes químicos. Os objetivos deste estudo foram os seguintes: 1) Realizar uma revisão bibliográfica para identificar os trabalhos relacionados à interação entre o óleo e a meiofauna. Para isso, utilizamos a plataforma Scopus para coletar os dados, resultando em 173 estudos encontrados e após a aplicação de critérios de exclusão, foram utilizados 66 trabalhos para análise; e 2) Avaliar a meiofauna de recifes de coral em duas praias distintas: a praia do Cupe, que sofreu impacto de óleo, e a Praia de Serrambi, considerada como área de controle por não ter sido afetada pelo óleo. Utilizamos tapetes de grama sintética como substrato artificial para a colonização da meiofauna. Geralmente, os nematoides exibem maior resistência, e neste estudo foi possível observar este mesmo padrão, o grupo dos copépodes mostrou-se mais sensíveis ao óleo. Após dois anos do acidente, a recuperação dos organismos da meiofauna pareceu ser satisfatória.

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  • CAMILLA SILVA DE OLIVEIRA
  • AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DO PROCESSO DE TRANSPLANTAÇÃO DA ESPÉCIE DE CORAL AMEAÇADA E ENDÊMICA DO BRASIL, Mussismilia harttii (Verrill, 1868)

  • Orientador : PAULA BRAGA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FELIPE FERREIRA CAMPOS
  • FERNANDA MARIA DUARTE DO AMARAL
  • PAULA BRAGA GOMES
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • Data: 31/07/2023

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  • O coral escleractíneo Mussismilia harttii é endêmico do Brasil e já foi considerado umas das principais espécies construtoras de recifes do país. Entretanto, distúrbios naturais e antrópicos, têm causado o rápido declínio populacional da espécie, o que garantiu à espécie o status de ameaçado de extinção segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Neste trabalho, avaliamos a viabilidade do cultivo da espécie M. harttii como ferramenta para restauração em locais onde a população encontra-se em declínio avançado. Fragmentos de M. harttii encontrados caídos naturalmente no substrato foram coletados em Japaratinga, Alagoas (JP) e Porto de Galinhas, Pernambuco (PG), representando os locais em melhor e pior estado de conservação, respectivamente, para comparação com base na origem das mudas. Um total de 120 mudas (60 oriundas de JP e 60 de PG) foram produzidas e em seguida fixadas em mesas construídas em material PVC, para serem cultivadas em três piscinas recifais de Porto de Galinhas - PE: Aquário, Canal da Paixão e Picão Sul. As mudas e os locais foram monitorados regularmente durante 15 meses para avaliação das taxas de mortalidade, branqueamento, incidência de doenças, crescimento, peso e os parâmetros abióticos da água. A mortalidade no experimento foi baixa (14,16%). O maior crescimento ocorreu na piscina "Aquário" nos 4 meses iniciais de cultivo, com crescimento médio de 33,61% (3,37 ± 0,43) e 39,28% (3,23 ± 0,46), com diferença significativa tanto nas mudas oriundas de PG quanto de JP  (p < 0,0001 e p < 0,001, respectivamente). Na piscina “Canal da Paixão” as mudas de JP apresentaram aumento de 16,87% (2,73 ± 0,36) (p < 0,05). Não foram encontradas diferenças significativas nos tamanhos iniciais e finais para as mudas de PG na piscina “Canal da Paixão”, assim como as mudas em “Picão Sul” (PG e JP). Segundo o teste ANOVA de 2 fatores, o tempo de cultivo e a origem das mudas não influenciaram o crescimento, por outro lado, há diferença significativa no crescimento entre as piscinas. O ganho de peso foi maior e significativo em todas as situações, com valores entre 58,3% e 75,2%.  Danos estruturais causados pela ação de ondas ao longo do período de cultivo ocasionaram a perda de mudas por destacamento dos berços (81,6%), o que limitou as análises. Os resultados mostram que a espécie tem grande potencial de cultivo, porém, para o sucesso da restauração, é necessário o desenvolvimento de estruturas funcionais que protejam as mudas das ações de ondas e eventos climáticos.


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  • O coral escleractíneo Mussismilia harttii é endêmico do Brasil e já foi considerado umas das principais espécies construtoras de recifes do país. Entretanto, distúrbios naturais e antrópicos, têm causado o rápido declínio populacional da espécie, o que garantiu à espécie o status de ameaçado de extinção segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Neste trabalho, avaliamos a viabilidade do cultivo da espécie M. harttii como ferramenta para restauração em locais onde a população encontra-se em declínio avançado. Fragmentos de M. harttii encontrados caídos naturalmente no substrato foram coletados em Japaratinga, Alagoas (JP) e Porto de Galinhas, Pernambuco (PG), representando os locais em melhor e pior estado de conservação, respectivamente, para comparação com base na origem das mudas. Um total de 120 mudas (60 oriundas de JP e 60 de PG) foram produzidas e em seguida fixadas em mesas construídas em material PVC, para serem cultivadas em três piscinas recifais de Porto de Galinhas - PE: Aquário, Canal da Paixão e Picão Sul. As mudas e os locais foram monitorados regularmente durante 15 meses para avaliação das taxas de mortalidade, branqueamento, incidência de doenças, crescimento, peso e os parâmetros abióticos da água. A mortalidade no experimento foi baixa (14,16%). O maior crescimento ocorreu na piscina "Aquário" nos 4 meses iniciais de cultivo, com crescimento médio de 33,61% (3,37 ± 0,43) e 39,28% (3,23 ± 0,46), com diferença significativa tanto nas mudas oriundas de PG quanto de JP  (p < 0,0001 e p < 0,001, respectivamente). Na piscina “Canal da Paixão” as mudas de JP apresentaram aumento de 16,87% (2,73 ± 0,36) (p < 0,05). Não foram encontradas diferenças significativas nos tamanhos iniciais e finais para as mudas de PG na piscina “Canal da Paixão”, assim como as mudas em “Picão Sul” (PG e JP). Segundo o teste ANOVA de 2 fatores, o tempo de cultivo e a origem das mudas não influenciaram o crescimento, por outro lado, há diferença significativa no crescimento entre as piscinas. O ganho de peso foi maior e significativo em todas as situações, com valores entre 58,3% e 75,2%.  Danos estruturais causados pela ação de ondas ao longo do período de cultivo ocasionaram a perda de mudas por destacamento dos berços (81,6%), o que limitou as análises. Os resultados mostram que a espécie tem grande potencial de cultivo, porém, para o sucesso da restauração, é necessário o desenvolvimento de estruturas funcionais que protejam as mudas das ações de ondas e eventos climáticos.

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  • CARLOS VINICIUS COSTA DA SILVA
  • ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO DO MAR E SEUS IMPACTOS NA QUALIDADE ECOLÓGICA DAS PRAIAS

  • Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
  • LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • TATIANA FABRICIO MARIA
  • Data: 31/07/2023

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  • A zona costeira representa apenas 20% de toda a terra disponível no globo e abriga aproximadamente 40% da população mundial. O interesse na região se dá pela oferta de serviços como lazer, turismo e alimentação, tornando-as o ambiente natural mais usado pelas pessoas no mundo. Entretanto, a urbanização da costa e a ocupação desordenada no litoral pode resultar em efeitos negativos para os ecossistemas costeiros, reconhecidamente sensíveis a fatores antrópicos oriundos da urbanização. Nesse sentido, o aporte de nutrientes e esgoto doméstico que chegam as praias podem provocar fenômenos conhecidos como a maré vermelha, através da proliferação excessiva de microalgas. O acúmulo de matéria orgânica, somado a outros impactos como a construção de obras de contenção do mar, pode facilitar o processo de apóxia pela perda de serviços ecossistêmicos como a degradação de matéria orgânica e transporte de matéria acumulada nas praias para outros locais. Essas estruturas de contenção também são conhecidas por impactar negativamente a macrofauna, facilitando a inserção de espécies exóticas e oportunistas, além de diminuir a diversidade local de forma geral. Ademais, mensurar os impactos na fauna é um processo de alto custo, que leva muito tempo e precisa de mão de obra especializada, como é o caso de índices como o AMBI, BOPA, entre outros. Dessa forma, essa tese teve dois objetivos: 1- identificar quais os fatores de origem antrópica estão relacionados com o acúmulo de matéria orgânica e clorofila ao redor do globo, através de uma meta-análise. 2- facilitar a avaliação do impacto ambiental da urbanização na macrofauna de praias arenosas, testando a adequação de um protocolo rápido de avaliação com base em características simples do sedimento como cor, cheiro e textura, para praias tropicais, comparando seus resultados a valores de potencial de oxirredução do sedimento, o índice biótico BOPA e a boletins de balneabilidade. Os resultados obtidos mostraram que diferenças metodológicas na amostragem da matéria orgânica podem causar enviesamento dos dados, e que a clorofila está intimamente associada ao despejo de esgoto em praias. Além disso, o método de avaliação rápida se mostrou eficiente em classificar as praias quanto a qualidade do sedimento e da macrofauna. Esperamos com esses resultados mostrar que as praias arenosas, muitas vezes subestimadas quanto a necessidade de esforço para conservação, estão suscetíveis a diversos impactos, necessitando de atenção especial dos tomadores de decisões para melhores ações de manejo nesses locais.


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  • A zona costeira representa apenas 20% de toda a terra disponível no globo e abriga aproximadamente 40% da população mundial. O interesse na região se dá pela oferta de serviços como lazer, turismo e alimentação, tornando-as o ambiente natural mais usado pelas pessoas no mundo. Entretanto, a urbanização da costa e a ocupação desordenada no litoral pode resultar em efeitos negativos para os ecossistemas costeiros, reconhecidamente sensíveis a fatores antrópicos oriundos da urbanização. Nesse sentido, o aporte de nutrientes e esgoto doméstico que chegam as praias podem provocar fenômenos conhecidos como a maré vermelha, através da proliferação excessiva de microalgas. O acúmulo de matéria orgânica, somado a outros impactos como a construção de obras de contenção do mar, pode facilitar o processo de apóxia pela perda de serviços ecossistêmicos como a degradação de matéria orgânica e transporte de matéria acumulada nas praias para outros locais. Essas estruturas de contenção também são conhecidas por impactar negativamente a macrofauna, facilitando a inserção de espécies exóticas e oportunistas, além de diminuir a diversidade local de forma geral. Ademais, mensurar os impactos na fauna é um processo de alto custo, que leva muito tempo e precisa de mão de obra especializada, como é o caso de índices como o AMBI, BOPA, entre outros. Dessa forma, essa tese teve dois objetivos: 1- identificar quais os fatores de origem antrópica estão relacionados com o acúmulo de matéria orgânica e clorofila ao redor do globo, através de uma meta-análise. 2- facilitar a avaliação do impacto ambiental da urbanização na macrofauna de praias arenosas, testando a adequação de um protocolo rápido de avaliação com base em características simples do sedimento como cor, cheiro e textura, para praias tropicais, comparando seus resultados a valores de potencial de oxirredução do sedimento, o índice biótico BOPA e a boletins de balneabilidade. Os resultados obtidos mostraram que diferenças metodológicas na amostragem da matéria orgânica podem causar enviesamento dos dados, e que a clorofila está intimamente associada ao despejo de esgoto em praias. Além disso, o método de avaliação rápida se mostrou eficiente em classificar as praias quanto a qualidade do sedimento e da macrofauna. Esperamos com esses resultados mostrar que as praias arenosas, muitas vezes subestimadas quanto a necessidade de esforço para conservação, estão suscetíveis a diversos impactos, necessitando de atenção especial dos tomadores de decisões para melhores ações de manejo nesses locais.

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  • HELTER EDUARD VASCONCELOS LIMA
  • Mecanismos envolvidos na coocorrência interespecífica de cupins (Isoptera: Termitidae): efeito da distância entre colônias e a quantidade de recurso alimentar

  • Orientador : ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • FLAVIA MARIA DA SILVA MOURA
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • WENDEL JOSE TELES PONTES
  • Data: 03/08/2023

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  • À exemplo dos demais insetos eussociais, cupins compartilham em suas colônias o alimento coletado, otimizando o forrageio e diminuindo riscos. Porém, quando diferentes grupos compartilham dos mesmos recursos e áreas de uso, isso pode afetar a nidificação, crescimento e desenvolvimento dos competidores. No presente estudo, investigou-se a coocorrência e agressividade entre os cupins Nasutitermes corniger e Microcerotermes sp. em relação à distância entre colônias e disponibilidade de recursos. Colônias de cupins pertencentes às duas espécies foram coletadas em fragmentos periurbanos de Floresta Atlântica no estado de Pernambuco. Testes de colonização de iscas interespecíficas e intraespecíficas com diferentes quantidades de recurso alimentar, além de bioensaios de agressividade e sobrevivência, foram realizados no LabEcoIn da UFRPE. Resultados mostraram que a coocorrência interespecífica não foi afetada significativamente pela distância ou quantidade de recurso. Já a coocorrência intraespecífica de N. corniger nas iscas foi afetada pela distância e disponibilidade de recurso, enquanto para Microcerotermes sp., apenas a quantidade de recurso importou. O Índice de Agressividade (AI) foi maior em combinações interespecíficas, e combinações intraespecíficas tiveram maior tempo médio de morte. Os achados sugerem que a coocorrência entre as espécies pode não ser modulada pela disponibilidade de recursos ou distância entre colônias, mas sim pela alta habilidade competitiva de N. corniger, que possivelmente explica a maior densidade de ninhos dessa espécie em comparação com Microcerotermes sp. A capacidade competitiva de Microcerotermes spp., contudo, ainda requer maior esforço investigativo, apesar de suas estruturas de ninhos e consumo de necromassa vegetal serem conhecidos.


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  • À exemplo dos demais insetos eussociais, cupins compartilham em suas colônias o alimento coletado, otimizando o forrageio e diminuindo riscos. Porém, quando diferentes grupos compartilham dos mesmos recursos e áreas de uso, isso pode afetar a nidificação, crescimento e desenvolvimento dos competidores. No presente estudo, investigou-se a coocorrência e agressividade entre os cupins Nasutitermes corniger e Microcerotermes sp. em relação à distância entre colônias e disponibilidade de recursos. Colônias de cupins pertencentes às duas espécies foram coletadas em fragmentos periurbanos de Floresta Atlântica no estado de Pernambuco. Testes de colonização de iscas interespecíficas e intraespecíficas com diferentes quantidades de recurso alimentar, além de bioensaios de agressividade e sobrevivência, foram realizados no LabEcoIn da UFRPE. Resultados mostraram que a coocorrência interespecífica não foi afetada significativamente pela distância ou quantidade de recurso. Já a coocorrência intraespecífica de N. corniger nas iscas foi afetada pela distância e disponibilidade de recurso, enquanto para Microcerotermes sp., apenas a quantidade de recurso importou. O Índice de Agressividade (AI) foi maior em combinações interespecíficas, e combinações intraespecíficas tiveram maior tempo médio de morte. Os achados sugerem que a coocorrência entre as espécies pode não ser modulada pela disponibilidade de recursos ou distância entre colônias, mas sim pela alta habilidade competitiva de N. corniger, que possivelmente explica a maior densidade de ninhos dessa espécie em comparação com Microcerotermes sp. A capacidade competitiva de Microcerotermes spp., contudo, ainda requer maior esforço investigativo, apesar de suas estruturas de ninhos e consumo de necromassa vegetal serem conhecidos.

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  • RUBEM CLAUDIO SIMOES VIEIRA
  • Uso de recursos polínicos por Melipona scutellaris e Tetragonisca angustula (Meliponini, Apidae) em uma mesma área de forrageio

  • Orientador : ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA MAIA DA SILVA
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • MARIA TERESA AURELIANO BURIL VITAL RODRIGUES
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 16/08/2023

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  • As “abelhas sem ferrão” (Apidae, Meliponini) constituem o mais diverso grupo de abelhas sociais, com distribuição em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a perda de habitats naturais e a introdução de Apis mellifera, generalista no uso de recursos polínicos e que forma grandes colônias, são os principais obstáculos à conservação desses insetos. Neste sentido, a meliponicultura é um importante aliado aos esforços conservacionistas. Entendendo que a disponibilidade de recursos pode moldar a coexistência espaço temporal dos organismos, o presente trabalho objetivou analisar se duas espécies de abelhas sem ferrão morfologicamente distintas, quando criadas na mesma área de forrageio, utilizam-se das mesmas plantas poliníferas, indicando competição por um recurso limitante. Foram identificados 30 morfotipos polínicos, sendo 21 em Mellipona scutellaris e 22 em Tetragonisca angustula.  Nossos resultados mostram que as duas espécies observadas utilizam diferentes fontes de recursos (p < 0,001; ANOSIM), o que provavelmente se deve a diferenças morfológicas (i.e., tamanho corporal). Operárias de M. scutellaris, por serem maiores e voarem mais alto, podem acessar fontes de pólen inacessíveis às operárias de T. angustula. Além disso, é provável que os recursos polínicos coletados por M. scutellaris não estejam disponíveis para T. angustula devido à atividade forrageadora em horários distintos, com a primeira espécie sendo mais ativa pela manhã e a segunda pela tarde. Esses resultados reforçam a viabilidade da coexistência dessas espécies em uma mesma área de criação, sem impactos negativos na produção do meliponicultor ou na subsistência dos ninhos.


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  • As “abelhas sem ferrão” (Apidae, Meliponini) constituem o mais diverso grupo de abelhas sociais, com distribuição em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a perda de habitats naturais e a introdução de Apis mellifera, generalista no uso de recursos polínicos e que forma grandes colônias, são os principais obstáculos à conservação desses insetos. Neste sentido, a meliponicultura é um importante aliado aos esforços conservacionistas. Entendendo que a disponibilidade de recursos pode moldar a coexistência espaço temporal dos organismos, o presente trabalho objetivou analisar se duas espécies de abelhas sem ferrão morfologicamente distintas, quando criadas na mesma área de forrageio, utilizam-se das mesmas plantas poliníferas, indicando competição por um recurso limitante. Foram identificados 30 morfotipos polínicos, sendo 21 em Mellipona scutellaris e 22 em Tetragonisca angustula.  Nossos resultados mostram que as duas espécies observadas utilizam diferentes fontes de recursos (p < 0,001; ANOSIM), o que provavelmente se deve a diferenças morfológicas (i.e., tamanho corporal). Operárias de M. scutellaris, por serem maiores e voarem mais alto, podem acessar fontes de pólen inacessíveis às operárias de T. angustula. Além disso, é provável que os recursos polínicos coletados por M. scutellaris não estejam disponíveis para T. angustula devido à atividade forrageadora em horários distintos, com a primeira espécie sendo mais ativa pela manhã e a segunda pela tarde. Esses resultados reforçam a viabilidade da coexistência dessas espécies em uma mesma área de criação, sem impactos negativos na produção do meliponicultor ou na subsistência dos ninhos.

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  • TULIO FREIRE XAVIER
  • Avaliação dos efeitos dos impactos sonoros humanos na diversidade acústica de recifes de corais do nordeste brasileiro

  • Orientador : JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LIS BITTENCOURT VILAS BOAS
  • BEATRICE PADOVANI FERREIRA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • Data: 27/10/2023

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  • A poluição sonora prejudica a vida marinha, impactando a comunicação e saúde dos animais. A ecologia de paisagens acústicas fornece informações sobre relações ecológicas, destacando os efeitos dos sons humanos nos ecossistemas recifais. No Brasil, a escassez de estudos sobre poluição sonora em recifes de coral destaca a necessidade de uma investigação dessa questão. Este estudo buscou comparar paisagens acústicas recifais de diferentes regiões, considerando os impactos da antropofonia nos diferentes tipos e estações de turismo da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais e da Área de Proteção Ambiental Guadalupe. Mais especificamente, (1) identificando e caracterizando os contribuintes sonoros encontrados; (2) analisando a relação entre a diversidade e riqueza de peixes marinhos com a complexidades acústica da ictiofauna; e (3) investigando como a antropofonia e as variáveis de temperatura e profundidade afetam a complexidade acústica dos recifes de corais. Foram realizadas gravações subaquáticas em vários locais de interesse, abrangendo diferentes tipos (regionais e sazonais) e estações (alta e baixa) de turismo, utilizando um hidrofone e um gravador digital. Ao analisar as gravações, constatou-se a presença de contribuintes representantes de biofonia, geofonia e antropofonia. Para analisar a diversidade de peixes locais, foram conduzidos censos visuais, revelando uma correlação entre a diversidade e a abundância de peixes com a complexidade acústica e o número de perfis sonoros encontrados. A análise de Modelo Linear Generalizado apontou que, entre os fatores relacionados às atividades humanas avaliadas, a proximidade da costa exerceu o maior impacto na complexidade acústica, seguida pela estação e tipo de turismo. Além disso, foram coletados dados de profundidade e temperatura para investigar suas influências na complexidade acústica, mostrando haver uma relação perante os valores, embora menos acentuada. Temporalmente, os períodos de maiores quedas no Índice de Complexidade Acústica coincidiram com os momentos de atividades associadas à influência humana, resultando em quedas de ~50%, especialmente em locais próximos à costa durante a alta temporada de turismo. Nos espectrogramas, foi observado um padrão semelhante, caracterizado pela presença de ruídos humanos em faixas de frequência mais baixas. Em síntese, o estudo identificou como o turismo atua diretamente como fonte de antropofonia, exercendo influência sobre a complexidade acústica das paisagens sonoras dos recifes do Nordeste, assim como pelas condições ambientais, como temperatura e profundidade. Além disso, a comunidade de peixes demonstrou ser uma parte significativa dos representantes das paisagens observadas, sendo amplamente afetada pelos impactos sonoros humanos. Os resultados também apresentam implicações significativas para estratégias de gestão e conservação de ecossistemas marinhos, onde as descobertas deste estudo podem orientar a implementação de regulamentações mais rigorosas relacionadas ao turismo costeiro e à redução da poluição sonora em recifes de coral.


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  • A poluição sonora prejudica a vida marinha, impactando a comunicação e saúde dos animais. A ecologia de paisagens acústicas fornece informações sobre relações ecológicas, destacando os efeitos dos sons humanos nos ecossistemas recifais. No Brasil, a escassez de estudos sobre poluição sonora em recifes de coral destaca a necessidade de uma investigação dessa questão. Este estudo buscou comparar paisagens acústicas recifais de diferentes regiões, considerando os impactos da antropofonia nos diferentes tipos e estações de turismo da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais e da Área de Proteção Ambiental Guadalupe. Mais especificamente, (1) identificando e caracterizando os contribuintes sonoros encontrados; (2) analisando a relação entre a diversidade e riqueza de peixes marinhos com a complexidades acústica da ictiofauna; e (3) investigando como a antropofonia e as variáveis de temperatura e profundidade afetam a complexidade acústica dos recifes de corais. Foram realizadas gravações subaquáticas em vários locais de interesse, abrangendo diferentes tipos (regionais e sazonais) e estações (alta e baixa) de turismo, utilizando um hidrofone e um gravador digital. Ao analisar as gravações, constatou-se a presença de contribuintes representantes de biofonia, geofonia e antropofonia. Para analisar a diversidade de peixes locais, foram conduzidos censos visuais, revelando uma correlação entre a diversidade e a abundância de peixes com a complexidade acústica e o número de perfis sonoros encontrados. A análise de Modelo Linear Generalizado apontou que, entre os fatores relacionados às atividades humanas avaliadas, a proximidade da costa exerceu o maior impacto na complexidade acústica, seguida pela estação e tipo de turismo. Além disso, foram coletados dados de profundidade e temperatura para investigar suas influências na complexidade acústica, mostrando haver uma relação perante os valores, embora menos acentuada. Temporalmente, os períodos de maiores quedas no Índice de Complexidade Acústica coincidiram com os momentos de atividades associadas à influência humana, resultando em quedas de ~50%, especialmente em locais próximos à costa durante a alta temporada de turismo. Nos espectrogramas, foi observado um padrão semelhante, caracterizado pela presença de ruídos humanos em faixas de frequência mais baixas. Em síntese, o estudo identificou como o turismo atua diretamente como fonte de antropofonia, exercendo influência sobre a complexidade acústica das paisagens sonoras dos recifes do Nordeste, assim como pelas condições ambientais, como temperatura e profundidade. Além disso, a comunidade de peixes demonstrou ser uma parte significativa dos representantes das paisagens observadas, sendo amplamente afetada pelos impactos sonoros humanos. Os resultados também apresentam implicações significativas para estratégias de gestão e conservação de ecossistemas marinhos, onde as descobertas deste estudo podem orientar a implementação de regulamentações mais rigorosas relacionadas ao turismo costeiro e à redução da poluição sonora em recifes de coral.

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  • JUANN ARYELL FRANCISCO DE HOLANDA ABREU
  • ANATOMIA E FUNÇÃO DA MUSCULATURA MASTIGATÓRIA DE MARSUPIAIS DIDELFÍDEOS (DIDELPHIMORPHIA; DIDELPHIDAE)

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO GUIMARÃES LESSA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • RAFAELA VELLOSO MISSAGIA
  • Data: 28/11/2023

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  • Os didelfídeos representam a maioria da diversidade dos marsupiais americanos. Tradicionalmente, são considerados como generalistas, mas variam quanto a proporção dos itens que consomem. Nós abordamos a relação entre as características musculares e a exploração desses recursos alimentares a partir de dois estudos, ao longo da ontogenia de Didelphis albiventris e em diferentes gêneros de didelfídeos. Para isso, nós apresentamos dados anatômicos e biomecânicos da musculatura mastigatória de uma série ontogenética de D. albiventris e nove gêneros de Didelphidae, e combinamos essas informações para estimativas funcionais relacionadas a dieta. A ontogenia da anatomia dos músculos mastigatórios de D. albiventris apontou um aumento das áreas de fixação desses músculos no crânio e mandíbula, e da adução mandibular ao longo do desenvolvimento. Os músculos cresceram essencialmente com alometria positiva. Essa tendência indica que indivíduos adultos possuem músculos relativamente maiores e provavelmente uma mordida mais forte para o consumo de itens mais difíceis na idade adulta. No entanto, através de amostra dos didelfídeos, a massa e as propriedades arquiteturais de comprimento dos fascículos e PCSA, foram isométricos. As forças de mordida calculadas no canino e primeiro molar também não foram diferentes da isometria e não correlacionaram com a dieta. Portanto, a variação na força de mordida dos
    didelfídeos foi absoluta, e a diversificação da dieta pode ser suportada pela diferenciação do tamanho.


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  • Os didelfídeos representam a maioria da diversidade dos marsupiais americanos. Tradicionalmente, são considerados como generalistas, mas variam quanto a proporção dos itens que consomem. Nós abordamos a relação entre as características musculares e a exploração desses recursos alimentares a partir de dois estudos, ao longo da ontogenia de Didelphis albiventris e em diferentes gêneros de didelfídeos. Para isso, nós apresentamos dados anatômicos e biomecânicos da musculatura mastigatória de uma série ontogenética de D. albiventris e nove gêneros de Didelphidae, e combinamos essas informações para estimativas funcionais relacionadas a dieta. A ontogenia da anatomia dos músculos mastigatórios de D. albiventris apontou um aumento das áreas de fixação desses músculos no crânio e mandíbula, e da adução mandibular ao longo do desenvolvimento. Os músculos cresceram essencialmente com alometria positiva. Essa tendência indica que indivíduos adultos possuem músculos relativamente maiores e provavelmente uma mordida mais forte para o consumo de itens mais difíceis na idade adulta. No entanto, através de amostra dos didelfídeos, a massa e as propriedades arquiteturais de comprimento dos fascículos e PCSA, foram isométricos. As forças de mordida calculadas no canino e primeiro molar também não foram diferentes da isometria e não correlacionaram com a dieta. Portanto, a variação na força de mordida dos
    didelfídeos foi absoluta, e a diversificação da dieta pode ser suportada pela diferenciação do tamanho.

Teses
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  • ARISTOTELES PHILIPPE NUNES QUEIROZ
  • ECOLOGIA TRÓFICA DE DASIATÍDEOS (DASYATIDAE: MYLIOBATOIDEI) NA COSTA DE PERNAMBUCO, BRASIL

  • Orientador : ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • TIEGO LUIZ DE ARAUJO COSTA
  • FABRICE DUPONCHELLE
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • RALF SCHWAMBORN
  • RICARDO DE SOUZA ROSA
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • Data: 28/02/2023

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  • Compreender a dinâmica trófica e espacial de elasmobrânquios comercialmente importantes é fundamental para a gestão pesqueira. Por isso, este trabalho objetivou descrever a ecologia alimentar e uso de hábitat de três espécies de raias demersais simpátricas e testar a importância topológica de uma delas em uma rede trófica estuarina. Três abordagens foram utilizadas neste estudo: I) Através de análises combinadas de conteúdo estomacal e isótopos estáveis (δ 13 C e δ 15 N). Observou-se que Hypanus guttatus é um mesopredador com uma dieta diversa de organismos bentônicos e epibentônicos marinhos e estuarinos. Hypanus berthalutzae é um predador marinho generalista, mas ocupa nível trófico mais alto. Em contraste, Hypanus marianae é um mesopredador marinho especializado e com baixa amplitude de nicho. Embora ocorra sobreposição de nicho, as três raias utilizam os as presas em proporções diferentes e ocuparam nichos tróficos distintos, potencialmente limitando a competição por recursos e promovendo a coexistência; II) Utilizamos dados de isótopos estáveis de tecido muscular (δ 13 C e δ 15 N) e dados de microquímica de vértebras ( 24 Mg, 43 Ca, 55 Mn, 86 Sr e 138 Ba) para analisar o uso do habitat pelas três espécies de raias em diferentes estágios de vida. Nossa abordagem revelou movimentos de entrada e saída em áreas estuarinas por H. guttatus, forte especificidade para habitats de recifes costeiros para H. marianae, e uso de águas mais profundas por adultos de H. berthalutzae. Também revelamos diferenças significativas entre os sexos no uso do habitat para H. berthalutzae, especialmente para elementos associados a zonas hipóxicas ( 55 Mn) e variações de salinidade ( 86 Sr e 138 Ba); III) Com abordagens topológicas, foi avaliada importância da raia H. guttatus em um ambiente estuarino. A raia não foi classificada como espécie-chave e seu potencial de dispersão de efeitos indiretos se limita aos efeitos “top-down”, atuando como um predador de topo da fauna bentônica. Detritos se destacou como um dos principais nós nas análises topológicas e de espécies-chave, reflexo da importância do suprimento estuarino de matéria orgânica na manutenção de redes alimentares aquáticas costeiras. A pesca atua como um predador de topo, sendo um dos principais nós capazes de afetar a rede de forma rápida e com ampla disseminação e de gerar maior fragmentação. Em uma visão geral, as três raias desempenham papéis ecológicos diferentes nos ecossistemas que ocupam, limitando a redundância funcional. Os ambientes estuarinos e recifes de coral são as áreas mais importantes para H. guttatus e H. marianae, respectivamente, enquanto H. berthalutzae parece utilizar toda a plataforma continental ao longo de seu ciclo de vida.


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  • As raias Hypanus guttatusH. marianae e H. berthalutzae são Myliobatiformes demersais que ocorrem em águas costeiras do Brasil e exploram diferentes hábitats ao longo do seu ciclo de vida, sendo capturadas pela pesca artesanal que atua ao longo de sua distribuição. A ecologia trófica e o uso do hábitat dessas espécies são informações valiosas que podem auxiliar futuras medidas de proteção. Assim, este trabalho objetivou descrever a dieta, nível trófico e uso do hábitat de H. guttatusH. marianae e H. bertalutzae através das análises de conteúdos estomacais e isótopos estáveis de 13C e 15N. A raia H. marianae explora desde recifes costeiros a águas marinhas mais profundas e tem alimentação especializada, basicamente camarões e poliquetas. Já H. berthalutzae apresenta segregação ontogenética e alimentação generalista, utilizando presas em níveis tróficos elevados. Enquanto H. guttatus, que também possui hábito alimentar generalista, explora estuários, áreas costeiras rasas e águas profundas, promovendo conectividade entre os ambientes. Apesar de haver sobreposição de nicho alimentar, as raias utilizam os mesmos recursos em proporções diferentes, e ocupam níveis tróficos distintos, o que evita competição por recursos enquanto coexistem e atribui às três predadoras diferentes funções ecológicas nos ecossistemas que ocupam.

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  • REBECCA NIMRAH UMEED DE SOUZA
  • Impact of the environment on the vocal communication of Trichechus manatus manatus 

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • CARLA SORAIA SOARES DE CASTRO
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • MARIA ADELIA BORSTELMANN DE OLIVEIRA
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 28/04/2023

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  • Esta tese tem como objetivo apresentar o repertório vocal de peixes-boi das Antilhas, Trichechus manatus manatusalojados em centros de cativeiro e reintrodução no Nordeste do Brasil e descrever as interações vocais entre mães de vida livre e seus filhotes. Também apresentamos evidências para a produção potencial de vocalizações de assinatura e investigamos como as variáveis abióticas afetam os padrões de produção vocal do peixe-boi das Antilhas e a propagação da chamada. Assim, aqui dividimos esta tese em duas partes: Parte I – A complexidade vocal dos peixes-boi das Antilhas e comunicação coespecífica e Parte II – Os efeitos de fatores abióticos na produção vocal dos peixes-boi das Antilhas. Na parte I, para descrever o repertório vocal dos peixes-boi das Antilhas, gravamos seis fêmeas e quatro machos em cativeiro e quatro machos em um centro de reintrodução. Analisamos as vocalizações produzidas durante sessões de observação focal de 10 minutos. Descobrimos que os peixes-boi do nosso estudo produziam quatro tipos de vocalizações: Squeaks, Chirps, Trills e Pulse calls, algumas das quais tinham várias variantes (cinco variantes Squeak e quatro variantes Trill). Descrevemos um novo tipo de vocalização: vocalizações “Pulse” e descobrimos que as vocalizações Chirps e Pulse foram produzidas apenas por peixes-boi machos, enquanto Squeaks e Trills foram produzidos por todos os grupos de estudo. Em seguida, registramos quatro peixes-boi no centro de reintrodução, individualmente, e encontramos diferenças significativas na estrutura das vocalizações produzidas por Squeak, sugerindo que os peixes-boi produzem vocalizações que contêm informações sobre a identidade individual. Também registramos três pares mães e seus respectivos filhotes em vida livre e descobrimos que cada par produzia vocalizações Squeak com estruturas físicas significativamente diferentes. Assim, concluímos que os peixes-boi das Antilhas podem produzir vocalizações características, que auxiliam no reconhecimento específico e podem ser vitais para a sobrevivência dos filhotes. A Parte II discute os efeitos de variáveis abióticas na propagação do canto do peixe-boi das Antilhas. Aqui, registramos seis fêmeas e quatro machos em cativeiro, 4 machos em um centro de reintrodução e um par (uma fêmea e um macho) recentemente translocado para um centro de reintrodução. Encontramos diferenças nas taxas de chamadas entre os grupos de estudo durante o dia (das 5h às 21h), mas não durante a noite (das 21h às 5h). As taxas de chamada também foram diferentes de acordo com os três grupos de reintrodução de acordo com o nível da maré. Os tipos de chamadas produzidas foram diferentes para todos os grupos de chamadas, onde cada grupo produziu mais chamadas Squeak em comparação com os outros tipos de chamadas. Além disso, encontramos diferenças na taxa de vocalização entre machos cativos, fêmeas cativas e machos reintroduzidos mais jovens com base na hora do dia. Também encontramos diferenças dentro do grupo de machos reintroduzidos mais velhos para o nível da maré. Não foram encontradas diferenças para as taxas de chamada do par de reintrodução de acordo com a hora do dia ou o nível da maré. Machos em cativeiro, machos reintroduzidos mais velhos e machos reintroduzidos mais jovens apresentaram as menores taxas de vocalização durante a noite, enquanto as fêmeas em cativeiro apresentaram as menores taxas de vocalização durante a parte mais quente do dia (9h-13h). Machos e fêmeas em cativeiro apresentaram as maiores taxas de vocalização durante as primeiras horas da manhã, enquanto os machos reintroduzidos mais velhos apresentaram as maiores taxas de vocalização entre 17h e 21h e os machos reintroduzidos mais jovens entre 9h e 13h. Os machos reintroduzidos mais velhos e mais jovens apresentaram as menores taxas de vocalização durante o pico da maré baixa e as maiores taxas de vocalização durante a maré cheia e o pico da maré alta, respectivamente. O par de reintrodução produziu as menores taxas de vocalização entre 9h-13h e durante o pico da maré alta, e as maiores taxas de vocalização entre 1h-5h e o pico da maré baixa. A estrutura das vocalizações foi relativamente estável entre os grupos de estudo, apresentando diferenças para os quatro parâmetros da vocalização (duração (ms), frequência de energia máxima (kHz), frequência máxima (kHz) e frequência mínima (kHz)). No entanto, a classificação das vocalizações foi baixa, sugerindo que a estrutura das vocalizações não diferiu o suficiente para diferenciá-las com base na hora do dia e no nível da maré. Portanto, podemos concluir que as condições de cativeiro afetam os padrões de taxa de vocalização do peixe-boi e que os peixes-boi que são translocados de ambientes cativos para ambientes de reintrodução devem adaptar sua produção de vocalização ao novo ambiente.

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  • Este trabalho tem como objetivo apresentar o repertório vocal de peixes-boi das Antilhas, Trichechus manatus manatusalojados em centros de cativeiro e reintrodução no Nordeste do Brasil e descrever as interações vocais entre mães de vida livre e seus filhotes. Também apresentamos evidências para a produção potencial de vocalizações de assinatura e investigamos como as variáveis abióticas afetam os padrões de produção vocal do peixe-boi das Antilhas e a propagação da chamada.

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  • MORGANA DA SILVA BRITO
  • DIVERSIDADE FUNCIONAL E ISOTÓPICA DO MICROZOOPLÂNCTON DE UMA REGIÃO COSTEIRA TROPICAL (BAÍA DE TAMANDARÉ, PERNAMBUCO, BRASIL), DE 2013 A 2019

  • Orientador : RALF SCHWAMBORN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • MAURO DE MELO JÚNIOR
  • RALF SCHWAMBORN
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • SIGRID NEUMANN LEITAO
  • Data: 28/07/2023

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  • Análises de diversidade funcional e isótopos estáveis vêm sendo muito utilizadas como ferramentas adicionais ao estudo tradicional da ecologia do zooplâncton. Esta tese teve como objetivo principal avaliar as relações ecológicas do microzooplâncton através de análises de diversidade funcional e isótopos estáveis e a sua variabilidade influenciada pela sazonalidade, interanualidade e condições ambientais ao longo de uma série temporal. As amostras foram coletadas bimestralmente entre junho de 2013 e agosto de 2019 em três estações na Baía de Tamandaré (Pernambuco, Brasil), através de arrastos subsuperficiais com redes cônicas de malha de 64 μm. As amostras foram acondicionadas em potes plásticos contendo formalina a 4%, tamponadas com tetraborato de sódio (5 g L−1). Foram selecionadas quatro amostragens por ano (duas no período seco, duas no período chuvoso), exceto quando não houve amostragens por más condições do tempo. As amostras foram quarteadas, uma parte foi separada para a contagem, medição e identificação do zooplâncton e a outra parte para as análises de isótopos estáveis. Para o cálculo de diversidade funcional, a assembleia de copépodes foi analisada quanto aos seus atributos funcionais e dividida em grupos funcionais. Para análise de isótopos estáveis uma parte foi submetida ao espectrômetro de massa para a obtenção dos isótopos de nitrogênio e carbono e outra parte identificada e medida e analisada quanto a biomassa relativa. A análise de diversidade funcional mostrou que uma mínima variação das condições ambientais (temperatura e salinidade) afetaram significativamente os grupos funcionais de copépodes (91% da variação explicada) e que o grupo mais abundante apresenta atributos funcionais (características morfológicas e estratégia reprodutiva) que permitiram sua permanência em um ambiente em constantes variações. A análise de isótopos estáveis permitiu detectar o nível trófico de espécies-chave através de uma nova abordagem, “mistura-de-espécies-biomassas-e-isótopos” (em inglês, SBIM). Pseudodiaptomus acutus apresentou o maior nível trófico dentro da comunidade zooplanctônica, enquanto organismos de pequeno porte, como náuplios de copépodes e larvas de poliquetos apresentaram o menor nível trófico. Esse resultado não seria possível em estudos tradicionais que analisam apenas alguns espécimes de espécies pré-selecionadas. Também foram analisados os efeitos da sazonalidade e forçantes climáticas externas (por exemplo, El Niño Oscilação Sul) sobre as condições ambientais e a comunidade microzooplanctônica na Baía de Tamandaré. Euterpina acutifrons, Favella ehrenbergii e “outros ciliados” foram indicadores de variação sazonal, com alta abundância no período chuvoso. Os estudos desenvolvidos nesta tese ofereceram um vislumbre dos fatores ecológicos que regem a variabilidade e as relações tróficas do microzooplâncton em um ecossistema costeiro tropical.


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  • Stable isotope signatures are important tools to study marine food webs. Here, we investigated the temporal variability of the stable isotope composition of zooplankton in a tropical marine ecosystem. Plankton samples were obtained in Tamandaré Bay (northeastern Brazil) from June 2013 to August 2019. One aliquot of each sample was taken for stable isotope measurements and one for taxonomic identification and estimation of size and relative biomass. Zooplankton was dominated by copepods (adults, juveniles and nauplii) in numbers and units of biomass. Total zooplankton biomass differed significantly between years, seasons and stations. δ 13 C values ranged from -21.0 to -18.2‰ (mean ± standard deviation: -19.7 ± 0.7‰ in the dry season, and - 19.4 ± 0.8‰ in the rainy season) with significant 13 C-enrichment in the rainy seasons of 2015 and 2016. δ 15 N values ranged from 3.8 to 9.0‰ (7.0 ± 1.0‰ in the dry season, and 6.5 ± 1.2‰ rainy season) with a significant 15 N-enrichment in the dry seasons of 2013 and 2019. C/N ratios ranged from 3.5 to 5.0‰ (4.2 ± 0.4‰ in the dry season and 4.2 ± 0.3‰ in the rainy season), with higher values in the dry season of 2017. The sparsely abundant and relatively large-sized copepod Pseudodiaptomus acutus dominated the variability in δ 15 N (22% of the total variability). Relative biomass (%) of P. acutus showed a strong positive correlation with δ 15 N, indicating a high trophic level (TL). This result highlighted the importance of less abundant taxa on trophic
    relations in the ecosystem. The copepod Dioithona oculata was the most important organism explaining δ 13 C (17.7% of the total variability) with a positive relationship, indicating a possible selective use of a 13 C-enriched food source (e.g., diatoms). Oithona spp. juveniles showed a negative relationship with C/N ratios which can be an indicator for oligotrophic conditions and lipid-poor zooplankton. This novel approach contributes to a new line of research, the mixture-based stable isotope analysis.

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  • LUISA VALENTIM MELO DE VASCONCELOS QUEIROZ VERAS
  • Avaliação espaço-temporal dos estoques das espécies de budião ameaçadas no Nordeste do Brasil

  • Orientador : JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KATIA DE MEIRELLES FELIZOLA FREIRE
  • CATARINA WOR
  • NATALIA CARVALHO ROOS
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • Data: 25/08/2023

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  • Os budiões endêmicos do Brasil se tornaram importantes alvos da pesca artesanal nas últimas décadas e algumas espécies estão classificadas como ameaçadas. A situação atual de seus estoques ainda é desconhecida, trazendo a necessidade de se coletar informações biológicas e pesqueiras que permitam investigar a sustentabilidade da utilização dessas espécies como recursos pesqueiros. Esta tese aborda diferentes aspectos do processo de avaliação dos principais estoques de budião ameaçados do Brasil, incluindo (1) a realização de um levantamento dos dados existentes na literatura para as principais espécies alvo, (2) a obtenção de novas informações referentes ao histórico da pesca por meio do Conhecimento Ecologico Local (CEL) dos pescadores e (3) a obtenção de novos dados de captura e uma avaliação de seus estoques de acordo com a quantidade de dados disponíveis. No primeiro capítulo, uma revisão abrangente de 134 documentos publicados foi realizada abordando tópicos-chave de informações relacionadas à avaliação de estoques. Constatou-se que a espécie mais abundante, Sp. axillare, e a mais ameaçada, Sc. trispinosus, são os budiões mais estudados. Assim, avaliações de estoque do tipo moderadas podem ser realizadas para ambas as espécies. As maiores lacunas de informação foram observadas para Sp. zelindae, e para esta espécie apenas análises simples de risco podem ser realizadas. Para as outras duas espécies, Sp. frondosum e Sp. amplum, os dados obtidos possivelmente são suficientes para executar avaliações para dados escassos. As poucas estatísticas pesqueiras oficiais disponíveis são imprecisas e foram descontinuadas desde 2010, enquanto os estudos científicos são pontuais, mas representam a principal fonte de informações sobre a pesca dos budiões brasileiros. O segundo capítulo objetivou preencher as lacunas de monitoramento pesqueiros identificados no capítulo 1. Desta forma, o Conhecimento Ecológico Local (CEL) de 200 pescadores foi utilizado para investigar o histórico da pesca dos budiões brasileiros e a percepção dos pescadores com relação à situação atual dessas pescarias. Rede, arpão e covo foram identificadas como as três principais artes utilizadas para pescar budiões ao longo da costa brasileira. As atividades de pesca com rede e arpão são semelhantes e não mudaram ao longo do tempo, enquanto a pesca com covos aumentou os esforços ao longo dos anos. Apesar das diferenças entre elas, as áreas usadas para todas as artes de pesca e por todas as comunidades pesqueiras expandiram com o tempo. Entretanto, as capturas totais e CPUEs de budião diminuíram com o tempo apesar das mudanças nas estratégias de pesca. Seguindo as tendências de declínio relatadas pelos pescadores, a maioria considerou a situação da pesca de budiões como “pior”, independentemente do tipo de arte utilizado ou da experiência dos pescadores. O terceiro capítulo traz uma reconstrução histórica das capturas de cada uma das cinco espécies de budião mais alvejadas pela pesca, baseada nos dados obtidos nos dois primeiros capítulos. Além disto, a avaliação dos estoques das principais espécies capturadas é apresentada, utilizando métodos de avaliação para dados escassos. Scarus trispinosus, Sparisoma axillare e Sparisoma frondosum foram identificados como as espécies mais capturadas, com as duas primeiras representando cerca de 80% do total da biomassa de budiões capturados no Brasil. Estas três espécies apresentaram decréscimos nas capturas totais enquanto as capturas de Sparisoma amplum aumentaram de forma constante e Sc. zelindae oscilaram ao longo do tempo. Os valores de captura para as duas últimas espécies, entretanto, foram constantemente mais baixos. A avaliação dos estoques das duas espécies mais capturadas indicou que existe um alto risco em tê-las como alvos. O status do estoque de Sparisoma axillare estava acima da meta de manejo de 40%. As atividades de pesca com covos, que são os principais petrechos usados para capturar a espécie, entretanto, podem não ser sustentáveis da forma que vêm sendo utilizadas, além de estarem possivelmente mascarando mudanças no status do estoque. O estoque de Scarus trispinosus foi considerado como “sobrepescado” e a pesca foi considerada como “sobrepescando” o estoque, significando que, se a pesca continuar ocorrendo no mesmo ritmo, a situação do estoque tende a piorar. Os budiões brasileiros apresentam papéis essenciais para os ecossistemas recifais e para as comunidades de pescadores artesanais dependentes deles. As medidas de manejo implementadas até o momento não tem sido efetivas na manutenção de suas funções, tanto para o ambiente quanto social e financeiramente. Desta forma, novas abordagens para o gerenciamento dessas espécies devem ser desenvolvidas focando nos desafios históricos, geográficos e financeiros encontrados no Brasil.


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  • Given the increasing exploration of endemic Brazilian parrotfishes and their classification as threatened, there is an emergent need to gather biological and fisheries information to assess their stocks. We performed a comprehensive review of 134 studies addressing key topics of information related to stock assessments: (1) the distribution and population structure; (2) age, growth and mortality; (3) reproductive biology; (4) feeding ecology; (5) fishing data, and (6) management actions. This review focused on the most explored Brazilian parrotfish species: Scarus trispinosus, Scarus zelindae, Sparisoma amplum, Sparisoma axillare, and Sparisoma frondosum. The most abundant species, Sp. axillare, and the most threatened, Sc. trispi-nosus, are better studied; hence data-moderate stock assessments are viable for both species. As information gaps are largest for Sp. zelindae, only simple Risk analyses are possible for this species. Stock productivity and status may be obtained for the remaining species, enabling data-limited assessments. The few official fisheries statistics available are inaccurate and have been discontinued since 2010; scientific studies represent the main source of information about Brazilian parrotfishes' captures but are sparse. How stocks are structured and distributed along the coast must be defined, thus genetic structuring and site fidelity studies are necessary. Life-history traits such as mortality, growth, sexual modes, social organization, and maturity must be a subject prioritized for all species. Brazilian fisheries statistics programs must be resumed and improved urgently. The academic community and stakeholders must focus on filling these essential knowledge gaps to promote the successful evaluation of their stocks and solid recovery actions. Otherwise, Brazilian parrotfish populations-and the fisheries and ecosystem functions dependent on them-may be at risk.

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  • RODRIGO GUERON FAUSTINI
  • O USO DE ABORDAGENS INTEGRATIVAS PARA INVESTIGAR A DIVERSIDADE DO GÊNERO Lysmata RISSO, 1816

  • Orientador : ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DOUGLAS FERNANDES RODRIGUES ALVES
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • CARLOS DANIEL PEREZ
  • FELIPE BEZERRA RIBEIRO
  • PAULA BRAGA GOMES
  • Data: 31/08/2023

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  • Uma série de estudos focados em investigar a diversidade, distribuição e relações taxonômicas em Lysmata propuseram pelo menos seis supostos complexos de espécies dentro do gênero. O fato de duas ou mais espécies serem tratadas como uma só representa uma problemática para conservação, proteção e manejo dos recursos naturais e para estimativas de biodiversidade. De forma geral, muitos estudos combinam a taxonomia clássica com outras fontes de dados (e.g., ecologia, padrão de distribuição, padrão de coloração e dados moleculares) na tentativa de superar as dificuldades impostas pela similaridade morfológica das espécies crípticas. Esta tese está dividida em três capítulos, os quais tem por objetivo investigar e inventariar a diversidade e o status taxonômico de diferentes espécies de Lysmata através de abordagens integrativas. No primeiro capítulo, foram investigadas a diversidade de espécies dentro do complexo L. vittata e testadas as hipóteses de que L. rauli e L. durbanensis são espécies válidas ao invés de sinônimos juniores de L. vittata. Dados morfológicos e moleculares integrados suportaram fortemente a validade de pelo menos seis entidades taxonômicas dentro do complexo L. vittataL. rauli e L. durbanensis e três espécies ainda não descritas. Portanto, L. rauli e L. durbanensis foram formalmente ressuscitadas para o status de espécies válidas. No segundo capítulo, uma nova espécie de Lysmata (L. elisa) é descrita para o Atlântico Ocidental com base em dados moleculares, morfológicos e de padrão de coloração, a qual é intimamente relacionada a L. jundalini. A análise molecular de máxima verossimilhança recuperou L. elisa como uma espécie irmã de L. jundalini. Ambas as espécies filogeneticamente próximas a L. holthuisi e L. intermedia e juntas compõem o complexo L. intermedia. No terceiro capítulo, o objetivo foi avaliar a diversidade de Lysmata ao longo da costa de Pernambuco e do Arquipélago de Fernando de Noronha, nordeste do Brasil. Sempre que possível, os espécimes foram identificados por meio de dados morfológicos, moleculares e padrões de coloração. Aqui, são registradas L. bahiaL. lipkei e L. moorei pela primeira vez ao longo da costa de Pernambuco e/ou Fernando de Noronha e Lysmata cf. pederseni pela primeira vez no sudoeste do Atlântico. Nossos resultados reforçam a importância de refinar os dados de biodiversidade por meio da aplicação de abordagens taxonômicas integrativas para expandir o conhecimento da biodiversidade local e global, especialmente em grupos comercialmente explorados como os camarões Lysmata.


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  • Historicamente, Lysmata vittata é relatada como uma espécie de distribuição não polar quase global. Os primeiros estudos relataram uma ampla variação morfológica desta espécie, que serviu de base para posterior sinonimização de pelo menos quatro espécies. Aqui, nós investigamos a diversidade de espécies dentro do complexo L. vittata e testamos se L. rauli L. durbanensis são espécies válidas ao invés de sinônimos juniores de L. vittata. Nossos dados morfológicos e moleculares integrados suportam fortemente a validade de pelo menos seis entidades taxonômicas dentro do amplo complexo L. vittata, incluindo L. rauli L. durbanensis e três espécies não descritas. Análises multivariadas destacaram diferenças morfológicas proeminentes na estrutura do ramo acessório do flagelo antenular dorsolateral, número de segmentos do carpo e mero do segundo pereiópodo e padrão de cor que segregou os camarões em morfogrupos distintos. As análises filogenéticas corroboraram com os agrupamentos morfológicos e recuperaram cinco linhagens amplamente divergentes, que corresponderam aos agrupamentos morfológicos: L. vittata sensu stricto; L. rauli sensu strictoL. sp. CHINA; L. sp. AUS1; e L. sp. AUS2. Portanto, ressuscitamos formalmente L. rauli para status de espécie válido e postulamos que esta espécie é nativa do Indo-Pacífico subtropical e tropical. Embora os dados fossem limitados, nós também ressuscitamos formalmente L. durbanensis para o status de espécie válida da África Austral. Nossos resultados indicam que L. vittata e L. rauli são espécies exóticas no Atlântico ocidental, Nova Zelândia e Mediterrâneo. Este estudo fornece uma estrutura sólida para continuar desvendando o complexo histórico de espécies dentro de L. vittata, que provavelmente incluirá espécies adicionais àquelas incluídas no presente estudo.

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  • HEVANA SANTANA DE LIMA
  • Padrões de diversidade e variação genética de aves ao longo da diagonal seca sul-americana

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIO COHN-HAFT
  • FLAVIA TERMIGNONI GARCIA
  • SANTIAGO CLARAMUNT
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • ENRICO BERNARD
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • Data: 30/10/2023

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  • Entender e descrever os padrões de diversidade e de distribuição das espécies e investigar os eventos e fatores que criaram estes padrões, é um dos grandes desafios da ciência. Na região Neotropical, múltiplos eventos climáticos e geomorfológicos são associados a história evolutiva das linhagens e são considerados responsáveis por moldar os padrões de diversidade e de distribuição de espécies atuais. Nesse estudo, usando diferentes conjuntos de dados e ferramentas e avaliando a história e os processos evolutivos, busquei entender o padrão de distribuição e diversidade de espécies que habitam os domínios de vegetação aberta/seca da América do Sul.
    No primeiro capítulo, usando dados de censos de aves coletados em campo, apresentamos estimativas de abundância e produzimos a primeira lista de aves que ocorrem em áreas de carrasco, uma fitofisionomia associada à Caatinga, além disso, identificamos que a avifauna do carrasco, representa uma parcela da avifauna da Caatinga, em um primeiro estudo visando descrever as afinidades biogeográficas entre Caatinga e Cerrado. No segundo capítulo, usando censos de aves de terceiros e dados de ciência cidadã realizados ao longo da Diagonal Seca Sul-Americana (DS) demostramos que os domínios que compõem a DS representam três diferentes unidades em termos de avifauna, identificamos o turnover como o principal componente da beta- diversidade atuando nas comunidades sendo associado principalmente com a distância geográfica entre os pontos de amostragem e com variáveis ambientais como temperatura, precipitação, aridez e altitude. No terceiro capítulo, usando genomas completos de 38 exemplares de diferentes subespécies de Hemitriccus margaritaceinventer, nós evidenciamos a existência de dois principais grupos genéticos entre as subespécies, circundando o atual gradiente úmido da Floresta Amazônica, sugerindo assim, a existência de uma antiga conexão entre os domínios de vegetação aberta/seca da América do Sul, corroborando a hipótese do Arco Pleistocênico, também identificamos para o clado Hemitriccus uma origem associada a habitats de floresta úmida, possivelmente com a Floresta Amazônica como fonte de diversificação. No quarto capítulo, usando filogenias para 39 táxons endêmicos de aves da Caatinga, elucidamos que a história evolutiva dos endemismos da Caatinga está associada a eventos de vicariância e dispersão, com as florestas secas neotropicais, atuando como principal fonte de espécies para a Caatinga e evidenciando a influência de eventos climáticos históricos como facilitadores nos eventos de dispersão e diversificação de espécies.


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  • Compreender as origens dos biomas e sua biota é fundamental não apenas para entender as histórias biogeográficas e as conexões entre eles, mas também para prever o futuro desses ambientes e organismos em um contexto futuro de mudanças ambientais. A floresta seca da Caatinga, no Nordeste do Brasil, já foi, anteriormente, considerada um domínio pobre em espécies e com baixos níveis de endemicidade, estudos mais recentes, no entanto, têm apontado uma rica avifauna e dezenas de táxons endêmicos. Aqui, usando filogenias publicadas e calibradas no tempo e análises de reconstrução de habitat ancestral de 39 táxons endêmicos de aves da Caatinga, nós i) investigamos as origens biogeográficas e ii) o momento da diversificação da avifauna endêmica da Caatinga. Nossos resultados sugerem uma origem mista da avifauna endêmica da Caatinga, com eventos de cladogênese por efeito fundador desempenhando um papel importante na colonização da área da Caatinga. Embora a maioria das aves endêmicas (22 táxons endêmicos) estejam relacionadas a linhagens de habitats abertos, incluindo outras florestas secas ou savanas; várias espécies (9 táxons endêmicos) provavelmente vieram de florestas úmidas adjacentes. Enquanto detectamos linhagens relativamente antigas que provavelmente ocupavam essas paisagens secas antes do Pleistoceno, outros endemismos parecem representar novas chegadas de habitats adjacentes. Este estudo representa o primeiro esforço para descrever as origens biogeográficas da avifauna da Caatinga, fornecendo assim novos dados sobre a história deste domínio endêmico e ameaçado.

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  • ANA LUIZA LEICHTER MATTE
  • Estratégias de conservação e pesquisa para primatas brasileiros

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCAS GONÇALVES DA SILVA
  • MIRIAM PLAZA PINTO
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 06/12/2023

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  • O desenvolvimento de ferramentas que visam elaborar estratégias de conservação e pesquisa das espécies de primatas brasileiras aproxima a prática da conservação à ciência. Assim, a presente tese objetivou fornecer algumas ferramentas para contribuir com as estratégias de conservação e pesquisa desse grupo de animais. No Capítulo 1, analisamos se o contexto de ameaça dos primatas está relacionado com o risco de extinção, considerando a paisagem, traços de história de vida das espécies, e o bioma em que predominam. Encontramos uma ligação positiva entre os impactos humanos e o risco de extinção na Amazônia. Nos outros biomas, as características antropogênicas da paisagem foram associadas a espécies ameaçadas e não ameaçadas. Os primatas ameaçados tendem a ter maior tamanho e estratégias de história de vida lentas, independentemente do bioma. Portanto, sugerimos considerar o bioma e a categoria de ameaça juntamente com atributos da paisagem e da história de vida para hierarquizar de espécies e elaborar metas de conservação. No Capítulo 2, comparamos as características da paisagem dos primatas brasileiros listados como os 25 mais ameaçados do mundo com os primatas brasileiros ameaçados nunca incluídos nesta lista. Mostramos que as características de paisagem das espécies se sobrepõem independente se foram ou não listadas. Sugerimos que as justificativas de inclusão e remoção de uma espécie na lista dos Top 25 sejam reavaliadas, e indicamos espécies nunca listadas que ocupam paisagens mais antropizadas. No Capítulo 3, aplicamos uma ferramenta de apoio à decisão para preencher as lacunas de conservação de espécies de primatas. Construímos cenários para cada bioma que buscam incentivar o planejamento de uso da terra e indicar áreas que podem abrigar novas unidades de conservação. Elaboramos metas de conservação, seguindo diretrizes definidas no Capítulo 1 e uma análise de sensibilidade que buscou não ultrapassar o valor de 50% das metas para reduzir o número de áreas insubstituíveis e tornar nossos cenários viáveis. No Capítulo 4, mapeamos as áreas sem registros de ocorrência de primatas, considerando a maior proporção de desmatamento e de disponibilidade de hábitats de áreas até então não amostradas, possivelmente mais inacessíveis. Verificamos que a Amazônia concentra maior cobertura de atividade de coleta de dados de primatas brasileiros, com 66% mais amostragem de ameaçadas. Na Mata Atlântica e no Cerrado a proporção de registros de ocorrência entre espécies ameaçadas e não ameaçadas é similar, mas também maior entre primatas ameaçados. Já na Caatinga, obtivemos um resultado inverso, pois o foco de amostragem foi 25% menor para as espécies ameaçadas. Porém, é importante entendermos a origem destes registros, se derivam de avistamentos ou estudos aprofundados, e se são de fato do bioma onde a distribuição da espécie predomina, pois só assim poderemos distinguir quais são as maiores lacunas de conhecimento que persistem em nossos dados. Construímos cenários com áreas estratégicas para pesquisa de primatas em todos os biomas brasileiros, buscando preencher uma lacuna de amostragem nestes locais com potencial ocorrência de populações de primatas desconhecidas.


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  • When selecting strategic areas for species conservation, we need to understand how differences in life history and regional land use influence extinction risk. Here we aimed to evaluate how extinction risk factors, specifically landscape and life history attributes, contribute to forming the threat contexts of Brazilian primates. We considered the threat categories of 136 Brazilian primates based on 2014’s Brazilian list of threatened species. We characterised their threat contexts through eight landscape variables (i.e., habitat availability, number of areas with less than 30% habitat; habitat loss – 10 years, habitat loss - 30 years, indigenous lands, roads, urban areas, deforestation arch) and three life-history variables (i.e., body weight, gestation and generational times). We then compared the threat categories to verify how they correlate with these landscape and life history attributes using a PERMANOVA. We then performed a SIMPER discriminant analysis to determine which variables were responsible for the differences between the created groups (threat category and biomes). We found that the threat categories differed in terms of risk of extinction factors, considering landscape and life history attributes. However, these differences depend on the biome in which the species occurs. In other words, a species threatened in the Amazon will not necessarily be equivalently threatened in the Atlantic Forest in terms of the landscape and life history characteristics that we analysed. Additionally, we observed similar threat contexts among all the threat categories in the Atlantic Forest, whereas the species in the category Near Threatened in the Amazon had similar contexts to the threatened primates (i.e., Critically Endangered and Vulnerable). Our results indicate the importance of considering several risk factors, like landscape and life history attributes, to quantify the vulnerability of Brazilian primates during the hierarchisation process, which is essential for defining the conservation targets for each species.

2022
Dissertações
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  • BRUNO YURI FRANCOLINO
  • AVALIAÇÃO DE CURTO PRAZO DOS EFEITOS LETAIS E SUBLETAIS DA ATRAZINA SOBRE O NEMATOIDE MARINHO DE VIDA-LIVRE LITODITIS MARINA (BASTIAN, 1865) SUDHAUS, 2011 (RHABDITIDA: RHABDITIDAE)

  • Orientador : GIOVANNI AMADEU PAIVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROSEMBERG FERNANDES DE MENEZES
  • LEONARDO FERNANDES FRACETO
  • GIOVANNI AMADEU PAIVA DOS SANTOS
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • Data: 16/02/2022

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  • Os herbicidas organoclorados são amplamente utilizados por diversos países apesar de possuirem propriedades tóxicas para muitos organismos e de sua alta persistência ambiental em águas e sedimentos. Além disso, o impacto dos agrotóxicos e da interação dos mesmos com outros fatores ambientais, podem culminar agravando a toxicidade desses compostos. Com intuito de avaliar adequadamente os efeitos dos contaminantes ao longo dos níveis tróficos em comunidades aquáticas, as respostas de diferentes organismos modelo devem ser investigadas. Particularmente para ambientes bentônicos marinhos, poucos organismos modelo estão disponíveis para a avaliação em condições laboratoriais de efeitos letais e subletais. Dentre os agrotóxicos existentes, o herbicida atrazina é bastante utilizado em diversas culturas anuais e perenes ao redor do mundo. Este herbicida atinge facilmente os lençóis freáticos através da lixiviação e apresenta também um alto potencial de escoamento superficial, sendo facilmente carreado do solo pelas águas, podendo atingir ambientes aquáticos e consequentemente causar efeitos tóxicos em diferentes níveis da fauna. Neste trabalho foi investigado o uso de duas espécies crípticas do nematoide de vida-livre Litoditis marina, como organismo modelo para testes de curto prazo dos impactos do herbicida atrazina sobre parâmetros populacionais e de história de vida de L. marina PmIII, e foi averiguado os efeitos da interação entre o herbicida atrazina e variação de salinidade sobre a sobrevivência de L. marina PmII.


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  • Os herbicidas organoclorados são amplamente utilizados por diversos países apesar de possuirem propriedades tóxicas para muitos organismos e de sua alta persistência ambiental em águas e sedimentos. Além disso, o impacto dos agrotóxicos e da interação dos mesmos com outros fatores ambientais, podem culminar agravando a toxicidade desses compostos. Com intuito de avaliar adequadamente os efeitos dos contaminantes ao longo dos níveis tróficos em comunidades aquáticas, as respostas de diferentes organismos modelo devem ser investigadas. Particularmente para ambientes bentônicos marinhos, poucos organismos modelo estão disponíveis para a avaliação em condições laboratoriais de efeitos letais e subletais. Dentre os agrotóxicos existentes, o herbicida atrazina é bastante utilizado em diversas culturas anuais e perenes ao redor do mundo. Este herbicida atinge facilmente os lençóis freáticos através da lixiviação e apresenta também um alto potencial de escoamento superficial, sendo facilmente carreado do solo pelas águas, podendo atingir ambientes aquáticos e consequentemente causar efeitos tóxicos em diferentes níveis da fauna. Neste trabalho foi investigado o uso de duas espécies crípticas do nematoide de vida-livre Litoditis marina, como organismo modelo para testes de curto prazo dos impactos do herbicida atrazina sobre parâmetros populacionais e de história de vida de L. marina PmIII, e foi averiguado os efeitos da interação entre o herbicida atrazina e variação de salinidade sobre a sobrevivência de L. marina PmII.

2
  • JOSE GUILHERME ALVES DA SILVA JUNIOR
  • Ecologia trófica de Palythoa caribaeorum e Zoanthus sociatus   (Cnidaria:Zoantharia): Uma abordagem metagenômica

  • Orientador : CARLOS DANIEL PEREZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA EDUARDA ALVES SANTOS
  • SONIA CRISTINA DA SILVA ANDRADE
  • CARLOS DANIEL PEREZ
  • RALF SCHWAMBORN
  • Data: 21/02/2022

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  • A ordem Zoantharia compreende um grupo monofilético de cnidários bentônicos com distribuição cosmopolita, presente em todos os oceanos, desde a região entre marés até seis mil metros de profundidade. Zoantídeos participam de diversas relações ecológicas importantes no ecossistema marinho, entre elas, a epibiose com diversos invertebrados, e a transferência de energia entre o domínio plânctonico e pelágico. Apesar de sua importância poucos estudos tiveram como objetivo de investigar a alimentação das espécies de zoantídeos tropicais, aqui, nesta dissertação de dois capítulos nos propomos a (1) identificar o papel da matéria orgânica particulada (MOP) na alimentação de Palythoa caribaeorum e Zoanthus sociatus e (2) Utilizar a metagenômica como ferramenta para identificar possíveis presas de P. caribaeorum. Para cumprir o objetivo do primeiro capítulo coletamos indivíduos de P. caribaeorum e Z. sociatus na praia de Serrambi em Pernambuco em quatro horários diferentes, no laboratório dissecamos cerca de 30 pólipos de cada espécie em cada horário. Identificamos as presas em três grupos distintos: Fitoplâncton, Zooplâncton e MOP. Em ambas as espécies observamos que o grupo mais dominante na alimentação é o fitoplâncton seguido de MOP e por último o zooplâncton. Observamos também um pico alimentar nas marés mais altas. No segundo capítulo coletamos colônias de P. caribaeorum em três horários diferentes na praia de Serrambi e também Porto de Galinhas. Dissecamos 10 pólipos das três amostragens e lavamos as cavidades gástricas dos mesmos. O produto das lavagens foram unificados de modo em que cada praia possuía um pool de amostras dos diferentes horários. A técnica usada para o sequenciamento foi a Whole genome shoutgunNo sequenciamento obtivemos sequências de diferentes grupos de Bacteria, Archaea e Eukaryota. Entre os Eukaryotas o grupo mais abundante foram os cnidários, mas grupos como Arthropoda, Echinodermata e Nematoda também mostraram uma quantidade significativa de sequências. Obtivemos também sequencias de presas já listadas na literatura como clorofíceas e cianobactérias. Mas também verificamos novos registros de alimentação para a espécie através de sequências de mamíferos e anuros. A presença da matéria orgânica particulada bem como os novos registros de alimentação obtidos através da WGS reforça uma alimentação pouco seletiva de P. caribaeorum e levantam uma hipótese de que zoantídeos tropicais atuam como conectores entre diferentes ecossistemas.


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  • A ordem Zoantharia compreende um grupo monofilético de cnidários bentônicos com distribuição cosmopolita, presente em todos os oceanos, desde a região entre marés até seis mil metros de profundidade. Zoantídeos participam de diversas relações ecológicas importantes no ecossistema marinho, entre elas, a epibiose com diversos invertebrados, e a transferência de energia entre o domínio plânctonico e pelágico. Apesar de sua importância poucos estudos tiveram como objetivo de investigar a alimentação das espécies de zoantídeos tropicais, aqui, nesta dissertação de dois capítulos nos propomos a (1) identificar o papel da matéria orgânica particulada (MOP) na alimentação de Palythoa caribaeorum e Zoanthus sociatus e (2) Utilizar a metagenômica como ferramenta para identificar possíveis presas de P. caribaeorum. Para cumprir o objetivo do primeiro capítulo coletamos indivíduos de P. caribaeorum e Z. sociatus na praia de Serrambi em Pernambuco em quatro horários diferentes, no laboratório dissecamos cerca de 30 pólipos de cada espécie em cada horário. Identificamos as presas em três grupos distintos: Fitoplâncton, Zooplâncton e MOP. Em ambas as espécies observamos que o grupo mais dominante na alimentação é o fitoplâncton seguido de MOP e por último o zooplâncton. Observamos também um pico alimentar nas marés mais altas. No segundo capítulo coletamos colônias de P. caribaeorum em três horários diferentes na praia de Serrambi e também Porto de Galinhas. Dissecamos 10 pólipos das três amostragens e lavamos as cavidades gástricas dos mesmos. O produto das lavagens foram unificados de modo em que cada praia possuía um pool de amostras dos diferentes horários. A técnica usada para o sequenciamento foi a Whole genome shoutgunNo sequenciamento obtivemos sequências de diferentes grupos de Bacteria, Archaea e Eukaryota. Entre os Eukaryotas o grupo mais abundante foram os cnidários, mas grupos como Arthropoda, Echinodermata e Nematoda também mostraram uma quantidade significativa de sequências. Obtivemos também sequencias de presas já listadas na literatura como clorofíceas e cianobactérias. Mas também verificamos novos registros de alimentação para a espécie através de sequências de mamíferos e anuros. A presença da matéria orgânica particulada bem como os novos registros de alimentação obtidos através da WGS reforça uma alimentação pouco seletiva de P. caribaeorum e levantam uma hipótese de que zoantídeos tropicais atuam como conectores entre diferentes ecossistemas.

3
  • DEMETRIOS LUCAS DA SILVA
  • Diagnóstico e monitoramento do rio Goiana (PE-Brasil), por parâmetros de danificação genômica, após acidente ambiental

  • Orientador : MONICA LUCIA ADAM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CHRISTINA BRASILEIRO VIDAL
  • DENIS MOLEDO DE SOUZA ABESSA
  • MONICA LUCIA ADAM
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • Data: 22/02/2022

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  • A conservação de ambientes aquáticos é de extrema importância nos dias atuais, não apenas pela preservação da água que é um recurso limitado e de extrema importância para a sobrevivência na terra, mas também pela preservação dos organismos presentes nestes ambientes. O rio Goiana está localizado na mata norte do estado de Pernambuco, dentro de uma área de preservação ambiental do tipo estuarina, de onde pescadores locais retiram alimento e utilizam os recursos do rio como alimento. Em 2018, ocorreu um derramamento de vinhoto no leito do rio Goiana, ocasionando a mortandade dos peixes e causando um grande desequilíbrio ambiental. Quatro dias após o acidente, foram coletadas amostras teciduais (fígado e brânquias) de Gobioides broussonnetii, as quais foram analisadas histopatologicamente. Três dias após esta coleta também foram coletados espécimes Aspistor luniscutis, Centropomus sp e Achirus lineatus dos quais foram também extraídas amostras de tecidos hepáticos e branquiais e amostras de sangue para análises histopatológicas e genotóxicas, respectivamente. Amostras sanguíneas de Aspistor luniscutis, foram sistematicamente coletadas durante um período de dois anos (2018 a 2020), para quantificação de células micronucleadas (MN), e anormalidades nucleares (AN), também correlacionando os índices pluviométricos e as temperaturas mensais às frequências de células micronucleadas e com alterações morfológicas nucleares. Tanto o diagnóstico histopatológico quanto o genotóxico dos animais coletados logo após o acidente com o vinhoto evidenciaram o alto impacto desta substância despejada no leito do rio. Os resultados do monitoramento mostraram um alto impacto no ambiente do rio Goiana no ano de 2018, com elevados níveis de células micronucleadas e anormalidades nucleares, indicando alta taxa de perturbação no ambiente decorrente do derramamento do vinhoto, onde o efeito dessa poluição perdurou no ambiente durante um ano, afetando de forma direta a comunidade ribeirinha. O evento ocorrido no rio Goiana trouxe riscos ao ambiente e à comunidade local, trazendo à tona a importância do monitoramento de áreas protegidas e a eficiência do uso dos danos genômicos como ferramenta de biomonitoramento ambiental.


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  • A conservação de ambientes aquáticos é de extrema importância nos dias atuais, não apenas pela preservação da água que é um recurso limitado e de extrema importância para a sobrevivência na terra, mas também pela preservação dos organismos presentes nestes ambientes. O rio Goiana está localizado na mata norte do estado de Pernambuco, dentro de uma área de preservação ambiental do tipo estuarina, de onde pescadores locais retiram alimento e utilizam os recursos do rio como alimento. Em 2018, ocorreu um derramamento de vinhoto no leito do rio Goiana, ocasionando a mortandade dos peixes e causando um grande desequilíbrio ambiental. Quatro dias após o acidente, foram coletadas amostras teciduais (fígado e brânquias) de Gobioides broussonnetii, as quais foram analisadas histopatologicamente. Três dias após esta coleta também foram coletados espécimes Aspistor luniscutis, Centropomus sp e Achirus lineatus dos quais foram também extraídas amostras de tecidos hepáticos e branquiais e amostras de sangue para análises histopatológicas e genotóxicas, respectivamente. Amostras sanguíneas de Aspistor luniscutis, foram sistematicamente coletadas durante um período de dois anos (2018 a 2020), para quantificação de células micronucleadas (MN), e anormalidades nucleares (AN), também correlacionando os índices pluviométricos e as temperaturas mensais às frequências de células micronucleadas e com alterações morfológicas nucleares. Tanto o diagnóstico histopatológico quanto o genotóxico dos animais coletados logo após o acidente com o vinhoto evidenciaram o alto impacto desta substância despejada no leito do rio. Os resultados do monitoramento mostraram um alto impacto no ambiente do rio Goiana no ano de 2018, com elevados níveis de células micronucleadas e anormalidades nucleares, indicando alta taxa de perturbação no ambiente decorrente do derramamento do vinhoto, onde o efeito dessa poluição perdurou no ambiente durante um ano, afetando de forma direta a comunidade ribeirinha. O evento ocorrido no rio Goiana trouxe riscos ao ambiente e à comunidade local, trazendo à tona a importância do monitoramento de áreas protegidas e a eficiência do uso dos danos genômicos como ferramenta de biomonitoramento ambiental.

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  • CLAUDIO ANTONIO DE MOURA PEREIRA
  • DIVERSIDADE E ESTRUTURA GENÉTICA DO DOURADO (CORYPHAENA HIPPURUS: PERCIFORMES, CORYPHAENIDAE) DA COSTA BRASILEIRA E AS IMPLICAÇÕES NA CONSERVAÇÃO DE UM RECURSO PESQUEIRO NO MUNDO

  • Orientador : MONICA LUCIA ADAM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVIA HELENA SOFIA
  • JOANA ISABEL ESPIRITO SANTO ROBALO
  • MONICA LUCIA ADAM
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • Data: 23/02/2022

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  • Além do fluxo gênico, a composição genética (em termos de diversidade e estrutura) de populações de peixes marinhos podem ser influenciadas também pela pesca, cujas reduções populacionais podem intensificar processos como endogamia, deriva genética, e perda de plasticidade fenotípica pela diminuição do potencial evolutivo. Coryphaena hippurus (dourado) é uma espécie de peixe que possui características biológicas interessantes como o fato de ser excelente migradora,e ser predadora de topo. A espécie tem ainda importância econômica, figurando como um importante recurso pesqueiro a nível mundial. Nos últimos 60 anos, os índices de pesca global têm reportado um aumento de sete ordens de magnitude na captura de dourados, indo de 25 mil toneladas anuais no primeiro reporte a 255 mil toneladas no mais recente feito no ano de 2014. Nos últimos 10 anos diversos pesquisadores ao longo do mundo têm buscado elevar o conhecimento quanto à diversidade e estrutura genética deste importante recurso pesqueiro utilizando geralmente o marcador molecular mitocondrial NADH1 (Nad Desidrogenase Sub-unidade 1). Apesar de figurar como um importante recurso pesqueiro a nível global, não há um panorama sobre a diversidade (potencial evolutivo) e estrutura genética de Coryphaena hippurus na costa brasileira. Além disso, é desconhecido o papel histórico de conexão do estoque brasileiro frente aos estoques genéticos de outras já bem conhecidas bacias oceânicas mundo afora. De maneira geral, nossos resultados revelaram valores de diversidade genética variando de moderados a altos, sugerindo que a espécie não reflete os possíveis efeitos deletérios causados pela atividade pesqueira, possivelmente atenuados pela sua fisiologia. Além disso, as variações na temperatura da água e nível do mar durante o Pleistoceno parecem ter tido papel de destaque na distribuição e conectividade das populações de dourados em toda a sua amplitude geográfica. Ademais, nossos dados apontam para a presença de uma população panmítica de C. hippurus em toda a costa brasileira, e que esta representa um estoque único e geneticamente distinto de outras populações da espécie situadas na porção superior do Oceano Atlântico, Pacífico e Mediterrâneo, sendo este último o mais divergente. Perante um cenário de aumento da exploração da espécie, tais informações poderão ser utilizadas como norteadoras de programas de exploração sustentável a nível nacional e mundial deste importante recurso.

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  • Além do fluxo gênico, a composição genética (em termos de diversidade e estrutura) de populações de peixes marinhos podem ser influenciadas também pela pesca, cujas reduções populacionais podem intensificar processos como endogamia, deriva genética, e perda de plasticidade fenotípica pela diminuição do potencial evolutivo. Coryphaena hippurus (dourado) é uma espécie de peixe que possui características biológicas interessantes como o fato de ser excelente migradora,e ser predadora de topo. A espécie tem ainda importância econômica, figurando como um importante recurso pesqueiro a nível mundial. Nos últimos 60 anos, os índices de pesca global têm reportado um aumento de sete ordens de magnitude na captura de dourados, indo de 25 mil toneladas anuais no primeiro reporte a 255 mil toneladas no mais recente feito no ano de 2014. Nos últimos 10 anos diversos pesquisadores ao longo do mundo têm buscado elevar o conhecimento quanto à diversidade e estrutura genética deste importante recurso pesqueiro utilizando geralmente o marcador molecular mitocondrial NADH1 (Nad Desidrogenase Sub-unidade 1). Apesar de figurar como um importante recurso pesqueiro a nível global, não há um panorama sobre a diversidade (potencial evolutivo) e estrutura genética de Coryphaena hippurus na costa brasileira. Além disso, é desconhecido o papel histórico de conexão do estoque brasileiro frente aos estoques genéticos de outras já bem conhecidas bacias oceânicas mundo afora. De maneira geral, nossos resultados revelaram valores de diversidade genética variando de moderados a altos, sugerindo que a espécie não reflete os possíveis efeitos deletérios causados pela atividade pesqueira, possivelmente atenuados pela sua fisiologia. Além disso, as variações na temperatura da água e nível do mar durante o Pleistoceno parecem ter tido papel de destaque na distribuição e conectividade das populações de dourados em toda a sua amplitude geográfica. Ademais, nossos dados apontam para a presença de uma população panmítica de C. hippurus em toda a costa brasileira, e que esta representa um estoque único e geneticamente distinto de outras populações da espécie situadas na porção superior do Oceano Atlântico, Pacífico e Mediterrâneo, sendo este último o mais divergente. Perante um cenário de aumento da exploração da espécie, tais informações poderão ser utilizadas como norteadoras de programas de exploração sustentável a nível nacional e mundial deste importante recurso.
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  • FRANCISCO DAS CHAGAS SILVA NETO
  • Evolução e diversificação morfológica na mandíbula de marsupiais didelfídeos

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PEDRO CORDEIRO ESTRELA DE ANDRADE PINTO
  • RAFAELA VELLOSO MISSAGIA
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • Data: 23/02/2022

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  • Os marsupiais didelfídeos são considerados um grupo morfologicamente não especializado com uma dieta generalista, que inclui vertebrados, invertebrados e matéria vegetal. Enquanto a variação da forma do crânio e da escápula na família já foi analisada em estudos anteriores, a variação da forma da mandíbula, por vezes associada à dieta ou filogenia em outros grupos de mamíferos, não foi devidamente avaliada em Didelphidae. Nós avaliamos a variação da forma e tamanho da mandíbula dos didelfídeos (2429 espécimes pertencentes a 79 espécies) utilizando morfometria geométrica 2D. Classificamos a dieta dos didelfídeos em quatro categorias: (1) majoritariamente carnívoro, (2) majoritariamente frugívoro, (3) majoritariamente insetívoro e (4) onívoro, para avaliar se a ordenação do morfoespaço tem influência dos hábitos alimentares. O tamanho e a forma da mandíbula foram mapeados numa filogenia para 69 táxons selecionados e o tamanho e formas ancestrais foram reconstruídos por parcimônia. Encontramos variações na morfologia da mandíbula entre os grupos de didelfídeos e nossos resultados apontam que estas variações apresentam um sinal filogenético significativo. Não foram encontrados efeitos importantes de tamanho nos dois primeiros PCs, indicando que a alometria não desempenha um papel importante na formação da diversidade morfológica sobre a mandíbula dos didelfídeos. Nossos resultados indicam que a forma e o tamanho da mandíbula ancestral dos didelfídeos seria similar a dos atuais espécimes do gênero Marmosa, isso indica que muito possivelmente a preferência alimentar o ancestral dos didelfídeos seria majoritariamente insetívora.


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  • Os marsupiais didelfídeos são considerados um grupo morfologicamente não especializado com uma dieta generalista, que inclui vertebrados, invertebrados e matéria vegetal. Enquanto a variação da forma do crânio e da escápula na família já foi analisada em estudos anteriores, a variação da forma da mandíbula, por vezes associada à dieta ou filogenia em outros grupos de mamíferos, não foi devidamente avaliada em Didelphidae. Nós avaliamos a variação da forma e tamanho da mandíbula dos didelfídeos (2429 espécimes pertencentes a 79 espécies) utilizando morfometria geométrica 2D. Classificamos a dieta dos didelfídeos em quatro categorias: (1) majoritariamente carnívoro, (2) majoritariamente frugívoro, (3) majoritariamente insetívoro e (4) onívoro, para avaliar se a ordenação do morfoespaço tem influência dos hábitos alimentares. O tamanho e a forma da mandíbula foram mapeados numa filogenia para 69 táxons selecionados e o tamanho e formas ancestrais foram reconstruídos por parcimônia. Encontramos variações na morfologia da mandíbula entre os grupos de didelfídeos e nossos resultados apontam que estas variações apresentam um sinal filogenético significativo. Não foram encontrados efeitos importantes de tamanho nos dois primeiros PCs, indicando que a alometria não desempenha um papel importante na formação da diversidade morfológica sobre a mandíbula dos didelfídeos. Nossos resultados indicam que a forma e o tamanho da mandíbula ancestral dos didelfídeos seria similar a dos atuais espécimes do gênero Marmosa, isso indica que muito possivelmente a preferência alimentar o ancestral dos didelfídeos seria majoritariamente insetívora.

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  • LETICIA FRANCO DE ALMEIDA COSTA
  • Respostas da comunidade de formigas (Hymenoptera: Formicidae) à agricultura de corte-e-queima na Caatinga

  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO KAROL CORDEIRO FILGUEIRAS
  • FELIPE FERNANDO DA SILVA SIQUEIRA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • LUCIANA IANNUZZI
  • Data: 25/02/2022

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  • As perturbações antrópicas como agricultura de corte-e-queima são a principal causa da atual destruição dos ecossistemas naturais e perda de biodiversidade. Aqui, avaliamos como a agricultura de corte e queima afeta a comunidade de formigas em uma área de Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, PE. Para examinar os efeitos da perturbação na abundância de formigas, riqueza e composição de espécies da comunidade e dos grupos generalistas e especialistas, adotamos a abordagem experimental aplicada a seis parcelas de 20 x 50m divididas em três blocos, nos quais uma parcela foi mantida como controle e outra foi submetida a agricultura de corte e queima. A comunidade de formigas foi amostrada uma vez nas parcelas antes da aplicação da agricultura e três vezes após. Foram coletadas 39 espécies de formigas pertencentes a 20 gêneros e cinco subfamílias, sendo 37 espécies de formigas nas parcelas de floresta e 31 nas parcelas com agricultura. No nível da comunidade, a fauna de formigas foi pouco sensível a agricultura após o corte e queima e ao longo de dois anos, sendo a maioria das mudanças detectadas no nível de espécie e grupos funcionais. Não houve aumento geral na proporção de generalistas para especialistas com a agricultura de corte e queima, mas a proporção diferiu com o tempo. A agricultura de corte e queima favoreceu consideravelmente algumas poucas espécies adaptadas a ambientes abertos e quentes, e prejudicou outras espécies conhecidamente adaptadas à perturbação. Nossos resultados sugerem uma alta resiliência da fauna de formigas da Caatinga a agricultura de corte e queima e apontam para a importância de considerar o papel do comportamento das espécies de formigas nas respostas à essa perturbação.


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  • As perturbações antrópicas como agricultura de corte-e-queima são a principal causa da atual destruição dos ecossistemas naturais e perda de biodiversidade. Aqui, avaliamos como a agricultura de corte e queima afeta a comunidade de formigas em uma área de Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, PE. Para examinar os efeitos da perturbação na abundância de formigas, riqueza e composição de espécies da comunidade e dos grupos generalistas e especialistas, adotamos a abordagem experimental aplicada a seis parcelas de 20 x 50m divididas em três blocos, nos quais uma parcela foi mantida como controle e outra foi submetida a agricultura de corte e queima. A comunidade de formigas foi amostrada uma vez nas parcelas antes da aplicação da agricultura e três vezes após. Foram coletadas 39 espécies de formigas pertencentes a 20 gêneros e cinco subfamílias, sendo 37 espécies de formigas nas parcelas de floresta e 31 nas parcelas com agricultura. No nível da comunidade, a fauna de formigas foi pouco sensível a agricultura após o corte e queima e ao longo de dois anos, sendo a maioria das mudanças detectadas no nível de espécie e grupos funcionais. Não houve aumento geral na proporção de generalistas para especialistas com a agricultura de corte e queima, mas a proporção diferiu com o tempo. A agricultura de corte e queima favoreceu consideravelmente algumas poucas espécies adaptadas a ambientes abertos e quentes, e prejudicou outras espécies conhecidamente adaptadas à perturbação. Nossos resultados sugerem uma alta resiliência da fauna de formigas da Caatinga a agricultura de corte e queima e apontam para a importância de considerar o papel do comportamento das espécies de formigas nas respostas à essa perturbação.

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  • GABRIELA STREPPEL STEINDORFF
  • Aspectos ecológicos e comportamentais de Mesembrinellidae (Diptera) em fragmento de Mata Atlântica em Pernambuco: implicações para validação de seu potencial forense 

  • Orientador : SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE ROBERTO PEREIRA DE SOUSA
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • WELINTON RIBAMAR LOPES
  • Data: 22/06/2022

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  • Mesembrinellidae é um grupo de dípteros de distribuição exclusivamente neotropical, sobre o qual se têm poucas informações precisas da ecologia e comportamento. Os indivíduos desta família são geralmente encontrados em florestas úmidas e possuem hábito assinantrópico, sendo sensíveis a perturbações ambientais. Seus hábitos nutritivos e reprodutivos carecem de maior comprovação científica. Esta dissertação está organizada em três partes. O primeiro capítulo traz uma revisão bibliográfica sobre o estado da arte de Mesembrinellidae, contextualizando a distribuição biogeográfica, bionomia e técnicas de coleta do táxon e suas espécies. Já no segundo capítulo, apresento o experimento realizado em novembro de 2021, na Mata do Curado (Recife, Pernambuco), um fragmento urbano de Mata Atlântica com 50 anos de regeneração, demarcado como Refúgio de Vida Silvestre. Também foi amostrada uma área urbanizada da UFPE para controle. Utilizando conjuntos de armadilhas iscadas com substratos de peixe, porco e banana, em quatro distâncias ao longo da mata, foram coletados 3091 indivíduos de Mesembrinella bicolor. Estes dados possibilitaram inferir sobre o comportamento e ecologia da espécie em relação à preferência alimentar, estrutura reprodutiva e resposta ao efeito de borda. Os resultados indicaram que a distância na mata e variáveis abióticas (como temperatura, umidade e luminosidade) não afetaram significativamente a abundância da espécie. Por outro lado, as iscas animais atraíram 96% da abundância total de M. bicolor, demonstrando uma preferência pela origem, mas sem diferenciação significativa entre porco e peixe. Em relação à estrutura reprodutiva, foi observada uma clara maioria de fêmeas, com razão sexual de 0,8 em substratos animais e 0,5 em banana. Em relação ao estágio reprodutivo, foi observado que tanto na borda quanto no centro cerca de 85% das fêmeas estavam fecundadas. Na borda houve um equilíbrio entre a porcentagem de ovos e larvas, mas no centro observou-se 30% a mais de ovos. Estes dados possibilitaram as seguintes conclusões: i) Aparentemente, fragmentos bem conservados, apesar de pequenos, são capazes de manter uma população homogênea de M. bicolor; ii) A espécie não ocorreu em meio urbano e foi menos abundante na borda, apoiando a hipótese de comportamento assinantrópico; iii) O hábito alimentar parece ser necrófago, com uso de frutas como recurso adicional; iv) O efeito de borda não afeta os aspectos reprodutivos da espécie.


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  • Mesembrinellidae é um grupo de dípteros de distribuição exclusivamente neotropical, sobre o qual se têm poucas informações precisas da ecologia e comportamento. Os indivíduos desta família são geralmente encontrados em florestas úmidas e possuem hábito assinantrópico, sendo sensíveis a perturbações ambientais. Seus hábitos nutritivos e reprodutivos carecem de maior comprovação científica. Esta dissertação está organizada em três partes. O primeiro capítulo traz uma revisão bibliográfica sobre o estado da arte de Mesembrinellidae, contextualizando a distribuição biogeográfica, bionomia e técnicas de coleta do táxon e suas espécies. Já no segundo capítulo, apresento o experimento realizado em novembro de 2021, na Mata do Curado (Recife, Pernambuco), um fragmento urbano de Mata Atlântica com 50 anos de regeneração, demarcado como Refúgio de Vida Silvestre. Também foi amostrada uma área urbanizada da UFPE para controle. Utilizando conjuntos de armadilhas iscadas com substratos de peixe, porco e banana, em quatro distâncias ao longo da mata, foram coletados 3091 indivíduos de Mesembrinella bicolor. Estes dados possibilitaram inferir sobre o comportamento e ecologia da espécie em relação à preferência alimentar, estrutura reprodutiva e resposta ao efeito de borda. Os resultados indicaram que a distância na mata e variáveis abióticas (como temperatura, umidade e luminosidade) não afetaram significativamente a abundância da espécie. Por outro lado, as iscas animais atraíram 96% da abundância total de M. bicolor, demonstrando uma preferência pela origem, mas sem diferenciação significativa entre porco e peixe. Em relação à estrutura reprodutiva, foi observada uma clara maioria de fêmeas, com razão sexual de 0,8 em substratos animais e 0,5 em banana. Em relação ao estágio reprodutivo, foi observado que tanto na borda quanto no centro cerca de 85% das fêmeas estavam fecundadas. Na borda houve um equilíbrio entre a porcentagem de ovos e larvas, mas no centro observou-se 30% a mais de ovos. Estes dados possibilitaram as seguintes conclusões: i) Aparentemente, fragmentos bem conservados, apesar de pequenos, são capazes de manter uma população homogênea de M. bicolor; ii) A espécie não ocorreu em meio urbano e foi menos abundante na borda, apoiando a hipótese de comportamento assinantrópico; iii) O hábito alimentar parece ser necrófago, com uso de frutas como recurso adicional; iv) O efeito de borda não afeta os aspectos reprodutivos da espécie.

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  • DÉBORAH MARIA SOARES RAMOS
  • O papel do cão doméstico sobre a comunidade de mamíferos terrestres em unidades de conservação do nordeste brasileiro

  • Orientador : JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIANO PEREIRA PAGLIA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • Data: 30/06/2022

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  • A presença do cão doméstico (Canis lupus familiaris) em áreas florestadas pode levar à redução da fauna nativa através da predação e transmissão de doenças. Além disso, pode ocasionar uma modificação no padrão comportamental das espécies a fim de evitar a predação. Visando entender sobre o potencial de invasão do cão doméstico, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da sua presença sobre a mastofauna terrestre de médio e grande porte (>1000g) em Unidades de Conservação no Nordeste brasileiro. Para verificar a abundância relativa, riqueza, e também para analisar o padrão de atividade e sobreposição de hora de atividade do cão doméstico sobre a comunidade de mamíferos terrestres foram utilizadas armadilhas fotográficas (ativas durante 45 dias). O número de armadilhas variou de acordo com o tamanho de cada fragmento dentro das áreas buscando obter uma distância mínima de 500 m entre elas. Registramos um total de 13 espécies de mamíferos terrestres nativos (5-10 espécies). As Ordens com um maior número de representantes foram Carnivora (6 spp.), Rodentia (2 spp.), e Cingulata (2 spp.) Além do cão doméstico, que esteve presente na Reserva Biológica Guaribas (ReBio Guaribas), Estação Ecológica de Tapacurá (EsEc Tapacurá) e Reserva Particular do Patrimônio Natural Pedra D’antas (RPPN Pedra D’antas). A cutia (Dasyprocta iacki) foi registrada como uma das espécies mais abundante em todas as áreas. O timbu (Didelphis albiventris) também apresentou um elevado número de registros na ReBio Guaribas, enquanto o quati (Nasua nasua) foi mais recorrente na EsEc Tapacurá; já a paca (Cuniculus paca) e mão-pelada (Procyon cancrivorus) foram altamente frequentes no Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, e a paca (Cuniculus paca) foi a segunda espécie de mamífero nativo mais abundante na RPPN Pedra D’antas. A cutia apresentou um padrão de atividade diurno em todas as áreas. O cão doméstico também apresentou um padrão de atividade diurno, porém na ReBio Guaribas foram parcialmente catemerais. O timbu foi categorizado como noturno na ReBio Guaribas devido a elevada frequência de registros no período escuro. Já o quati na EsEc Tapacurá, apresentou um padrão de atividade diurno. O coeficiente de sobreposição de atividade entre os cães domésticos e mamíferos terrestres foi moderado (≅ 50%). Além disso, observamos uma baixa sobreposição espacial entre cães e mamíferos de vida livre, exceto para a cutia na ReBio Guaribas. Esses dados vão ajudar a entender o papel do cão doméstico sobre os mamíferos terrestres. Ademais, este estudo visa obter uma base para melhorar as estratégias de conservação e manejo das unidades de conservação, visando a manutenção das espécies nativas.


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  • A presença do cão doméstico (Canis lupus familiaris) em áreas florestadas pode levar à redução da fauna nativa através da predação e transmissão de doenças. Além disso, pode ocasionar uma modificação no padrão comportamental das espécies a fim de evitar a predação. Visando entender sobre o potencial de invasão do cão doméstico, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da sua presença sobre a mastofauna terrestre de médio e grande porte (>1000g) em Unidades de Conservação no Nordeste brasileiro. Para verificar a abundância relativa, riqueza, e também para analisar o padrão de atividade e sobreposição de hora de atividade do cão doméstico sobre a comunidade de mamíferos terrestres foram utilizadas armadilhas fotográficas (ativas durante 45 dias). O número de armadilhas variou de acordo com o tamanho de cada fragmento dentro das áreas buscando obter uma distância mínima de 500 m entre elas. Registramos um total de 13 espécies de mamíferos terrestres nativos (5-10 espécies). As Ordens com um maior número de representantes foram Carnivora (6 spp.), Rodentia (2 spp.), e Cingulata (2 spp.) Além do cão doméstico, que esteve presente na Reserva Biológica Guaribas (ReBio Guaribas), Estação Ecológica de Tapacurá (EsEc Tapacurá) e Reserva Particular do Patrimônio Natural Pedra D’antas (RPPN Pedra D’antas). A cutia (Dasyprocta iacki) foi registrada como uma das espécies mais abundante em todas as áreas. O timbu (Didelphis albiventris) também apresentou um elevado número de registros na ReBio Guaribas, enquanto o quati (Nasua nasua) foi mais recorrente na EsEc Tapacurá; já a paca (Cuniculus paca) e mão-pelada (Procyon cancrivorus) foram altamente frequentes no Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, e a paca (Cuniculus paca) foi a segunda espécie de mamífero nativo mais abundante na RPPN Pedra D’antas. A cutia apresentou um padrão de atividade diurno em todas as áreas. O cão doméstico também apresentou um padrão de atividade diurno, porém na ReBio Guaribas foram parcialmente catemerais. O timbu foi categorizado como noturno na ReBio Guaribas devido a elevada frequência de registros no período escuro. Já o quati na EsEc Tapacurá, apresentou um padrão de atividade diurno. O coeficiente de sobreposição de atividade entre os cães domésticos e mamíferos terrestres foi moderado (≅ 50%). Além disso, observamos uma baixa sobreposição espacial entre cães e mamíferos de vida livre, exceto para a cutia na ReBio Guaribas. Esses dados vão ajudar a entender o papel do cão doméstico sobre os mamíferos terrestres. Ademais, este estudo visa obter uma base para melhorar as estratégias de conservação e manejo das unidades de conservação, visando a manutenção das espécies nativas.

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  • STEPHANIE EVELYN FRANÇA GUIMARAES
  • Padrões de colonização de cadáveres por dípteros e sua aplicabilidade para a entomologia forense

  • Orientador : SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • WELLINGTON EMANUEL DOS SANTOS
  • LUCIANA IANNUZZI
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • TACIANO DE MOURA BARBOSA
  • Data: 25/07/2022

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  • Diptera representa a ordem mais bem-sucedida na exploração de recursos efêmeros, sendo um importante agente de colonização em necrobiomas. No processo de decomposição, o corpo sofre transformações, as quais podem atrair diferentes espécies de dípteros necrófagos. No entanto, tempo de decomposição do corpo e o perfil de colonização dos insetos são influenciados por fatores intrínsecos e extrínsecos. O presente trabalho teve por objetivo investigar os padrões de colonização de cadáveres por dípteros necrófagos, investigando variáveis referentes ao cadáver, ao ambiente e às condições de morte. A pesquisa foi realizada no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) de Campina Grande (PB), em 2022. A coleta dos insetos foi realizada manualmente, sendo o corpo organizado em quatro regiões: cabeça, tronco, membros superiores e membros inferiores. Informações relacionadas ao cadáver e a morte foram disponibilizadas pelo NUMOL. No Laboratório de Sistemática e Bioecologia de Insetos da Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande, as larvas foram transferidas para recipientes plásticos e mantidas em laboratório com carne bovina moída fresca (25°C, 60% UR), e monitoradas até a emergência dos adultos. A estimativa do Intervalo Pós-Morte foi baseada no Grau-Dia Acumulado (GDA). Foram observados 117 cadáveres (104 homens e 13 mulheres), dos quais somente 10% estavam colonizados. A maioria dos óbitos resultou de morte violenta (91%). Além disso, 76% dos corpos foram recolhidos em menos de 10 horas após a confirmação da morte. Embora a fase de decomposição fresca tenha predominado entre os corpos analisados (85%), uma maior colonização ocorreu fase na gasosa (75%). Todos os cadáveres colonizados eram do sexo masculino (12), procedentes de municípios situados nas mesorregiões paraibanas do Agreste e da Borborema, cujos grupos etários variaram de recém-nascido até idoso. No total, 1.161 indivíduos das famílias Calliphoridae (7 spp.) e Sarcophagidae (3 spp.) emergiram em laboratório. Todas as espécies ocorreram na fase gasosa e Chrysomya albiceps foi a espécie predominante (75%). A cabeça foi a região do corpo mais colonizada pelos insetos (92% dos casos). Registrou-se colonização em áreas urbanas e rurais, e a maioria das espécies colonizou ambientes indoor e outdoor. A presença de vestimentas não impediu a oviposição. Blaesoxipha stallengi é reportada pela primeira vez como colonizadora de cadáveres humanos, fato que amplia o número de espécies de Sarcophagidae de importância forense. A estimativa do Intervalo Pós-Morte foi realizada para as espécies C. albiceps, Chrysomya megacephala, Chrysomya putoria e Cochliomyia macellaria e B. stallengi. Houve discrepância entre as estimativas de IPM obtidos pela Medicina Legal e pelas evidências entomológicas. Constatamos a dominância do sexo masculino em ocorrências de morte violenta e que o curto tempo decorrido entre a morte e o recolhimento do cadáver limita a colonização por insetos. Blaesoxipha stallengi está associada a áreas urbanas e possui preferência por ambientes xéricos. 


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  • Diptera representa a ordem mais bem-sucedida na exploração de recursos efêmeros, sendo um importante agente de colonização em necrobiomas. No processo de decomposição, o corpo sofre transformações, as quais podem atrair diferentes espécies de dípteros necrófagos. No entanto, tempo de decomposição do corpo e o perfil de colonização dos insetos são influenciados por fatores intrínsecos e extrínsecos. O presente trabalho teve por objetivo investigar os padrões de colonização de cadáveres por dípteros necrófagos, investigando variáveis referentes ao cadáver, ao ambiente e às condições de morte. A pesquisa foi realizada no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) de Campina Grande (PB), em 2022. A coleta dos insetos foi realizada manualmente, sendo o corpo organizado em quatro regiões: cabeça, tronco, membros superiores e membros inferiores. Informações relacionadas ao cadáver e a morte foram disponibilizadas pelo NUMOL. No Laboratório de Sistemática e Bioecologia de Insetos da Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande, as larvas foram transferidas para recipientes plásticos e mantidas em laboratório com carne bovina moída fresca (25°C, 60% UR), e monitoradas até a emergência dos adultos. A estimativa do Intervalo Pós-Morte foi baseada no Grau-Dia Acumulado (GDA). Foram observados 117 cadáveres (104 homens e 13 mulheres), dos quais somente 10% estavam colonizados. A maioria dos óbitos resultou de morte violenta (91%). Além disso, 76% dos corpos foram recolhidos em menos de 10 horas após a confirmação da morte. Embora a fase de decomposição fresca tenha predominado entre os corpos analisados (85%), uma maior colonização ocorreu fase na gasosa (75%). Todos os cadáveres colonizados eram do sexo masculino (12), procedentes de municípios situados nas mesorregiões paraibanas do Agreste e da Borborema, cujos grupos etários variaram de recém-nascido até idoso. No total, 1.161 indivíduos das famílias Calliphoridae (7 spp.) e Sarcophagidae (3 spp.) emergiram em laboratório. Todas as espécies ocorreram na fase gasosa e Chrysomya albiceps foi a espécie predominante (75%). A cabeça foi a região do corpo mais colonizada pelos insetos (92% dos casos). Registrou-se colonização em áreas urbanas e rurais, e a maioria das espécies colonizou ambientes indoor e outdoor. A presença de vestimentas não impediu a oviposição. Blaesoxipha stallengi é reportada pela primeira vez como colonizadora de cadáveres humanos, fato que amplia o número de espécies de Sarcophagidae de importância forense. A estimativa do Intervalo Pós-Morte foi realizada para as espécies C. albiceps, Chrysomya megacephala, Chrysomya putoria e Cochliomyia macellaria e B. stallengi. Houve discrepância entre as estimativas de IPM obtidos pela Medicina Legal e pelas evidências entomológicas. Constatamos a dominância do sexo masculino em ocorrências de morte violenta e que o curto tempo decorrido entre a morte e o recolhimento do cadáver limita a colonização por insetos. Blaesoxipha stallengi está associada a áreas urbanas e possui preferência por ambientes xéricos. 

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  • JULIO CESAR DA SILVA
  • Evolução e Diversificação no crânio e mandíbula das cuícas-de-cauda-curta gênero Monodelphis Burnett, 1830 (Didelphimorphia, Didelphidae)

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO FORNEL
  • JULIO FERNANDO VILELA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • Data: 27/07/2022

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  • As cuicas-de-cauda-curta (gênero Monodelphis), com 24 espécies, constituem o segundo gênero com maior quantidade de espécies dos marsupiais da família Didelphidae. Embora nosso conhecimento da sistemática e taxonomia de Monodelphis tenha avançado muito na última década, o gênero não foi quantitativamente avaliado quanto à sua diversidade morfológica de tamanho e forma craniana e mandibular. Aqui nós fornecemos uma primeira avaliação da diversidade da forma e diversidade do crânio e mandíbula, usando morfometria geométrica 2D, e avaliamos o papel da filogenia na evolução da forma craniana. Definimos 35 marcos na vista dorsal do crânio, 19 para vista lateral da mandíbula e 25 para vista ventral do crânio, em um conjunto de dados um total de 1.107 imagens distribuídas em 3 vistas de 378 espécimes e um total de 23 espécies do gênero, realizamos uma Análises de Componentes Principais (PCA) para todas as estruturas, e avaliamos o sinal filogenético. Houve um sinal filogenético significativo nas três vistas (Vista dorsal; P = 0,0527, Vista ventral; P = 0,0100, Vista lateral da mandíbula; P = 0,0004). As Análises de Componentes Principais do crânio resultaram na sobreposição no morfoespaço entre algumas das espécies. A PCA do crânio mostrou que táxons do subgênero Mygalodelphys estão divergindo entre si no filomorfoespaço, como Monodelphis pinocchioMonodelphis kunsi e Monodelphis osgoodi que são altamente divergentes. Um padrão semelhante aparece na PCA da mandíbula, mandíbulas de espécies do subgênero Monodelphis estão mais próximas no filomorfoespaço, com exceção de Monodelphis vossi que mostrou ser divergente, espécies do subgênero Mygalodelphys mostram o mesmo padrão de divergência, porém com Monodelphis kunsi convergindo com Monodelphis. Esses resultados indicam um leve efeito da filogenia na estruturação da variação de forma em estruturas cranianas de Monodelphis, com alguns casos de convergências encontradas em subgêneros destintos, além disso nossas análises indicam que a variação de tamanho e forma no crânio e mandíbula dentro do gênero podem estar relacionadas ao dimorfismo sexual, variação ontogênica ou até mesmo relacionadas ao habitat de alguns animais.

     


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  • As cuicas-de-cauda-curta (gênero Monodelphis), com 24 espécies, constituem o segundo gênero com maior quantidade de espécies dos marsupiais da família Didelphidae. Embora nosso conhecimento da sistemática e taxonomia de Monodelphis tenha avançado muito na última década, o gênero não foi quantitativamente avaliado quanto à sua diversidade morfológica de tamanho e forma craniana e mandibular. Aqui nós fornecemos uma primeira avaliação da diversidade da forma e diversidade do crânio e mandíbula, usando morfometria geométrica 2D, e avaliamos o papel da filogenia na evolução da forma craniana. Definimos 35 marcos na vista dorsal do crânio, 19 para vista lateral da mandíbula e 25 para vista ventral do crânio, em um conjunto de dados um total de 1.107 imagens distribuídas em 3 vistas de 378 espécimes e um total de 23 espécies do gênero, realizamos uma Análises de Componentes Principais (PCA) para todas as estruturas, e avaliamos o sinal filogenético. Houve um sinal filogenético significativo nas três vistas (Vista dorsal; P = 0,0527, Vista ventral; P = 0,0100, Vista lateral da mandíbula; P = 0,0004). As Análises de Componentes Principais do crânio resultaram na sobreposição no morfoespaço entre algumas das espécies. A PCA do crânio mostrou que táxons do subgênero Mygalodelphys estão divergindo entre si no filomorfoespaço, como Monodelphis pinocchioMonodelphis kunsi e Monodelphis osgoodi que são altamente divergentes. Um padrão semelhante aparece na PCA da mandíbula, mandíbulas de espécies do subgênero Monodelphis estão mais próximas no filomorfoespaço, com exceção de Monodelphis vossi que mostrou ser divergente, espécies do subgênero Mygalodelphys mostram o mesmo padrão de divergência, porém com Monodelphis kunsi convergindo com Monodelphis. Esses resultados indicam um leve efeito da filogenia na estruturação da variação de forma em estruturas cranianas de Monodelphis, com alguns casos de convergências encontradas em subgêneros destintos, além disso nossas análises indicam que a variação de tamanho e forma no crânio e mandíbula dentro do gênero podem estar relacionadas ao dimorfismo sexual, variação ontogênica ou até mesmo relacionadas ao habitat de alguns animais.

     

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  • ERICA SUZAN MARTINS LIMA
  • O ruído de tráfego como um filtro ambiental para a ocorrência de anuros: um estudo de caso com pererecas urbanas e florestais (anura: hylidae) de Recife-PE

  • Orientador : PEDRO IVO SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROBERTA RICHARD PINTO
  • JOSE RICARDO DE OLIVEIRA SANTOS
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 26/08/2022

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  • O ruído gerado pelas atividades antrópicas aumentou nas últimas décadas como resultado do crescimento da população humana, do transporte global e da urbanização acelerada. Os anuros são espécies altamente vocais que necessitam da comunicação acústica para comportamentos sociais. Neste trabalho, investiguei o papel potencial do ruído de tráfego de automóveis como um fator relacionado à ocorrência de espécies de anuros com modos reprodutivos semelhantes, através de sua sobreposição, no espaço acústico espectral, com as vocalizações emitidas por estas espécies. Assim, busquei avaliar o ruído do tráfego como limitador de ocorrência de espécies, como esse ruído pode mascarar sinais acústicos e, como consequência, prejudicar o comportamento reprodutivo desses animais. Para isso, foram realizadas gravações do ruído do tráfego, bem como gravações de hilídeos presentes em duas áreas verdes no município de Recife, Pernambuco. Uma das áreas, o campus da UFPE, sofre maior influência dos ruídos causados pelas rodovias, enquanto na segunda área, o Parque Estadual Dois Irmãos (PEDI), os ambientes de reprodução de anuros estão mais distantes de rodovias. Os parâmetros avaliados para comparação e avaliação da sobreposição espectral foram a frequência dominante e os limites inferior e superior da largura de banda ocupada pelo ruído de tráfego e pelas vocalizações. Os resultados sugerem que o ruído do tráfego intenso está associado à menor riqueza de espécie de hilídeos. Além disso, um número relativamente maior de espécies teve suas vocalizações com alguma sobreposição com o ruído de tráfego no ambiente mais distante de ruídos de tráfego (PEDI). Estes resultados apontam para a relevância de medidas que visem atenuar a intensidade do ruído do tráfego no perímetro de áreas verdes urbanas, de forma a permitir a reprodução e persistência, em longo prazo, de uma maior diversidade de espécies de anfíbios anuros.


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  • O ruído gerado pelas atividades antrópicas aumentou nas últimas décadas como resultado do crescimento da população humana, do transporte global e da urbanização acelerada. Os anuros são espécies altamente vocais que necessitam da comunicação acústica para comportamentos sociais. Neste trabalho, investiguei o papel potencial do ruído de tráfego de automóveis como um fator relacionado à ocorrência de espécies de anuros com modos reprodutivos semelhantes, através de sua sobreposição, no espaço acústico espectral, com as vocalizações emitidas por estas espécies. Assim, busquei avaliar o ruído do tráfego como limitador de ocorrência de espécies, como esse ruído pode mascarar sinais acústicos e, como consequência, prejudicar o comportamento reprodutivo desses animais. Para isso, foram realizadas gravações do ruído do tráfego, bem como gravações de hilídeos presentes em duas áreas verdes no município de Recife, Pernambuco. Uma das áreas, o campus da UFPE, sofre maior influência dos ruídos causados pelas rodovias, enquanto na segunda área, o Parque Estadual Dois Irmãos (PEDI), os ambientes de reprodução de anuros estão mais distantes de rodovias. Os parâmetros avaliados para comparação e avaliação da sobreposição espectral foram a frequência dominante e os limites inferior e superior da largura de banda ocupada pelo ruído de tráfego e pelas vocalizações. Os resultados sugerem que o ruído do tráfego intenso está associado à menor riqueza de espécie de hilídeos. Além disso, um número relativamente maior de espécies teve suas vocalizações com alguma sobreposição com o ruído de tráfego no ambiente mais distante de ruídos de tráfego (PEDI). Estes resultados apontam para a relevância de medidas que visem atenuar a intensidade do ruído do tráfego no perímetro de áreas verdes urbanas, de forma a permitir a reprodução e persistência, em longo prazo, de uma maior diversidade de espécies de anfíbios anuros.

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  • PAULA FERNANDA ARRUDA MAIA
  • Evolução e diversificação no crânio e mandíbula das cuícas do gênero Marmosa Gray, 1821 (Didelphimorphia, Didelphidae)

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROGERIO VIEIRA ROSSI
  • ANA PAULA CARMIGNOTTO
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • Data: 28/09/2022

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  • O gênero Marmosa é atualmente o maior em número de espécies da família Didelphidae, com animais que variam da textura e coloração na pelagem ao tamanho do comprimento do corpo. Como também, apresentam grandes diferenças na sua distribuição geográfica, no uso do habitat, hábitos alimentares e morfologia craniana e mandibular. Os objetivos deste estudo foram caracterizar e quantificar a diversidade e diversificação morfológica da forma do crânio e da mandíbula em espécies de Marmosa; e relacionar esta diversidade com os diversos fatores que possam estar a influenciando, como a filogenia. Analisei a forma do crânio e da mandíbula empregando a morfometria geométrica 2D, em 460 espécimes de 16 espécies do gênero Marmosa. Avaliei os principais eixos de variação da forma por meio da análise de componentes principais (PCA). Ao espaço da forma sobrepus a filogenia mais recente e completa do gênero, delimitando assim um filomorfoespaço. Os resultados indicaram que, de maneira geral, há diferenças significativas da forma em oito das 16 espécies analisadas de Marmosa, mesmo considerando a grande quantidade de sobreposições entre as espécies e subgêneros. Há variação intraespecifica e interespecífica da forma craniana e mandibular em todas as vistas nos subgêneros Micoureus, Exulomarmosa e Marmosa. As espécies de Stegomarmosa e Eomarmosa apresentam forma craniana conservada. Todas as vistas do crânio e a mandíbula apresentaram sinal filogenético significativo, indicando a estreita relação entre forma e filogenia. Entre as espécies, duas divergiram em todas as vistas do crânio e na vista mandibular do filomorfoespaço. A maioria das espécies se agruparam de acordo com a filogenia conhecida. Porém, na vista ventral da mandíbula apenas as espécies de Micoureus agrupam-se.


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  • O gênero Marmosa é atualmente o maior em número de espécies da família Didelphidae, com animais que variam da textura e coloração na pelagem ao tamanho do comprimento do corpo. Como também, apresentam grandes diferenças na sua distribuição geográfica, no uso do habitat, hábitos alimentares e morfologia craniana e mandibular. Os objetivos deste estudo foram caracterizar e quantificar a diversidade e diversificação morfológica da forma do crânio e da mandíbula em espécies de Marmosa; e relacionar esta diversidade com os diversos fatores que possam estar a influenciando, como a filogenia. Analisei a forma do crânio e da mandíbula empregando a morfometria geométrica 2D, em 460 espécimes de 16 espécies do gênero Marmosa. Avaliei os principais eixos de variação da forma por meio da análise de componentes principais (PCA). Ao espaço da forma sobrepus a filogenia mais recente e completa do gênero, delimitando assim um filomorfoespaço. Os resultados indicaram que, de maneira geral, há diferenças significativas da forma em oito das 16 espécies analisadas de Marmosa, mesmo considerando a grande quantidade de sobreposições entre as espécies e subgêneros. Há variação intraespecifica e interespecífica da forma craniana e mandibular em todas as vistas nos subgêneros Micoureus, Exulomarmosa e Marmosa. As espécies de Stegomarmosa e Eomarmosa apresentam forma craniana conservada. Todas as vistas do crânio e a mandíbula apresentaram sinal filogenético significativo, indicando a estreita relação entre forma e filogenia. Entre as espécies, duas divergiram em todas as vistas do crânio e na vista mandibular do filomorfoespaço. A maioria das espécies se agruparam de acordo com a filogenia conhecida. Porém, na vista ventral da mandíbula apenas as espécies de Micoureus agrupam-se.

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  • ARIELY DOMINGOS DOS SANTOS
  • Revisão Taxonômica do gênero Licornia Van Beneden, 1850 (Bryozoa, Cheilostomatida)

  • Orientador : LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO VERONESI FUKUDA
  • ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
  • LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • PAULA BRAGA GOMES
  • Data: 04/10/2022

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  • O gênero Licornia van Beneden, 1850 apresenta espécies bem distribuídas nos oceanos. Por apresentar características morfológicas complexas e dimorfismo colonial, a distinção de algumas espécies do gênero é considerada confusa. Pesquisas realizadas com base em análises morfológicas e molecular mostram que é possível que o gênero inclui ao menos um complexo de espécie que requer revisão taxonômica. Desse modo, este trabalho visou esclarecer a identidade taxonômica das espécies do gênero Licornia, baseando-se em análises morfológicas. O estudo foi embasado em análise de micrografias obtidas em microscópio eletrônico de varredura (MEV) de materiais tipo depositados em diferentes museus no Brasil e exterior. Foi realizado um estudo detalhado dos caracteres morfológicos das espécies do gênero, redescrições, caracterizações e descrições morfológicas com base de aproximadamente 230 espécimes. O estudo revelou os principais caracteres diagnósticos das espécies que incluem: (i) a forma do escudo opesial, (ii) morfologia do aviculário frontal e (iii) espinhos orais. Sete novas espécies para ciência foram reconhecidas, sendo que uma delas, Licornia n. sp.6, é amplamente distribuída no litoral do Brasil e facilmente encontrada em ambientes naturais e artificiais. Morfologicamente, as espécies de Licornia podem ser distintas em dois grandes grupos: “cervicornis-diadema” e “curvata-regularis”, porém analises filogenéticas baseadas na morfologia e dados moleculares são ainda necessários para esclarecer se tais grupos representam táxons distintos na família Candidae.


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  • O gênero Licornia van Beneden, 1850 apresenta espécies bem distribuídas nos oceanos. Por apresentar características morfológicas complexas e dimorfismo colonial, a distinção de algumas espécies do gênero é considerada confusa. Pesquisas realizadas com base em análises morfológicas e molecular mostram que é possível que o gênero inclui ao menos um complexo de espécie que requer revisão taxonômica. Desse modo, este trabalho visou esclarecer a identidade taxonômica das espécies do gênero Licornia, baseando-se em análises morfológicas. O estudo foi embasado em análise de micrografias obtidas em microscópio eletrônico de varredura (MEV) de materiais tipo depositados em diferentes museus no Brasil e exterior. Foi realizado um estudo detalhado dos caracteres morfológicos das espécies do gênero, redescrições, caracterizações e descrições morfológicas com base de aproximadamente 230 espécimes. O estudo revelou os principais caracteres diagnósticos das espécies que incluem: (i) a forma do escudo opesial, (ii) morfologia do aviculário frontal e (iii) espinhos orais. Sete novas espécies para ciência foram reconhecidas, sendo que uma delas, Licornia n. sp.6, é amplamente distribuída no litoral do Brasil e facilmente encontrada em ambientes naturais e artificiais. Morfologicamente, as espécies de Licornia podem ser distintas em dois grandes grupos: “cervicornis-diadema” e “curvata-regularis”, porém analises filogenéticas baseadas na morfologia e dados moleculares são ainda necessários para esclarecer se tais grupos representam táxons distintos na família Candidae.

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  • LARISSA BETTCHER BRITO
  • INVENTÁRIO DOS PORÍFEROS DO ENTREMARÉS DA COSTA DO DESCOBRIMENTO (BAHIA)

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
  • JOANA CAROLINA FREIRE SANDES SANTOS
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 28/10/2022

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  • Filo Porifera é considerado o grupo de metazoário mais antigo vivente. São encontrados tanto em ambientes dulciaquícolas como marinhos, da zona entre marés até a abissal, assim como das regiões polares às tropicais. Atualmente há mais de 9507 espécies de poríferos consideradas válidas. O grupo apresenta diversas funções ecológicas, fisiológicas e até mesmo servir de abrigo para outros animais. No Brasil há cerca de 603 registros válidos de espécies de poríferos, dos quais mais de 150 foram efetuados para o Estado da Bahia, mas acredita-se que esse número está subestimado. Para a Costa do Descobrimento há apenas 16 registros de espécies, estando nitidamente subamostrada. O presente trabalho tem como objetivo realizar o inventário de poríferos no entre marés dos recifes de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. As coletas foram realizadas em quatro arrecifes localizados em Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. Foram coletados 205 espécimes, gerando um total de 101 espécies de esponjas, das quais 40 estão a nível de gênero, com possibilidade de algumas serem novas para a ciência. Além disso, foram identificados 6 novos registros de espécies para o Brasil sendo eles: Prosuberites laughlini, Cliona amplicavata, Cliona cf. mucronata, Haliclona (Halichoclona) albifragilis, Haliclona (Reniera) tubífera e Halisarca caerulea. Além de um registro de espécie criptogênica ocorrendo na costa brasileira, que também é registrada originalmente para o Havai, a Haliclona (Reniera) laubelfelsi. Concluímos o trabalho com a realização de um guia de identificação de esponjas para a Costa do Descobrimento, que será disponibilizado online. Esse estudo fornece dados para a gestão das unidades de conservação locais, e para o monitoramento ambiental das praias apontando a diversidade de espécies de poríferos presentes no entre marés.


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  • Filo Porifera é considerado o grupo de metazoário mais antigo vivente. São encontrados tanto em ambientes dulciaquícolas como marinhos, da zona entre marés até a abissal, assim como das regiões polares às tropicais. Atualmente há mais de 9507 espécies de poríferos consideradas válidas. O grupo apresenta diversas funções ecológicas, fisiológicas e até mesmo servir de abrigo para outros animais. No Brasil há cerca de 603 registros válidos de espécies de poríferos, dos quais mais de 150 foram efetuados para o Estado da Bahia, mas acredita-se que esse número está subestimado. Para a Costa do Descobrimento há apenas 16 registros de espécies, estando nitidamente subamostrada. O presente trabalho tem como objetivo realizar o inventário de poríferos no entre marés dos recifes de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. As coletas foram realizadas em quatro arrecifes localizados em Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. Foram coletados 205 espécimes, gerando um total de 101 espécies de esponjas, das quais 40 estão a nível de gênero, com possibilidade de algumas serem novas para a ciência. Além disso, foram identificados 6 novos registros de espécies para o Brasil sendo eles: Prosuberites laughlini, Cliona amplicavata, Cliona cf. mucronata, Haliclona (Halichoclona) albifragilis, Haliclona (Reniera) tubífera e Halisarca caerulea. Além de um registro de espécie criptogênica ocorrendo na costa brasileira, que também é registrada originalmente para o Havai, a Haliclona (Reniera) laubelfelsi. Concluímos o trabalho com a realização de um guia de identificação de esponjas para a Costa do Descobrimento, que será disponibilizado online. Esse estudo fornece dados para a gestão das unidades de conservação locais, e para o monitoramento ambiental das praias apontando a diversidade de espécies de poríferos presentes no entre marés.

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  • ADRIANA LOPES PAIVA
  • Revisão taxonômica do subgênero Malagoniella (Megathopomima) Martínez, 1961 (Coleoptera: Scarabaeidae, Scarabaeinae)

  • Orientador : LUCIANA IANNUZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELY CARDOSO VALOIS DE LIMA
  • FABIO CORREIA COSTA
  • LUCIANA IANNUZZI
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 31/10/2022

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  • Malagoniella (Megathopomima) Martínez, 1961 foi proposto como gênero de Scarabaeinae (Scarabaeidae) para alocar sete espécies de pequeno porte de Megathopa, tendo sido classificado como subgênero de Malagoniella em 1966 e mantido atualmente. A falta de uma descrição detalhada e de uma definição precisa tem dificultado a identificação do táxon. Neste trabalho, Malagoniella (Megathopomima), Megathopa e as respectivas espécies foram revisados com o objetivo de propormos melhor definição para os taxa envolvidos e verificação do status taxonômico de ambos. Malagoniella (Megathopomima) é proposto como sinônimo júnior de Megathopa Eschscholtz, 1822, gênero que passa a conter 11 espécies: Megathopa villosa Eschscholtz, 1822 (espécie-tipo); M. violacea Blanchard, 1843; M. aeneicollis Waterhouse, 1890; M. bicolor (Guérin-Méneville, 1839); M. chalybaea Blanchard, 1843; M. cupreicollis Waterhouse, 1890; M. magnifica Balthasar, 1843; M. puncticollis Blanchard, 1843; M. tubericeps Gillet, 1911; M. sp. n. 1 e M. sp. n. 2. Ao longo da revisão, Megathopa e suas espécies foram redescritos e duas espécies novas foram propostas. São apresentadas diagnoses para o gênero e espécies, chave de identificação taxonômica para as espécies, além de dados de material examinado, distribuição geográfica e biológicos quando disponíveis.


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  • Malagoniella (Megathopomima) Martínez, 1961 foi proposto como gênero de Scarabaeinae (Scarabaeidae) para alocar sete espécies de pequeno porte de Megathopa, tendo sido classificado como subgênero de Malagoniella em 1966 e mantido atualmente. A falta de uma descrição detalhada e de uma definição precisa tem dificultado a identificação do táxon. Neste trabalho, Malagoniella (Megathopomima), Megathopa e as respectivas espécies foram revisados com o objetivo de propormos melhor definição para os taxa envolvidos e verificação do status taxonômico de ambos. Malagoniella (Megathopomima) é proposto como sinônimo júnior de Megathopa Eschscholtz, 1822, gênero que passa a conter 11 espécies: Megathopa villosa Eschscholtz, 1822 (espécie-tipo); M. violacea Blanchard, 1843; M. aeneicollis Waterhouse, 1890; M. bicolor (Guérin-Méneville, 1839); M. chalybaea Blanchard, 1843; M. cupreicollis Waterhouse, 1890; M. magnifica Balthasar, 1843; M. puncticollis Blanchard, 1843; M. tubericeps Gillet, 1911; M. sp. n. 1 e M. sp. n. 2. Ao longo da revisão, Megathopa e suas espécies foram redescritos e duas espécies novas foram propostas. São apresentadas diagnoses para o gênero e espécies, chave de identificação taxonômica para as espécies, além de dados de material examinado, distribuição geográfica e biológicos quando disponíveis.

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  • GABRIEL SILVA DE SOUZA NUNES
  • Taxonomia e História Natural das Esponjas Arborícolas Amazônicas

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • EDUARDO CARLOS MEDUNA HAJDU
  • LUDIMILA CALHEIRA LAURINDO
  • Data: 31/10/2022

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  • Bacia Amazônica congregar a maior biodiversidade de espécies de esponjas da Região Neotropical, contudo, apenas duas espécies são conhecidas como esponjas arborícolas e formam congregações massivas nos galhos das árvores: Drulia brownii (Bowerbank, 1863) e Metania reticulata (Bowerbank, 1863). As esponjas arborícolas são abundantes em águas amazônicas, contudo, pouco se sabe sobre a história natural desses organismos, sendo as mesmas negligenciadas em programas de monitoramento e conservação nesses ambientes. Sendo assim, estudos desse cunho se caracterizam como pontos de partida para a estruturação do conhecimento desses poríferos. A presença destas esponjas neste ecossistema também é importante para outras espécies de esponjas que as utilizam como substrato, sendo a identificação destes epibiontes parte vital da história natural das esponjas arborícolas. Duas importantes questões na taxonomia de poríferos amazônicos são: (a) definir o status taxonômico de D. brownii, espécie que tem sido confundida durante as últimas décadas com Drulia uruguayensis Bonetto &amp; Ezcurra de Drago, 1968, a qual ja foi sinonimizada e depois teve seu status de espécie revitalizado baseado em caracteres morfológicos duvidosos; e (b) definir o status taxônomico dos espécimes identificados como T. pennsylvanica (Potts, 1882) na Amazônia, uma vez que os espécimes identificados nos EUA e Canadá diferem em suas características dos espécimes amazônicos. Neste sentido se torna necessária a revisão de amplo material identificados como pertencente a ambas espécies, para resolver a problemática desse complexo de espécies. Foram encontrados seis gêneros de Poríferos colonizando o esqueleto das esponjas arborícolas, sendo seis espécies divididas entre quatro gêneros para D. brownii e três espécies divididas entre dois gêneros para M. reticulata. Entre outros organismos, destacamos a presença da briófita Fissidens brachypus, Buck &amp; Sprussel, 1980 epibionte em D. brownii, aumentando a distribuição dessa briófita que era restrita somente a M. reticulata. A análise taxônomica dos espécimes de D. brownii coletados de diferentes localidades na Amazônia e dos espécimes identificados como D. uruguayensis não revelou diferenças micrométricas entre os tipos espiculares, estabelecendo D. uruguayensis como sinonímia júnior de D. brownii. Resultados distintos foram encontrados para as análises micrométricas de Tubella pennsylvanica (Potts, 1882), que mostraram que os espécimes amazônicos são distintos dos encontrados na América do Norte, assim, consideramos todos os registros de T. pennsylvanica para o Brasil como Tubella sp. nov. O presente estudo realça a necessidade de revisão de espécimes de diferentes localidades da Amazônia a fim de atualizar o status taxonômico das espécies.


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  • Bacia Amazônica congregar a maior biodiversidade de espécies de esponjas da Região Neotropical, contudo, apenas duas espécies são conhecidas como esponjas arborícolas e formam congregações massivas nos galhos das árvores: Drulia brownii (Bowerbank, 1863) e Metania reticulata (Bowerbank, 1863). As esponjas arborícolas são abundantes em águas amazônicas, contudo, pouco se sabe sobre a história natural desses organismos, sendo as mesmas negligenciadas em programas de monitoramento e conservação nesses ambientes. Sendo assim, estudos desse cunho se caracterizam como pontos de partida para a estruturação do conhecimento desses poríferos. A presença destas esponjas neste ecossistema também é importante para outras espécies de esponjas que as utilizam como substrato, sendo a identificação destes epibiontes parte vital da história natural das esponjas arborícolas. Duas importantes questões na taxonomia de poríferos amazônicos são: (a) definir o status taxonômico de D. brownii, espécie que tem sido confundida durante as últimas décadas com Drulia uruguayensis Bonetto &amp; Ezcurra de Drago, 1968, a qual ja foi sinonimizada e depois teve seu status de espécie revitalizado baseado em caracteres morfológicos duvidosos; e (b) definir o status taxônomico dos espécimes identificados como T. pennsylvanica (Potts, 1882) na Amazônia, uma vez que os espécimes identificados nos EUA e Canadá diferem em suas características dos espécimes amazônicos. Neste sentido se torna necessária a revisão de amplo material identificados como pertencente a ambas espécies, para resolver a problemática desse complexo de espécies. Foram encontrados seis gêneros de Poríferos colonizando o esqueleto das esponjas arborícolas, sendo seis espécies divididas entre quatro gêneros para D. brownii e três espécies divididas entre dois gêneros para M. reticulata. Entre outros organismos, destacamos a presença da briófita Fissidens brachypus, Buck &amp; Sprussel, 1980 epibionte em D. brownii, aumentando a distribuição dessa briófita que era restrita somente a M. reticulata. A análise taxônomica dos espécimes de D. brownii coletados de diferentes localidades na Amazônia e dos espécimes identificados como D. uruguayensis não revelou diferenças micrométricas entre os tipos espiculares, estabelecendo D. uruguayensis como sinonímia júnior de D. brownii. Resultados distintos foram encontrados para as análises micrométricas de Tubella pennsylvanica (Potts, 1882), que mostraram que os espécimes amazônicos são distintos dos encontrados na América do Norte, assim, consideramos todos os registros de T. pennsylvanica para o Brasil como Tubella sp. nov. O presente estudo realça a necessidade de revisão de espécimes de diferentes localidades da Amazônia a fim de atualizar o status taxonômico das espécies.

Teses
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  • PATRICIA PILATTI ALVES
  • Variação morfológica e distribuição geográfica em morcegos nectarívoros dos gêneros Xeronycteris Lonchophylla (Chiroptera: Phyllostomidae: Lonchophyllinae) com ocorrência no Brasil

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELA DIAS
  • DANIELA MUNHOZ ROSSONI
  • GUILHERME SINICIATO TERRA GARBINO
  • ANA CAROLINA D'OLIVEIRA PAVAN
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • Data: 16/05/2022

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  • Devido aos serviços ecológicos que oferecem enquanto polinizadores, os morcegos nectarívoros ocupam um lugar-chave na reprodução de espécies vegetais, contribuindo para a manutenção das formações vegetais e dos ambientes em que ocorrem. Na região Neotropical, ocorrem pelo menos duas linhagens evolutivas distintas destes morcegos, classificados em duas subfamílias da família Phyllostomidae: Glossophaginae e Lonchophyllinae, representadas no Brasil por nove espécies cada. No presente trabalho, exploro a variação morfológica em espécies de Lonchophyllinae de ocorrência no Brasil como etapa inicial no estudo da diversidade do gênero, com o objetivo de contribuir para delinear os limites taxonômicos e geográficos das espécies, com foco no gênero Lonchophylla. No primeiro capítulo, apresento uma breve revisão histórica da construção do conhecimento acerca da diversidade de morcegos, partindo desde as primeiras classificações sistemáticas, passando pelas primeiras discussões sobre a classificação dos morcegos nectarívoros, até o estado da arte atual para este grupo taxonômico, detalhando por fim os objetivos específicos da presente pesquisa. No segundo capítulo, apresento um estudo aprofundado da variação morfológica no gênero monotípico loncofilíneo Xeronycteris, com atualizações na distribuição geográfica de Xeronycteris vieirai, colocando em perspectiva a sua relação com espécies simpátricas de Lonchophylla e discutindo questões sobre endemismo a áreas secas do Brasil. No terceiro capítulo, apresento o estudo da variação morfológica das espécies de Lonchophylla com ocorrência no Brasil, contextualizando tanto a posição do gênero Lonchophylla em relação aos demais gêneros da subfamília, como a variação encontrada dentro do gênero. Discuto a existência de uma descontinuidade morfológica entre as espécies brasileiras, comparo a variação entre elas, apresento evidências que sugerem a existência de táxons não descritos pela ciência entre as populações estudadas, e aponto as questões que ainda exigem estudos e métodos adicionais para o preenchimento das lacunas no conhecimento do grupo. Nos apêndices 1 e 2, incluo dados e informações obtidos no levantamento de espécimes, indicando coleções que contém o material estudado e/ou consultado nesta pesquisa. No apêndice 3, incluo as listas sinonímicas das espécies de Lonchophylla válidas atualmente. No apêndice 4, incluo novos registros para o gênero Hsunycteris no Brasil.


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  • Xeronycteris é um gênero monotípico da subfamília Lonchophyllinae, com Xeronycteris vieirai como espécie-tipo, sendo endêmico do Brasil. A partir de 38 espécimes depositados em coleções científicas, incluindo os exemplares da série-tipo, usamos ferramentas de morfometria tradicional e geométrica para acessar e descrever a variação morfológica da maior amostra de Xeronycteris reunida até o momento. Comparamos a morfologia craniana ao longo de sua distribuição geográfica, indicando caracteres úteis na diagnose da espécie em campo comparando-a com outra espécie de ocorrência simpátrica. Atualizamos a distribuição geográfica da espécie, incluindo registros nos biomas do Cerrado e da Caatinga não publicados anteriormente, e atualmente Xeronycteris tem registros em 14 localidades no Brasil, confirmados a partir de 50 espécimes disponíveis em coleções científicas. Apresenta uma substancial variação morfológica nas diferentes regiões do crânio estudadas, principalmente face, caixa craniana e articulação temporomandibular. Apresentou ainda uma diferenciação nesses caracteres entre os exemplares estudados do Cerrado e da Caatinga. Discutimos o endemismo da espécie aos biomas estudados e aspectos funcionais da variação morfológica encontrada, contextualizando Xeronycteris tanto dentro da família Phyllostomidae quanto em relação aos demais morcegos nectarívoros. Por fim, indicamos os aspectos cranianos que podem ser mais úteis em pesquisas futuras a respeito do desenvolvimento e evolução desta espécie.

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  • JENNIFER DE SOUSA BARROS PEREIRA
  • Seleção e uso de cavernas por morcegos e suas implicações para a classificação de relevância destes ambientes

  • Orientador : ENRICO BERNARD
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIDA OTALORA-ARDILA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • DIEGO DE MEDEIROS BENTO
  • ENRICO BERNARD
  • RODRIGO LOPES FERREIRA
  • Data: 20/06/2022

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  • Cavernas estão entre os abrigos mais importantes para centenas de espécies de morcegos, sendo possível encontrar cavernas com alta riqueza, atingindo até mais de 20 espécies. Entretanto, cavernas podem ser formadas em diferentes litologias (e.g. carbonáticas, ferruginosas, quartizíticas ou areníticas) e suas características físicas e estruturais podem influenciar a preferência de diferentes espécies, sendo, inclusive, possível diferenciar as espécies de acordo com seu nível de uso das cavernas. Essa preferência e relação com a
    caverna pode ser mais ou menos forte, sendo que para algumas espécies chega a ser restrita, como o caso de espécies que formam grandes colônias e dependem das cavernas para manter suas populações. Entretanto, as cavernas são consideradas um dos ecossistemas menos conhecidos e mais vulneráveis, sendo altamente ameaçados por atividades antrópicas, como a mineração. No Brasil, essa situação não é diferente, e a legislação estabelece que cavernas localizadas em áreas de empreendimentos devem ser classificadas quanto sua relevância. Entretanto, considerando o interesse na proteção dos morcegos, as diretrizes para essa classificação carecem de melhorias e atualizações. O país conta com 73 espécies de morcegos já registrada em cavernas, incluindo espécies nacionalmente ameaçadas, e outras espécies que formam grandes colônias em cavernas. Considerando que a conservação dos morcegos bem como de seus abrigos, é necessária, a presente tese tem dois objetivos principais: No primeiro, ecológico, avaliei como as características físicas e ambientais de cavernas influenciam na riqueza, elevada abundância e seleção de habitat em diferentes espécies de morcegos em colônias com milhares de indivíduos. A partir de análises ecológicas, verifiquei a relação direta de espécies do gênero Pteronotus influenciando a variação de temperatura nas cavernas, que por sua vez foi associada a riquezas maiores. Assim, constatei uma influência indireta de Pteronotus na riqueza das cavernas, destacando a importância de proteger essas espécies e as cavernas que lhes servem de abrigo, beneficiando também as outras espécies de morcegos. No segundo objetivo desta tese, meu foco foi na conservação de morcegos e cavernas, por meio de proposições para melhorias de políticas públicas que tratam do licenciamento ambiental
    envolvendo ambientes cársticos no Brasil. Nesta parte da tese, meus objetivos foram: i) identificar as falhas e lacunas existentes na legislação brasileira espeleológica sob a perspectiva da conservação dos morcegos; ii) propor soluções para os problemas encontrados, através de um protocolo de classificação de relevância de cavernas; e iii) preencher lacunas, através de análises complementares em relação a riqueza, raridade e abundância de morcegos em cavernas no Brasil, visando gerar subsídios para tomadores-de-decisão e estratégias de conservação. Assim, incialmente revisei os critérios utilizados para classificar a relevância de cavernas no processo de licenciamento ambiental, com ênfase nos morcegos, e identifiquei diversos pontos que poderiam ser atualizados. Com base em estudos internacionais de priorização de cavernas, elaborei uma primeira versão de um protocolo para classificação de cavernas, considerando os morcegos como grupo focal. Essa versão foi enviada para especialistas para apreciação e, após feedback, foi novamente revisada, sendo a versão atualizada a apresentada nesta tese. As análises complementares por mim realizadas, demostraram que a riqueza de espécies de morcegos nas cavernas responde à diferentes litologias. Mais além, a raridade de espécies de morcegos em cavernas deve ser avaliada, considerando também o tipo de uso que as espécies fazem das cavernas. Proponho ainda que abundâncias excepcionais, um critério indicado na normativa, devem ser consideradas aquelas com valores iguais ou superiores a cinco vezes a média de abundância da espécie em determinada região. Finalizo propondo o uso e padronização de metodologias essenciais para o estudo de morcegos em ambientes cársticos. Tais soluções suportam os critérios definidos no protocolo de classificação de relevância de cavernas proposto, que, se aplicado no licenciamento ambiental, poderá contribuir para uma análise de relevância mais precisa, ao menos no que tange a proteção dos morcegos e as cavernas por eles utilizadas.


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  • Morcegos selecionam seus abrigos de maneira espécie-específica, e as características ideais para essa seleção podem estar relacionadas às diferentes necessidades fisiológicas e adaptativas de cada espécie. Para espécies que formam colônias com abundâncias excepcionais a escolha dos abrigos é ainda mais importante e necessária para que consigam manter suas populações. Dessa forma, avaliamos como as características físicas e ambientais de cavernas no Nordeste do Brasil influenciam a formação de colônias excepcionais de espécies do gênero Pteronotus, bem como também a riqueza e a composição nessas cavernas. Foram coletados dados de tamanho, estabilidade e características do teto das cavernas, bem como dados de temperatura e umidade. A riqueza e composição de espécies foram estimadas por meio de captura e bioacústica e a abundância por meio de filmagens com câmeras termais infravermelhas. Pteronotus spp. foram positivamente relacionados ao tamanho e estabilidade das cavernas, e com características do teto e influenciaram a variação de temperatura dentro das cavernas. A riqueza foi influenciada também pelo tamanho e estabilidade das cavernas, além disso pela amplitude de temperatura. As demais espécies demonstraram preferência por diferentes características climáticas e do teto combinadas. Assim, evidenciamos uma influência indireta da abundância excepcional das espécies de Pteronotus sobre a riqueza e ocupação das outras espécies no interior das cavernas, e que as cavernas favorecem uma coexistência aprimorada das espécies, uma vez que oferecem uma maior amplitude de microambientes disponíveis, reduzindo a sobreposição de nichos em seu interior. Além disso, destacamos o papel como espécie-chave para os ecossistemas e como potencial espécie guarda-chuva de P. gymnonotus e P. personatus, de forma que estratégias conservacionistas para sua proteção e de seus abrigos devem ser realizadas no Brasil.

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  • ANTONIO MORAES DA SILVA
  • Revisão das espécies de dorso verde estriado do gênero Helicops Wagler, 1828 (Serpentes: Xenodontinae)

  • Orientador : PEDRO MURILO SALES NUNES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CHRISTINE STRUSSMANN
  • DANIELA CRISTINA FERREIRA
  • DANIEL FERNANDES DA SILVA
  • PAULO GUSTAVO HOMEM PASSOS
  • PEDRO MURILO SALES NUNES
  • Data: 14/07/2022

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  • O gênero Helicops Wagler, 1828 compreende uma linhagem monofilética de serpentes aquáticas, distribuídas na América do Sul Cis e Trans-Andina, e Ilha de Trinidad. Atualmente são conhecidas 21 espécies para o gênero, facilmente diagnosticadas pela presença de quilhas nas escamas dorsais. Devido ao forte polimorfismo de coloração, diversas espécies apresentam limites taxonômicos imprecisos, as quais merecem investigação criteriosa. Nesse sentido, as espécies de dorso verde estriado atreladas aos nomes H. carinicaudus (Wied, 1825), H. infrataeniatus Jan, 1865, H. modestus Günther, 1861 e H. trivitattus (Gray, 1849), são exemplos de táxons com variações significativas nos aspectos de coloração ventral e nos parâmetros de folidose, que reflete na instabilidade nomenclatural das espécies. Além disso, filogenias baseadas em dados moleculares e morfológicos sugerem que algumas das espécies de Helicops de dorso verde estriado (i.e., Helicops infrataeniatus e H. modestus) são filogeneticamente próximas a H. leopardinus (Schlegel, 1837), uma espécie que exibe manchas negras dorsais ao longo do corpo. As relações de parentesco entre essas espécies ainda são pouco compreendidas, o que faz desse grupo de espécies importante para uma abordagem que explore a evolução da coloração dorsal estriada no gênero. Diante desse cenário, esta proposta realizou uma ampla revisão das populações pertencentes ao grupo de espécies de dorso verde estriado, empregando uma abordagem integrativa (i.e., dados morfológicos, moleculares e geográficos). Para dar suporte a nossas decisões, foram utilizados dados morfológicos (coloração, folidose, morfometria e hemipênis) de 1273 espécimes e 146 amostras de tecidos de representantes das espécies alvo. Adicionalmente, as séries tipo de cada espécie nominal foram cuidadosamente revisadas, onde confrontarmos as diagnoses originais, com os novos dados acessados, com a finalidade de garantir estabilidade nomenclatural dos táxons. Em síntese, a revisão taxonômica integrativa permitiu reafirmar a identidade de Helicops trivittatus como espécie válida, a qual exibe características morfológicas plenamente compatíveis com a descrição original. Os resultados das análises morfológicas e moleculares evidenciaram relações conflitantes entre H. infrataeniatus, H. modestus e H. leopardinus, as quais compartilham ampla sobreposição de caracteres merísticos e morfométricos e baixa divergência genética entre os terminais. Portanto, diante da existência de diagnose morfológica consistente com suas respectivas descrições originais, suportada por padrões geográficos, decidimos pela manutenção dos nomes tradicionalmente utilizados na taxonomia vigente. Supreendentemente, o nome H. carinicaudus congrega um complexo com três espécies crípticas, virtualmente distribuídas nas áreas de endemismos da Serra do Mar e do sul da Bahia, restrita à faixa litorânea da Mata Atlântica. As populações do complexo distribuídas na área de endemismo do Sul da Bahia, apresentam características morfológicas correspondente àquelas encontradas no holótipo de H. carinicaudus (Wied, 1824) e na descrição original, ficando, portanto, atreladas à espécie nominal. Por outro lado, as duas populações distribuídas na área de endemismo da Serra do Mar, são alopátricas (litoral sul do Rio de Janeiro e litoral de São Paulo até norte do Rio Grande do Sul) e aparecem geograficamente isoladas pelas cadeias de montanhas da Serra do Mar e Serra da Bocaina. Para essas duas últimas populações não há nomes disponíveis na literatura, devendo ser descritas como espécies novas. Finalmente, as análises moleculares revelam que o padrão dorsal verde estriado aparece como uma simplesiomorfia duvidosa no gênero Helicops.


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  • We describe a new watersnake species of the genus Helicops from the left bank of the upper Madeira River, southwestern Amazonia, Brazil. Due to its spotted dorsal pattern, it resembles the sympatric species H. hagmanni, H. leopardinus, and H. polylepis, but a combination of features including, scale counts, prominence of dorsal keels, and hemipenial morphology allows its unequivocal recognition. The new species also exhibits oviparous reproduction, representing the fourth egg-laying lineage reported in the genus. The evolution of viviparity among the lineages of Helicops comprises an important debate in the field of the natural history of reptiles, especially regarding the highly unlikely possibilities of reversals from viviparity to oviparity due to constraints of genetic, ecological, and physiological nature. Based on such premises, we reconstructed the reproductive modes within the genus using a preconceived topology and discussed hypothetical scenarios for the emergence of viviparity depending on three possible positions of the new taxon. Finally, we also provide considerations on the apparent restriction of this snake to the left bank of the upper Madeira in the light of classic biogeographic evidence that points to the potential role of this major river as a vicariant element between faunas on its opposite margins.

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  • ANTONIO ROBERIO GOMES FREIRE FILHO
  • ECOLOGIA COMPORTAMENTAL E IMPACTOS ANTRÓPICOS SOBRE DOIS PRIMATAS AMEAÇADOS DO NORDESTE - SAPAJUS FLAVIUS E ALOUATTA ULULATA

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO DE CARVALHO OLIVEIRA
  • MARCOS DE SOUZA FIALHO
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • MARIA ADELIA BORSTELMANN DE OLIVEIRA
  • MONICA MAFRA VALENCA MONTENEGRO
  • Data: 28/09/2022

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  • Estudos que avaliam padrões ecológicos e comportamentais de primatas ameaçados são muito importantes para a ciência. Para direcionar estratégias efetivas de conservação desses animais é essencial avaliar os impactos antrópicos atuais e futuros sobre esses padrões. Diante disso, esta tese objetivou analisar aspectos ecológicos e comportamentais e entender impactos antrópicos sobre duas espécies de primatas ameaçadas de extinção no nordeste do Brasil: Alouatta ululata e Sapajus flavius. Esta tese permeia três temas principais: ecologia comportamental, impactos antrópicos e previsões no comportamento e distribuição das espécies-alvo frente os impactos resultantes de projeções climáticas futuras. No primeiro capítulo, eu avaliei o orçamento comportamental, o uso do espaço e a estrutura social das duas espécies-alvo. Para tal as duas espécies foram monitoradas por 12 meses em anos consecutivos. Sapajus flavius foram monitorados em fragmento de Mata Atlântica em Mataraca, Paraíba, Brasil. Alouatta ululata foram monitorados em um fragmento de caatinga arbórea no município de São Miguel do Tapuio, Piauí, Brasil. Esse capítulo mostra que as espécies apresentam estratégias ecológicas e comportamentais bem distintas, mas com a forte assinatura encontrada para os seus respectivos gêneros. No segundo capítulo, foi avaliado o uso de primatas não-humanos por humanos no Nordeste do Brasil por meio de entrevistas semiestruturais em comunidades locais de três diferentes regiões do Nordeste. Dentre outras coisas, este capítulo mostra que apesar de existir uma relação predominantemente harmônica com as comunidades locais, A. ululata ainda é usado como fonte de alimento e recurso medicinal em algumas áreas através uso de seu osso hioide, e S. flavius também é caçado em algumas áreas para consumo como fonte de proteína. No terceiro capítulo, eu avaliei as influências potenciais das mudanças climáticas no orçamento comportamental e na ecologia das espécies alvo, trazendo novos dados para A. ululata, e traçando um paralelo com dados pré-existentes para S. flavius. Utilizei dados ecológicos e comportamentais coletados e informações sobre temperatura, umidade e pluviosidade para construir Modelos de Equações Estruturais (MEEs). Com base nas projeções de mudanças climáticas para a região informadas pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), eu proponho quais serão os ajustes comportamentais e ecológicos que os indivíduos de A. ululata deverão realizar para sobreviver ao cenário climático futuro. Neste capítulo mostro que em um ambiente mais quente e com taxas pluviométricas menores, A. ululata tenderá a aumentar a frequência relativa de descanso e utilizará copas mais fechadas e/ou mais baixas, enquanto que S. flavius tende aumentar a frequência relativa de uso do chão, de socialização e descanso nas horas mais quentes do dia. No quarto e último capítulo, eu analisei os potenciais impactos das mudanças climáticas nas áreas prioritárias para a conservação de A. ululata e SFlavius. Inicialmente, eu construí o nicho climático para o tempo presente as espécies-alvo com base em um consenso de modelos (ensemble). Defini as áreas prioritárias para a conservação das espécies e avaliei por meio de um ensemble projetado para o futuro como que as mudanças climáticas poderiam afetar essas áreas. Os resultados mostraram que para S. flavius ocorrerá uma perda de nicho climático ao sul de sua distribuição geográfica (estado de Alagoas, principalmente) e um ganho mais ao norte (estado do Rio Grande do Norte). Para A. ululata projeta-se uma perda de nicho climático para a região centro-norte do Piauí. Esta tese fornece informações importantes sobre aspectos ecológicos e comportamentais das espécies-alvo e demonstra como que os impactos antrópicos ameaçam a existência desses animais hoje e no futuro. Com esses resultados, espero contribuir com direcionamentos para conservação das duas espécies-alvo.


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  • Nós avaliamos e comparamos os ajustes comportamentais de Sapajus flavius Alouatta ululata com variações naturais em seus ambientes. Ambas as espécies ocorrem na Caatinga e na Mata Atlântica, mas investigamos S. flavius na Mata Atlântica e A. ululata na Caatinga. Descobrimos que o orçamento da atividade e o uso do habitat podem ser usados para discriminar essas espécies. Alouatta ululata na Caatinga compartilhou a assinatura comportamental das espécies de Alouatta que vivem na Mata Atlântica, com comportamento de "repouso" predominante em seu orçamento de atividade. Sapajus flavius apresentou o comportamento característico de macacos-prego, tendo “forrageamento/alimentação” e “locomoção” como atividades predominantes em seu orçamento comportamental.

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  • EVERTHON DE ALBUQUERQUE XAVIER
  • BIOINVASÕES MARINHAS DO BRASIL: COMPOSIÇÃO, DETECÇÃO E MONITORAMENTO DE BRIOZOÁRIOS EM SUBSTRATOS ARTIFICIAIS

  • Orientador : LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROSANA MOREIRA DA ROCHA
  • LUIS FELIPE SKINNER
  • TITO MONTEIRO DA CRUZ LOTUFO
  • LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • Data: 05/10/2022

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  • A bioinvasão é o fenômeno decorrente da introdução e estabelecimento de uma espécie fora de sua área de origem, trazendo danos à comunidade local e até substituindo espécies nativas. Esse processo está cada vez mais atrelados às atividades humanas, já que os ambientes artificiais, como portos e marinas, costumam ser portas de entrada para espécies exóticas. Dentre os grupos taxonômicos mais comuns na fauna exótica e invasora, destaca-se o Filo Bryozoa. Os briozoários são indivíduos com intenso recrutamento larval, crescimento colonial rápido e com grande tolerância à variações ambientais, o que torna o grupo um dos mais representativos da comunidade do fouling. Por isso, entender a relação dos briozoários com as áreas artificiais é um passo importante para prevenir o estabelecimento e disseminação de potenciais organismos bioinvasores. Desta forma, esse estudo buscou investigar a composição da comunidade incrustante de briozoários em substratos artificiais no Brasil. A pesquisa realizou expedições de Rapid Assessment Survey em diferentes áreas do Brasil e conduziu um experimento no Iate Clube do Natal (Rio Grande do Norte) com placas de recrutamento de diferentes tipos de substrato e orientação. Todo material foi encaminhado ao Laboratório de Estudos de Bryozoa (LAEBry) da UFPE onde foi identificado e analisado. Foram encontradas 132 espécies de briozoários nas áreas artificiais e adjacentes estudadas, dais quais 14 foram classificadas como exóticas, 67 criptogênicas e 51 nativas. Observou-se que as assembleias de briozoários das áreas artificiais comerciais (portos) e das áreas recreativas (iate clubes e marinas) variam ao longo dos trechos costeiros (ecorregiões) do Brasil, sem diferenças significativas entre os tipos de ambientes artificiais analisados. O mesmo ocorre quando se compara áreas naturais e artificiais. Características do substrato, tais como tipo e posição, são fatores importantes para a comunidade de briozoários marinhos em áreas artificiais, principalmente se formam ambientes mais protegidos da luminosidade e sedimentação (parte inferior de uma estrutura horizontal). Substratos derivados de materiais plásticos e metais demonstraram-se ser mais atrativos para as larvas de briozoários. Nota-se que há um grande número de espécies nativas em áreas artificiais, o que pode permitir a dispersão desses indivíduos para outras localidades. Por isso, são necessários mais estudos para compreender esse processo de recrutamento e estabelecimento de briozoários em áreas artificiais, para se criar métodos mais eficazes de manejo e conservação.


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  • As áreas costeiras artificiais, como portos e marinas, são portas de entrada para a introdução e dispersão de espécies. Estudos sobre a comunidade incrustante nesses habitats ajudam na prevenção de impactos ambientais e manejo de espécies invasoras. Assim, foi realizado um levantamento da fauna de briozoários incrustantes ao longo de 17 áreas (oito portos e nove marinas) de três trechos costeiros no Atlântico Sudoeste. Um total de 55 espécies foram identificadas, incluindo 13 táxons não-nativos, 33 táxons criptogênicos e nove táxons nativos. Apenas cinco espécies de briozoários foram encontrados em mais de 75% dos locais amostrados. Nossa análise revelou que as comunidades de incrustação de briozoários em áreas artificiais não variam significativamente entre localidades comerciais (portos) e recreativas (marinas). No entanto, constatamos também que as assembleias faunísticas variaram significativamente ao longo de trechos costeiros brasileiros, que se distinguem por condições ambientais, como salinidade e temperatura.

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  • FERNANDA ITO DOS SANTOS
  • Análise da estrutura genética de morcegos em bat caves do Nordeste brasileiro

  • Orientador : ENRICO BERNARD
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROBERTO LEONAN MORIM NOVAES
  • ROMINA DO SOCORRO DA SILVA BATISTA
  • VALERIA DA CUNHA TAVARES
  • ENRICO BERNARD
  • LUCIANO NICOLAS NAKA
  • Data: 14/10/2022

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  • Conhecidas como bat caves, algumas cavernas encontradas na região Neotropical se caracterizam por abrigar populações excepcionais de morcegos (&gt;&gt;10.000 indivíduos). As populações destas cavernas tem grande importância ecológica, participando de uma variedade de processos essenciais para a manutenção do ecossistema cavernícola e também prestando diversos serviços ecossistêmicos no ambiente externo à caverna. Apesar de o conhecimento a respeito destas cavernas ainda ser incipiente, estudos recentes no Brasil apontam que as grandes colônias das bat caves do Nordeste podem ultrapassar 200,000 indivíduos, são formadas por morcegos do gênero Pteronotus e experienciam grandes flutuações no tamanho populacional em curtos períodos de tempo. Tal variação sugere que existam movimentações entre estes abrigos e que o uso das bat caves é feito de forma muito mais dinâmica do que antes imaginado. Avanços científicos e tecnológicos permitiram novas abordagens para o estudo do deslocamento de morcegos Neotropicais, entre eles a análise molecular da estrutura genética de populações. Uma variedade de fatores, assim como a combinação deles, tem influência na estrutura populacional de uma espécie. Entre eles pode-se citar a distância geográfica entre as populações, diferenças na paisagem, capacidade de dispersão, história evolutiva e até características ecomorfológicas da espécie. Portanto, a análise da conectividade genética entre as subpopulações de duas espécies de morcegos presentes em cavernas geograficamente isoladas preencheria importantes lacunas de conhecimento a respeito do uso das bat caves e das grandes movimentações de morcegos no Brasil. Assim, utilizamos a metodologia ddRADseq para analisar e comparar a estrutura genética populacional de Pteronotus gymnonotus e P. personatus coletados em nove bat caves, distantes até 700 km. Nossos resultados mostram padrões de estruturação distintos entre as espécies, o que sugere um uso bastante dinâmico das cavernas. Pteronotus gymnonotus se apresenta como uma população altamente conectada, enquanto P. personatus apresenta populações estruturadas, porém sem relação com a distância geográfica. Indicando que diferenças na ecologia e biologia das espécies refletem em seus padrões de estrutura genética populacional. Além disso, os resultados sugerem que as espécies realizam movimentações entre as cavernas de forma dinâmica e relacionada com a reprodução. O que as torna áreas prioritárias para a conservação tanto de morcegos quanto do patrimônio espeleológico no país, e sugere que o manejo efetivo deve considerá-las como uma única unidade.


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  • Conhecidas como bat caves, algumas cavernas encontradas na região Neotropical se caracterizam por abrigar populações excepcionais de morcegos (&gt;&gt;10.000 indivíduos). As populações destas cavernas tem grande importância ecológica, participando de uma variedade de processos essenciais para a manutenção do ecossistema cavernícola e também prestando diversos serviços ecossistêmicos no ambiente externo à caverna. Apesar de o conhecimento a respeito destas cavernas ainda ser incipiente, estudos recentes no Brasil apontam que as grandes colônias das bat caves do Nordeste podem ultrapassar 200,000 indivíduos, são formadas por morcegos do gênero Pteronotus e experienciam grandes flutuações no tamanho populacional em curtos períodos de tempo. Tal variação sugere que existam movimentações entre estes abrigos e que o uso das bat caves é feito de forma muito mais dinâmica do que antes imaginado. Avanços científicos e tecnológicos permitiram novas abordagens para o estudo do deslocamento de morcegos Neotropicais, entre eles a análise molecular da estrutura genética de populações. Uma variedade de fatores, assim como a combinação deles, tem influência na estrutura populacional de uma espécie.

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  • ERICA PATRICIA DE LIMA
  • Biologia Reprodutiva dos zoantídeos Palythoa variabilis e Zoanthus sociatus (CNIDARIA: ANTHOZOA) em recifes costeiros de Pernambuco, Brasil

  • Orientador : PAULA BRAGA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANO APARECIDO CHAGAS
  • FELIPE FERREIRA CAMPOS
  • FERNANDA MARIA DUARTE DO AMARAL
  • PAULA BRAGA GOMES
  • SERGIO NASCIMENTO STAMPAR
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 04/11/2022

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  • O Brasil possui os únicos recifes do Atlântico Sul e que apresentam características peculiares, tornando-os únicos. Nesse ambiente os zoantídeos formam um grupo dominante, fundamentais para a estrutura e funcionamento das comunidades recifais. Apesar disso, os zoantídeos são pouco estudados, em especial no que se refere a reprodução, aspecto fundamental para entender a distribuição e dinâmica no ambiente. Esse projeto propõe a caracterização da reprodução sexuada e do esforço reprodutivo de duas das espécies de zoantídeos mais abundantes no Brasil, Palythoa variabilis e Zoanthus sociatus, investigando a gametogênese, razão sexual, fertilidade e fecundidade das colônias. A coleta de amostras foi realizada na praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. Foram feitas coletas mensais num período de um ano e meio, onde foram coletados 20 pólipos de cada colônia, em cinco colônias diferentes. Em laboratório foram realizados procedimentos para obtenção de dados de fertilidade, gametogêneses (através de processos histológicos), fecundidade e esforço reprodutivo. Como resultados foram produzidos quatro capítulos englobando os aspectos reprodutivos de cada espécie. No primeiro capítulo foi realizada uma revisão sobre a reprodução sexual de zoantídeos, compilando e analisando informação de artigos científicos. Para tanto,  realizamos um detalhado levantamento bibliográfico nas bases de periódicos científicos. O objetivo foi  analisar a existência de padrões geográficos ou taxonômicos dos aspectos reprodutivos e identificar as lacunas de conhecimento. O segundo e terceiro capítulos tratam da reprodução sexual de P. variabilis e Z. sociatus, respectivamente. Nesses artigos analisamos e verificamos dados de gametogêneses, fertilidade e fecundidade das colônias, além de tratar das relações do ambiente com a reprodução e possíveis influências. O quarto capítulo trata da comparação do esforço reprodutivo entre as espécies de zoantídeos, através de uma análise do fluxo e aporte energético adquirido por cada organismo dentro do ambiente. Os resultados trazem, pela primeira vez no Brasil, entendimento acerca da reprodução sexual de Z. sociatus. Além disso, construímos conhecimentos fundamentais para a ordem Zoantharia, pois esses dados servirão como base para diversos estudos por se tratar de informações básicas mas de fundamental importância para qualquer grupo de organismo.


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  • Os zoantídeos possuem ampla distribuição geográfica e batimétrica, fazem parte de recifes costeiros e profundos. Este estudo reúne e atualiza dados reprodutivos em espécies animais e avalia a existência de tendências sistemáticas, batimétricas e geográficas na reprodução do grupo. Apenas 11,6% das espécies conhecidas foram objeto de estudos reprodutivos, principalmente em águas tropicais rasas e no Oceano Atlântico. Mesmo com as lacunas, verificamos que as espécies de Parazoanthidae e Epizoanthidae são gonocóricas, enquanto as famílias Brackycnemina são hermafroditas. Quase todos os zoantídeos liberam gametas na água, apenas Isozoanthus giganteus (liberam juvenis) e Palythoa tuberculosa, liberam larvas de Zoanthella. Observamos que espécies com Symbiodinium sp. apresentam oócitos maiores (principalmente em águas rasas) do que espécies sem simbiose, mostrando a contribuição energética das zooxantelas na gametogênese. O desenvolvimento do mesentério dobrando a camada de tecido gametogênico e aumentando a quantidade de oócitos por mesentério foi observado em Epizoanthus scotinus e Parazoanthus anguicomus. Também observamos que as espécies de Parazoanthidae e Epizoanthidae (águas profundas) tendem a liberar gametas no outono, enquanto Zoanthidae e Sphenopidae (águas rasas) liberam no verão. A profundidade e a temperatura estão fortemente relacionadas com as estratégias reprodutivas observadas, indicando que são mais importantes do que os padrões geográficos. Ainda há lacunas sobre reprodução, estudos em águas profundas (&gt; 50m), águas frias e estudos mensais para melhor avaliar a gametogênese. Os dados de fertilidade e razão sexual são ignorados na maioria dos estudos, e os termos utilizados não são padronizados. Este levantamento reuniu resultados sobre a reprodução em Zoantharia nos últimos 20 anos e mostramos a necessidade de trabalhos desta linhagem para enriquecer as informações sobre os zoantídeos.

2021
Dissertações
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  • NARJARA TERCIA PIMENTEL
  • A contribuição dos morcegos no input de energia na forma de guano para bat caves no semiárido nordestino

  • Orientador : ENRICO BERNARD
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ENRICO BERNARD
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • RODRIGO LOPES FERREIRA
  • JUAN CARLOS VARGAS MENA
  • Data: 22/02/2021

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  • Cavernas são abrigos essenciais para centenas de espécies de morcegos e, frequentemente, desde espécies nectarívoras até frugívoras, insetívoras e hematófagas são encontradas em uma mesma caverna. As cavernas, de forma geral, apresentam elevada estabilidade ambiental e essa estabilidade é desejável para um abrigo em potencial, pois suas características microclimáticas são muitas vezes importantes para a seleção pelos morcegos. Além da diversidade de espécies, algumas cavernas também podem abrigar populações excepcionalmente grandes, de dezenas de milhares até milhões de indivíduos. Estas são as chamadas bat caves ou hot caves. O guano trazido diariamente por morcegos para dentro das cavernas é identificado como essencial para a manutenção de ecossistemas inteiros, pois representa em alguns casos o único ou principal input de energia para centenas de outras espécies da biota cavernícola que não são capazes de saírem destes ambientes. Apesar de relevante, poucos estudos se propuseram a abordar o aporte de guano dos morcegos em ambientes cavernícolas sob o ponto de vista quantitativo, e menos ainda na região Neotropical. Assim, o presente estudo visou avaliar as contribuições dos morcegos no input de guano em cinco bat caves no Nordeste do Brasil (caverna Meu Rei e Furna do Morcego, ambas em Pernambuco; Casa de Pedra e Caverna do Urubu, ambas em Sergipe; e a Furna do Urubu, no Rio Grande do Norte), levando em consideração a riqueza e o tamanho da populações de morcegos nessas cavernas, identificando e estimando os depósitos de guano e suas taxas de acumulação por caverna, e também estimando o input trazido para dentro das cavernas pelos morcegos insetívoros. Para a coleta de dados foram realizados: i) censos populacionais automatizados, ii) resgate do registro de dados da temperatura da caverna, iii) captura e pesagem dos morcegos para estimar o consumo de insetos por noite, iv) instalação de coletores de guano por 96 horas e medidores graduados no piso da caverna para estimar o acúmulo e velocidade de deposição do guano, respectivamente, e v) montagem de grids regulares para estimar a profundidade e o volume de guano em alguns setores da caverna. Esse estudo mostrou que a riqueza e a abundância de morcegos nessas bat caves varia bastante inter- e intra-cavernas, indicando abrigos com alto dinamismo de ocupação. Variações também foram observadas na quantidade de insetos ingeridos pelos morcegos por noite, o que resultou em um aporte de guano espacial e temporalmente heterogêneos nas cavernas. Ainda assim, todas as cavernas amostradas continham depósitos de guano volumosos em seus interiores, confirmando e reforçando o papel dos morcegos como agentes do input de energia – na forma de guano – nestes ambientes. Os resultados apontam ainda que as variações na temperatura da caverna são influenciadas pela quantidade de morcegos em seu interior, permitindo que o monitoramento da temperatura seja usado na reconstrução de padrões de uso dos abrigos pelos morcegos.Este estudo fornece dados quantitativos sobre as contribuições ambientais prestadas pelos morcegos, que estão entre as prioridades para a conservação de morcegos no Brasil, além de contribuir com informações sobre a interação morcego-guano-caverna, demonstrando que todo esse input de energia, além de fornecer microhabitats e fonte de alimento para uma fauna altamente especializada, também contribui para alterações morfológicas nessas bat caves, através de processos altamente complexos.


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  • Cavernas são abrigos essenciais para centenas de espécies de morcegos e, frequentemente, desde espécies nectarívoras até frugívoras, insetívoras e hematófagas são encontradas em uma mesma caverna. As cavernas, de forma geral, apresentam elevada estabilidade ambiental e essa estabilidade é desejável para um abrigo em potencial, pois suas características microclimáticas são muitas vezes importantes para a seleção pelos morcegos. Além da diversidade de espécies, algumas cavernas também podem abrigar populações excepcionalmente grandes, de dezenas de milhares até milhões de indivíduos. Estas são as chamadas bat caves ou hot caves. O guano trazido diariamente por morcegos para dentro das cavernas é identificado como essencial para a manutenção de ecossistemas inteiros, pois representa em alguns casos o único ou principal input de energia para centenas de outras espécies da biota cavernícola que não são capazes de saírem destes ambientes. Apesar de relevante, poucos estudos se propuseram a abordar o aporte de guano dos morcegos em ambientes cavernícolas sob o ponto de vista quantitativo, e menos ainda na região Neotropical. Assim, o presente estudo visou avaliar as contribuições dos morcegos no input de guano em cinco bat caves no Nordeste do Brasil (caverna Meu Rei e Furna do Morcego, ambas em Pernambuco; Casa de Pedra e Caverna do Urubu, ambas em Sergipe; e a Furna do Urubu, no Rio Grande do Norte), levando em consideração a riqueza e o tamanho da populações de morcegos nessas cavernas, identificando e estimando os depósitos de guano e suas taxas de acumulação por caverna, e também estimando o input trazido para dentro das cavernas pelos morcegos insetívoros. Para a coleta de dados foram realizados: i) censos populacionais automatizados, ii) resgate do registro de dados da temperatura da caverna, iii) captura e pesagem dos morcegos para estimar o consumo de insetos por noite, iv) instalação de coletores de guano por 96 horas e medidores graduados no piso da caverna para estimar o acúmulo e velocidade de deposição do guano, respectivamente, e v) montagem de grids regulares para estimar a profundidade e o volume de guano em alguns setores da caverna. Esse estudo mostrou que a riqueza e a abundância de morcegos nessas bat caves varia bastante inter- e intra-cavernas, indicando abrigos com alto dinamismo de ocupação. Variações também foram observadas na quantidade de insetos ingeridos pelos morcegos por noite, o que resultou em um aporte de guano espacial e temporalmente heterogêneos nas cavernas. Ainda assim, todas as cavernas amostradas continham depósitos de guano volumosos em seus interiores, confirmando e reforçando o papel dos morcegos como agentes do input de energia – na forma de guano – nestes ambientes. Os resultados apontam ainda que as variações na temperatura da caverna são influenciadas pela quantidade de morcegos em seu interior, permitindo que o monitoramento da temperatura seja usado na reconstrução de padrões de uso dos abrigos pelos morcegos.Este estudo fornece dados quantitativos sobre as contribuições ambientais prestadas pelos morcegos, que estão entre as prioridades para a conservação de morcegos no Brasil, além de contribuir com informações sobre a interação morcego-guano-caverna, demonstrando que todo esse input de energia, além de fornecer microhabitats e fonte de alimento para uma fauna altamente especializada, também contribui para alterações morfológicas nessas bat caves, através de processos altamente complexos.

2
  • HUGO RODRIGO BARBOSA DA SILVA
  • HIDROCARBONETOS CUTICULARES COMO INTERMEDIADORES DO RECONHECIMENTO E COMPORTAMENTO SEXUAL DO ESCORPIÃO Tityus pusillus (POCOCK, 1893)

  • Orientador : ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • LUCIANA IANNUZZI
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • Data: 31/05/2021

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  • Os hidrocarbonetos cuticulares (HCs) tem como principal função o controle da perda de água do corpo para o ambiente e mostram-se como importante fator na dinâmica comportamental de muitas espécies de artrópodes, influenciando o reconhecimento sexual. Uma vez que há uma corte realizada que envolve contato direto entre o macho e a fêmea de Tityus pusillus e que machos tem apresentado modificação comportamental pré-copulatória em substratos sobre os quais fêmeas estiveram, levantou-se a hipótese que o reconhecimento sexual possa ser mediado por HCs. Esta dissertação teve como objetivo conhecer a composição dos HCs característicos à espécie de escorpião T. pusillus e observar sua influência no reconhecimento intraspecífico, além do efeito de compostos químicos liberados no substrato pelas fêmeas no comportamento sexual dos machos coespecíficos. Para conhecer a composição dos HCs, foram analisados os extratos cuticulares de fêmeas e machos através de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM). Afim de verificar os efeitos dos HCs sobre o comportamento sexual, foram realizados experimentos em arenas circulares (placas de petri forradas com papel de filtro), nas quais foram analisados os comportamentos de machos focais expostos à presença de fêmeas inertes (mortas por congelamento rápido) em duas situações: i) arena forrada com papel de filtro previamente ocupada por fêmeas coespecíficas durante 24hrs; ii) arena forrada com papel de filtro limpo. Além disso observou-se o comportamento de um macho focal frente machos e fêmeas cujos HCs foram removidos após lavagem com hexano. A composição dos hidrocarbonetos cuticulares de fêmeas e machos mostrou diferenças pontuais em sua constituição geral, sendo principalmente caracterizada por uma série contínua de alcanos lineares (C24 – C33; > 65% total relativo nas amostras), além de ácidos graxos e aldeídos lineares saturados. Em amostras de fêmeas, caracterizaram-se adicionalmente 2 – 6 picos cromatógraficos cujos espectros de massa foram preliminarmente atribuídos a derivados de esterol. Os machos de T. pusillus mostraram-se estimulados sexualmente quando em contato com o substrato previamente ocupado por fêmeas coespecíficas, realizando comportamentos sexuais com as fêmeas inertes. Eles também demonstraram seu interesse sexual por fêmeas coespecíficas lavadas em hexano (sem HCs), mas predominantemente ignoraram a presença de machos lavados. Nossos resultados demonstram que o reconhecimento coespecífico por parte dos machos de T. pusillus não parece ser mediado por semioquímicos HCs, mas que pistas químicas deixadas no substrato por fêmeas da espécie podem atuar como afrodisíacos. Hipotetiza-se que esta função pode estar associada aos derivados de esterol exclusivos às lavagens cuticulares de fêmeas de T. pusillus, que por isso devem ser investigados com maior detalhe.


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  • Os hidrocarbonetos cuticulares (HCs) tem como principal função o controle da perda de água do corpo para o ambiente e mostram-se como importante fator na dinâmica comportamental de muitas espécies de artrópodes, influenciando o reconhecimento sexual. Uma vez que há uma corte realizada que envolve contato direto entre o macho e a fêmea de Tityus pusillus e que machos tem apresentado modificação comportamental pré-copulatória em substratos sobre os quais fêmeas estiveram, levantou-se a hipótese que o reconhecimento sexual possa ser mediado por HCs. Esta dissertação teve como objetivo conhecer a composição dos HCs característicos à espécie de escorpião T. pusillus e observar sua influência no reconhecimento intraspecífico, além do efeito de compostos químicos liberados no substrato pelas fêmeas no comportamento sexual dos machos coespecíficos. Para conhecer a composição dos HCs, foram analisados os extratos cuticulares de fêmeas e machos através de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM). Afim de verificar os efeitos dos HCs sobre o comportamento sexual, foram realizados experimentos em arenas circulares (placas de petri forradas com papel de filtro), nas quais foram analisados os comportamentos de machos focais expostos à presença de fêmeas inertes (mortas por congelamento rápido) em duas situações: i) arena forrada com papel de filtro previamente ocupada por fêmeas coespecíficas durante 24hrs; ii) arena forrada com papel de filtro limpo. Além disso observou-se o comportamento de um macho focal frente machos e fêmeas cujos HCs foram removidos após lavagem com hexano. A composição dos hidrocarbonetos cuticulares de fêmeas e machos mostrou diferenças pontuais em sua constituição geral, sendo principalmente caracterizada por uma série contínua de alcanos lineares (C24 – C33; > 65% total relativo nas amostras), além de ácidos graxos e aldeídos lineares saturados. Em amostras de fêmeas, caracterizaram-se adicionalmente 2 – 6 picos cromatógraficos cujos espectros de massa foram preliminarmente atribuídos a derivados de esterol. Os machos de T. pusillus mostraram-se estimulados sexualmente quando em contato com o substrato previamente ocupado por fêmeas coespecíficas, realizando comportamentos sexuais com as fêmeas inertes. Eles também demonstraram seu interesse sexual por fêmeas coespecíficas lavadas em hexano (sem HCs), mas predominantemente ignoraram a presença de machos lavados. Nossos resultados demonstram que o reconhecimento coespecífico por parte dos machos de T. pusillus não parece ser mediado por semioquímicos HCs, mas que pistas químicas deixadas no substrato por fêmeas da espécie podem atuar como afrodisíacos. Hipotetiza-se que esta função pode estar associada aos derivados de esterol exclusivos às lavagens cuticulares de fêmeas de T. pusillus, que por isso devem ser investigados com maior detalhe.

3
  • MICHELLY CORREIA DE FREITAS LIRA
  • Substratos artificiais em obras de proteção costeira enquanto estruturas de eco engenharia: avaliação experimental da comunidade incrustante recifal

  • Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • PAULA BRAGA GOMES
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • Data: 17/06/2021

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  • As pressões antrópicas exercidas nas zonas costeiras, somadas às alterações climáticas e ao aumento acelerado do nível do mar, resultam em perda de habitats naturais. Simultaneamente, o número de estruturas de proteção e defesa costeira vem aumentando consideravelmente, podendo se tornar o habitat dominante das regiões de mediolitoral. Assim, os objetivos deste trabalho foram: identificar através de uma revisão bibliométrica, padrões de colonização de substratos artificiais e eventuais lacunas a serem preenchidas; e, caracterizar a comunidade epibentônica em obras de engenharia para proteção costeira e em substratos artificiais encontrados sobre os recifes costeiros da praia de Serrambi/Pernambuco. A partir do levantamento bibliográfico, 147 publicações foram analisadas. Com a categorização das variáveis foi possível observar padrões referentes à frequência com a qual os grupos biológicos aparecem como dominantes nos substratos artificiais. Em campo, 45 substratos artificiais (granito também usado nas obras de engenharia) foram mapeados, medidos, fotografados e alguns táxons epibentônicos coletados e identificados. No geral, os substratos apresentaram alta cobertura por macroalgas e áreas extensas não colonizadas, porém, quanto mais próximos do recife natural maior a riqueza taxonômica. Nossos resultados também apontam que o fator que melhor explica a colonização dos substratos é a cobertura do seu entorno, desta forma, nos substratos que tiveram uma área sedimentar circundante muito extensa, poucos organismos puderam se estabelecer e desenvolver.


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  • As pressões antrópicas exercidas nas zonas costeiras, somadas às alterações climáticas e ao aumento acelerado do nível do mar, resultam em perda de habitats naturais. Simultaneamente, o número de estruturas de proteção e defesa costeira vem aumentando consideravelmente, podendo se tornar o habitat dominante das regiões de mediolitoral. Assim, os objetivos deste trabalho foram: identificar através de uma revisão bibliométrica, padrões de colonização de substratos artificiais e eventuais lacunas a serem preenchidas; e, caracterizar a comunidade epibentônica em obras de engenharia para proteção costeira e em substratos artificiais encontrados sobre os recifes costeiros da praia de Serrambi/Pernambuco. A partir do levantamento bibliográfico, 147 publicações foram analisadas. Com a categorização das variáveis foi possível observar padrões referentes à frequência com a qual os grupos biológicos aparecem como dominantes nos substratos artificiais. Em campo, 45 substratos artificiais (granito também usado nas obras de engenharia) foram mapeados, medidos, fotografados e alguns táxons epibentônicos coletados e identificados. No geral, os substratos apresentaram alta cobertura por macroalgas e áreas extensas não colonizadas, porém, quanto mais próximos do recife natural maior a riqueza taxonômica. Nossos resultados também apontam que o fator que melhor explica a colonização dos substratos é a cobertura do seu entorno, desta forma, nos substratos que tiveram uma área sedimentar circundante muito extensa, poucos organismos puderam se estabelecer e desenvolver.

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  • FERNANDA SILVA DE BARROS
  • Planos de ação nacional para conservação da fauna brasileira: caracterização de ameaças e especificidade de ações.

  • Orientador : ENRICO BERNARD
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BARBARA LINS CALDAS DE MORAES
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • ENRICO BERNARD
  • Data: 30/07/2021

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  • A crescente expansão das atividades humanas levou a grandes pressões sobre a biodiversidade e se tornaram as principais causas dos declínios de populações vegetais e animais. O Brasil é detentor de uma das maiores diversidades faunística, com cerca de 130 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 9.000 vertebrados, dentre eles, 732 mamíferos, 1.979 aves, 732 répteis e 973 anfíbios. Os fatores que promovem as pressões sobre populações não humanas são os drivers de ameaças, que se resumem a ameaças diretas e/ou indiretas, e que levam a diferentes impactos e declínio sob populações. Uma ferramenta muito importante e difundida no processo de conservação da biodiversidade, são os Planos de Ação para Conservação de Espécies. Os PANs correspondem a um dos passos necessários para se alcançar metas e objetivos traçados para se atingir proteção, recuperação e manutenção de espécies e ambientes, através da organização e priorização das ações estabelecidas. Os objetivos, metas e ações propostos por PANs devem ser transparentes e condizentes com as necessidades das espécies, para que resulte em conservação efetiva. Assim, o objetivo principal deste estudo foi categorizar as ameaças descritas para as espécies contempladas nos PANs para espécies da fauna brasileira, e identificar a especificidade das ações estabelecidas para enfrentamento desses impactos. Os resultados apontam para atividades do agronegócio e a sobre-exploração de recursos naturais como os principais impulsionadores de declínios de populações das espécies contempladas, determinando que esses devem ser os drivers para onde se deve voltar maior atenção, e que devem ser priorizados no planejamento para conservação, visto que beneficiará a maior parte das espécies. Também apontam uma baixa especificidade das ações elaboradas nos PANs. Essa baixa especificidade pode estar sendo refletida no baixo número de espécies que tiveram seus status de ameaça revertidos nos últimos trinta anos, e no pouco sucesso na reversão dos impactos apontados.


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  • A crescente expansão das atividades humanas levou a grandes pressões sobre a biodiversidade e se tornaram as principais causas dos declínios de populações vegetais e animais. O Brasil é detentor de uma das maiores diversidades faunística, com cerca de 130 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 9.000 vertebrados, dentre eles, 732 mamíferos, 1.979 aves, 732 répteis e 973 anfíbios. Os fatores que promovem as pressões sobre populações não humanas são os drivers de ameaças, que se resumem a ameaças diretas e/ou indiretas, e que levam a diferentes impactos e declínio sob populações. Uma ferramenta muito importante e difundida no processo de conservação da biodiversidade, são os Planos de Ação para Conservação de Espécies. Os PANs correspondem a um dos passos necessários para se alcançar metas e objetivos traçados para se atingir proteção, recuperação e manutenção de espécies e ambientes, através da organização e priorização das ações estabelecidas. Os objetivos, metas e ações propostos por PANs devem ser transparentes e condizentes com as necessidades das espécies, para que resulte em conservação efetiva. Assim, o objetivo principal deste estudo foi categorizar as ameaças descritas para as espécies contempladas nos PANs para espécies da fauna brasileira, e identificar a especificidade das ações estabelecidas para enfrentamento desses impactos. Os resultados apontam para atividades do agronegócio e a sobre-exploração de recursos naturais como os principais impulsionadores de declínios de populações das espécies contempladas, determinando que esses devem ser os drivers para onde se deve voltar maior atenção, e que devem ser priorizados no planejamento para conservação, visto que beneficiará a maior parte das espécies. Também apontam uma baixa especificidade das ações elaboradas nos PANs. Essa baixa especificidade pode estar sendo refletida no baixo número de espécies que tiveram seus status de ameaça revertidos nos últimos trinta anos, e no pouco sucesso na reversão dos impactos apontados.

5
  • DENIZE WGLIANA GERVASIO DE OLIVEIRA
  • Efeitos da estrutura e composição de paisagem sobre a comunidade de Chrysomeloidea (Coleoptera) da Caatinga

  • Orientador : LUCIANA IANNUZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LETICIA MARIA VIEIRA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • LUCIANA IANNUZZI
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 30/08/2021

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  • Apesar dos consideráveis esforços de pesquisa, existem lacunas sobre os efeitos de mudanças das paisagens na biodiversidade em Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Neste sentido, avaliamos como a estrutura e a composição da paisagem afetam a estrutura da comunidade de Chrysomeloidea na Caatinga. O estudo foi realizado nos estados de Sergipe e Alagoas. Os besouros foram coletados de março a setembro de 2000, em 10 unidades de paisagem, com armadilhas Malaise. O software FRAGSTATS version v4.2 foi empregado para estimativa das variáveis preditoras, com buffer de 1 km2 de cada unidade de paisagem. As comunidades de besouros foram avaliadas em duas escalas taxonômicas: superfamília (Chrysomeloidea) e família (Chrysomelidae e Cerambycidae). Foram utilizadas diversidade total de espécies (Dγ), diversidade dentro das amostras e a (Dα) e a heterogeneidade das comunidades (Dβ). Os componentes da diversidade foram obtidos usando números de Hill com ordem q = 0, q = 1 e q = 2. Avaliamos os efeitos através de modelos lineares generalizados (GLM) com distribuição de erro Gaussiana e Poisson. As análises estatísticas foram conduzidas no programa R versão 4.0.1. Nossos resultados mostram que a fragmentação de habitat afeta negativamente a comunidade de Chrysomeloidea, principalmente a de Cerambycidae; que o efeito de borda é positivo sobre a comunidade de Chrysomelidae; que há influência contrastante da distribuição dos fragmentos (i.e., diversidade de Simpson) sobre as comunidades de Chrysomeloidea e Chrysomelidae. Fornecemos um novo patamar sobre as interações ecológicas desse grupo com a Caatinga e concluímos que a estrutura e composição da paisagem afetam diretamente as comunidades de Chrysomeloidea.


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  • Apesar dos consideráveis esforços de pesquisa, existem lacunas sobre os efeitos de mudanças das paisagens na biodiversidade em Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Neste sentido, avaliamos como a estrutura e a composição da paisagem afetam a estrutura da comunidade de Chrysomeloidea na Caatinga. O estudo foi realizado nos estados de Sergipe e Alagoas. Os besouros foram coletados de março a setembro de 2000, em 10 unidades de paisagem, com armadilhas Malaise. O software FRAGSTATS version v4.2 foi empregado para estimativa das variáveis preditoras, com buffer de 1 km2 de cada unidade de paisagem. As comunidades de besouros foram avaliadas em duas escalas taxonômicas: superfamília (Chrysomeloidea) e família (Chrysomelidae e Cerambycidae). Foram utilizadas diversidade total de espécies (Dγ), diversidade dentro das amostras e a (Dα) e a heterogeneidade das comunidades (Dβ). Os componentes da diversidade foram obtidos usando números de Hill com ordem q = 0, q = 1 e q = 2. Avaliamos os efeitos através de modelos lineares generalizados (GLM) com distribuição de erro Gaussiana e Poisson. As análises estatísticas foram conduzidas no programa R versão 4.0.1. Nossos resultados mostram que a fragmentação de habitat afeta negativamente a comunidade de Chrysomeloidea, principalmente a de Cerambycidae; que o efeito de borda é positivo sobre a comunidade de Chrysomelidae; que há influência contrastante da distribuição dos fragmentos (i.e., diversidade de Simpson) sobre as comunidades de Chrysomeloidea e Chrysomelidae. Fornecemos um novo patamar sobre as interações ecológicas desse grupo com a Caatinga e concluímos que a estrutura e composição da paisagem afetam diretamente as comunidades de Chrysomeloidea.

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  • GABRIEL DE SOUZA GHEDIN
  • Padrões da comunidade de invertebrados associados a depósitos de guano de morcegos insetívoros em bat caves do semiárido brasileiro

  • Orientador : LUCIANA IANNUZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • EDER SILVA BARBIER
  • LUCIANA IANNUZZI
  • RENATO PORTELA SALOMAO
  • Data: 14/10/2021

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  • Apesar do avanço gradativo do conhecimento sobre as cavernas, existem lacunas do conhecimento sobre os padrões das comunidades de invertebrados cavernícolas. Invertebrados associados a guano de morcegos insetívoros em cavernas do semiárido brasileiro foram caracterizados e buscou-se compreender padrões de distribuição dessas comunidades de acordo com a latitude, características físicas e microclimáticas das cavernas e dos depósitos de guano. Procurou-se determinar a ocupação de nicho das espécies mais abundantes no guano. Foi realizado um evento amostral em sete bat caves, sendo duas delas hot caves. Amostras de guano foram coletadas e medidas de temperatura e umidade dos depósitos e das câmaras, além de latitude, projeção horizontal e índice de estabilidade ambiental das cavernas foram tomadas. Foram coletados 15265 invertebrados de 169 espécies e Ornithodoros rodoniensis foi registrada pela primeira vez na Caatinga. A composição de espécies não variou entre hot e não hot caves. A riqueza de espécies foi melhor explicada pela temperatura da câmara e umidade do guano. Quatro espécies de Acari apresentaram hábitos generalistas e duas foram mais especialistas. Os resultados desse estudo permitem uma melhor compreensão de padrões de uso do guano de morcegos insetívoros por invertebrados cavernícolas, podendo auxiliar na proposição de boas estratégias para a conservação de cavernas da Caatinga brasileira.


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  • Apesar do avanço gradativo do conhecimento sobre as cavernas, existem lacunas do conhecimento sobre os padrões das comunidades de invertebrados cavernícolas. Invertebrados associados a guano de morcegos insetívoros em cavernas do semiárido brasileiro foram caracterizados e buscou-se compreender padrões de distribuição dessas comunidades de acordo com a latitude, características físicas e microclimáticas das cavernas e dos depósitos de guano. Procurou-se determinar a ocupação de nicho das espécies mais abundantes no guano. Foi realizado um evento amostral em sete bat caves, sendo duas delas hot caves. Amostras de guano foram coletadas e medidas de temperatura e umidade dos depósitos e das câmaras, além de latitude, projeção horizontal e índice de estabilidade ambiental das cavernas foram tomadas. Foram coletados 15265 invertebrados de 169 espécies e Ornithodoros rodoniensis foi registrada pela primeira vez na Caatinga. A composição de espécies não variou entre hot e não hot caves. A riqueza de espécies foi melhor explicada pela temperatura da câmara e umidade do guano. Quatro espécies de Acari apresentaram hábitos generalistas e duas foram mais especialistas. Os resultados desse estudo permitem uma melhor compreensão de padrões de uso do guano de morcegos insetívoros por invertebrados cavernícolas, podendo auxiliar na proposição de boas estratégias para a conservação de cavernas da Caatinga brasileira.

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  • BRUNA MARCELA TEIXEIRA DE ANDRADE
  • Paisagem acústica em um fragmento de Mata Atlântica com diferentes anos de reflorestamento

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIAN PAUL ASHTON BARNETT
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 29/10/2021

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  • A mineração é uma das causas de mudanças na paisagem de florestas, essas modificações resultam em fragmentação, perda de hábitat e da biodiversidade. As armadilhas sonoras, são tecnologias emergentes que permitem amostrar as atividades acústicas de comunidades de animais e os sons das paisagens, auxiliando em monitoramentos da biodiversidade. O estudo foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil, desmatado em partes para mineração, e posteriormente reflorestado. Os dados foram coletados por gravadores autônomos, instalados simultaneamente em cinco áreas com diferentes períodos de regeneração florestal (área “nativa”, áreas reflorestadas em 1989, 1999, 2009 e 2019). Realizamos gravações por 72 horas, 15 minutos por hora, em seis meses sendo três secos e três chuvoso. As gravações foram analisadas no Kaleidoscope, com contagens dos sonótipos através de clusters resultando em 366.700 morfoespécies acústicas de biofonia, 24.370 como geofonia e 8.158 de antropofonia no período seco e 386.339 morfoespécies acústicas de biofonia, 36.484 como geofonia e 5.850 de antropofonia. Calculamos sete índices acústicos: Índice de Complexidade Acústica (ACI), Índice de Diversidade Acústica (ADI), Índice de Regularidade Acústica (AEI), Índice Bioacústico (BIO), Entropia Total (H), Eventos por segundo (EVN) e Índice de paisagem sonora de diferença normalizada (NDSI) para aferir tanto a abundância como a diversidade acústica. Desses, os que apresentam melhor representação da configuração da paisagem foram NDSI, AEI e H.


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  • A mineração é uma das causas de mudanças na paisagem de florestas, essas modificações resultam em fragmentação, perda de hábitat e da biodiversidade. As armadilhas sonoras, são tecnologias emergentes que permitem amostrar as atividades acústicas de comunidades de animais e os sons das paisagens, auxiliando em monitoramentos da biodiversidade. O estudo foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil, desmatado em partes para mineração, e posteriormente reflorestado. Os dados foram coletados por gravadores autônomos, instalados simultaneamente em cinco áreas com diferentes períodos de regeneração florestal (área “nativa”, áreas reflorestadas em 1989, 1999, 2009 e 2019). Realizamos gravações por 72 horas, 15 minutos por hora, em seis meses sendo três secos e três chuvoso. As gravações foram analisadas no Kaleidoscope, com contagens dos sonótipos através de clusters resultando em 366.700 morfoespécies acústicas de biofonia, 24.370 como geofonia e 8.158 de antropofonia no período seco e 386.339 morfoespécies acústicas de biofonia, 36.484 como geofonia e 5.850 de antropofonia. Calculamos sete índices acústicos: Índice de Complexidade Acústica (ACI), Índice de Diversidade Acústica (ADI), Índice de Regularidade Acústica (AEI), Índice Bioacústico (BIO), Entropia Total (H), Eventos por segundo (EVN) e Índice de paisagem sonora de diferença normalizada (NDSI) para aferir tanto a abundância como a diversidade acústica. Desses, os que apresentam melhor representação da configuração da paisagem foram NDSI, AEI e H.

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  • JOSE RODOLFO DE LIMA E SILVA
  • Sazonalidade de impacto ambiental decorrente do fluxo turístico em Porto de Galinhas – Ipojuca (PE), avaliada por danos genômicos em Abudefduf saxatilis

  • Orientador : MONICA LUCIA ADAM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CHRISTINA BRASILEIRO VIDAL
  • MONICA LUCIA ADAM
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • Data: 29/10/2021

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  • A ocupação turística nos litorais é um processo que gera preocupação ao setor ambiental por ameaçar a estabilidade dos vários ecossistemas costeiros. Por esta razão é importante realizar monitoramentos ambientais que analisem e quantifiquem o impacto ambiental dos seus ecossistemas. A praia de Porto de Galinhas (Pernambuco - Brasil) possui uma das maiores demandas de visitação do Brasil e sofreu igualmente as restrições de mobilidade humana devido à pandemia do Covid 19. Tais restrições possibilitaram avaliar o impacto do turismo na praia de Porto de Galinhas e o efeito da desocupação turística durante o período de lockdown de 2020. Amostras de sangue da espécie Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) foram coletadas mensalmente, durante um ano e no trimestre de lockdown, para realização do Teste de Micronúcleo (MN), Alterações Morfológicas Nucleares (AMN) e de forma sazonal (período seco/chuvoso) do Ensaio Cometa. Como grupo controle, espécimes de A. saxatilis foram coletados em área de proteção ambiental na praia de Tamandaré (68Km de Porto de Galinhas). Os teste de MN e AMN mostraram a relação da maior freqüência de danos genômicos com o maior fluxo turístico. Em relação à sazonalidade pluviométrica, o ensaio cometa demonstrou uma maior incidência de danos genômicos no período seco o qual apresenta também maior migração turística, do que no chuvoso. O período de lockdown apresentou uma menor incidência de danos genotóxicos do que o período sem restrição de mobilidade humana e maior do que o controle o controle. Os resultados mostraram que o turismo vem causando significativo impacto ambiental na praia de Porto de Galinhas. As observações levantadas no período de lockdown mostraram como a ausência da movimentação humana resultou em mudanças favoráveis à recuperação ambiental, demonstrada pela menor freqüência de danos genômicos.


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  • A ocupação turística nos litorais é um processo que gera preocupação ao setor ambiental por ameaçar a estabilidade dos vários ecossistemas costeiros. Por esta razão é importante realizar monitoramentos ambientais que analisem e quantifiquem o impacto ambiental dos seus ecossistemas. A praia de Porto de Galinhas (Pernambuco - Brasil) possui uma das maiores demandas de visitação do Brasil e sofreu igualmente as restrições de mobilidade humana devido à pandemia do Covid 19. Tais restrições possibilitaram avaliar o impacto do turismo na praia de Porto de Galinhas e o efeito da desocupação turística durante o período de lockdown de 2020. Amostras de sangue da espécie Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) foram coletadas mensalmente, durante um ano e no trimestre de lockdown, para realização do Teste de Micronúcleo (MN), Alterações Morfológicas Nucleares (AMN) e de forma sazonal (período seco/chuvoso) do Ensaio Cometa. Como grupo controle, espécimes de A. saxatilis foram coletados em área de proteção ambiental na praia de Tamandaré (68Km de Porto de Galinhas). Os teste de MN e AMN mostraram a relação da maior freqüência de danos genômicos com o maior fluxo turístico. Em relação à sazonalidade pluviométrica, o ensaio cometa demonstrou uma maior incidência de danos genômicos no período seco o qual apresenta também maior migração turística, do que no chuvoso. O período de lockdown apresentou uma menor incidência de danos genotóxicos do que o período sem restrição de mobilidade humana e maior do que o controle o controle. Os resultados mostraram que o turismo vem causando significativo impacto ambiental na praia de Porto de Galinhas. As observações levantadas no período de lockdown mostraram como a ausência da movimentação humana resultou em mudanças favoráveis à recuperação ambiental, demonstrada pela menor freqüência de danos genômicos.

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  • PATRICIA MARQUES DO AMARAL OLIVEIRA
  • Nível de desidratação voluntária de dois lagartos de forrageamentos distintos em uma área de Caatinga do Estado de Pernambuco, Brasil

  • Orientador : PEDRO MURILO SALES NUNES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLA PIANTONI
  • LUISA MARIA DIELE VIEGAS COSTA SILVA
  • PEDRO IVO SIMOES
  • PEDRO MURILO SALES NUNES
  • Data: 29/10/2021

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  • Nesse estudo primeiramente buscamos caracterizar a dieta das espécies Ameivula ocellifera e Tropidurus cocorobensis na Caatinga. A composição de presas pode ser influenciada por diversos fatores, tais como: idade, fisiologia, disponibilidade alimentar, comportamento e modo de forrageamento. Este último pode funcionar como um importante preditor do tipo de presa a ser consumida. Concluímos que na dieta de A. ocellifera, o item mais frequente foi Isoptera e na dieta de T. cocorobensis, Formicidae. Este resultado é interessante porque coincide com o observado por Huey e Pianka (1974) acerca da influência do forrageio na dieta. O entendimento da dieta dessas espécies fornece base para discutirmos o segundo capítulo, onde calculamos a umidade do conteúdo estomacal. Observamos que A. ocellifera consome uma dieta mais úmida em comparação com T. cocorobensis, o que pode ser reflexo de uma estratégia para contornar a falta de água disponível no ambiente. Também testamos uma nova metodologia de mensuração do estado hídrico de lagartos. Resultados mostram que A. ocellifera estava em um déficit hídrico maior, o que pode refletir diversos aspectos fisiológicos, ecológicos, evolutivos. O estado de desidratação de T. cocorobensis está significativamente relacionado à temperatura do solo, talvez por uma estratégia visando reduzir a perda de água. Os resultados expostos são importantes para o entendimento de como a ecologia alimentar de lagartos pode estar relacionada a desidratação, trazendo novidades acerca da exposição de lagartos em ambientes secos.


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  • Nesse estudo primeiramente buscamos caracterizar a dieta das espécies Ameivula ocellifera e Tropidurus cocorobensis na Caatinga. A composição de presas pode ser influenciada por diversos fatores, tais como: idade, fisiologia, disponibilidade alimentar, comportamento e modo de forrageamento. Este último pode funcionar como um importante preditor do tipo de presa a ser consumida. Concluímos que na dieta de A. ocellifera, o item mais frequente foi Isoptera e na dieta de T. cocorobensis, Formicidae. Este resultado é interessante porque coincide com o observado por Huey e Pianka (1974) acerca da influência do forrageio na dieta. O entendimento da dieta dessas espécies fornece base para discutirmos o segundo capítulo, onde calculamos a umidade do conteúdo estomacal. Observamos que A. ocellifera consome uma dieta mais úmida em comparação com T. cocorobensis, o que pode ser reflexo de uma estratégia para contornar a falta de água disponível no ambiente. Também testamos uma nova metodologia de mensuração do estado hídrico de lagartos. Resultados mostram que A. ocellifera estava em um déficit hídrico maior, o que pode refletir diversos aspectos fisiológicos, ecológicos, evolutivos. O estado de desidratação de T. cocorobensis está significativamente relacionado à temperatura do solo, talvez por uma estratégia visando reduzir a perda de água. Os resultados expostos são importantes para o entendimento de como a ecologia alimentar de lagartos pode estar relacionada a desidratação, trazendo novidades acerca da exposição de lagartos em ambientes secos.

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  • SAFIRA NÚBIA DIAS DE MELO
  • COMPARAÇÃO ACÚSTICA ENTRE NINHOS DE TARTARUGAS MARINHAS EM IPOJUCA, LITORAL SUL DE PERNAMBUCO

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • EDNILZA MARANHAO DOS SANTOS
  • PEDRO MURILO SALES NUNES
  • Data: 30/11/2021

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  • Tartarugas têm sido consideradas como um dos répteis viventes menos vocais. Entretanto, estudos recentes mostraram atividade vocal durante a incubação dos ovos e embaixo da água em espécies marinhas e dulcícolas.  Dos estudos com espécies marinhas, apenas um foi realizado no Brasil. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi descrever e comparar a produção de sinais acústicos em ninhos de Eretmochelys imbricata e Caretta caretta no município de Ipojuca no litoral sul do estado de Pernambuco no nordeste brasileiro. As praias do município de Ipojuca representam importante sítio reprodutivo para as espécies ocorrentes no Brasil. Esta dissertação trás três partes principais: 1- Um referencial teórico contextualizando o tema; 2 – Um capítulo detalhando as informações obtidas sobre a comunicação acústica das espécies-alvo in situ e; 3 – Uma finalização trazendo as principais conclusões no estudo. Foram monitorados 13km de linha costeira, compreendendo cinco praias de Ipojuca para registro dos ninhos. Foram realizadas gravações de cinco ninhos de cada uma das espécies-alvo durante a temporada reprodutiva de outubro 2020 a maio 2021. As gravações dos ninhos foram iniciadas a partir dos 45° dias de incubação e encerradas após a saída dos filhotes do ninho. Para três dos cinco ninhos de cada espécie, também realizamos registros acústicos dos filhotes durante a caminhada para o mar. Foram construídos espectrogramas das gravações através do software Raven Pro 1.5 para extração das características físicas dos sinais acústicos. Foram encontrados um total de 15 tipos de sinais acústicos, distribuídos entre os cinco contextos analisados (i.e. ovos, a eclosão, filhotes, emergência do ninho e caminhada para o mar) para Caretta caretta, e apenas cinco para Eretmochelys imbricata. Os sons encontrados nesta pesquisa, variaram de 0,61 kHz, até frequências ultrasônicas chegaram à 24 kHh. Considerando o tipo de vocalização mais representativo em ambas as espécies (vocalização tipo 1), foi possível verificar que a estrutura física das vocalizações variou entre os ninhos das espécies, evidenciando uma assinatura vocal. A estrutura física dessa vocalização também variou entre ninhos da espécie Caretta caretta, mas não entre ninhos da espécie Eretmochelys imbricata. Com relação ao padrão total de produção das vocalizações, houve ausência de diferenças na produção de vocalizações entre períodos diurno e noturno, e entre as espécies dentro do ninho e durante a caminhada para o mar. Não houve correlação entre a produção de vocalizações e a quantidade de filhotes vivos. Apesar da fama de silenciosas, o presente estudo mostra uma diversidade de vocalizações no repertório vocal de duas espécies de tartarugas marinhas no Brasil, indicando que comunicação acústica pode ter um papel crucial para coordenação dos filhotes nos ninhos até a chegada das tartarugas ao mar após a emergência.


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  • Tartarugas têm sido consideradas como um dos répteis viventes menos vocais. Entretanto, estudos recentes mostraram atividade vocal durante a incubação dos ovos e embaixo da água em espécies marinhas e dulcícolas.  Dos estudos com espécies marinhas, apenas um foi realizado no Brasil. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi descrever e comparar a produção de sinais acústicos em ninhos de Eretmochelys imbricata e Caretta caretta no município de Ipojuca no litoral sul do estado de Pernambuco no nordeste brasileiro. As praias do município de Ipojuca representam importante sítio reprodutivo para as espécies ocorrentes no Brasil. Esta dissertação trás três partes principais: 1- Um referencial teórico contextualizando o tema; 2 – Um capítulo detalhando as informações obtidas sobre a comunicação acústica das espécies-alvo in situ e; 3 – Uma finalização trazendo as principais conclusões no estudo. Foram monitorados 13km de linha costeira, compreendendo cinco praias de Ipojuca para registro dos ninhos. Foram realizadas gravações de cinco ninhos de cada uma das espécies-alvo durante a temporada reprodutiva de outubro 2020 a maio 2021. As gravações dos ninhos foram iniciadas a partir dos 45° dias de incubação e encerradas após a saída dos filhotes do ninho. Para três dos cinco ninhos de cada espécie, também realizamos registros acústicos dos filhotes durante a caminhada para o mar. Foram construídos espectrogramas das gravações através do software Raven Pro 1.5 para extração das características físicas dos sinais acústicos. Foram encontrados um total de 15 tipos de sinais acústicos, distribuídos entre os cinco contextos analisados (i.e. ovos, a eclosão, filhotes, emergência do ninho e caminhada para o mar) para Caretta caretta, e apenas cinco para Eretmochelys imbricata. Os sons encontrados nesta pesquisa, variaram de 0,61 kHz, até frequências ultrasônicas chegaram à 24 kHh. Considerando o tipo de vocalização mais representativo em ambas as espécies (vocalização tipo 1), foi possível verificar que a estrutura física das vocalizações variou entre os ninhos das espécies, evidenciando uma assinatura vocal. A estrutura física dessa vocalização também variou entre ninhos da espécie Caretta caretta, mas não entre ninhos da espécie Eretmochelys imbricata. Com relação ao padrão total de produção das vocalizações, houve ausência de diferenças na produção de vocalizações entre períodos diurno e noturno, e entre as espécies dentro do ninho e durante a caminhada para o mar. Não houve correlação entre a produção de vocalizações e a quantidade de filhotes vivos. Apesar da fama de silenciosas, o presente estudo mostra uma diversidade de vocalizações no repertório vocal de duas espécies de tartarugas marinhas no Brasil, indicando que comunicação acústica pode ter um papel crucial para coordenação dos filhotes nos ninhos até a chegada das tartarugas ao mar após a emergência.

Teses
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  • EDSON SILVA BARBOSA LEAL
  • Potencial espeleológico, mobilidade e uso do habitat de grandes congregações de morcegos no carste arenítico do Parque Nacional do Catimbau e área de entorno, Nordeste do Brasil


  • Orientador : ENRICO BERNARD
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUAN CARLOS VARGAS MENA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • ENRICO BERNARD
  • FILIPE MARTINS ALÉSSIO
  • LUIZ AUGUSTINHO MENEZES DA SILVA
  • MARTIN ALEJANDRO MONTES
  • Data: 27/07/2021

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  • Nesse estudo, foram analisados o potencial espeleológico do Parque Nacional do Catimbau, e entorno, situado no estado do Pernambuco, nordeste do Brasil, bem como a quiropterofauna associada às cavernas da área, e investigada a mobilidade de morcegos entre duas cavernas com grandes populações. Um mapa virtual com informações georreferenciadas e metadados de 252 cavidades registradas é apresentado. Destas, 53 cavernas possuem registros de 16 táxons, 13 gêneros e cinco famílias de morcegos. Populações de quatro espécies ameaçadas de morcegos foram encontradas. Dezessete campanhas de captura-marcação-recaptura de morcegos foram realizadas entre março de 2018 e janeiro de 2020 em duas cavernas e foram detectados movimentos entre as duas cavernas, distantes 15 km entre si, projetando um amplo uso da paisagem pelos morcegos. O estudo aponta que as populações destas cavernas utilizam múltiplos abrigos. Estas constatações devem ser consideradas nas discussões sobre a conservação de morcegos cavernícolas no Brasil, bem como nas discussões sobre as normativas que regem o licenciamento ambiental de áreas cársticas no país. Os dados apresnetados também podem ser úteis na elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional do Catimbau.


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  • No dia trinta (30) do mês de julho do ano de dois mil e vinte (30/07/2020), as dez horas (10h), através de videoconferência, foi aberta pelo Prof. Ulisses dos Santos Pinheiro, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco, a sessão  pública de Exame de Qualificação  para a apresentação e defesa do trabalho intitulado: “ A fauna de morcegos cavernícolas e o potencial espeleológico do Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil”, elaborado pelo doutorando Edson Silva Barbosa Leal, sob a orientação do Dr. Enrico Bernard (Depto. Zoologia/UFPE). A Banca Examinadora fora aprovada pelo Colegiado de Curso, em sessão realizada no dia 23/07/2020, composta pelos seguintes membros: Dra. Bruna Martins Bezerra, Dr. Pedro Murilo Sales Nunes (ambos vinculados ao Depto. Zoologia/UFPE) – membros internos, e Dr. Filipe Martins Aléssio (UPE) – membro externo. Dando continuidade, o presidente convocou os membros da Banca e os demais presentes para assistirem a apresentação do trabalho do candidato, informando que o mesmo dispunha de trinta (30) minutos para tal apresentação. Em seguida, o candidato foi arguido por cada examinador, sob forma de diálogo, tendo cada um, o prazo de quarenta (40) minutos para as perguntas e respostas. Após a apresentação e debate, a Banca Examinadora, deliberando em recinto fechado, resolveu, por unanimidade, aprovar o candidato em consonância com o Artigo 35 do Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco. Nada mais havendo a tratar, eu, Manoel Oswaldo Guimarães Júnior, Assistente em Administração do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal/UFPE, lavrei a presente Ata, que assino juntamente com o candidato, a Banca Examinadora e com quem de direito.

2
  • RADHARANNE BRITO DE GARCIA RECINOS
  • TAXONOMIA DA FAMÍLIA RASPAILIIDAE NARDO, 1833 (PORIFERA: DEMOSPONGIAE) PARA A AMÉRICA DO SUL

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE FELIPE BISPO DA SILVA
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • FERNANDA FERNANDES CAVALCANTI
  • GUILHERME RAMOS DA SILVA MURICY
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 16/11/2021

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  • Raspailiidae é uma família muito diversa, com 277 espécies, distribuídas mundialmente. Na América do Sul, são conhecidas 32 espécies de Raspailiidae, o Brasil é o país com a maior diversidade, atualmente com 22 espécies, seguido pelo Suriname com quatro, Chile, Colômbia e Peru, com três espécies, Argentina com duas espécies, e Equador, Guiana, Uruguai e Venezuela, com uma espécie. O objetivo do trabalho foi revisar os espécimes da Família Raspailiidae para a costa da América do Sul, depositados nas coleções do Museu Nacional – UFRJ e da Universidade Federal de Pernambuco, identificando, descrevendo ou caracterizando esses espécimes. Foram triados 482 espécimes, totalizando 29 espécies descritas, dessas, dez são novas espécies, e três já foram publicadas: Eurypon hookeri, E. lacertus, Plocamione matarani, sete espécies ainda serão publicadas: Eurypon sp. nov., cinco novas espécies pertencentes ao subgênero Raspailia (Raspaxilla) e uma a R. (Parasyringella) sp. nov, sendo o primeiro registro do subgênero para o Brasil. Além disso, o holótipo de R. (Raspailia) tenuis foi redescrito e foram invalidados os registros de R. (Parasyringella) sp. e R. (Raspaxilla) phakellina. Foi proposto a mudança de gênero de Axinella crinita para Raspailia e foram descritos novos registros de Endectyon (Endectyon) xerampelina para a costa brasileira e foi proposto R. (Raspailia) johnhooperi como seu sinônimo júnior.


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  • No dia quatro (04) do mês de dezembro do ano de dois mil e dezoito (04/12/2018), às nove horas (9h), na sala de aula 04 do Centro de Biociências, foi aberta pelo Prof. Ulisses dos Santos Pinheiro, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal/UFPE, a sessão pública de Exame de Qualificação para a apresentação e defesa do trabalho intitulado: "A synopsis of Brazilian Raspailia Nardo, 1833 (Porifera: Demospongiae: Axinellida), with the description of four new species",elaborado pela doutoranda Radharanne Brito de Garcia Recinos,sob a orientação do Dr. Ulisses dos Santos Pinheiro (Depto. Zoologia/UFPE). A Banca Examinadora fora aprovada pelo respectivo Colegiado de Curso, em sessão realizada no dia 14/11/2018, composta pelos seguintes membros: Dra. Luciana Iannuzzi (Depto. Zoologia/UFPE), Dr. Carlos Daniel Pérez (CAV/UFPE) – membros internos, e Dr. Emílio Lanna(Instituto de Biologia/UFBA) – membro externo. Dando continuidade, o presidente convocou os membros da Banca e os demais presentes para assistirem a apresentação do trabalho da candidata, informando que a mesma dispunha de trinta (30) minutos para tal apresentação. Em seguida, a candidata foi argüida por cada examinador, sob forma de diálogo, tendo, cada um, o prazo de quarenta (40) minutos para as perguntas e respostas. Após a apresentação e debate, a Banca Examinadora, deliberando em recinto fechado, resolveu, por unanimidade, aprovar a candidata em consonância com o Artigo 35 do Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco. Nada mais havendo a tratar, eu, Manoel Oswaldo Guimarães Júnior, secretário do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal/UFPE, lavrei a presente Ata, que assino juntamente com a candidata, a Banca Examinadora e com quem de direito. Recife, 04 de dezembro de 2018.

3
  • ROMULO NEPOMUCENO ALVES
  • Biomarcadores ecotoxicológicos em peixes para o monitoramento da poluição por petróleo em rios e estuários de Pernambuco

  • Orientador : PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BEATRICE PADOVANI FERREIRA
  • CRISTIANE MARIA VARELA DE ARAUJO DE CASTRO
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • LILIA PEREIRA DE SOUZA SANTOS
  • MONICA LUCIA ADAM
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • Data: 26/11/2021

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  • Ecossistemas aquáticos são o principal destino de rejeitos das atividades urbanas, industriais e agrícolas, e estima-se que cerca de 100.000 moléculas orgânicas sejam lançadas nesses ambientes, diminuindo a qualidade da água e a saúde da biota. Os estágios iniciais de desenvolvimento de peixes são uma ferramenta importante para a detecção da toxicidade de sustâncias isoladas ou de misturas, e alterações nessa fase do desenvolvimento podem estar diretamente relacionadas à presença de contaminantes no ambiente. O presente estudo teve como objetivo investigar a ecotoxicidade das águas superficiais de onze bacias hidrográficas de Pernambuco para embriões e larvas do zebrafish (Danio rerio) através da análise de efeitos letais e subletais, das possíveis fontes de contaminantes, e avaliar correlação da toxicidade com os índices de qualidade da água (IQA) e de estado trófico (IET). Inicialmente os embriões de zebrafish foram expostos a amostras de águas superficiais de dez bacias hidrográficas de rios tropicais, totalizando 55 pontos de coleta. Posteriormente embriões foram expostos a amostras de 10 pontos de coleta do rio Capibaribe. Foram analisadas as taxas de letalidade, atrasos no desenvolvimento embriolarval e frequências de anomalias do desenvolvimento. Mortalidade significativa foi observada em 7 das 10 bacias analisadas, variando entre 10% e 40%. As maiores taxas de mortalidade de 40% e 30% foram detectadas nas bacias dos rios Goiana e Una, respectivamente. A análise dos efeitos subletais com base no General Morphology Score (GMS) indicou toxicidade significativa em 50% das amostras coletadas. As bacias dos rios Igarassu (grupo 1) e Pirapama (grupo 3), respectivamente ao norte e ao sul da região metropolitana de Recife (RMR), apresentaram a menor taxa de toxicidade subletal entre as bacias estudadas, com 29% dos pontos de coleta com toxicidade subletal estatisticamente significativa quando comparados com o controle. A maior toxicidade foi detectada nas bacias do Grupo 2, na região metropolitana de Recife, indicando que 61% das amostras apresentaram toxicidade subletal, com o GMS variando entre 14,1 e 17,6. Os grupos 1 e 3 apresentaram 41% e 47% das amostras com toxicidade subletal significativa, respectivamente, com GMS variando entre 15,4 e 17,7. As alterações de desenvolvimento mais frequentes incluíram o não insuflamento da bexiga natatória, atraso na eclosão, não protrusão da boca e estase sanguínea, com destaque para o não insuflamento da bexiga natatória, que apresentou frequência de 100% em algumas estações de coleta. Para a bacia do rio Capibaribe foi observado um padrão espacial de menor impacto, em termos de contaminação por esgoto doméstico, eutrofização ecotoxicidade, em áreas rurais (GMS médio 16,9), um impacto intermediário em locais com influência urbana e agrícola (GMS médio 16.4), e os maiores impactos em locais mais urbanizados (GMS médio 14,9). Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) foram detectados tanto em áreas rurais quanto urbanizadas do Rio Capibaribe, contribuindo para a toxicidade detectada. As anomalias de desenvolvimento mais frequentes incluíram não insuflamento da bexiga natatória, atraso na eclosão, não protrusão da boca, estase sanguínea e não desenvolvimento das nadadeiras peitorais. Em todo o estudo as maiores frequências de estase sanguínea foram detectadas em amostras com maiores concentrações de NH3, corroboradas por uma correlação positiva, sugerindo a existência de uma relação causal. Também foi detectada uma correlação entre GMS, Índice de Qualidade da Água (IQA), sensível à contaminação de esgoto doméstico, e Índice de Estado Trófico (IET), com foco na eutrofização. Este estudo demonstra o potencial dos estágios iniciais da vida do zebrafish como um modelo ecotoxicológico para avaliar a toxicidade de águas superficiais de rios tropicais, podendo assim contribuir para um melhor entendimento entre o potencial tóxico das fontes poluidoras e os efeitos adversos sofridos pela biota residente nesses ambientes.


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  • Spatial and temporal variation in contamination and toxicity of surface water along rural and urban regions of Capibaribe River in tropical northeastern Brazil

2017
Dissertações
1
  • FLAVIA ROBERTA SANTOS ANDRADE
  • ANÁLISE DA ESTRUTURA E DIVERSIDADE GENÉTICA DO TUBARÃO TIGRE (GALEOCERDO CUVIER, PÉRON & LESUEUR, 1822) NA COSTA DE PERNAMBUCO E NO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA

  • Orientador : RODRIGO AUGUSTO TORRES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO AUGUSTO TORRES
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • FLAVIA LUCENA FREDOU
  • SERGIO MAIA QUEIROZ LIMA
  • Data: 13/02/2017

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  • O conhecimento da estrutura dos estoques de uma espécie é de grande importância para o manejo e conservação, principalmente em tubarões. O tubarão tigre, Galeocerdo cuvier (Péron & Lesueur, 1822), é um dos principais protagonistas dos ataques de tubarão no Brasil e no Mundo. A estrutura genética do tubarão tigre foi investigada na costa da Região Metropolitana do Recife (Pernambuco, Brasil), no arquipélago oceânico de Fernando de Noronha e no Mundo. Os dados obtidos mostram índices de diversidade de moderado a alto, sendo possível argumentar em favor de que G. cuvier é uma espécie com boa resiliência em termos ecológicos. Os testes bayesianos e amova (0,02519 p > 0.05 p/ CR), indicam que Fernando de Noronha (FN) e a Região metropolitana do Recife (MRR) são geneticamente semelhantes, formando uma população coesa. Essa evidência é favorável as ações de mitigação dos ataques a humanos na MRR, uma vez que favorecem a manutenção de uma população historicamente consolidada. Os testes de estruturação confirmaram a distinção da espécie globalmente em duas linhagens (K = 2), sendo uma do Indo-pacífico e a outra do Atlântico Norte. E essas linhagens compartilham haplótipos com o Brasil (Atlântico Sul). Esses dados, são favoráveis a possibilidade do Atlântico Sul como uma zona de agregação de G. cuvier.


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  • O conhecimento da estrutura dos estoques de uma espécie é de grande importância para o manejo e conservação, principalmente em tubarões. O tubarão tigre, Galeocerdo cuvier (Péron & Lesueur, 1822), é um dos principais protagonistas dos ataques de tubarão no Brasil e no Mundo. A estrutura genética do tubarão tigre foi investigada na costa da Região Metropolitana do Recife (Pernambuco, Brasil), no arquipélago oceânico de Fernando de Noronha e no Mundo. Os dados obtidos mostram índices de diversidade de moderado a alto, sendo possível argumentar em favor de que G. cuvier é uma espécie com boa resiliência em termos ecológicos. Os testes bayesianos e amova (0,02519 p > 0.05 p/ CR), indicam que Fernando de Noronha (FN) e a Região metropolitana do Recife (MRR) são geneticamente semelhantes, formando uma população coesa. Essa evidência é favorável as ações de mitigação dos ataques a humanos na MRR, uma vez que favorecem a manutenção de uma população historicamente consolidada. Os testes de estruturação confirmaram a distinção da espécie globalmente em duas linhagens (K = 2), sendo uma do Indo-pacífico e a outra do Atlântico Norte. E essas linhagens compartilham haplótipos com o Brasil (Atlântico Sul). Esses dados, são favoráveis a possibilidade do Atlântico Sul como uma zona de agregação de G. cuvier.

2
  • RAFAEL ANTONIO BRANDÃO
  • ANÊMONAS-DO-MAR DA FAMÍLIA EDWARDSIIDAE DO BRASIL

  • Orientador : PAULA BRAGA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • CARLOS DANIEL PEREZ
  • DEBORA DE OLIVEIRA PIRES
  • PAULA BRAGA GOMES
  • Data: 24/02/2017

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  • A família Edwardsiidae, atualmente com cerca de 75 espécies, ocorre em diferentes ambientes marinhos, desde as regiões tropicais até os polos. Apesar desta ampla distribuição pouco se sabe sobre a diversidade do grupo na porção sul do Oceano Atlântico, onde apenas cinco espécies são registradas. Destas, apenas duas são registradas oficialmente para o Brasil: Nematostella vectensis Stephenson, 1935, registrada em 2010 no estado de Pernambuco e Edwardsia migottoi Gusmão, Brandão & Daly, 2016, endêmica do país e ocorrendo nas costas dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo indicam alguns trabalhos, desde 1967 indivíduos do gênero Edwardsia são citados como parte da anemonofauna da costa brasileira, porém, nenhum destes registros oferece uma descrição detalhada nem identificação em nível de espécie e até o momento pouco da diversidade dessas anêmonas é conhecido. Assim, este trabalho é o primeiro a tratar a diversidade da Família Edwardsiidae na costa brasileira. Este estudo foi conduzido fazendo uso de material que se encontra depositado em coleções de diferentes instituições do país. Os exemplares obtidos foram dissecados sob estereomicroscópio e alguns foram submetidos ao processamento histológico. Foi realizado um inventário das cnidas que ocorrem nos diferentes tecidos destes indivíduos (cnidoma). São descritas neste trabalho cinco espécies, das quais três são novas, pertencentes à três gêneros: Edwardsia migottoi; Scolanthus sp. nov. 1; Scolanthus sp. nov. 2; Scolanthus sp. nov.3 e Nematostella vectensis. Estas espécies haviam sido coletadas na costa dos estados de Pernambuco (E. migottoi) Rio de Janeiro (Scolanthus sp. nov. 2; Scolanthus sp. nov.3), São Paulo (E. migottoi e Scolanthus sp. nov. 1) e Paraná (N. vectensis). Este é o primeiro registro do gênero Scolanthus para o Brasil. Com esses novos registros a família Edwardsiidae passa a ter três espécies novas e o número de espécies que ocorrem na porção sul do Oceano Atlântico sobre de cinco para oito.


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  • A família Edwardsiidae, atualmente com cerca de 75 espécies, ocorre em diferentes ambientes marinhos, desde as regiões tropicais até os polos. Apesar desta ampla distribuição pouco se sabe sobre a diversidade do grupo na porção sul do Oceano Atlântico, onde apenas cinco espécies são registradas. Destas, apenas duas são registradas oficialmente para o Brasil: Nematostella vectensis Stephenson, 1935, registrada em 2010 no estado de Pernambuco e Edwardsia migottoi Gusmão, Brandão & Daly, 2016, endêmica do país e ocorrendo nas costas dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo indicam alguns trabalhos, desde 1967 indivíduos do gênero Edwardsia são citados como parte da anemonofauna da costa brasileira, porém, nenhum destes registros oferece uma descrição detalhada nem identificação em nível de espécie e até o momento pouco da diversidade dessas anêmonas é conhecido. Assim, este trabalho é o primeiro a tratar a diversidade da Família Edwardsiidae na costa brasileira. Este estudo foi conduzido fazendo uso de material que se encontra depositado em coleções de diferentes instituições do país. Os exemplares obtidos foram dissecados sob estereomicroscópio e alguns foram submetidos ao processamento histológico. Foi realizado um inventário das cnidas que ocorrem nos diferentes tecidos destes indivíduos (cnidoma). São descritas neste trabalho cinco espécies, das quais três são novas, pertencentes à três gêneros: Edwardsia migottoi; Scolanthus sp. nov. 1; Scolanthus sp. nov. 2; Scolanthus sp. nov.3 e Nematostella vectensis. Estas espécies haviam sido coletadas na costa dos estados de Pernambuco (E. migottoi) Rio de Janeiro (Scolanthus sp. nov. 2; Scolanthus sp. nov.3), São Paulo (E. migottoi e Scolanthus sp. nov. 1) e Paraná (N. vectensis). Este é o primeiro registro do gênero Scolanthus para o Brasil. Com esses novos registros a família Edwardsiidae passa a ter três espécies novas e o número de espécies que ocorrem na porção sul do Oceano Atlântico sobre de cinco para oito.

2016
Dissertações
1
  • LAURA ESTELA DE MELO
  • Parâmetros comportamentais e reprodutivos para utilização como biomarcadores de desregulação endócrina em Poecilia vivipara

  • Orientador : PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • ANTONIO DA SILVA SOUTO
  • ELIETE ZANARDI LAMARDO
  • CRISTIANE MARIA VARELA DE ARAUJO DE CASTRO
  • Data: 31/05/2016

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  • Compostos desreguladores endócrinos (CDEs) contaminamecossistemas aquáticos esão capazes de imitar a ação de hormônios endógenos em peixes. Diante disso, este trabalho avaliouprimeiramente os efeitos da exposição de machos adultos de Poecilia viviparaa uma mistura ambiental de contaminantes com atividade estrogênica e ao CDE 17 α-etinilestradiol (EE2), envolvendo a análise química de moléculas estrogênicas na mistura ambiental, e de parâmetros bioquímicos, comportamentais e reprodutivos. Moléculas com atividade estrogênica foram quantificadas por cromatografia líquida com espectrometria de massas nas águasda Lagoa do Araçá (LA), do rio Capibaribe (RC) e no Complexo estuarino da Bacia do Pina (CEBP), região metropolitana de Recife. Machos adultos de P. vivipara cultivados em laboratório foram expostos por 14 dias a água limpa controle (EECT), ea 10ngEE2 L-1 (EE10) e 100 ngEE2 L-1 (EE100).Em paralelo, machos adultos residentes no CEBP foram coletados em LA, e trazidos ao laboratório. Machos expostos ao EE2 em laboratório e residentes no CEBP foram colocados em contato com fêmeas adultas cultivadas no laboratório, e os casais foram monitorados por um sistema de vídeo, com posterior avaliação quantitativa do comportamento sexual pelo software de análise comportamental Smart. Os parâmetros avaliados foram:número de contatos entre machos e fêmeas (NC); duração média dos contatos em segundos(YACUBIAN-FERNANDES et al.); distância média entre machos e fêmeas durante os contatos (DiC). O número de tentativas de cópula dos machos (TC) foi avaliado por observação humana dos vídeos, e a velocidade natatória dos machos isolados foi também quantificada pelo software Smart. Após a interação entre os casais, fêmeas pareadas com machos controle e LA foram mantidas isoladas em aquários por 90 dias para quantificação do sucesso de impregnação (SI) e do número de juvenis produzidos (NJP). Machos dos tratamentos EECT, EE10, EE100 e LA foram sacrificados e a quantidade de vitelogenina no fígado foi avaliada indiretamente por método histoquímico para coloração de fosfoproteínas. As análises cromatográficas indicaram a presença dos estrogênios estriol (E3), estrona (E1), EE2 e estradiol (E2), e de bisfenol A (BPA) nas concentrações médias de 31,8; 19,5; 11,9; 8,6; e 4,2 ng L-1 , respectivamente, nas águas do CEBP, típicas de áreas urbanas contaminadas por esgotos domésticos. Machos expostos ao EE2 e provenientes da Lagoa do Araçá apresentaram indução de vitelogenina (p < 0,05). O número de contatos entre machos e fêmeas, e número de tentativas de cópula dos machos diminuiu nos casais em EE100 e LA (p < 0,05). A distância média entre machos e fêmeas durante os contatos aumentou em EE100 e LA (p < 0,05). Machos isolados expostos a EE10 e EE100 apresentaram hiperatividade natatória, enquanto machos provenientes de LA apresentaram hipoatividade natatória comparado aos controles. Machos de LA impregnaram 55% das fêmeas, enquanto machos controle impregnaram 88% das fêmeas. Fêmeas pareadas com machos controle (FeCt) produziram 7,1 juvenis em média, enquanto fêmeas pareadas com machos de LA (FeLA) produziram 2,7 juvenis (p = 0,019), totalizando 57 juvenis produzidos por FeCt versus 14 juvenis produzidos por FeLA, o que representa uma redução de 75% na geração de potenciais recrutas para a população. No segundo tema deste trabalho, machos e fêmeas adultos cultivados no laboratório foram mantidos isolados e ambos machos e fêmeas foram expostos por 30 dias ao herbicida atrazina nas concentrações 0 (controle-ATCT), 0,5µgL-1 (AT0,5); 5µgL-1 (AT5) e 50 µgL-1 (AT50). Após a exposição, casais foram formados para cada tratamento, e o comportamento sexual foi analisado para o parâmetro TC por observador humano. A atividade natatória de machos e fêmeas mantidos isolados também foi avaliada. Após a exposição e pareamento dos casais, fêmeas de cada tratamento foram mantidas isoladas em aquários por 90 dias, para quantificação do número de ovócitos maduros (NO), e dos índices gonadossomático (IGS) e hepatossomático (Webb and Weihs). Os parâmetros NO, IGS e IHS para as fêmeas não foram alterados significativamente. Nos casais expostos a atrazina foi observada uma redução em TC na concentração de 5 (p > 0,05) e 50 µgL-1 (p < 0,05). Hiperatividade natatória foi detectada nas fêmeas expostas a todas concentrações, e em machos expostos a 5 (p > 0,05) e 50 µg L-1 (p < 0,05). Este estudo quantifica pela primeira vez CDEs estrogênicos em águas da região metropolitana de Recife, e demonstra o efeito de desreguladores endócrinos como o EE2 em laboratório, bem como os efeitos de uma mistura ambiental de contaminantes incluindo CDEs estrogênicos, em biomarcadores bioquímicos, comportamentais e reprodutivos de Poecilia vivipara, que podem afetar a viabilidade populacional em situações ambientalmente realistas.


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  • Compostos desreguladores endócrinos (CDEs) contaminamecossistemas aquáticos esão capazes de imitar a ação de hormônios endógenos em peixes. Diante disso, este trabalho avaliouprimeiramente os efeitos da exposição de machos adultos de Poecilia viviparaa uma mistura ambiental de contaminantes com atividade estrogênica e ao CDE 17 α-etinilestradiol (EE2), envolvendo a análise química de moléculas estrogênicas na mistura ambiental, e de parâmetros bioquímicos, comportamentais e reprodutivos. Moléculas com atividade estrogênica foram quantificadas por cromatografia líquida com espectrometria de massas nas águasda Lagoa do Araçá (LA), do rio Capibaribe (RC) e no Complexo estuarino da Bacia do Pina (CEBP), região metropolitana de Recife. Machos adultos de P. vivipara cultivados em laboratório foram expostos por 14 dias a água limpa controle (EECT), ea 10ngEE2 L-1 (EE10) e 100 ngEE2 L-1 (EE100).Em paralelo, machos adultos residentes no CEBP foram coletados em LA, e trazidos ao laboratório. Machos expostos ao EE2 em laboratório e residentes no CEBP foram colocados em contato com fêmeas adultas cultivadas no laboratório, e os casais foram monitorados por um sistema de vídeo, com posterior avaliação quantitativa do comportamento sexual pelo software de análise comportamental Smart. Os parâmetros avaliados foram:número de contatos entre machos e fêmeas (NC); duração média dos contatos em segundos(YACUBIAN-FERNANDES et al.); distância média entre machos e fêmeas durante os contatos (DiC). O número de tentativas de cópula dos machos (TC) foi avaliado por observação humana dos vídeos, e a velocidade natatória dos machos isolados foi também quantificada pelo software Smart. Após a interação entre os casais, fêmeas pareadas com machos controle e LA foram mantidas isoladas em aquários por 90 dias para quantificação do sucesso de impregnação (SI) e do número de juvenis produzidos (NJP). Machos dos tratamentos EECT, EE10, EE100 e LA foram sacrificados e a quantidade de vitelogenina no fígado foi avaliada indiretamente por método histoquímico para coloração de fosfoproteínas. As análises cromatográficas indicaram a presença dos estrogênios estriol (E3), estrona (E1), EE2 e estradiol (E2), e de bisfenol A (BPA) nas concentrações médias de 31,8; 19,5; 11,9; 8,6; e 4,2 ng L-1 , respectivamente, nas águas do CEBP, típicas de áreas urbanas contaminadas por esgotos domésticos. Machos expostos ao EE2 e provenientes da Lagoa do Araçá apresentaram indução de vitelogenina (p < 0,05). O número de contatos entre machos e fêmeas, e número de tentativas de cópula dos machos diminuiu nos casais em EE100 e LA (p < 0,05). A distância média entre machos e fêmeas durante os contatos aumentou em EE100 e LA (p < 0,05). Machos isolados expostos a EE10 e EE100 apresentaram hiperatividade natatória, enquanto machos provenientes de LA apresentaram hipoatividade natatória comparado aos controles. Machos de LA impregnaram 55% das fêmeas, enquanto machos controle impregnaram 88% das fêmeas. Fêmeas pareadas com machos controle (FeCt) produziram 7,1 juvenis em média, enquanto fêmeas pareadas com machos de LA (FeLA) produziram 2,7 juvenis (p = 0,019), totalizando 57 juvenis produzidos por FeCt versus 14 juvenis produzidos por FeLA, o que representa uma redução de 75% na geração de potenciais recrutas para a população. No segundo tema deste trabalho, machos e fêmeas adultos cultivados no laboratório foram mantidos isolados e ambos machos e fêmeas foram expostos por 30 dias ao herbicida atrazina nas concentrações 0 (controle-ATCT), 0,5µgL-1 (AT0,5); 5µgL-1 (AT5) e 50 µgL-1 (AT50). Após a exposição, casais foram formados para cada tratamento, e o comportamento sexual foi analisado para o parâmetro TC por observador humano. A atividade natatória de machos e fêmeas mantidos isolados também foi avaliada. Após a exposição e pareamento dos casais, fêmeas de cada tratamento foram mantidas isoladas em aquários por 90 dias, para quantificação do número de ovócitos maduros (NO), e dos índices gonadossomático (IGS) e hepatossomático (Webb and Weihs). Os parâmetros NO, IGS e IHS para as fêmeas não foram alterados significativamente. Nos casais expostos a atrazina foi observada uma redução em TC na concentração de 5 (p > 0,05) e 50 µgL-1 (p < 0,05). Hiperatividade natatória foi detectada nas fêmeas expostas a todas concentrações, e em machos expostos a 5 (p > 0,05) e 50 µg L-1 (p < 0,05). Este estudo quantifica pela primeira vez CDEs estrogênicos em águas da região metropolitana de Recife, e demonstra o efeito de desreguladores endócrinos como o EE2 em laboratório, bem como os efeitos de uma mistura ambiental de contaminantes incluindo CDEs estrogênicos, em biomarcadores bioquímicos, comportamentais e reprodutivos de Poecilia vivipara, que podem afetar a viabilidade populacional em situações ambientalmente realistas.

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