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Dissertações |
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NARJARA TERCIA PIMENTEL
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A contribuição dos morcegos no input de energia na forma de guano para bat caves no semiárido nordestino
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Orientador : ENRICO BERNARD
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MEMBROS DA BANCA :
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ENRICO BERNARD
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JOÃO PEDRO SOUZA ALVES
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RODRIGO LOPES FERREIRA
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JUAN CARLOS VARGAS MENA
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Data: 22/02/2021
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Cavernas são abrigos essenciais para centenas de espécies de morcegos e, frequentemente, desde espécies nectarívoras até frugívoras, insetívoras e hematófagas são encontradas em uma mesma caverna. As cavernas, de forma geral, apresentam elevada estabilidade ambiental e essa estabilidade é desejável para um abrigo em potencial, pois suas características microclimáticas são muitas vezes importantes para a seleção pelos morcegos. Além da diversidade de espécies, algumas cavernas também podem abrigar populações excepcionalmente grandes, de dezenas de milhares até milhões de indivíduos. Estas são as chamadas bat caves ou hot caves. O guano trazido diariamente por morcegos para dentro das cavernas é identificado como essencial para a manutenção de ecossistemas inteiros, pois representa em alguns casos o único ou principal input de energia para centenas de outras espécies da biota cavernícola que não são capazes de saírem destes ambientes. Apesar de relevante, poucos estudos se propuseram a abordar o aporte de guano dos morcegos em ambientes cavernícolas sob o ponto de vista quantitativo, e menos ainda na região Neotropical. Assim, o presente estudo visou avaliar as contribuições dos morcegos no input de guano em cinco bat caves no Nordeste do Brasil (caverna Meu Rei e Furna do Morcego, ambas em Pernambuco; Casa de Pedra e Caverna do Urubu, ambas em Sergipe; e a Furna do Urubu, no Rio Grande do Norte), levando em consideração a riqueza e o tamanho da populações de morcegos nessas cavernas, identificando e estimando os depósitos de guano e suas taxas de acumulação por caverna, e também estimando o input trazido para dentro das cavernas pelos morcegos insetívoros. Para a coleta de dados foram realizados: i) censos populacionais automatizados, ii) resgate do registro de dados da temperatura da caverna, iii) captura e pesagem dos morcegos para estimar o consumo de insetos por noite, iv) instalação de coletores de guano por 96 horas e medidores graduados no piso da caverna para estimar o acúmulo e velocidade de deposição do guano, respectivamente, e v) montagem de grids regulares para estimar a profundidade e o volume de guano em alguns setores da caverna. Esse estudo mostrou que a riqueza e a abundância de morcegos nessas bat caves varia bastante inter- e intra-cavernas, indicando abrigos com alto dinamismo de ocupação. Variações também foram observadas na quantidade de insetos ingeridos pelos morcegos por noite, o que resultou em um aporte de guano espacial e temporalmente heterogêneos nas cavernas. Ainda assim, todas as cavernas amostradas continham depósitos de guano volumosos em seus interiores, confirmando e reforçando o papel dos morcegos como agentes do input de energia – na forma de guano – nestes ambientes. Os resultados apontam ainda que as variações na temperatura da caverna são influenciadas pela quantidade de morcegos em seu interior, permitindo que o monitoramento da temperatura seja usado na reconstrução de padrões de uso dos abrigos pelos morcegos.Este estudo fornece dados quantitativos sobre as contribuições ambientais prestadas pelos morcegos, que estão entre as prioridades para a conservação de morcegos no Brasil, além de contribuir com informações sobre a interação morcego-guano-caverna, demonstrando que todo esse input de energia, além de fornecer microhabitats e fonte de alimento para uma fauna altamente especializada, também contribui para alterações morfológicas nessas bat caves, através de processos altamente complexos.
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Cavernas são abrigos essenciais para centenas de espécies de morcegos e, frequentemente, desde espécies nectarívoras até frugívoras, insetívoras e hematófagas são encontradas em uma mesma caverna. As cavernas, de forma geral, apresentam elevada estabilidade ambiental e essa estabilidade é desejável para um abrigo em potencial, pois suas características microclimáticas são muitas vezes importantes para a seleção pelos morcegos. Além da diversidade de espécies, algumas cavernas também podem abrigar populações excepcionalmente grandes, de dezenas de milhares até milhões de indivíduos. Estas são as chamadas bat caves ou hot caves. O guano trazido diariamente por morcegos para dentro das cavernas é identificado como essencial para a manutenção de ecossistemas inteiros, pois representa em alguns casos o único ou principal input de energia para centenas de outras espécies da biota cavernícola que não são capazes de saírem destes ambientes. Apesar de relevante, poucos estudos se propuseram a abordar o aporte de guano dos morcegos em ambientes cavernícolas sob o ponto de vista quantitativo, e menos ainda na região Neotropical. Assim, o presente estudo visou avaliar as contribuições dos morcegos no input de guano em cinco bat caves no Nordeste do Brasil (caverna Meu Rei e Furna do Morcego, ambas em Pernambuco; Casa de Pedra e Caverna do Urubu, ambas em Sergipe; e a Furna do Urubu, no Rio Grande do Norte), levando em consideração a riqueza e o tamanho da populações de morcegos nessas cavernas, identificando e estimando os depósitos de guano e suas taxas de acumulação por caverna, e também estimando o input trazido para dentro das cavernas pelos morcegos insetívoros. Para a coleta de dados foram realizados: i) censos populacionais automatizados, ii) resgate do registro de dados da temperatura da caverna, iii) captura e pesagem dos morcegos para estimar o consumo de insetos por noite, iv) instalação de coletores de guano por 96 horas e medidores graduados no piso da caverna para estimar o acúmulo e velocidade de deposição do guano, respectivamente, e v) montagem de grids regulares para estimar a profundidade e o volume de guano em alguns setores da caverna. Esse estudo mostrou que a riqueza e a abundância de morcegos nessas bat caves varia bastante inter- e intra-cavernas, indicando abrigos com alto dinamismo de ocupação. Variações também foram observadas na quantidade de insetos ingeridos pelos morcegos por noite, o que resultou em um aporte de guano espacial e temporalmente heterogêneos nas cavernas. Ainda assim, todas as cavernas amostradas continham depósitos de guano volumosos em seus interiores, confirmando e reforçando o papel dos morcegos como agentes do input de energia – na forma de guano – nestes ambientes. Os resultados apontam ainda que as variações na temperatura da caverna são influenciadas pela quantidade de morcegos em seu interior, permitindo que o monitoramento da temperatura seja usado na reconstrução de padrões de uso dos abrigos pelos morcegos.Este estudo fornece dados quantitativos sobre as contribuições ambientais prestadas pelos morcegos, que estão entre as prioridades para a conservação de morcegos no Brasil, além de contribuir com informações sobre a interação morcego-guano-caverna, demonstrando que todo esse input de energia, além de fornecer microhabitats e fonte de alimento para uma fauna altamente especializada, também contribui para alterações morfológicas nessas bat caves, através de processos altamente complexos.
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HUGO RODRIGO BARBOSA DA SILVA
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HIDROCARBONETOS CUTICULARES COMO INTERMEDIADORES DO RECONHECIMENTO E COMPORTAMENTO SEXUAL DO ESCORPIÃO Tityus pusillus (POCOCK, 1893)
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Orientador : ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
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MEMBROS DA BANCA :
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DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
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LUCIANA IANNUZZI
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ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
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Data: 31/05/2021
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Os hidrocarbonetos cuticulares (HCs) tem como principal função o controle da perda de água do corpo para o ambiente e mostram-se como importante fator na dinâmica comportamental de muitas espécies de artrópodes, influenciando o reconhecimento sexual. Uma vez que há uma corte realizada que envolve contato direto entre o macho e a fêmea de Tityus pusillus e que machos tem apresentado modificação comportamental pré-copulatória em substratos sobre os quais fêmeas estiveram, levantou-se a hipótese que o reconhecimento sexual possa ser mediado por HCs. Esta dissertação teve como objetivo conhecer a composição dos HCs característicos à espécie de escorpião T. pusillus e observar sua influência no reconhecimento intraspecífico, além do efeito de compostos químicos liberados no substrato pelas fêmeas no comportamento sexual dos machos coespecíficos. Para conhecer a composição dos HCs, foram analisados os extratos cuticulares de fêmeas e machos através de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM). Afim de verificar os efeitos dos HCs sobre o comportamento sexual, foram realizados experimentos em arenas circulares (placas de petri forradas com papel de filtro), nas quais foram analisados os comportamentos de machos focais expostos à presença de fêmeas inertes (mortas por congelamento rápido) em duas situações: i) arena forrada com papel de filtro previamente ocupada por fêmeas coespecíficas durante 24hrs; ii) arena forrada com papel de filtro limpo. Além disso observou-se o comportamento de um macho focal frente machos e fêmeas cujos HCs foram removidos após lavagem com hexano. A composição dos hidrocarbonetos cuticulares de fêmeas e machos mostrou diferenças pontuais em sua constituição geral, sendo principalmente caracterizada por uma série contínua de alcanos lineares (C24 – C33; > 65% total relativo nas amostras), além de ácidos graxos e aldeídos lineares saturados. Em amostras de fêmeas, caracterizaram-se adicionalmente 2 – 6 picos cromatógraficos cujos espectros de massa foram preliminarmente atribuídos a derivados de esterol. Os machos de T. pusillus mostraram-se estimulados sexualmente quando em contato com o substrato previamente ocupado por fêmeas coespecíficas, realizando comportamentos sexuais com as fêmeas inertes. Eles também demonstraram seu interesse sexual por fêmeas coespecíficas lavadas em hexano (sem HCs), mas predominantemente ignoraram a presença de machos lavados. Nossos resultados demonstram que o reconhecimento coespecífico por parte dos machos de T. pusillus não parece ser mediado por semioquímicos HCs, mas que pistas químicas deixadas no substrato por fêmeas da espécie podem atuar como afrodisíacos. Hipotetiza-se que esta função pode estar associada aos derivados de esterol exclusivos às lavagens cuticulares de fêmeas de T. pusillus, que por isso devem ser investigados com maior detalhe.
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Os hidrocarbonetos cuticulares (HCs) tem como principal função o controle da perda de água do corpo para o ambiente e mostram-se como importante fator na dinâmica comportamental de muitas espécies de artrópodes, influenciando o reconhecimento sexual. Uma vez que há uma corte realizada que envolve contato direto entre o macho e a fêmea de Tityus pusillus e que machos tem apresentado modificação comportamental pré-copulatória em substratos sobre os quais fêmeas estiveram, levantou-se a hipótese que o reconhecimento sexual possa ser mediado por HCs. Esta dissertação teve como objetivo conhecer a composição dos HCs característicos à espécie de escorpião T. pusillus e observar sua influência no reconhecimento intraspecífico, além do efeito de compostos químicos liberados no substrato pelas fêmeas no comportamento sexual dos machos coespecíficos. Para conhecer a composição dos HCs, foram analisados os extratos cuticulares de fêmeas e machos através de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM). Afim de verificar os efeitos dos HCs sobre o comportamento sexual, foram realizados experimentos em arenas circulares (placas de petri forradas com papel de filtro), nas quais foram analisados os comportamentos de machos focais expostos à presença de fêmeas inertes (mortas por congelamento rápido) em duas situações: i) arena forrada com papel de filtro previamente ocupada por fêmeas coespecíficas durante 24hrs; ii) arena forrada com papel de filtro limpo. Além disso observou-se o comportamento de um macho focal frente machos e fêmeas cujos HCs foram removidos após lavagem com hexano. A composição dos hidrocarbonetos cuticulares de fêmeas e machos mostrou diferenças pontuais em sua constituição geral, sendo principalmente caracterizada por uma série contínua de alcanos lineares (C24 – C33; > 65% total relativo nas amostras), além de ácidos graxos e aldeídos lineares saturados. Em amostras de fêmeas, caracterizaram-se adicionalmente 2 – 6 picos cromatógraficos cujos espectros de massa foram preliminarmente atribuídos a derivados de esterol. Os machos de T. pusillus mostraram-se estimulados sexualmente quando em contato com o substrato previamente ocupado por fêmeas coespecíficas, realizando comportamentos sexuais com as fêmeas inertes. Eles também demonstraram seu interesse sexual por fêmeas coespecíficas lavadas em hexano (sem HCs), mas predominantemente ignoraram a presença de machos lavados. Nossos resultados demonstram que o reconhecimento coespecífico por parte dos machos de T. pusillus não parece ser mediado por semioquímicos HCs, mas que pistas químicas deixadas no substrato por fêmeas da espécie podem atuar como afrodisíacos. Hipotetiza-se que esta função pode estar associada aos derivados de esterol exclusivos às lavagens cuticulares de fêmeas de T. pusillus, que por isso devem ser investigados com maior detalhe.
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MICHELLY CORREIA DE FREITAS LIRA
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Substratos artificiais em obras de proteção costeira enquanto estruturas de eco engenharia: avaliação experimental da comunidade incrustante recifal
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Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CAROLINA DE SOUSA DE ALMEIDA
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ANDRE MORGADO ESTEVES
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PAULA BRAGA GOMES
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PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
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Data: 17/06/2021
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As pressões antrópicas exercidas nas zonas costeiras, somadas às alterações climáticas e ao aumento acelerado do nível do mar, resultam em perda de habitats naturais. Simultaneamente, o número de estruturas de proteção e defesa costeira vem aumentando consideravelmente, podendo se tornar o habitat dominante das regiões de mediolitoral. Assim, os objetivos deste trabalho foram: identificar através de uma revisão bibliométrica, padrões de colonização de substratos artificiais e eventuais lacunas a serem preenchidas; e, caracterizar a comunidade epibentônica em obras de engenharia para proteção costeira e em substratos artificiais encontrados sobre os recifes costeiros da praia de Serrambi/Pernambuco. A partir do levantamento bibliográfico, 147 publicações foram analisadas. Com a categorização das variáveis foi possível observar padrões referentes à frequência com a qual os grupos biológicos aparecem como dominantes nos substratos artificiais. Em campo, 45 substratos artificiais (granito também usado nas obras de engenharia) foram mapeados, medidos, fotografados e alguns táxons epibentônicos coletados e identificados. No geral, os substratos apresentaram alta cobertura por macroalgas e áreas extensas não colonizadas, porém, quanto mais próximos do recife natural maior a riqueza taxonômica. Nossos resultados também apontam que o fator que melhor explica a colonização dos substratos é a cobertura do seu entorno, desta forma, nos substratos que tiveram uma área sedimentar circundante muito extensa, poucos organismos puderam se estabelecer e desenvolver.
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As pressões antrópicas exercidas nas zonas costeiras, somadas às alterações climáticas e ao aumento acelerado do nível do mar, resultam em perda de habitats naturais. Simultaneamente, o número de estruturas de proteção e defesa costeira vem aumentando consideravelmente, podendo se tornar o habitat dominante das regiões de mediolitoral. Assim, os objetivos deste trabalho foram: identificar através de uma revisão bibliométrica, padrões de colonização de substratos artificiais e eventuais lacunas a serem preenchidas; e, caracterizar a comunidade epibentônica em obras de engenharia para proteção costeira e em substratos artificiais encontrados sobre os recifes costeiros da praia de Serrambi/Pernambuco. A partir do levantamento bibliográfico, 147 publicações foram analisadas. Com a categorização das variáveis foi possível observar padrões referentes à frequência com a qual os grupos biológicos aparecem como dominantes nos substratos artificiais. Em campo, 45 substratos artificiais (granito também usado nas obras de engenharia) foram mapeados, medidos, fotografados e alguns táxons epibentônicos coletados e identificados. No geral, os substratos apresentaram alta cobertura por macroalgas e áreas extensas não colonizadas, porém, quanto mais próximos do recife natural maior a riqueza taxonômica. Nossos resultados também apontam que o fator que melhor explica a colonização dos substratos é a cobertura do seu entorno, desta forma, nos substratos que tiveram uma área sedimentar circundante muito extensa, poucos organismos puderam se estabelecer e desenvolver.
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FERNANDA SILVA DE BARROS
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Planos de ação nacional para conservação da fauna brasileira: caracterização de ameaças e especificidade de ações.
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Orientador : ENRICO BERNARD
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MEMBROS DA BANCA :
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BARBARA LINS CALDAS DE MORAES
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BRUNA MARTINS BEZERRA
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DIEGO ASTUA DE MORAES
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ENRICO BERNARD
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Data: 30/07/2021
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A crescente expansão das atividades humanas levou a grandes pressões sobre a biodiversidade e se tornaram as principais causas dos declínios de populações vegetais e animais. O Brasil é detentor de uma das maiores diversidades faunística, com cerca de 130 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 9.000 vertebrados, dentre eles, 732 mamíferos, 1.979 aves, 732 répteis e 973 anfíbios. Os fatores que promovem as pressões sobre populações não humanas são os drivers de ameaças, que se resumem a ameaças diretas e/ou indiretas, e que levam a diferentes impactos e declínio sob populações. Uma ferramenta muito importante e difundida no processo de conservação da biodiversidade, são os Planos de Ação para Conservação de Espécies. Os PANs correspondem a um dos passos necessários para se alcançar metas e objetivos traçados para se atingir proteção, recuperação e manutenção de espécies e ambientes, através da organização e priorização das ações estabelecidas. Os objetivos, metas e ações propostos por PANs devem ser transparentes e condizentes com as necessidades das espécies, para que resulte em conservação efetiva. Assim, o objetivo principal deste estudo foi categorizar as ameaças descritas para as espécies contempladas nos PANs para espécies da fauna brasileira, e identificar a especificidade das ações estabelecidas para enfrentamento desses impactos. Os resultados apontam para atividades do agronegócio e a sobre-exploração de recursos naturais como os principais impulsionadores de declínios de populações das espécies contempladas, determinando que esses devem ser os drivers para onde se deve voltar maior atenção, e que devem ser priorizados no planejamento para conservação, visto que beneficiará a maior parte das espécies. Também apontam uma baixa especificidade das ações elaboradas nos PANs. Essa baixa especificidade pode estar sendo refletida no baixo número de espécies que tiveram seus status de ameaça revertidos nos últimos trinta anos, e no pouco sucesso na reversão dos impactos apontados.
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A crescente expansão das atividades humanas levou a grandes pressões sobre a biodiversidade e se tornaram as principais causas dos declínios de populações vegetais e animais. O Brasil é detentor de uma das maiores diversidades faunística, com cerca de 130 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 9.000 vertebrados, dentre eles, 732 mamíferos, 1.979 aves, 732 répteis e 973 anfíbios. Os fatores que promovem as pressões sobre populações não humanas são os drivers de ameaças, que se resumem a ameaças diretas e/ou indiretas, e que levam a diferentes impactos e declínio sob populações. Uma ferramenta muito importante e difundida no processo de conservação da biodiversidade, são os Planos de Ação para Conservação de Espécies. Os PANs correspondem a um dos passos necessários para se alcançar metas e objetivos traçados para se atingir proteção, recuperação e manutenção de espécies e ambientes, através da organização e priorização das ações estabelecidas. Os objetivos, metas e ações propostos por PANs devem ser transparentes e condizentes com as necessidades das espécies, para que resulte em conservação efetiva. Assim, o objetivo principal deste estudo foi categorizar as ameaças descritas para as espécies contempladas nos PANs para espécies da fauna brasileira, e identificar a especificidade das ações estabelecidas para enfrentamento desses impactos. Os resultados apontam para atividades do agronegócio e a sobre-exploração de recursos naturais como os principais impulsionadores de declínios de populações das espécies contempladas, determinando que esses devem ser os drivers para onde se deve voltar maior atenção, e que devem ser priorizados no planejamento para conservação, visto que beneficiará a maior parte das espécies. Também apontam uma baixa especificidade das ações elaboradas nos PANs. Essa baixa especificidade pode estar sendo refletida no baixo número de espécies que tiveram seus status de ameaça revertidos nos últimos trinta anos, e no pouco sucesso na reversão dos impactos apontados.
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DENIZE WGLIANA GERVASIO DE OLIVEIRA
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Efeitos da estrutura e composição de paisagem sobre a comunidade de Chrysomeloidea (Coleoptera) da Caatinga
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Orientador : LUCIANA IANNUZZI
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MEMBROS DA BANCA :
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LETICIA MARIA VIEIRA
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INARA ROBERTA LEAL
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LUCIANA IANNUZZI
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SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
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Data: 30/08/2021
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Apesar dos consideráveis esforços de pesquisa, existem lacunas sobre os efeitos de mudanças das paisagens na biodiversidade em Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Neste sentido, avaliamos como a estrutura e a composição da paisagem afetam a estrutura da comunidade de Chrysomeloidea na Caatinga. O estudo foi realizado nos estados de Sergipe e Alagoas. Os besouros foram coletados de março a setembro de 2000, em 10 unidades de paisagem, com armadilhas Malaise. O software FRAGSTATS version v4.2 foi empregado para estimativa das variáveis preditoras, com buffer de 1 km2 de cada unidade de paisagem. As comunidades de besouros foram avaliadas em duas escalas taxonômicas: superfamília (Chrysomeloidea) e família (Chrysomelidae e Cerambycidae). Foram utilizadas diversidade total de espécies (Dγ), diversidade dentro das amostras e a (Dα) e a heterogeneidade das comunidades (Dβ). Os componentes da diversidade foram obtidos usando números de Hill com ordem q = 0, q = 1 e q = 2. Avaliamos os efeitos através de modelos lineares generalizados (GLM) com distribuição de erro Gaussiana e Poisson. As análises estatísticas foram conduzidas no programa R versão 4.0.1. Nossos resultados mostram que a fragmentação de habitat afeta negativamente a comunidade de Chrysomeloidea, principalmente a de Cerambycidae; que o efeito de borda é positivo sobre a comunidade de Chrysomelidae; que há influência contrastante da distribuição dos fragmentos (i.e., diversidade de Simpson) sobre as comunidades de Chrysomeloidea e Chrysomelidae. Fornecemos um novo patamar sobre as interações ecológicas desse grupo com a Caatinga e concluímos que a estrutura e composição da paisagem afetam diretamente as comunidades de Chrysomeloidea.
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Apesar dos consideráveis esforços de pesquisa, existem lacunas sobre os efeitos de mudanças das paisagens na biodiversidade em Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Neste sentido, avaliamos como a estrutura e a composição da paisagem afetam a estrutura da comunidade de Chrysomeloidea na Caatinga. O estudo foi realizado nos estados de Sergipe e Alagoas. Os besouros foram coletados de março a setembro de 2000, em 10 unidades de paisagem, com armadilhas Malaise. O software FRAGSTATS version v4.2 foi empregado para estimativa das variáveis preditoras, com buffer de 1 km2 de cada unidade de paisagem. As comunidades de besouros foram avaliadas em duas escalas taxonômicas: superfamília (Chrysomeloidea) e família (Chrysomelidae e Cerambycidae). Foram utilizadas diversidade total de espécies (Dγ), diversidade dentro das amostras e a (Dα) e a heterogeneidade das comunidades (Dβ). Os componentes da diversidade foram obtidos usando números de Hill com ordem q = 0, q = 1 e q = 2. Avaliamos os efeitos através de modelos lineares generalizados (GLM) com distribuição de erro Gaussiana e Poisson. As análises estatísticas foram conduzidas no programa R versão 4.0.1. Nossos resultados mostram que a fragmentação de habitat afeta negativamente a comunidade de Chrysomeloidea, principalmente a de Cerambycidae; que o efeito de borda é positivo sobre a comunidade de Chrysomelidae; que há influência contrastante da distribuição dos fragmentos (i.e., diversidade de Simpson) sobre as comunidades de Chrysomeloidea e Chrysomelidae. Fornecemos um novo patamar sobre as interações ecológicas desse grupo com a Caatinga e concluímos que a estrutura e composição da paisagem afetam diretamente as comunidades de Chrysomeloidea.
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GABRIEL DE SOUZA GHEDIN
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Padrões da comunidade de invertebrados associados a depósitos de guano de morcegos insetívoros em bat caves do semiárido brasileiro
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Orientador : LUCIANA IANNUZZI
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MEMBROS DA BANCA :
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DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
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EDER SILVA BARBIER
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LUCIANA IANNUZZI
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RENATO PORTELA SALOMAO
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Data: 14/10/2021
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Apesar do avanço gradativo do conhecimento sobre as cavernas, existem lacunas do conhecimento sobre os padrões das comunidades de invertebrados cavernícolas. Invertebrados associados a guano de morcegos insetívoros em cavernas do semiárido brasileiro foram caracterizados e buscou-se compreender padrões de distribuição dessas comunidades de acordo com a latitude, características físicas e microclimáticas das cavernas e dos depósitos de guano. Procurou-se determinar a ocupação de nicho das espécies mais abundantes no guano. Foi realizado um evento amostral em sete bat caves, sendo duas delas hot caves. Amostras de guano foram coletadas e medidas de temperatura e umidade dos depósitos e das câmaras, além de latitude, projeção horizontal e índice de estabilidade ambiental das cavernas foram tomadas. Foram coletados 15265 invertebrados de 169 espécies e Ornithodoros rodoniensis foi registrada pela primeira vez na Caatinga. A composição de espécies não variou entre hot e não hot caves. A riqueza de espécies foi melhor explicada pela temperatura da câmara e umidade do guano. Quatro espécies de Acari apresentaram hábitos generalistas e duas foram mais especialistas. Os resultados desse estudo permitem uma melhor compreensão de padrões de uso do guano de morcegos insetívoros por invertebrados cavernícolas, podendo auxiliar na proposição de boas estratégias para a conservação de cavernas da Caatinga brasileira.
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Apesar do avanço gradativo do conhecimento sobre as cavernas, existem lacunas do conhecimento sobre os padrões das comunidades de invertebrados cavernícolas. Invertebrados associados a guano de morcegos insetívoros em cavernas do semiárido brasileiro foram caracterizados e buscou-se compreender padrões de distribuição dessas comunidades de acordo com a latitude, características físicas e microclimáticas das cavernas e dos depósitos de guano. Procurou-se determinar a ocupação de nicho das espécies mais abundantes no guano. Foi realizado um evento amostral em sete bat caves, sendo duas delas hot caves. Amostras de guano foram coletadas e medidas de temperatura e umidade dos depósitos e das câmaras, além de latitude, projeção horizontal e índice de estabilidade ambiental das cavernas foram tomadas. Foram coletados 15265 invertebrados de 169 espécies e Ornithodoros rodoniensis foi registrada pela primeira vez na Caatinga. A composição de espécies não variou entre hot e não hot caves. A riqueza de espécies foi melhor explicada pela temperatura da câmara e umidade do guano. Quatro espécies de Acari apresentaram hábitos generalistas e duas foram mais especialistas. Os resultados desse estudo permitem uma melhor compreensão de padrões de uso do guano de morcegos insetívoros por invertebrados cavernícolas, podendo auxiliar na proposição de boas estratégias para a conservação de cavernas da Caatinga brasileira.
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BRUNA MARCELA TEIXEIRA DE ANDRADE
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Paisagem acústica em um fragmento de Mata Atlântica com diferentes anos de reflorestamento
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Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ADRIAN PAUL ASHTON BARNETT
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BRUNA MARTINS BEZERRA
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JOÃO PEDRO SOUZA ALVES
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PEDRO IVO SIMOES
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Data: 29/10/2021
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A mineração é uma das causas de mudanças na paisagem de florestas, essas modificações resultam em fragmentação, perda de hábitat e da biodiversidade. As armadilhas sonoras, são tecnologias emergentes que permitem amostrar as atividades acústicas de comunidades de animais e os sons das paisagens, auxiliando em monitoramentos da biodiversidade. O estudo foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil, desmatado em partes para mineração, e posteriormente reflorestado. Os dados foram coletados por gravadores autônomos, instalados simultaneamente em cinco áreas com diferentes períodos de regeneração florestal (área “nativa”, áreas reflorestadas em 1989, 1999, 2009 e 2019). Realizamos gravações por 72 horas, 15 minutos por hora, em seis meses sendo três secos e três chuvoso. As gravações foram analisadas no Kaleidoscope, com contagens dos sonótipos através de clusters resultando em 366.700 morfoespécies acústicas de biofonia, 24.370 como geofonia e 8.158 de antropofonia no período seco e 386.339 morfoespécies acústicas de biofonia, 36.484 como geofonia e 5.850 de antropofonia. Calculamos sete índices acústicos: Índice de Complexidade Acústica (ACI), Índice de Diversidade Acústica (ADI), Índice de Regularidade Acústica (AEI), Índice Bioacústico (BIO), Entropia Total (H), Eventos por segundo (EVN) e Índice de paisagem sonora de diferença normalizada (NDSI) para aferir tanto a abundância como a diversidade acústica. Desses, os que apresentam melhor representação da configuração da paisagem foram NDSI, AEI e H.
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A mineração é uma das causas de mudanças na paisagem de florestas, essas modificações resultam em fragmentação, perda de hábitat e da biodiversidade. As armadilhas sonoras, são tecnologias emergentes que permitem amostrar as atividades acústicas de comunidades de animais e os sons das paisagens, auxiliando em monitoramentos da biodiversidade. O estudo foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil, desmatado em partes para mineração, e posteriormente reflorestado. Os dados foram coletados por gravadores autônomos, instalados simultaneamente em cinco áreas com diferentes períodos de regeneração florestal (área “nativa”, áreas reflorestadas em 1989, 1999, 2009 e 2019). Realizamos gravações por 72 horas, 15 minutos por hora, em seis meses sendo três secos e três chuvoso. As gravações foram analisadas no Kaleidoscope, com contagens dos sonótipos através de clusters resultando em 366.700 morfoespécies acústicas de biofonia, 24.370 como geofonia e 8.158 de antropofonia no período seco e 386.339 morfoespécies acústicas de biofonia, 36.484 como geofonia e 5.850 de antropofonia. Calculamos sete índices acústicos: Índice de Complexidade Acústica (ACI), Índice de Diversidade Acústica (ADI), Índice de Regularidade Acústica (AEI), Índice Bioacústico (BIO), Entropia Total (H), Eventos por segundo (EVN) e Índice de paisagem sonora de diferença normalizada (NDSI) para aferir tanto a abundância como a diversidade acústica. Desses, os que apresentam melhor representação da configuração da paisagem foram NDSI, AEI e H.
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JOSE RODOLFO DE LIMA E SILVA
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Sazonalidade de impacto ambiental decorrente do fluxo turístico em Porto de Galinhas – Ipojuca (PE), avaliada por danos genômicos em Abudefduf saxatilis
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Orientador : MONICA LUCIA ADAM
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CHRISTINA BRASILEIRO VIDAL
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MONICA LUCIA ADAM
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PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
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PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
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Data: 29/10/2021
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A ocupação turística nos litorais é um processo que gera preocupação ao setor ambiental por ameaçar a estabilidade dos vários ecossistemas costeiros. Por esta razão é importante realizar monitoramentos ambientais que analisem e quantifiquem o impacto ambiental dos seus ecossistemas. A praia de Porto de Galinhas (Pernambuco - Brasil) possui uma das maiores demandas de visitação do Brasil e sofreu igualmente as restrições de mobilidade humana devido à pandemia do Covid 19. Tais restrições possibilitaram avaliar o impacto do turismo na praia de Porto de Galinhas e o efeito da desocupação turística durante o período de lockdown de 2020. Amostras de sangue da espécie Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) foram coletadas mensalmente, durante um ano e no trimestre de lockdown, para realização do Teste de Micronúcleo (MN), Alterações Morfológicas Nucleares (AMN) e de forma sazonal (período seco/chuvoso) do Ensaio Cometa. Como grupo controle, espécimes de A. saxatilis foram coletados em área de proteção ambiental na praia de Tamandaré (68Km de Porto de Galinhas). Os teste de MN e AMN mostraram a relação da maior freqüência de danos genômicos com o maior fluxo turístico. Em relação à sazonalidade pluviométrica, o ensaio cometa demonstrou uma maior incidência de danos genômicos no período seco o qual apresenta também maior migração turística, do que no chuvoso. O período de lockdown apresentou uma menor incidência de danos genotóxicos do que o período sem restrição de mobilidade humana e maior do que o controle o controle. Os resultados mostraram que o turismo vem causando significativo impacto ambiental na praia de Porto de Galinhas. As observações levantadas no período de lockdown mostraram como a ausência da movimentação humana resultou em mudanças favoráveis à recuperação ambiental, demonstrada pela menor freqüência de danos genômicos.
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A ocupação turística nos litorais é um processo que gera preocupação ao setor ambiental por ameaçar a estabilidade dos vários ecossistemas costeiros. Por esta razão é importante realizar monitoramentos ambientais que analisem e quantifiquem o impacto ambiental dos seus ecossistemas. A praia de Porto de Galinhas (Pernambuco - Brasil) possui uma das maiores demandas de visitação do Brasil e sofreu igualmente as restrições de mobilidade humana devido à pandemia do Covid 19. Tais restrições possibilitaram avaliar o impacto do turismo na praia de Porto de Galinhas e o efeito da desocupação turística durante o período de lockdown de 2020. Amostras de sangue da espécie Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) foram coletadas mensalmente, durante um ano e no trimestre de lockdown, para realização do Teste de Micronúcleo (MN), Alterações Morfológicas Nucleares (AMN) e de forma sazonal (período seco/chuvoso) do Ensaio Cometa. Como grupo controle, espécimes de A. saxatilis foram coletados em área de proteção ambiental na praia de Tamandaré (68Km de Porto de Galinhas). Os teste de MN e AMN mostraram a relação da maior freqüência de danos genômicos com o maior fluxo turístico. Em relação à sazonalidade pluviométrica, o ensaio cometa demonstrou uma maior incidência de danos genômicos no período seco o qual apresenta também maior migração turística, do que no chuvoso. O período de lockdown apresentou uma menor incidência de danos genotóxicos do que o período sem restrição de mobilidade humana e maior do que o controle o controle. Os resultados mostraram que o turismo vem causando significativo impacto ambiental na praia de Porto de Galinhas. As observações levantadas no período de lockdown mostraram como a ausência da movimentação humana resultou em mudanças favoráveis à recuperação ambiental, demonstrada pela menor freqüência de danos genômicos.
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PATRICIA MARQUES DO AMARAL OLIVEIRA
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Nível de desidratação voluntária de dois lagartos de forrageamentos distintos em uma área de Caatinga do Estado de Pernambuco, Brasil
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Orientador : PEDRO MURILO SALES NUNES
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MEMBROS DA BANCA :
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CARLA PIANTONI
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LUISA MARIA DIELE VIEGAS COSTA SILVA
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PEDRO IVO SIMOES
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PEDRO MURILO SALES NUNES
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Data: 29/10/2021
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Nesse estudo primeiramente buscamos caracterizar a dieta das espécies Ameivula ocellifera e Tropidurus cocorobensis na Caatinga. A composição de presas pode ser influenciada por diversos fatores, tais como: idade, fisiologia, disponibilidade alimentar, comportamento e modo de forrageamento. Este último pode funcionar como um importante preditor do tipo de presa a ser consumida. Concluímos que na dieta de A. ocellifera, o item mais frequente foi Isoptera e na dieta de T. cocorobensis, Formicidae. Este resultado é interessante porque coincide com o observado por Huey e Pianka (1974) acerca da influência do forrageio na dieta. O entendimento da dieta dessas espécies fornece base para discutirmos o segundo capítulo, onde calculamos a umidade do conteúdo estomacal. Observamos que A. ocellifera consome uma dieta mais úmida em comparação com T. cocorobensis, o que pode ser reflexo de uma estratégia para contornar a falta de água disponível no ambiente. Também testamos uma nova metodologia de mensuração do estado hídrico de lagartos. Resultados mostram que A. ocellifera estava em um déficit hídrico maior, o que pode refletir diversos aspectos fisiológicos, ecológicos, evolutivos. O estado de desidratação de T. cocorobensis está significativamente relacionado à temperatura do solo, talvez por uma estratégia visando reduzir a perda de água. Os resultados expostos são importantes para o entendimento de como a ecologia alimentar de lagartos pode estar relacionada a desidratação, trazendo novidades acerca da exposição de lagartos em ambientes secos.
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Nesse estudo primeiramente buscamos caracterizar a dieta das espécies Ameivula ocellifera e Tropidurus cocorobensis na Caatinga. A composição de presas pode ser influenciada por diversos fatores, tais como: idade, fisiologia, disponibilidade alimentar, comportamento e modo de forrageamento. Este último pode funcionar como um importante preditor do tipo de presa a ser consumida. Concluímos que na dieta de A. ocellifera, o item mais frequente foi Isoptera e na dieta de T. cocorobensis, Formicidae. Este resultado é interessante porque coincide com o observado por Huey e Pianka (1974) acerca da influência do forrageio na dieta. O entendimento da dieta dessas espécies fornece base para discutirmos o segundo capítulo, onde calculamos a umidade do conteúdo estomacal. Observamos que A. ocellifera consome uma dieta mais úmida em comparação com T. cocorobensis, o que pode ser reflexo de uma estratégia para contornar a falta de água disponível no ambiente. Também testamos uma nova metodologia de mensuração do estado hídrico de lagartos. Resultados mostram que A. ocellifera estava em um déficit hídrico maior, o que pode refletir diversos aspectos fisiológicos, ecológicos, evolutivos. O estado de desidratação de T. cocorobensis está significativamente relacionado à temperatura do solo, talvez por uma estratégia visando reduzir a perda de água. Os resultados expostos são importantes para o entendimento de como a ecologia alimentar de lagartos pode estar relacionada a desidratação, trazendo novidades acerca da exposição de lagartos em ambientes secos.
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SAFIRA NUBIA DIAS DE MELO
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COMPARAÇÃO ACÚSTICA ENTRE NINHOS DE TARTARUGAS MARINHAS EM IPOJUCA, LITORAL SUL DE PERNAMBUCO
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Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNA MARTINS BEZERRA
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EDNILZA MARANHAO DOS SANTOS
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PEDRO MURILO SALES NUNES
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Data: 30/11/2021
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Tartarugas têm sido consideradas como um dos répteis viventes menos vocais. Entretanto, estudos recentes mostraram atividade vocal durante a incubação dos ovos e embaixo da água em espécies marinhas e dulcícolas. Dos estudos com espécies marinhas, apenas um foi realizado no Brasil. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi descrever e comparar a produção de sinais acústicos em ninhos de Eretmochelys imbricata e Caretta caretta no município de Ipojuca no litoral sul do estado de Pernambuco no nordeste brasileiro. As praias do município de Ipojuca representam importante sítio reprodutivo para as espécies ocorrentes no Brasil. Esta dissertação trás três partes principais: 1- Um referencial teórico contextualizando o tema; 2 – Um capítulo detalhando as informações obtidas sobre a comunicação acústica das espécies-alvo in situ e; 3 – Uma finalização trazendo as principais conclusões no estudo. Foram monitorados 13km de linha costeira, compreendendo cinco praias de Ipojuca para registro dos ninhos. Foram realizadas gravações de cinco ninhos de cada uma das espécies-alvo durante a temporada reprodutiva de outubro 2020 a maio 2021. As gravações dos ninhos foram iniciadas a partir dos 45° dias de incubação e encerradas após a saída dos filhotes do ninho. Para três dos cinco ninhos de cada espécie, também realizamos registros acústicos dos filhotes durante a caminhada para o mar. Foram construídos espectrogramas das gravações através do software Raven Pro 1.5 para extração das características físicas dos sinais acústicos. Foram encontrados um total de 15 tipos de sinais acústicos, distribuídos entre os cinco contextos analisados (i.e. ovos, a eclosão, filhotes, emergência do ninho e caminhada para o mar) para Caretta caretta, e apenas cinco para Eretmochelys imbricata. Os sons encontrados nesta pesquisa, variaram de 0,61 kHz, até frequências ultrasônicas chegaram à 24 kHh. Considerando o tipo de vocalização mais representativo em ambas as espécies (vocalização tipo 1), foi possível verificar que a estrutura física das vocalizações variou entre os ninhos das espécies, evidenciando uma assinatura vocal. A estrutura física dessa vocalização também variou entre ninhos da espécie Caretta caretta, mas não entre ninhos da espécie Eretmochelys imbricata. Com relação ao padrão total de produção das vocalizações, houve ausência de diferenças na produção de vocalizações entre períodos diurno e noturno, e entre as espécies dentro do ninho e durante a caminhada para o mar. Não houve correlação entre a produção de vocalizações e a quantidade de filhotes vivos. Apesar da fama de silenciosas, o presente estudo mostra uma diversidade de vocalizações no repertório vocal de duas espécies de tartarugas marinhas no Brasil, indicando que comunicação acústica pode ter um papel crucial para coordenação dos filhotes nos ninhos até a chegada das tartarugas ao mar após a emergência.
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Tartarugas têm sido consideradas como um dos répteis viventes menos vocais. Entretanto, estudos recentes mostraram atividade vocal durante a incubação dos ovos e embaixo da água em espécies marinhas e dulcícolas. Dos estudos com espécies marinhas, apenas um foi realizado no Brasil. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi descrever e comparar a produção de sinais acústicos em ninhos de Eretmochelys imbricata e Caretta caretta no município de Ipojuca no litoral sul do estado de Pernambuco no nordeste brasileiro. As praias do município de Ipojuca representam importante sítio reprodutivo para as espécies ocorrentes no Brasil. Esta dissertação trás três partes principais: 1- Um referencial teórico contextualizando o tema; 2 – Um capítulo detalhando as informações obtidas sobre a comunicação acústica das espécies-alvo in situ e; 3 – Uma finalização trazendo as principais conclusões no estudo. Foram monitorados 13km de linha costeira, compreendendo cinco praias de Ipojuca para registro dos ninhos. Foram realizadas gravações de cinco ninhos de cada uma das espécies-alvo durante a temporada reprodutiva de outubro 2020 a maio 2021. As gravações dos ninhos foram iniciadas a partir dos 45° dias de incubação e encerradas após a saída dos filhotes do ninho. Para três dos cinco ninhos de cada espécie, também realizamos registros acústicos dos filhotes durante a caminhada para o mar. Foram construídos espectrogramas das gravações através do software Raven Pro 1.5 para extração das características físicas dos sinais acústicos. Foram encontrados um total de 15 tipos de sinais acústicos, distribuídos entre os cinco contextos analisados (i.e. ovos, a eclosão, filhotes, emergência do ninho e caminhada para o mar) para Caretta caretta, e apenas cinco para Eretmochelys imbricata. Os sons encontrados nesta pesquisa, variaram de 0,61 kHz, até frequências ultrasônicas chegaram à 24 kHh. Considerando o tipo de vocalização mais representativo em ambas as espécies (vocalização tipo 1), foi possível verificar que a estrutura física das vocalizações variou entre os ninhos das espécies, evidenciando uma assinatura vocal. A estrutura física dessa vocalização também variou entre ninhos da espécie Caretta caretta, mas não entre ninhos da espécie Eretmochelys imbricata. Com relação ao padrão total de produção das vocalizações, houve ausência de diferenças na produção de vocalizações entre períodos diurno e noturno, e entre as espécies dentro do ninho e durante a caminhada para o mar. Não houve correlação entre a produção de vocalizações e a quantidade de filhotes vivos. Apesar da fama de silenciosas, o presente estudo mostra uma diversidade de vocalizações no repertório vocal de duas espécies de tartarugas marinhas no Brasil, indicando que comunicação acústica pode ter um papel crucial para coordenação dos filhotes nos ninhos até a chegada das tartarugas ao mar após a emergência.
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Teses |
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EDSON SILVA BARBOSA LEAL
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Potencial espeleológico, mobilidade e uso do habitat de grandes congregações de morcegos no carste arenítico do Parque Nacional do Catimbau e área de entorno, Nordeste do Brasil
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Orientador : ENRICO BERNARD
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MEMBROS DA BANCA :
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JUAN CARLOS VARGAS MENA
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BRUNA MARTINS BEZERRA
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ENRICO BERNARD
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FILIPE MARTINS ALÉSSIO
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LUIZ AUGUSTINHO MENEZES DA SILVA
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MARTIN ALEJANDRO MONTES
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Data: 27/07/2021
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Nesse estudo, foram analisados o potencial espeleológico do Parque Nacional do Catimbau, e entorno, situado no estado do Pernambuco, nordeste do Brasil, bem como a quiropterofauna associada às cavernas da área, e investigada a mobilidade de morcegos entre duas cavernas com grandes populações. Um mapa virtual com informações georreferenciadas e metadados de 252 cavidades registradas é apresentado. Destas, 53 cavernas possuem registros de 16 táxons, 13 gêneros e cinco famílias de morcegos. Populações de quatro espécies ameaçadas de morcegos foram encontradas. Dezessete campanhas de captura-marcação-recaptura de morcegos foram realizadas entre março de 2018 e janeiro de 2020 em duas cavernas e foram detectados movimentos entre as duas cavernas, distantes 15 km entre si, projetando um amplo uso da paisagem pelos morcegos. O estudo aponta que as populações destas cavernas utilizam múltiplos abrigos. Estas constatações devem ser consideradas nas discussões sobre a conservação de morcegos cavernícolas no Brasil, bem como nas discussões sobre as normativas que regem o licenciamento ambiental de áreas cársticas no país. Os dados apresnetados também podem ser úteis na elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional do Catimbau.
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No dia trinta (30) do mês de julho do ano de dois mil e vinte (30/07/2020), as dez horas (10h), através de videoconferência, foi aberta pelo Prof. Ulisses dos Santos Pinheiro, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco, a sessão pública de Exame de Qualificação para a apresentação e defesa do trabalho intitulado: “ A fauna de morcegos cavernícolas e o potencial espeleológico do Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil”, elaborado pelo doutorando Edson Silva Barbosa Leal, sob a orientação do Dr. Enrico Bernard (Depto. Zoologia/UFPE). A Banca Examinadora fora aprovada pelo Colegiado de Curso, em sessão realizada no dia 23/07/2020, composta pelos seguintes membros: Dra. Bruna Martins Bezerra, Dr. Pedro Murilo Sales Nunes (ambos vinculados ao Depto. Zoologia/UFPE) – membros internos, e Dr. Filipe Martins Aléssio (UPE) – membro externo. Dando continuidade, o presidente convocou os membros da Banca e os demais presentes para assistirem a apresentação do trabalho do candidato, informando que o mesmo dispunha de trinta (30) minutos para tal apresentação. Em seguida, o candidato foi arguido por cada examinador, sob forma de diálogo, tendo cada um, o prazo de quarenta (40) minutos para as perguntas e respostas. Após a apresentação e debate, a Banca Examinadora, deliberando em recinto fechado, resolveu, por unanimidade, aprovar o candidato em consonância com o Artigo 35 do Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco. Nada mais havendo a tratar, eu, Manoel Oswaldo Guimarães Júnior, Assistente em Administração do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal/UFPE, lavrei a presente Ata, que assino juntamente com o candidato, a Banca Examinadora e com quem de direito.
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RADHARANNE BRITO DE GARCIA RECINOS
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TAXONOMIA DA FAMÍLIA RASPAILIIDAE NARDO, 1833 (PORIFERA: DEMOSPONGIAE) PARA A AMÉRICA DO SUL
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Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDRE FELIPE BISPO DA SILVA
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ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
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FERNANDA FERNANDES CAVALCANTI
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GUILHERME RAMOS DA SILVA MURICY
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RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
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ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
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Data: 16/11/2021
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Raspailiidae é uma família muito diversa, com 277 espécies, distribuídas mundialmente. Na América do Sul, são conhecidas 32 espécies de Raspailiidae, o Brasil é o país com a maior diversidade, atualmente com 22 espécies, seguido pelo Suriname com quatro, Chile, Colômbia e Peru, com três espécies, Argentina com duas espécies, e Equador, Guiana, Uruguai e Venezuela, com uma espécie. O objetivo do trabalho foi revisar os espécimes da Família Raspailiidae para a costa da América do Sul, depositados nas coleções do Museu Nacional – UFRJ e da Universidade Federal de Pernambuco, identificando, descrevendo ou caracterizando esses espécimes. Foram triados 482 espécimes, totalizando 29 espécies descritas, dessas, dez são novas espécies, e três já foram publicadas: Eurypon hookeri, E. lacertus, Plocamione matarani, sete espécies ainda serão publicadas: Eurypon sp. nov., cinco novas espécies pertencentes ao subgênero Raspailia (Raspaxilla) e uma a R. (Parasyringella) sp. nov, sendo o primeiro registro do subgênero para o Brasil. Além disso, o holótipo de R. (Raspailia) tenuis foi redescrito e foram invalidados os registros de R. (Parasyringella) sp. e R. (Raspaxilla) phakellina. Foi proposto a mudança de gênero de Axinella crinita para Raspailia e foram descritos novos registros de Endectyon (Endectyon) xerampelina para a costa brasileira e foi proposto R. (Raspailia) johnhooperi como seu sinônimo júnior.
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No dia quatro (04) do mês de dezembro do ano de dois mil e dezoito (04/12/2018), às nove horas (9h), na sala de aula 04 do Centro de Biociências, foi aberta pelo Prof. Ulisses dos Santos Pinheiro, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal/UFPE, a sessão pública de Exame de Qualificação para a apresentação e defesa do trabalho intitulado: "A synopsis of Brazilian Raspailia Nardo, 1833 (Porifera: Demospongiae: Axinellida), with the description of four new species",elaborado pela doutoranda Radharanne Brito de Garcia Recinos,sob a orientação do Dr. Ulisses dos Santos Pinheiro (Depto. Zoologia/UFPE). A Banca Examinadora fora aprovada pelo respectivo Colegiado de Curso, em sessão realizada no dia 14/11/2018, composta pelos seguintes membros: Dra. Luciana Iannuzzi (Depto. Zoologia/UFPE), Dr. Carlos Daniel Pérez (CAV/UFPE) – membros internos, e Dr. Emílio Lanna(Instituto de Biologia/UFBA) – membro externo. Dando continuidade, o presidente convocou os membros da Banca e os demais presentes para assistirem a apresentação do trabalho da candidata, informando que a mesma dispunha de trinta (30) minutos para tal apresentação. Em seguida, a candidata foi argüida por cada examinador, sob forma de diálogo, tendo, cada um, o prazo de quarenta (40) minutos para as perguntas e respostas. Após a apresentação e debate, a Banca Examinadora, deliberando em recinto fechado, resolveu, por unanimidade, aprovar a candidata em consonância com o Artigo 35 do Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco. Nada mais havendo a tratar, eu, Manoel Oswaldo Guimarães Júnior, secretário do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal/UFPE, lavrei a presente Ata, que assino juntamente com a candidata, a Banca Examinadora e com quem de direito. Recife, 04 de dezembro de 2018.
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ROMULO NEPOMUCENO ALVES
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Biomarcadores ecotoxicológicos em peixes para o monitoramento da poluição por petróleo em rios e estuários de Pernambuco
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Orientador : PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
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MEMBROS DA BANCA :
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BEATRICE PADOVANI FERREIRA
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CRISTIANE MARIA VARELA DE ARAUJO DE CASTRO
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JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
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LILIA PEREIRA DE SOUZA SANTOS
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MONICA LUCIA ADAM
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PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
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Data: 26/11/2021
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Ecossistemas aquáticos são o principal destino de rejeitos das atividades urbanas, industriais e agrícolas, e estima-se que cerca de 100.000 moléculas orgânicas sejam lançadas nesses ambientes, diminuindo a qualidade da água e a saúde da biota. Os estágios iniciais de desenvolvimento de peixes são uma ferramenta importante para a detecção da toxicidade de sustâncias isoladas ou de misturas, e alterações nessa fase do desenvolvimento podem estar diretamente relacionadas à presença de contaminantes no ambiente. O presente estudo teve como objetivo investigar a ecotoxicidade das águas superficiais de onze bacias hidrográficas de Pernambuco para embriões e larvas do zebrafish (Danio rerio) através da análise de efeitos letais e subletais, das possíveis fontes de contaminantes, e avaliar correlação da toxicidade com os índices de qualidade da água (IQA) e de estado trófico (IET). Inicialmente os embriões de zebrafish foram expostos a amostras de águas superficiais de dez bacias hidrográficas de rios tropicais, totalizando 55 pontos de coleta. Posteriormente embriões foram expostos a amostras de 10 pontos de coleta do rio Capibaribe. Foram analisadas as taxas de letalidade, atrasos no desenvolvimento embriolarval e frequências de anomalias do desenvolvimento. Mortalidade significativa foi observada em 7 das 10 bacias analisadas, variando entre 10% e 40%. As maiores taxas de mortalidade de 40% e 30% foram detectadas nas bacias dos rios Goiana e Una, respectivamente. A análise dos efeitos subletais com base no General Morphology Score (GMS) indicou toxicidade significativa em 50% das amostras coletadas. As bacias dos rios Igarassu (grupo 1) e Pirapama (grupo 3), respectivamente ao norte e ao sul da região metropolitana de Recife (RMR), apresentaram a menor taxa de toxicidade subletal entre as bacias estudadas, com 29% dos pontos de coleta com toxicidade subletal estatisticamente significativa quando comparados com o controle. A maior toxicidade foi detectada nas bacias do Grupo 2, na região metropolitana de Recife, indicando que 61% das amostras apresentaram toxicidade subletal, com o GMS variando entre 14,1 e 17,6. Os grupos 1 e 3 apresentaram 41% e 47% das amostras com toxicidade subletal significativa, respectivamente, com GMS variando entre 15,4 e 17,7. As alterações de desenvolvimento mais frequentes incluíram o não insuflamento da bexiga natatória, atraso na eclosão, não protrusão da boca e estase sanguínea, com destaque para o não insuflamento da bexiga natatória, que apresentou frequência de 100% em algumas estações de coleta. Para a bacia do rio Capibaribe foi observado um padrão espacial de menor impacto, em termos de contaminação por esgoto doméstico, eutrofização ecotoxicidade, em áreas rurais (GMS médio 16,9), um impacto intermediário em locais com influência urbana e agrícola (GMS médio 16.4), e os maiores impactos em locais mais urbanizados (GMS médio 14,9). Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) foram detectados tanto em áreas rurais quanto urbanizadas do Rio Capibaribe, contribuindo para a toxicidade detectada. As anomalias de desenvolvimento mais frequentes incluíram não insuflamento da bexiga natatória, atraso na eclosão, não protrusão da boca, estase sanguínea e não desenvolvimento das nadadeiras peitorais. Em todo o estudo as maiores frequências de estase sanguínea foram detectadas em amostras com maiores concentrações de NH3, corroboradas por uma correlação positiva, sugerindo a existência de uma relação causal. Também foi detectada uma correlação entre GMS, Índice de Qualidade da Água (IQA), sensível à contaminação de esgoto doméstico, e Índice de Estado Trófico (IET), com foco na eutrofização. Este estudo demonstra o potencial dos estágios iniciais da vida do zebrafish como um modelo ecotoxicológico para avaliar a toxicidade de águas superficiais de rios tropicais, podendo assim contribuir para um melhor entendimento entre o potencial tóxico das fontes poluidoras e os efeitos adversos sofridos pela biota residente nesses ambientes.
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Spatial and temporal variation in contamination and toxicity of surface water along rural and urban regions of Capibaribe River in tropical northeastern Brazil
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