PPGBA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL - CB DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA - CB Telefone/Ramal: (81) 8164-1131/3045
Dissertações/Teses

Clique aqui para acessar os arquivos diretamente da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPE

2025
Dissertações
1
  • ANDRÉA KARLA DA SILVA SENA
  • PERFIL NUTRICIONAL E FUNÇÃO REPRODUTIVA DO ESPERMATÓFORO EM CRYPTOLAEMUS MONTROUZIERI (COLEOPTERA: COCCINELLIDAE)
  • Orientador : WENDEL JOSE TELES PONTES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAURICIO SILVA DE LIMA
  • PEDRO IVO SIMOES
  • WENDEL JOSE TELES PONTES
  • Data: 28/01/2025

  • Mostrar Resumo
  • Muitas espécies de insetos produzem ejaculados nutritivos, que representam a contribuição do macho para a aptidão reprodutiva da fêmea. Estudos sobre a quantificação dessa contribuição masculina são realizados por meio de observações indiretas e de avaliações diretas dos efeitos pós-cópula no desempenho reprodutivo das fêmeas, como longevidade e fecundidade. Poucos estudos abordam diretamente o conteúdo nutritivo transferido pelos machos via espermatóforos. Em espécies com múltiplas cópulas, os machos produzem ejaculados cuja proporção de substâncias alocadas varia de acordo com a dieta do adulto. Nós hipotetizamos que os espermatóforos de C. montrouzieri apresentam variações significativas na composição de nutrientes quando ocorrem modificações dietéticas e que isso pode afetar a fecundidade e a fertilidade das fêmeas. Para testar essa hipótese, analisamos os macronutrientes proteínas, lipídios, açúcares e glicogênio utilizando métodos colorimétricos. Avaliamos mudanças quantitativas nesses macronutrientes em machos adultos bem alimentados com cochonilhas Planococcus citri, submetidos a quantidades limitadas de P. citri (escassez alimentar) e alimentados com mel. O perfil macronutrientes de um espermatóforo de C. montrouzieri bem alimentado é composto por aproximadamente 49,62 µg/ml de lipídios, 5,18 µg/ml de glicogênio, 3,25 µg/ml de açúcares e 0,27 µg/ml de proteínas. Quando comparado aos espermatóforos produzidos por machos submetidos à escassez alimentar ou alimentados com mel, nenhuma diferença significativa foi encontrada nos macronutrientes. A fecundidade não foi afetada, mas houve uma redução significativa na fertilidade das fêmeas que acasalaram com machos alimentados com mel. Nossos resultados contribuíram para compreender a dinâmica reprodutiva e o papel da alocação de recursos reprodutivos em Coccinelídeos.


  • Mostrar Abstract
  • Muitas espécies de insetos produzem ejaculados nutritivos, que representam a contribuição do macho para a aptidão reprodutiva da fêmea. Estudos sobre a quantificação dessa contribuição masculina são realizados por meio de observações indiretas e de avaliações diretas dos efeitos pós-cópula no desempenho reprodutivo das fêmeas, como longevidade e fecundidade. Poucos estudos abordam diretamente o conteúdo nutritivo transferido pelos machos via espermatóforos. Em espécies com múltiplas cópulas, os machos produzem ejaculados cuja proporção de substâncias alocadas varia de acordo com a dieta do adulto. Nós hipotetizamos que os espermatóforos de C. montrouzieri apresentam variações significativas na composição de nutrientes quando ocorrem modificações dietéticas e que isso pode afetar a fecundidade e a fertilidade das fêmeas. Para testar essa hipótese, analisamos os macronutrientes proteínas, lipídios, açúcares e glicogênio utilizando métodos colorimétricos. Avaliamos mudanças quantitativas nesses macronutrientes em machos adultos bem alimentados com cochonilhas Planococcus citri, submetidos a quantidades limitadas de P. citri (escassez alimentar) e alimentados com mel. O perfil macronutrientes de um espermatóforo de C. montrouzieri bem alimentado é composto por aproximadamente 49,62 µg/ml de lipídios, 5,18 µg/ml de glicogênio, 3,25 µg/ml de açúcares e 0,27 µg/ml de proteínas. Quando comparado aos espermatóforos produzidos por machos submetidos à escassez alimentar ou alimentados com mel, nenhuma diferença significativa foi encontrada nos macronutrientes. A fecundidade não foi afetada, mas houve uma redução significativa na fertilidade das fêmeas que acasalaram com machos alimentados com mel. Nossos resultados contribuíram para compreender a dinâmica reprodutiva e o papel da alocação de recursos reprodutivos em Coccinelídeos.

2
  • CLAUDIO HENRIQUE GOMES FIALHO
  • MUDANÇAS CLIMÁTICAS E O FUTURO DAS GORGÔNIAS RECIFAIS (ORDEM MALACALCYONACEA) EM COMUNIDADES RECIFAIS DO ATLÂNTICO SUL

  • Orientador : RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERIKA FLAVIA CRISPIM DE SANTANA
  • GUILHERME ORTIGARA LONGO
  • PAULA BRAGA GOMES
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • Data: 29/01/2025

  • Mostrar Resumo
  • Neste estudo é investigada a vulnerabilidade de três espécies de gorgônias recifais do Atlântico Sul (Muriceopsis sulphurea, Phyllogorgia dilatata e Plexaurella grandiflora) frente a cenários de mudanças climáticas, em termos de aspectos de conservação, respostas ao estresse térmico e projeções de distribuição geográfica futura. No primeiro capítulo, foi desenvolvido e testado um protocolo de manutenção ex situ para Muriceopsis sulphurea em um experimento controlado de 150 dias. Fragmentos ramificados apresentaram uma taxa de sobrevivência de 96,1%, significativamente superior aos não ramificados (78,6%; p < 0,05), e um crescimento aumentado em 12% após suplementação alimentar com Artemia salina enriquecida. No segundo capítulo, a resposta fisiológica ao estresse térmico foi avaliada em três espécies submetidas a elevações de +2°C e +4°C. Muriceopsis sulphurea e Phyllogorgia dilatata apresentaram necrose tecidual acelerada e mortalidade, enquanto Plexaurella grandiflora demonstrou maior tolerância térmica, ainda que com elevação de 32% nos biomarcadores de estresse oxidativo (p < 0,01). O terceiro capítulo analisou a influência das gorgônias na estrutura de assembleias de peixes recifais em recifes marginais do Nordeste do Brasil. Embora a presença das gorgônias não tenha alterado significativamente a abundância e a riqueza de espécies (p > 0,05), foi constatada variação na composição, com maior abundância de Stegastes fuscus e Abudefduf saxatilis em áreas sem gorgônias, evidenciando um possível efeito na dinâmica de competição. No quarto capítulo, Modelos de Nicho Ecológico (ENMs) foram aplicados para projetar a distribuição futura das três espécies sob cenários climáticos para 2050 e 2100. Os resultados indicaram uma contração de 45% da área adequada para M. sulphurea, estabilidade relativa para P. dilatata e uma possível expansão de 27% para P. grandiflora ao sul da costa brasileira. Conclui-se que as gorgônias desempenham um papel ecológico fundamental como formadoras de habitat, mas apresentam vulnerabilidades distintas ao aquecimento global, exigindo estratégias de conservação específicas, como cultivo ex situ e modelagem preditiva de nicho ecológico.


  • Mostrar Abstract
  • Neste estudo é investigada a vulnerabilidade de três espécies de gorgônias recifais do Atlântico Sul (Muriceopsis sulphurea, Phyllogorgia dilatata e Plexaurella grandiflora) frente a cenários de mudanças climáticas, em termos de aspectos de conservação, respostas ao estresse térmico e projeções de distribuição geográfica futura. No primeiro capítulo, foi desenvolvido e testado um protocolo de manutenção ex situ para Muriceopsis sulphurea em um experimento controlado de 150 dias. Fragmentos ramificados apresentaram uma taxa de sobrevivência de 96,1%, significativamente superior aos não ramificados (78,6%; p < 0,05), e um crescimento aumentado em 12% após suplementação alimentar com Artemia salina enriquecida. No segundo capítulo, a resposta fisiológica ao estresse térmico foi avaliada em três espécies submetidas a elevações de +2°C e +4°C. Muriceopsis sulphurea e Phyllogorgia dilatata apresentaram necrose tecidual acelerada e mortalidade, enquanto Plexaurella grandiflora demonstrou maior tolerância térmica, ainda que com elevação de 32% nos biomarcadores de estresse oxidativo (p < 0,01). O terceiro capítulo analisou a influência das gorgônias na estrutura de assembleias de peixes recifais em recifes marginais do Nordeste do Brasil. Embora a presença das gorgônias não tenha alterado significativamente a abundância e a riqueza de espécies (p > 0,05), foi constatada variação na composição, com maior abundância de Stegastes fuscus e Abudefduf saxatilis em áreas sem gorgônias, evidenciando um possível efeito na dinâmica de competição. No quarto capítulo, Modelos de Nicho Ecológico (ENMs) foram aplicados para projetar a distribuição futura das três espécies sob cenários climáticos para 2050 e 2100. Os resultados indicaram uma contração de 45% da área adequada para M. sulphurea, estabilidade relativa para P. dilatata e uma possível expansão de 27% para P. grandiflora ao sul da costa brasileira. Conclui-se que as gorgônias desempenham um papel ecológico fundamental como formadoras de habitat, mas apresentam vulnerabilidades distintas ao aquecimento global, exigindo estratégias de conservação específicas, como cultivo ex situ e modelagem preditiva de nicho ecológico.

3
  • FRANCYANNE MARIA MARTINS DE SOUZA GODOY TORRES
  • EFEITOS DO TAMANHO E COMPOSIÇÃO DE CARDUMES E DE ÁREAS MARINHAS PROTEGIDAS NA HERBIVORIA POR PEIXES RECIFAIS DO ATLÂNTICO SUDOESTE

  • Orientador : JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DRÁUSIO PINHEIRO VÉRAS
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • LUISA VALENTIM MELO DE VASCONCELOS QUEIROZ VÉRAS
  • Data: 30/01/2025

  • Mostrar Resumo
  • Os peixes herbívoros desempenham um papel crucial nos recifes de corais, moldando a comunidade bentônica e regulando a competição entre algas e corais por meio da herbivoria. Com base em fatores como disponibilidade de recursos alimentares, tamanho corporal e presença de cardumes, seus comportamentos e padrões de forrageamento podem variar. No Brasil, a baixa diversidade e o alto grau de endemismo dos recifes tornam essas funções ainda mais relevantes, especialmente diante da redução das populações de herbívoros devido à pressão pesqueira. Uma solução para a recuperação dessas populações é a criação de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs). Este estudo investigou dois aspectos principais: (1) como a formação de cardumes de diferentes tamanhos afeta o comportamento de forrageamento dos herbívoros, e (2) como diferentes estratégias de manejo de pesca em AMPs influenciam a herbivoria. A espécie Sparisoma axillare foi usada como modelo para analisar 303 vídeos de comportamento alimentar, avaliando se taxas de alimentação, mordidas e tempo de forrageamento variam conforme o tamanho do cardume. O estudo revelou que o tamanho do grupo influencia a intensidade da herbivoria e a escolha de habitats. Peixes em grupos maiores tendem a forragear em áreas mais expostas à predação. Estes achados oferecem uma nova perspectiva sobre a dinâmica alimentar dos peixes-papagaio e seus papéis ecossistêmicos. Em relação ao segundo ponto, o estudo comparou duas categorias de proteção em AMPs: no-take (sem pesca, como no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos) e desprotegidas (com pesca, como na Área de Proteção Ambiental Ponta da Baleia). Analisou-se como as taxas de alimentação e habitats utilizados para forrageamento por espécies-modelo de cada guilda (Scarus trispinosus, Sparisoma axillare, Acanthurus bahianus e Stegastes fuscus) mudam em diferentes tipos de AMPs. Observouse que áreas protegidas apresentam maior disponibilidade e variabilidade de recursos, enquanto áreas desprotegidas têm maior dominância de corais moles, que não são usados para alimentação. As densidades de peixes herbívoros são geralmente maiores em áreas protegidas da pesca. Indivíduos de herbívoros podadores (Acanthurus bahianus) e raspadores (Sparisoma axillare) apresentam maiores taxas de mordida e tempo de forrageamento em áreas desprotegidas, mas a pressão exercida pela herbivoria é semelhante entre as áreas, variando apenas nos habitats utilizados. Os herbívoros territorialistas (Stegastes fuscus) dedicam mais tempo ao forrageamento dentro das AMPs, onde sua abundância é seis vezes maior, aumentando a pressão de herbivoria. Os herbívoros escavadores (S. trispinosus, acima de 40 cm) apresentam densidades muito baixas fora das áreas protegidas, desempenhando seu papel funcional apenas em áreas de proteção. Esses padrões evidenciam a importância da conservação e do manejo adequado das AMPs para preservar os papéis funcionais dos peixes e a saúde dos recifes de corais.


  • Mostrar Abstract
  • Os peixes herbívoros desempenham um papel crucial nos recifes de corais, moldando a comunidade bentônica e regulando a competição entre algas e corais por meio da herbivoria. Com base em fatores como disponibilidade de recursos alimentares, tamanho corporal e presença de cardumes, seus comportamentos e padrões de forrageamento podem variar. No Brasil, a baixa diversidade e o alto grau de endemismo dos recifes tornam essas funções ainda mais relevantes, especialmente diante da redução das populações de herbívoros devido à pressão pesqueira. Uma solução para a recuperação dessas populações é a criação de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs). Este estudo investigou dois aspectos principais: (1) como a formação de cardumes de diferentes tamanhos afeta o comportamento de forrageamento dos herbívoros, e (2) como diferentes estratégias de manejo de pesca em AMPs influenciam a herbivoria. A espécie Sparisoma axillare foi usada como modelo para analisar 303 vídeos de comportamento alimentar, avaliando se taxas de alimentação, mordidas e tempo de forrageamento variam conforme o tamanho do cardume. O estudo revelou que o tamanho do grupo influencia a intensidade da herbivoria e a escolha de habitats. Peixes em grupos maiores tendem a forragear em áreas mais expostas à predação. Estes achados oferecem uma nova perspectiva sobre a dinâmica alimentar dos peixes-papagaio e seus papéis ecossistêmicos. Em relação ao segundo ponto, o estudo comparou duas categorias de proteção em AMPs: no-take (sem pesca, como no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos) e desprotegidas (com pesca, como na Área de Proteção Ambiental Ponta da Baleia). Analisou-se como as taxas de alimentação e habitats utilizados para forrageamento por espécies-modelo de cada guilda (Scarus trispinosus, Sparisoma axillare, Acanthurus bahianus e Stegastes fuscus) mudam em diferentes tipos de AMPs. Observouse que áreas protegidas apresentam maior disponibilidade e variabilidade de recursos, enquanto áreas desprotegidas têm maior dominância de corais moles, que não são usados para alimentação. As densidades de peixes herbívoros são geralmente maiores em áreas protegidas da pesca. Indivíduos de herbívoros podadores (Acanthurus bahianus) e raspadores (Sparisoma axillare) apresentam maiores taxas de mordida e tempo de forrageamento em áreas desprotegidas, mas a pressão exercida pela herbivoria é semelhante entre as áreas, variando apenas nos habitats utilizados. Os herbívoros territorialistas (Stegastes fuscus) dedicam mais tempo ao forrageamento dentro das AMPs, onde sua abundância é seis vezes maior, aumentando a pressão de herbivoria. Os herbívoros escavadores (S. trispinosus, acima de 40 cm) apresentam densidades muito baixas fora das áreas protegidas, desempenhando seu papel funcional apenas em áreas de proteção. Esses padrões evidenciam a importância da conservação e do manejo adequado das AMPs para preservar os papéis funcionais dos peixes e a saúde dos recifes de corais.

4
  • DEBORA GENESIS DA SILVA
  • USO DOS NEMATOIDES DO SOLO NA AVALIAÇÃO DA REGENERAÇÃO EM FLORESTA SECUNDÁRIA DA CAATINGA APÓS AGRICULTURA DE CORTE-E-QUEIMA

  • Orientador : ANDRE MORGADO ESTEVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • JUVENIL ENRIQUE CARES
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • Data: 31/01/2025

  • Mostrar Resumo
  • A recuperação do solo após perturbações é influenciada por diversos fatores, como o tipo de solo, o tempo após a perturbação e o seu histórico. Na Caatinga, uma floresta tropical sazonalmente seca (FTSS), o crescimento populacional e a maior demanda por alimentos tendem a reduzir os períodos de pousio após práticas de corte e queima, intensificando preocupações com a degradação do solo. Este estudo objetivou avaliar a regeneração do solo na Caatinga pós-corte e queima, utilizando nematoides do solo como bioindicadores em uma cronossequência de 4 a 45 anos. As amostras foram coletadas no Parque Nacional do Catimbau - PE, que possui cerca de 607 km2 de vegetação nativa da Caatinga, em floresta secundária (9 áreas pós-perturbação) e floresta madura (3 áreas não afetadas). As áreas categorizadas nos estágios inicial, intermediário, avançado e final de regeneração. Nematoides foram extraídos de 300 mL de solo por flotação-sedimentação-centrifugação com solução de sacarose, identificados em nível de gênero e classificados segundo grupos tróficos, escala c-p e guildas tróficas. Propriedades do solo também foram analisadas. Ao todo, 37.717 nematoides pertencentes a 92 gêneros e 36 famílias foram identificados. A abundância, composição e diversidade de nematoides variaram ao longo do tempo, com predominância de bacteriófagos nos estágios mais avançados, afetando a biomassa de carbono e as pegadas metabólicas da comunidade. Embora as propriedades gerais do solo não tenham tido diferenças significativas, variações na densidade aparente, conteúdo de areia e umidade influenciaram a composição taxonômica. As interações entre as variáveis ambientais e os estágios da floresta foram significativas apenas para a biomassa de carbono dos bacteriófagos. No geral, os resultados sugerem que o prolongamento dos períodos de pousio até os 45 anos não garante o desenvolvimento de um solo mais estruturado e saudável na Caatinga após o distúrbio. A comunidade de nematoides se recupera rapidamente, no entanto, as cadeias alimentares do solo se tornam enriquecidas ao invés de estruturadas. O processo da regeneração do solo é predominantemente moldado por uma abundância de nematoides bacteriófagos, que desempenham papel central na estruturação e fornecimento dos principais serviços ecossistêmicos da comunidade.


  • Mostrar Abstract
  • A recuperação do solo após perturbações é influenciada por diversos fatores, como o tipo de solo, o tempo após a perturbação e o seu histórico. Na Caatinga, uma floresta tropical sazonalmente seca (FTSS), o crescimento populacional e a maior demanda por alimentos tendem a reduzir os períodos de pousio após práticas de corte e queima, intensificando preocupações com a degradação do solo. Este estudo objetivou avaliar a regeneração do solo na Caatinga pós-corte e queima, utilizando nematoides do solo como bioindicadores em uma cronossequência de 4 a 45 anos. As amostras foram coletadas no Parque Nacional do Catimbau - PE, que possui cerca de 607 km2 de vegetação nativa da Caatinga, em floresta secundária (9 áreas pós-perturbação) e floresta madura (3 áreas não afetadas). As áreas categorizadas nos estágios inicial, intermediário, avançado e final de regeneração. Nematoides foram extraídos de 300 mL de solo por flotação-sedimentação-centrifugação com solução de sacarose, identificados em nível de gênero e classificados segundo grupos tróficos, escala c-p e guildas tróficas. Propriedades do solo também foram analisadas. Ao todo, 37.717 nematoides pertencentes a 92 gêneros e 36 famílias foram identificados. A abundância, composição e diversidade de nematoides variaram ao longo do tempo, com predominância de bacteriófagos nos estágios mais avançados, afetando a biomassa de carbono e as pegadas metabólicas da comunidade. Embora as propriedades gerais do solo não tenham tido diferenças significativas, variações na densidade aparente, conteúdo de areia e umidade influenciaram a composição taxonômica. As interações entre as variáveis ambientais e os estágios da floresta foram significativas apenas para a biomassa de carbono dos bacteriófagos. No geral, os resultados sugerem que o prolongamento dos períodos de pousio até os 45 anos não garante o desenvolvimento de um solo mais estruturado e saudável na Caatinga após o distúrbio. A comunidade de nematoides se recupera rapidamente, no entanto, as cadeias alimentares do solo se tornam enriquecidas ao invés de estruturadas. O processo da regeneração do solo é predominantemente moldado por uma abundância de nematoides bacteriófagos, que desempenham papel central na estruturação e fornecimento dos principais serviços ecossistêmicos da comunidade.

5
  • JULIANA THAYS MOTA DE LIMA
  • Estudo Taxonômico de Rhynchonema Cobb, 1920 (Xyalidae, Nematoda) na Bacia Potiguar – RN e proposição de novas ferramentas para a identificação das suas espécies

  • Orientador : ANDRE MORGADO ESTEVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • TATIANA FABRICIO MARIA
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • VIRÁG VENEKEY
  • Data: 25/02/2025

  • Mostrar Resumo
  • Nematoda é um dos filos mais abundantes e diversificados entre os metazoários. Seus representantes marinhos desempenham um papel essencial na meiofauna, tanto em termos de diversidade quanto de abundância, sendo fundamentais para a funcionalidade dos ecossistemas bentônicos. No entanto, dentro desse filo, os nematódeos de vida livre são os menos estudados, consequentemente, a abordagem taxonômica sob aspecto da biodiversidade ou ecológico dos nematódeos de vida livre, permanecem significativamente limitados de dados de pesquisa. No Brasil a quantidade de estudos sobre Nematoda ainda é insuficiente para refletir a real riqueza deste filo, especialmente quando se leva em consideração a grande extensão da costa e a sua heterogeneidade de ambientes, tornando a necessidade de estudos taxonômicos maior que nunca. Visando caracterizar a biodiversidade da costa brasileira, foram iniciados estudos preliminares na Bacia Potiguar, localizada entre Rio Grande do Norte e extremo oeste do Ceará, Brasil. Rhynchonema foi um gênero que se destacou em abundância nas amostras coletadas em várias malhas amostrais. O objetivo deste estudo foi descrever espécies do gênero Rhynchonema na costa brasileira, oriunda das amostras coletadas na Bacia Potiguar, além de elaborar uma chave ilustrada com desenhos da região cefálica e caudal para auxiliar na identificação das espécies do gênero. Após refinamento do material, nossos resultados levaram à descrição de seis novas espécies para ciência: Rhynchonema laminam sp. nov., Rhynchonema potiguar sp. nov., Rhynchonema cleoae sp. nov., Rhynchonema brasiliensis sp. nov., Rhynchonema nordestinus sp. nov., e Rhynchonema parvus sp. nov. Essas espécies são diferenciadas por uma combinação de características morfológicas relacionadas a cutícula, fóvea anfídial e estruturas copulatórias (espícula, gubernáculo e apófise). Adicionalmente, novos caracteres foram incluídos à diagnose deste gênero. Além disso, foi elaborada uma chave ilustrada com as espécies distribuídas em grupos. Esses agrupamentos foram formados com base nas principais características morfológicas, como fóvea anfidial e morfologia das espículas e gubernáculo, por exemplo. Em seguida, as características diagnósticas de todas as espécies foram consideradas e utilizadas para a construção de uma tabela comparativa.


  • Mostrar Abstract
  • Nematoda é um dos filos mais abundantes e diversificados entre os metazoários. Seus representantes marinhos desempenham um papel essencial na meiofauna, tanto em termos de diversidade quanto de abundância, sendo fundamentais para a funcionalidade dos ecossistemas bentônicos. No entanto, dentro desse filo, os nematódeos de vida livre são os menos estudados, consequentemente, a abordagem taxonômica sob aspecto da biodiversidade ou ecológico dos nematódeos de vida livre, permanecem significativamente limitados de dados de pesquisa. No Brasil a quantidade de estudos sobre Nematoda ainda é insuficiente para refletir a real riqueza deste filo, especialmente quando se leva em consideração a grande extensão da costa e a sua heterogeneidade de ambientes, tornando a necessidade de estudos taxonômicos maior que nunca. Visando caracterizar a biodiversidade da costa brasileira, foram iniciados estudos preliminares na Bacia Potiguar, localizada entre Rio Grande do Norte e extremo oeste do Ceará, Brasil. Rhynchonema foi um gênero que se destacou em abundância nas amostras coletadas em várias malhas amostrais. O objetivo deste estudo foi descrever espécies do gênero Rhynchonema na costa brasileira, oriunda das amostras coletadas na Bacia Potiguar, além de elaborar uma chave ilustrada com desenhos da região cefálica e caudal para auxiliar na identificação das espécies do gênero. Após refinamento do material, nossos resultados levaram à descrição de seis novas espécies para ciência: Rhynchonema laminam sp. nov., Rhynchonema potiguar sp. nov., Rhynchonema cleoae sp. nov., Rhynchonema brasiliensis sp. nov., Rhynchonema nordestinus sp. nov., e Rhynchonema parvus sp. nov. Essas espécies são diferenciadas por uma combinação de características morfológicas relacionadas a cutícula, fóvea anfídial e estruturas copulatórias (espícula, gubernáculo e apófise). Adicionalmente, novos caracteres foram incluídos à diagnose deste gênero. Além disso, foi elaborada uma chave ilustrada com as espécies distribuídas em grupos. Esses agrupamentos foram formados com base nas principais características morfológicas, como fóvea anfidial e morfologia das espículas e gubernáculo, por exemplo. Em seguida, as características diagnósticas de todas as espécies foram consideradas e utilizadas para a construção de uma tabela comparativa.

6
  • JOÃO MIGUEL RIBEIRO COSTA
  • Ácaros astigmatídeos (Acari: Astigmata) como presa alternativa para Amblyseius largoensis (Acari: Phytoseiidae): Implicações biológicas e práticas

  • Orientador : JOSE WAGNER DA SILVA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE WAGNER DA SILVA MELO
  • MANOEL GUEDES CORREA GONDIM JUNIOR
  • WENDEL JOSE TELES PONTES
  • Data: 26/02/2025

  • Mostrar Resumo
  • Ácaros predadores, particularmente aqueles da família Phytoseiidae, são importantes agentes no manejo sustentável de pragas, reduzindo suas populações e minimizando a dependência de pesticidas químicos. Entre estes, Amblyseius largoensis Muma (Acari: Phytoseiidae) se destaca por seu potencial de controle de importantes pragas tropicais, como as espécies Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) e Aleurodicus cocois Curtis (Hemiptera: Sternorrhyncha: Aleyrodidae). Apesar de seu potencial, a produção em larga escala de A. largoensis continua desafiadora. Este estudo objetivou selecionar uma espécie de presa alternativa da ordem Astigmata capaz de promover a criação massal de A. largoensis. Quatro espécies de Astigmata (Carpoglyphus lactis Linnaeus (Carpoglyphidae), Thyreophagus crasentiseta Barbosa, OConnor &amp; Moraes (Acaridae), Tyrophagus putrescentiae Schrank (Acaridae) e Glycycometus aff. molitor Volgin & amp; Akimov (Aeroglyphidae)) foram avaliadas em condições controladas quanto à sua capacidade de sustentar o desenvolvimento, a sobrevivência e a reprodução do predador. Tetranychus urticae Kock (Acari: Tetranychidae), uma presa natural, foi usada como controle. Inicialmente, A. largoensis foi alimentado exclusivamente com cada espécie de presa por cinco dias para avaliar as taxas de crescimento populacional. Os demais bioensaios monitoraram o desenvolvimento imaturo e o desempenho reprodutivo quando alimentado com as duas melhores espécies de presas, determinadas com base na taxa de crescimento populacional do predador. Os resultados mostraram que C. lactis promoveu sobrevivência e reprodução comparáveis a T. urticae, com taxas de desenvolvimento e reprodução favoráveis à criação massal. Carpoglyphus lactis oferece vantagens práticas, sendo fácil de multiplicar em dietas simples, permitindo a produção contínua de predadores. Isso se alinha com a demanda global por controle sustentável de pragas, reduzindo o uso de pesticidas, a contaminação ambiental e apoiando a biodiversidade nativa. Pesquisas futuras devem se concentrar na otimização de protocolos de criação e na avaliação da eficácia em campo para aprimorar estratégias de manejo de pragas em regiões tropicais e subtropicais.


  • Mostrar Abstract
  • Ácaros predadores, particularmente aqueles da família Phytoseiidae, são importantes agentes no manejo sustentável de pragas, reduzindo suas populações e minimizando a dependência de pesticidas químicos. Entre estes, Amblyseius largoensis Muma (Acari: Phytoseiidae) se destaca por seu potencial de controle de importantes pragas tropicais, como as espécies Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) e Aleurodicus cocois Curtis (Hemiptera: Sternorrhyncha: Aleyrodidae). Apesar de seu potencial, a produção em larga escala de A. largoensis continua desafiadora. Este estudo objetivou selecionar uma espécie de presa alternativa da ordem Astigmata capaz de promover a criação massal de A. largoensis. Quatro espécies de Astigmata (Carpoglyphus lactis Linnaeus (Carpoglyphidae), Thyreophagus crasentiseta Barbosa, OConnor &amp; Moraes (Acaridae), Tyrophagus putrescentiae Schrank (Acaridae) e Glycycometus aff. molitor Volgin & amp; Akimov (Aeroglyphidae)) foram avaliadas em condições controladas quanto à sua capacidade de sustentar o desenvolvimento, a sobrevivência e a reprodução do predador. Tetranychus urticae Kock (Acari: Tetranychidae), uma presa natural, foi usada como controle. Inicialmente, A. largoensis foi alimentado exclusivamente com cada espécie de presa por cinco dias para avaliar as taxas de crescimento populacional. Os demais bioensaios monitoraram o desenvolvimento imaturo e o desempenho reprodutivo quando alimentado com as duas melhores espécies de presas, determinadas com base na taxa de crescimento populacional do predador. Os resultados mostraram que C. lactis promoveu sobrevivência e reprodução comparáveis a T. urticae, com taxas de desenvolvimento e reprodução favoráveis à criação massal. Carpoglyphus lactis oferece vantagens práticas, sendo fácil de multiplicar em dietas simples, permitindo a produção contínua de predadores. Isso se alinha com a demanda global por controle sustentável de pragas, reduzindo o uso de pesticidas, a contaminação ambiental e apoiando a biodiversidade nativa. Pesquisas futuras devem se concentrar na otimização de protocolos de criação e na avaliação da eficácia em campo para aprimorar estratégias de manejo de pragas em regiões tropicais e subtropicais.

7
  • ÍTALO IAN MONTEIRO DA SILVA
  • A COMUNIDADE DE NEMATOIDES E SUAS FUNÇÕES ECOSSISTÊMICAS EM UMA FLORESTA SECA DA CAATINGA: UM EXPERIMENTO SOBRE O EFEITO DOS CAPRINOS NO SOLO

  • Orientador : PEDRO MURILO SALES NUNES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • LARISSA DE BRITO CAIXETA VASCONCELOS
  • DAVID JOSE DOS SANTOS
  • Data: 10/04/2025

  • Mostrar Resumo
  • Os ecossistemas terrestres enfrentam pressões antrópicas, principalmente devido às mudanças no uso do solo, afetando a biodiversidade e a estrutura das comunidades. A agropecuária, especialmente a criação de animais, é uma das principais formas de uso da terra, cobrindo metade da superfície terrestre disponível. Esse uso intensivo altera a vegetação, densidade populacional das plantas e biota do solo, comprometendo os serviços ecossistêmicos e aumentando a vulnerabilidade biológica. A Caatinga, a maior floresta tropical seca das Américas, suporta a exploração de seus recursos, principalmente através da criação de caprinos, uma das principais causas de degradação da vegetação e do solo. No entanto, seus impactos sobre a biota do solo ainda são pouco estudados. Os nematoides, por sua diversidade e abundância, são bioindicadores da estrutura trófica e funcionamento ecossistêmico. Sua contribuição varia conforme abundância, diversidade e atividade metabólica, permitindo mensurar e avaliar os possíveis impactos como o pastejo de caprino e outras perturbações ambientais. Nesse contexto, a presente dissertação tem como objetivo avaliar os possíveis efeitos dos caprinos sobre a comunidade de nematoides, atividade microbiana e  atributos do solo na floresta seca da caatinga. Nossas hipóteses são de que: a abundância, diversidade, composição trófica e a pegada metabólica dos nematoides serão afetadas negativamente pelo pastoreio dos caprinos (1), bem como as propriedades físicas e químicas (2) e a atividade microbiana do solo (3). O estudo foi conduzido no Parque Nacional do Catimbau, o qual cobre uma área de 62,300 ha localizado no estado de Pernambuco, nordeste do Brasil. Embora o local seja uma unidade de conservação, ainda está sujeito a diferentes interferências dos habitantes cujas atividades principais são criação de caprinos e agricultura de subsistência. Nesse contexto, o Catimbau representa uma oportunidade valiosa para investigar os impactos dos distúrbios antrópicos na comunidade de nematoides da Caatinga. Nossos achados foram descritos em um capítulo único, onde analisamos a comunidade de nematoides em relação a abundância, diversidade e estrutura trófica, bem como as pegadas metabólicas e índices baseados em nematoides. Os parâmetros físico-químicos do solo como pH, densidade e teores de macro e micronutrientes, também foram avaliados. Em adição a isso, foi avaliado a atividade microbiana usando como proxy a taxa de respiração basal do solo. Os parâmetros físicos e químicos do solo, apenas a argila respondeu significativamente, sendo maior nas áreas pastejadas, já o parâmetro biológico, analisados através da atividade microbiana, foi observado uma resposta positiva ao pastejo dos caprinos. Referente à comunidade de nematoides, verificamos que o tempo de pastejo e a intensidade não foram suficientes para modificar a abundância, diversidade e estrutura trófica da comunidade de nematoides. Os parasitas de planta dominaram em ambos os tratamentos, sendo a biomassa de C e pegada metabólica superior aos demais grupos tróficos nas áreas de pastejo, dos índices aplicados apenas índice e parasitas de planta (PPI) respondeu ao tratamento sendo maior também nas áreas com caprinos. Através desses resultados, concluímos que a intensidade e o tempo que são preditores de mudança nas teias tróficas em áreas de pastagem dos caprinos são considerados baixos na Caatinga. Mas a descoberta principal do nosso trabalho é o possível estímulo do efeito priming, ocasionado pelo aumento da atividade microbiana do solo e nematoides parasitas de plantas, que podem contrabalançar os efeitos negativos ocasionados pelos caprinos. 


  • Mostrar Abstract
  • Os ecossistemas terrestres enfrentam pressões antrópicas, principalmente devido às mudanças no uso do solo, afetando a biodiversidade e a estrutura das comunidades. A agropecuária, especialmente a criação de animais, é uma das principais formas de uso da terra, cobrindo metade da superfície terrestre disponível. Esse uso intensivo altera a vegetação, densidade populacional das plantas e biota do solo, comprometendo os serviços ecossistêmicos e aumentando a vulnerabilidade biológica. A Caatinga, a maior floresta tropical seca das Américas, suporta a exploração de seus recursos, principalmente através da criação de caprinos, uma das principais causas de degradação da vegetação e do solo. No entanto, seus impactos sobre a biota do solo ainda são pouco estudados. Os nematoides, por sua diversidade e abundância, são bioindicadores da estrutura trófica e funcionamento ecossistêmico. Sua contribuição varia conforme abundância, diversidade e atividade metabólica, permitindo mensurar e avaliar os possíveis impactos como o pastejo de caprino e outras perturbações ambientais. Nesse contexto, a presente dissertação tem como objetivo avaliar os possíveis efeitos dos caprinos sobre a comunidade de nematoides, atividade microbiana e  atributos do solo na floresta seca da caatinga. Nossas hipóteses são de que: a abundância, diversidade, composição trófica e a pegada metabólica dos nematoides serão afetadas negativamente pelo pastoreio dos caprinos (1), bem como as propriedades físicas e químicas (2) e a atividade microbiana do solo (3). O estudo foi conduzido no Parque Nacional do Catimbau, o qual cobre uma área de 62,300 ha localizado no estado de Pernambuco, nordeste do Brasil. Embora o local seja uma unidade de conservação, ainda está sujeito a diferentes interferências dos habitantes cujas atividades principais são criação de caprinos e agricultura de subsistência. Nesse contexto, o Catimbau representa uma oportunidade valiosa para investigar os impactos dos distúrbios antrópicos na comunidade de nematoides da Caatinga. Nossos achados foram descritos em um capítulo único, onde analisamos a comunidade de nematoides em relação a abundância, diversidade e estrutura trófica, bem como as pegadas metabólicas e índices baseados em nematoides. Os parâmetros físico-químicos do solo como pH, densidade e teores de macro e micronutrientes, também foram avaliados. Em adição a isso, foi avaliado a atividade microbiana usando como proxy a taxa de respiração basal do solo. Os parâmetros físicos e químicos do solo, apenas a argila respondeu significativamente, sendo maior nas áreas pastejadas, já o parâmetro biológico, analisados através da atividade microbiana, foi observado uma resposta positiva ao pastejo dos caprinos. Referente à comunidade de nematoides, verificamos que o tempo de pastejo e a intensidade não foram suficientes para modificar a abundância, diversidade e estrutura trófica da comunidade de nematoides. Os parasitas de planta dominaram em ambos os tratamentos, sendo a biomassa de C e pegada metabólica superior aos demais grupos tróficos nas áreas de pastejo, dos índices aplicados apenas índice e parasitas de planta (PPI) respondeu ao tratamento sendo maior também nas áreas com caprinos. Através desses resultados, concluímos que a intensidade e o tempo que são preditores de mudança nas teias tróficas em áreas de pastagem dos caprinos são considerados baixos na Caatinga. Mas a descoberta principal do nosso trabalho é o possível estímulo do efeito priming, ocasionado pelo aumento da atividade microbiana do solo e nematoides parasitas de plantas, que podem contrabalançar os efeitos negativos ocasionados pelos caprinos. 

Teses
1
  • LAIS RAMOS BARCELLOS
  • Reconstrução da captura do tubarão-azul (Prionace glauca) e fauna acompanhante no Oceano Atlântico Sul

  • Orientador : ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA LUCIA GOES DE ARAUJO
  • GETULIO RINCON FILHO
  • FABIO DOS SANTOS MOTTA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • FRANCISCO MARCANTE SANTANA DA SILVA
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • Data: 31/01/2025

  • Mostrar Resumo
  • A pesca no Oceano Atlântico Sul começou com uma abordagem exploratória, marcada por incentivos fiscais e arrendamentos de frotas internacionais, sem uma visão conservacionista, o que causou lacunas nos registros de dados pesqueiros. Na década de 1990, espécies antes raramente capturadas passaram a ser exploradas como captura acessória, devido à mudança nos petrechos da pesca espinheleira, que substituíram o multifilamento pelo monofilamento. Essa alteração permitiu maior captura de peixes-espada em detrimento de atuns, atendendo à demanda do mercado e fornecendo subprodutos. O tubarão-azul passou a ser classificado como “captura incidental previsível” pela Instrução Normativa 10/2011 (MPA/MMA), sendo frequentemente capturado na pesca direcionada a atuns e peixes-espada. Alguns estoques da espécie já apresentavam declínio devido à sobrepesca. A avaliação do estoque do Atlântico Sul feita pela Comissão Internacional para a Conservação dos Atuns e de Espécies Afins do Atlântico (ICCAT) indicou que, embora improvável que estivesse sobrepescado ou sujeito à sobrepesca, a pesca insustentável ocorreu durante anos, sem dados pesqueiros confiáveis. Nos últimos 30 anos, o tubarão-azul foi capturado mais que as espécies-alvo em diversos períodos. Índices de abundância confiáveis são essenciais para ajustes nas avaliações dos estoques pesqueiros. A implementação de melhores índices em áreas de proteção ambiental é necessária para aprimorar futuros levantamentos e apoiar medidas de gestão. Este estudo contribui para a gestão da pesca nacional, tanto do tubarão-azul quanto de outras espécies capturadas incidentalmente no Atlântico Sul.


  • Mostrar Abstract
  • A região Nordeste do Brasil corresponde a maior taxa de produção pesqueira do país. Ainda há pouco conhecimento sobre predadores oceânicos extintos, mas a exploração esgota as populações de peixes marinhos em 50% a 70%, e a gestão atual da pesca depende de avaliações de estoque para estimar parâmetros populacionais de espécies focais com o histórico da estrutura de capturas, biomassa, esforço pesqueiro e inspecções de pesca independentes. O papel da avaliação pesqueira é encontrar o melhor suporte técnico voltado para questões políticas, sociais e econômicas. O objetivo principal do presente estudo foi reconstruir a captura da fauna alvo e acessória, avaliando se houve variações na abundância e tamanho no tempo e no espaço para seis espécies mais capturadas. Os resultados evidenciaram, comparando três programas de pesca, que o aparelho utilizado para as capturas promoveram mudanças nos aspectos populacionais, principalmente para Prionace glauca (tubarão azul). Medidas para o manejo pesqueiro da fauna alvo e acessória no Oceano Atlântico Sul devem ser seguidas para evitar o colapso das populações.
2
  • WHANDENSON MACHADO DO NASCIMENTO
  • O AMBIENTE PODE INFLUENCIAR A MORFOLOGIA DAS QUELAS DOS CAMARÕES DO GÊNERO Alpheus Fabricius, 1798 (DECAPODA: ALPHEIDAE)? UMA ABORDAGEM COM O USO DA MORFOMETRIA GEOMÉTRICA

  • Orientador : ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAFAEL CAMPOS DUARTE
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • ALEXANDRE VARASCHIN PALAORO
  • DOUGLAS FERNANDES RODRIGUES ALVES
  • PAULA BRAGA GOMES
  • Data: 06/02/2025

  • Mostrar Resumo
  • Esta tese investigou a influência do tipo de habitat na morfologia da quela dos camarões-de-estalo do gênero Alpheus. Ao longo de três capítulos, foram examinados aspectos específicos relacionados à evolução, ao dimorfismo sexual e às adaptações das quelas desses camarões. Ferramentas de morfometria geométrica foram utilizadas para explorar como a alometria estática, as diferenças sexuais e as características do habitat afetam a forma das quelas em várias espécies de Alpheus. No primeiro capítulo, analisou-se o papel da alometria estática na amplificação do dimorfismo sexual na forma das quelas em A. angulosus, A. carlae e A. nuttingi. Os resultados indicaram que a maior taxa de crescimento das quelas nos machos favorece a robustez do pólex, uma característica associada a vantagens em disputas agonísticas. Em contraste, as fêmeas apresentam uma palma mais robusta, possivelmente relacionada à eficiência funcional. Esses achados destacam como habitats de
    entremarés de praias, caracterizados por altas densidades populacionais e frequentes disputas, podem estar associados à seleção sexual em camarões-de-estalo. No segundo capítulo, o estudo investigou se a adaptação a habitats de planícies de maré estuarinas influencia a forma das quelas em Alpheus estuariensis. A similaridade ambiental dos habitats de planícies de lama dos estuários, pelo menos no nordeste do Brasil, pode limitar a variação morfológica nas quelas de A. estuariensis, promovendo formas semelhantes entre sexos e populações. Propõe-se que a uniformidade morfológica das quelas de A. estuariensis pode ser modulada pelo comportamento de escavação, essencial para a construção e manutenção de tocas nesses ambientes estuarinos. O terceiro capítulo abordou a diversidade morfológica nas quelas de quatro espécies de Alpheus, investigando a influência de fatores ecológicos e comportamentais de dois tipos de habitats: entremarés de praia e planícies de lama de estuários. Comparações entre espécies sugeriram que a morfologia das quelas é uma característica altamente plástica, moldada pelas interações em cada tipo de habitat analisado, sendo mais robustas em habitats de entremarés de praia do que em planícies de lama estuarinas. Os achados desta tese revelam que a interação entre fatores ecológicos, comportamentais e evolutivos pode influenciar a morfologia das quelas em Alpheus. As diferenças nos padrões de dimorfismo sexual, a similaridade morfológica em habitats estuarinos e as distinções na forma das quelas entre habitats demonstram como pressões seletivas dinâmicas atuam na evolução desses armamentos. Esses resultados contribuem para a compreensão das forças evolutivas que moldam a diversidade morfológica em Alpheus, fornecendo uma base para investigações futuras sobre a evolução morfológica e funcional das quelas de camarões em diferentes contextos ecológicos.


  • Mostrar Abstract
  • Os camarões-de-estalo são famosos pela morfologia de suas quelas, principalmente da quela maior, que possui o mecanismo de dente-cavidade. Esse mecanismo é considerado uma inovação chave para a evolução desses camarões. Nesse estudo, foi analisado o dimorfismo sexual de forma das quelas maior e menor em Alpheus angulosusA. carlae e A. nuttingi. Foi avaliada também a influência da alometria estática sobre a variação da forma das quelas entre os sexos. Para isso, foram utilizados os métodos de morfometria geométrica. Inicialmente, comparamos as configurações de forma das quelas entre os sexos para cada espécie, por meio da Análise de Componentes Principais (PCA). Em seguida, utilizamos a ANOVA de Procrustes, para inferência estatística da variação da forma entre os sexos. Testes de permutação também foram utilizados para comparar as formas entre os sexos, por meio da Análise de Função Discriminante. Por fim, foi utilizada a análise de regressão multivariada para verificar a influência da alometria estática sobre a variação da forma das quelas entre os sexos. Dessa forma, foram utilizados os valores residuais da regressão para visualizar a variação da forma entre os sexos sem a influência da alometria estática, no morfoespaço da PCA. Como resultados, observamos que os machos possuem quelas mais robusta do que as fêmeas nas três espécies estudadas. Sendo observado que a alometria estática possui influência sobre a variação da forma das quelas entre os sexos. Esses resultados sugerem que há um padrão na variação da forma da quela entre os sexos nas três espécies de nosso estudo. Além disso, há uma seleção sexual direcionada a favorecer quelas mais robustas nos machos, enquanto as fêmeas apresentam quelas mais cônicas.

3
  • JOSE HENRIQUE DE ANDRADE LIMA
  • DIVERSIDADE GENÉTICA EM POPULAÇÕES DE ESPÉCIES COOCORRENTES DE ANUROS DA MATA ATLÂNTICA DE ALTITUDE AO NORTE DO RIO SÃO FRANCISCO: PRESSÕES DO PLEISTOCENO

  • Orientador : PEDRO IVO SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIEGO JOSÉ SANTANA SILVA
  • ELIANA FARIA DE OLIVEIRA
  • FELIPE DE MEDEIROS MAGALHÃES
  • PEDRO IVO SIMOES
  • PEDRO MURILO SALES NUNES
  • Data: 19/02/2025

  • Mostrar Resumo
  • As montanhas desempenham um papel fundamental na evolução de diversos táxons, influenciando a diversidade biológica em seus diferentes níveis, padrões de distribuição e endemismos. No Nordeste do Brasil, ao norte do rio São Francisco, enclaves de florestas úmidas situam-se no topo de cadeias montanhosas, cercados por uma matriz de vegetação seca da Caatinga. Esses enclaves resultam de múltiplos eventos de expansão e retração das florestas úmidas ao longo do Quaternário e devido sua relativa estabilidade climática ao longo daquele período, acredita-se que tenham funcionado como refúgios climáticos no Pleistoceno. No entanto, ainda há incertezas sobre como populações de diferentes espécies responderam às variações climáticas e como a paisagem atual influencia a sua variação fenotípica e genética. Nesta tese, utilizei dados acústicos, morfológicos e genéticos de duas espécies de anuros coocorrentes nos enclaves florestais da região que diferem em relação a seus habitats de reprodução: Dendropsophus oliveirai, um habitat-especialista, e Physalaemus cuvieri, um habitat-generalista. Investiguei como fatores geográficos e ambientais ao longo do Planalto da Borborema influenciam a variação fenotípica e genética dessas espécies, e como ciclos climáticos e vegetacionais influenciaram processos populacionais, como divergência, migração e variação no tamanho populacional. Para isso, analisei características biológicas como canto de anúncio, tamanho corporal e variação genética (marcador mitocondrial 16S e dados genômicos), em relação a elementos da paisagem (distância geográfica, latitude, longitude, variáveis bioclimáticas, vegetação e estabilidade climática) e fatores históricos (ciclos climáticos e vegetacionais da região). Usei métodos estatísticos para analisar as associações entre caracteres biológicos e variáveis da paisagem, por fim, apliquei filogeografia estatística combinada à approximate Bayesian Computation (ABC) e Supervised Machine-Learning (SML) para investigar a influência de fatores históricos na dinâmica demográfica populacional das espécies. No primeiro capítulo, demonstrei que a variação acústica em P. cuvieri é maior e fortemente influenciada pelo ambiente, mas também pela distância geográfica entre populações. Em D. oliveirai, o ambiente foi o principal fator determinante da variação acústica, seguido pela influência genética e morfológica, havendo uma possível influência indireta da distância geográfica. No segundo capítulo, observei menor diferenciação genética em P. cuvieri, principalmente associada à distância geográfica latitudinalmente e pouca influência da variação ambiental. Em D. oliveirai, a diferenciação genética foi maior e associada à distância geográfica longitudinalmente, variação ambiental e estabilidade climática. No terceiro capítulo, estimei o tempo de divergência populacional nas duas espécies, a qual data do Pleistoceno Médio, com aumento da migração e do tamanho populacional após o Último Máximo Glacial, seguidos de possíveis reduções no Holoceno. Considerados em conjunto, os resultados demonstram como caracteres distintos evoluem de forma desacoplada e como traços ecológicos espécie-específicos influenciam a história evolutiva das espécies. Além disso, ressaltam o papel dos ciclos climáticos do Pleistoceno e da complexidade topográfica na estruturação genética da biota de uma região. Minha tese contribui para uma melhor compreensão da diversidade e estruturação genética, assim como da dinâmica demográfica das espécies do Planalto da Borborema, destacando a importância dos enclaves florestais do norte da Mata Atlântica para a conservação da biodiversidade do Nordeste brasileiro.


  • Mostrar Abstract
  • Montanhas são ambientes excepcionais para estudar processos evolutivos devido a sua capacidade singular de gerar e manter biodiversidade. Os enclaves de floresta em elevadas altitudes ao norte do rio São Francisco são remanescentes de Floresta Atlântica cercados por Caatinga, que tiveram sua vegetação estabelecida durante as várias mudanças climáticas do Quaternário. Tais montanhas atuaram como refúgios florestais para a biota de biomas florestais como a Floresta Atlântica. As populações de anuros dessas áreas foram relativamente estudadas quanto aos seus padrões de diversidade e estruturação genética. Contudo, investigações sobre variação fenotípica e mecanismos evolutivos que atuam na evolução desses caracteres permanecem inexplorados. Nesse trabalho investigamos variação acústica em populações de duas espécies de anuros coocorrentes em florestas serranas do Planalto da Borborema, testando associações dessa variação com variação ambiental, distância geográfica e tamanho corporal. Nossos achados demonstram que todos os fatores testados influenciam na variação acústica das populações estudadas, porém, com importâncias relativas diferentes em cada espécie devido suas diferenças ecológicas. Assim, tanto processos seletivos quanto neutros podem estar atuando conjuntamente sobre a diferenciação acústica de populações de anuros de florestas serranas.

4
  • MARINA DE SIQUEIRA BARROSO
  • AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DOS EFEITOS DO AUMENTO DO NÍVEL DO MAR SOBRE A MEIOFAUNA DE AMBIENTE RECIFAL

  • Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • EVERTHON DE ALBUQUERQUE XAVIER
  • TACIANA KRAMER DE OLIVEIRA PINTO
  • Data: 24/02/2025

  • Mostrar Resumo
  • O aumento do nível do mar (SRL) é causado principalmente pela expansão térmica dos oceanos e pelo derretimento das geleiras terrestres, em casos de emissões de carbono mais elevadas, existe a possibilidade de o aumento do nível do mar no século XXI se aproximar ou até mesmo ultrapassar 2 metros. O objetivo deste estudo foi investigar experimentalmente como a meiofauna bentônica responde ao possível impacto do aumento do nível do mar em ambientes recifais. Foram conduzidos dois experimentos in situ: o primeiro com um desenho amostral visando avaliar a zonação vertical em pequena escala (centímetros) da meiofauna bentônica, e o segundo envolvendo a translocação da maiofauna do mediolitoral para o infralitoral, simulando a submersão contínua e representando um cenário de afogamento do recife. Os experimentos foram realizados em um recife costeiro na Praia de Serrambi, litoral Sul de Pernambuco, Brasil, utilizando Unidades de Substrato Artificial (UAS) para simular tufos de algas naturais, um micro- habitat predominante no ecossistema recifal. Nosso estudo indica evidencias muito altas de difernças na composição da estrutura da comunidade da meiofauna ao comparar as microzonas do mediolitoral com as do infralitoral. Diferenças na estrutura da comunidade também ocorreram entre microzonas muito próximas (ou seja, 25 a 30 cm) dentro das microzonas do meio-litoral ou do infralitoral, indicando que a distribuição de organismos meiofaunísticos varia em escalas verticais de nível de centimetros dentro de um habitat recifal complexo. Também foi identificada uma mudança a nível de comunidade meiofaunística em caso de afogamento das zonas de médiolitoral pelo SLR, incluindo perdas de espécies de mediolital, . Essa mudança multivariada foi ainda mais evidente em caso de uma subida próxima a 40cm.


  • Mostrar Abstract
  • Apresentamos o primeiro conjunto de dados sobre a microzonação vertical da meiofauna dos recifes de corais tropicais do Atlântico Sudoeste. Nesses recifes costeiros, o nivel superior (da zona mediolitoral), comumente exposta durante a maré baixa, apresenta uma fauna bentônica distinta quando em comparação com os organismos do infralitoral, devido a diferentes condições físicas e pressões ecológicas, tais como, disponibilidade de habitat, a competição e a predação. Aqui estudamos a distribuição espacial de grandes grupos taxonômicos da meiofauna, das espécies de Copepoda e de Nematoda, ao longo do eixo vertical de uma parede recifal costeira.  Observamos uma diminuição na abundância da meiofauna nas partes mais altas do recife (Mediolitoral +60 e +50 cm) em comparação às densidades encontradas no infralitoral. Apontamos as diferenças significativas entre a composição das espécies da comunidade de Copepoda e Nematoda entre o mediolitoral e o infralitoral. Evidenciamos ainda, diferenças na estrutura da comunidade inclusive entre microzonas muito próximas, dentro de infralitoral (Infralitoral -15 versus -40 cm), o que indica que a distribuição dos organismos meiofaunais, mesmo em grandes grupos taxonômicos, está organizada em microzonas e sofre variação ao longo de escalas verticais pequenas, de poucos centímetros. A zonação em pequena escala vertical detectada indica a forte sensibilidade da meiofauna e potencial perda de diversidade em cenário de aumento do nível do mar. 
5
  • ANDREZA CAMPOS DE MOURA
  • Padrões de distribuição dos atributos funcionais de hidroides (Cnidaria, Hydrozoa) influenciados pela salinidade na costa atlântica da América Do Sul

  • Orientador : CARLOS DANIEL PEREZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AMANDA FERREIRA CUNHA
  • CARLOS DANIEL PEREZ
  • GABRIEL NESTOR GENZANO
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 25/02/2025

  • Mostrar Resumo
  • Hidroides são cnidários hidrozoários das superordens “Anthoathecata” (atecados) e Leptothecata (tecados), caracterizados por uma fase de vida séssil dominante, ampla distribuição geográfica e batimétrica, além de elevada plasticidade fenotípica. Pioneiros na colonização de substratos consolidados, inconsolidados e artificiais, esses organismos desempenham um papel ecológico significativo. A biogeografia e a macroecologia oferecem ferramentas importantes para investigar os padrões de distribuição das espécies em relação a fatores evolutivos e ambientais. Entretanto, no ambiente marinho, a complexidade inerente à diversidade de habitats, fatores abióticos e biológicos, bem como barreiras sazonais, torna esses estudos desafiadores e ainda escassos. A costa Atlântica da América do Sul, que abrange diversos habitats, grandes sistemas fluviais, condições climáticas variáveis e correntes oceânicas, influencia diretamente a composição e distribuição dos hidroides. No entanto, há lacunas significativas no conhecimento sobre as relações entre atributos funcionais e fatores ambientais, como batimetria e salinidade, os quais podem modular a morfologia, os hábitos e o ciclo de vida desses organismos, especialmente em ambientes estuarinos. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivos: (1) identificar padrões dos atributos funcionais de hidroides em relação à salinidade ao longo do gradiente latitudinal da costa do Brasil, Uruguai e Argentina; (2) analisar os padrões de distribuição de hidroides nessa mesma região; e (3) listar as espécies de hidroides presentes nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Através dessas análises, buscou-se ampliar o entendimento sobre os processos ecológicos que modulam a distribuição e a diversidade funcional dos hidroides, contribuindo para preencher as lacunas no conhecimento biogeográfico e macroecológico desses organismos na costa Atlântica sul-americana. (1) O comprimento das colônias é influenciado por salinidade, temperatura, substrato e ciclo de vida, com colônias ma iores associadas a menor salinidade. Altas salinidades influenciam negativamente tamanho de hidrantes e tentáculos de hidroides atecados. (2) As assembleias de hidroides do Caribe e Brasil compartilham 26,74% das espécies, com a foz do rio Amazonas atuando como barreira semipermeável e corredor de dispersão. O Sudeste brasileiro apresenta maior riqueza devido à zona de ressurgência. Na Patagônia, correntes das Malvinas influenciam a distribuição, enquanto a salinidade é a principal variável nas regiões brasileiras e caribenhas. (3) Foram identificadas 59 espécies de hidroides de 32 gêneros e 14 famílias. Áreas com mais estações de coleta apresentaram maior riqueza de espécies, reforçando a necessidade de estudos em áreas negligenciadas. A riqueza de espécies diminui com a profundidade, com maior diversidade entre 0–50 m. Substratos biogênicos, como esponjas, são importantes habitats para hidroides epizoicos.


  • Mostrar Abstract
  • Os hidroides são cnidários bentônicos pioneiros na colonização de ecossistemas marinhos, desde zonas tropicais até os pólos, que exibem estágios de vida sésseis (pólipos) e livres natantes (medusas). As costas do Brasil, Uruguai e Argentina somam mais de 14 mil km de extensão, apresentando habitats e condições ambientais distintas. O presente trabalho é baseado nas seguintes hipóteses: (1) as assembleias de hidroides da região Norte e Nordeste são distintas das do sudeste e sul do brasil; (2) as assembleias das ecorregiões brasileiras são mais semelhantes entre si, do que em relação às ecorregiões da província Magalhânica, devido a influências de correntes marítimas. O objetivo deste estudo foi analisar o agrupamento de assembleias de hidroides em relação ao gradiente latitudinal tendo como base modelo para organismos marinhos. Para as nossas análises foram compilados dados de 4.546 espécimes oriundos de dados de coleções e artigos científicos para hidroides do oceano Atlântico Sul Ocidental. Foram utilizadas 172 fontes de bases de dados, compilando 317 espécies distribuídas em 11 ecorregiões e quatro províncias. Para verificar os padrões de agrupamentos das espécies foram usados agrupamentos UPGMA, com análise do perfil de similaridade (SIMPROF) e ordenação NMDS. O SIMPER foi usado para verificar a contribuição de dissimilaridade e o diagrama de Venn para observar o compartilhamento de espécies entre as ecorregiões. Os índices de Distinção taxonômica média (AVTD) e Variação na distinção taxonômica (VarTD) foram utilizados para a análise da distinção taxonômica. A assembleia da ecorregião Leste do Brasil se assemelha mais a ecorregião Sudeste, indicando que a presença da bifurcação da corrente sul equatorial influencia na composição de espécies nesta região. A ecorregião Sudeste apresenta pico de riqueza de espécies corroborando estudos anteriores para outros taxa. Esta região sofre influência da zona de ressurgência. A região do Rio da Prata não agrupou com as demais ecorregiões, e apresenta uma assembleia de espécies heterogênea, que pode ser afetada pela diferença de salinidade promovida pela desembocadura do rio, que serve como uma barreira flexível e um potencial influenciador na composição de espécies. As assembleias de espécies de hidroides do Oceano Atlântico Sul Ocidental não se agrupam de acordo com as províncias propostas por Spalding e colaboradores.

6
  • ALAN DIAS CAVALCANTI
  • BIODIVERSIDADE DE ESPONJAS DA PLUMA DO RIO AMAZONAS: UMA NOVA FRONTEIRA PARA A TAXONOMIA E BIOGEOGRAFIA

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS DANIEL PEREZ
  • EDUARDO CARLOS MEDUNA HAJDU
  • JOANA CAROLINA FREIRE SANDES SANTOS
  • LUDIMILA CALHEIRA LAURINDO
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 26/02/2025

  • Mostrar Resumo
  • Apesar da espongiofauna brasileira ser composta por 642 espécies válidas, ela ainda é considerada subestimada quando se leva em consideração o baixo esforço amostral e o estágio de desenvolvimento taxonômico de cada região. Mesmo para a Região Nordeste, a mais diversa, o conhecimento é fragmentário com maior número de espécies de esponjas conhecidas para Bahia (95) e Pernambuco (76) enquanto pouco se sabe para o Maranhão (23) e o Piauí (3). Pouco conhecida também é a diversidade da Região Norte com 38 espécies válidas, sendo 17 para o Amapá e 23 para o Pará. A região Norte possui grande importância em relação aos processos biogeográficos que explicam a diversidade de poríferos da costa brasileira. Collette & Rutzler (1977) iniciaram o questionamento sobre a relação entre as espongiofaunas brasileira e caribenha, os autores discutiram sobre uma descontinuidade da fauna marinha, inclusive a espongiofauna, entre Caribe e Brasil causado pelo alto fluxo de água doce proveniente do Amazonas, associado a forte Corrente das Guianas, e consideraram a área como uma barreira para dispersão de espécies. Neste sentido, se torna urgente não só um inventário mais atualizado da espongiofauna, para um melhor entendimento sobre a biodiversidade local, como também uma análise biogeográfica das espongiofaunas caribenhas e brasileiras com o intuito de identificar uma possível atuação da Pluma do Rio Amazonas como barreira de dispersão. O presente estudo conta com 160 espécimes identificados, resultando em 40 descrições de espécies, 1 possível espécie nova e um espécime em gênero. Dentre os resultados, destacamos a descrição de Awhiowhio saci Dias, Kelly & Pinheiro, 2023, primeiro registro do gênero para o Oceano Atlântico. Além disso foram feitos 23 novos registros para o Estado do Maranhão, 6 para o Estado do Pará e 6 para o Estado do Amapá. Nossas análises biogeográficas mostram grupamentos com altos índices de suporte, destacando inicialmente os grupamentos que correspondem a fauna caribenha e brasileira com 98% e 73% de suporte, respectivamente. Adicionalmente, foram observados outros grupamentos que dignos de nota, como por exemplo, o grupamento formado pelos estados que sofrem influência mais direta do Rio Amazonas, Amapá e Pará, com 73% de suporte e, no grupamento caribenho, o grupo formado pelas localidades que estão sob influência direta do Mar do Caribe. Com estes resultados fica evidente que existe uma separação entre as faunas caribenhas e brasileiras, com o grupamento formado por Amapá e Pará sendo um forte indício que o Rio Amazonas seja sim uma variável importante que causa esta separação entre as faunas. Porém, ainda é necessário um aumento no esforço amostral em certos tipos de localidades, nestes e em outros estados, não só para contribuir em futuras análises biogeográficas, mas também para aumentar o conhecimento sobre uma biodiversidade que exibe um potencial enorme e é bastantesubestimada.


  • Mostrar Abstract
  • Apesar da espongiofauna brasileira ser composta por 642 espécies válidas, ela ainda é considerada subestimada quando se leva em consideração o baixo esforço amostral e o estágio de desenvolvimento taxonômico de cada região. Mesmo para a Região Nordeste, a mais diversa, o conhecimento é fragmentário com maior número de espécies de esponjas conhecidas para Bahia (95) e Pernambuco (76) enquanto pouco se sabe para o Maranhão (23) e o Piauí (3). Pouco conhecida também é a diversidade da Região Norte com 38 espécies válidas, sendo 17 para o Amapá e 23 para o Pará. A região Norte possui grande importância em relação aos processos biogeográficos que explicam a diversidade de poríferos da costa brasileira. Collette & Rutzler (1977) iniciaram o questionamento sobre a relação entre as espongiofaunas brasileira e caribenha, os autores discutiram sobre uma descontinuidade da fauna marinha, inclusive a espongiofauna, entre Caribe e Brasil causado pelo alto fluxo de água doce proveniente do Amazonas, associado a forte Corrente das Guianas, e consideraram a área como uma barreira para dispersão de espécies.

7
  • JOAO CARLOS DA SILVEIRA REGUEIRA
  • REVISÃO TAXONÔMICA E ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE Blepharotoma BLANCHARD, 1850 (COLEOPTERA: SCARABAEIDAE: SERICOIDINAE)

  • Orientador : LUCIANA IANNUZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE DA SILVA FERREIRA
  • ALINE DE OLIVEIRA LIRA
  • LUCIANA IANNUZZI
  • PATRICIA PILATTI ALVES
  • PAULA BRAGA GOMES
  • Data: 28/02/2025

  • Mostrar Resumo
  • Blepharotoma Blanchard, 1850 é um gênero de besouros fitófagos descrito por Blanchard, 1850. Atualmente pertencem à tribo Sericoidini (Scarabaeidae, Sericoidinae), tendo sido classificado em diversas outras ao longo dos anos. O táxon é composto por 20 espécies distribuídas na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Peru. Desde a sua descrição, Blepharotoma passou por diversos atos taxonômicos, tendo um total de nove novas espécies descritas no gêneros e dez transferências, sendo a mais recente a espécie Blepharotoma nitida (Mannerheim, 1829), transferida de Omaloplia Schönherr , 1817. Tais mudanças, levaram a um certo enfraquecimento dos seus limites internos. Para solucionar este tipo de problema, uma revisão taxonômica, tem sido indicada por autores como necessária para o grupo. Além disso, integrá-la a análises filogenética morfológica e morfométrica forneceria um maior suporte aos resultados obtidos. Portanto, é proposta neste trabalho a revisão taxonômica, análise filogenética e morfométrica do gênero Blepharotoma. Com isso, será possível determinar o real posicionamento tribal, bem como determinar os limites internos do gênero e das espécies que o compõem. A morfometria geométrica corroborou o atual posicionamento do gênero em Sericoidini. Porém, em relação à forma das espécies, apesar de terem uma variação significativa, não foi possível observar agrupamento específico. Ainda assim, os resultados das espécies mostram-se eficazes para a diferenciação de algumas delas em uma comparação par-a-par . Quanto à filogenia, a análise permitiu a recuperação da monofilia de Blepharotoma, corroborando os resultados da morfometria quanto ao posicionamento do grupo em Sericoidini. Por fim, a revisão taxonômica resultou na redescrição de 19 espécies do gênero e uma precisa definição dos taxa envolvidos.


  • Mostrar Abstract
  • Scarabaeidae is one of the most diverse Coleoptera families with more than 11000 species. Such richness can lead to certain problems like taxonomic uncertainties in their inner groups. Blepharothoma (Melolonthinae: Sericoidini) is an example, since the genus already has been in five distinct tribes and possesses fragile inner limits due to lots of new descriptions and transferences along the years. A current method that has been helping identify patterns among groups of organisms is the geometric morphometrics. The technique identifies variations among specimens shape through comparison of landmarks coordinates. In this study, our aim was to test if there is a significant morphometric variation among species of Blepharothoma and among the genera of Sericoidini that could allow us to identify their taxa. We compared 18 Blepharothoma species among them and all the genus of Sericoidini (Apterodemidea, Blepharotoma, Manonychus, Ovomanonychus and Sericoides). The
    structures chosen were clypeus, pronotum and elytra. A photographic matrix was created with images of the structures and a series of 2 landmarks were plotted in each image. Then a Procrustes superimposition was made, and the data was analyzed through Principal Component Analysis, ANOVA de Procrustes and Canonical Variate Analysis. Our results showed that besides the values of Blepharothoma could act as a useful tool to differentiate species, it does not seem to have any pattern among them. The only exception is a small group of beetles from Buenos Aires that remain unidentified and possibly could be a new species. On the contrary, the genus of Sericoidini have well defined groups, and seem to be very characteristic shapes for each one. In conclusion, geometric morphometric seems to be a good support tool when it comes to taxonomic classification of Blepharotoma. Since when used independently there is no satisfactory result, maybe combined with other methods, this technique could at least help to corroborate future hypotheses.

8
  • MARIA GISLAINE PEREIRA
  • Estudo da resistência à radiação ionizante natural e induzida em Drosophila melanogaster residentes de cidades do nordeste brasileiro com alto nível de 222Rn.

  • Orientador : PEDRO MURILO SALES NUNES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO MARCOS DE OLIVEIRA SANTOS
  • ANA MARIA MENDONCA DE ALBUQUERQUE MELO
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • CRISTIANO APARECIDO CHAGAS
  • Data: 31/03/2025

  • Mostrar Resumo
  • A radiação ionizante é capaz de provocar alterações biológicas graves nos organismos expostos, decorrentes de mutações no material genético que podem culminar em danos irreparáveis e morte celular. Contudo, os seres vivos possuem sistemas de reparo genéticos para manutenção da integridade do DNA, a depender da dose e tempo de exposição a agentes mutagênicos. Este trabalho buscou investigar como a radiação ionizante presente em dois municípios da região semiárida do Nordeste do Brasil afeta o organismo-modelo Drosophila melanogaster (Insecta, Diptera). Após a busca por locais com níveis alterados de radiação natural, monitorados pela presença de partículas alfa emanadas do solo, foram escolhidos os municípios de Cerro Corá e Parelhas, no Rio Grande do Norte, para serem obtidas amostras de indivíduos D. melanogaster, denominadas CC-res (Cerro Corá residente) e PAR-res (Parelhas residente). Em laboratório, essas linhagens foram mantidas nas mesmas condições de cultivo que a linhagem controle Oregon-R. Decorridos sete e 13 meses, três réplicas de cada linhagem foram expostas por seis dias em Cerro Corá e em Parelhas, junto com Oregon-R. Larvas e adultos expostos retornaram ao laboratório para serem processados pelo Ensaio cometa, que quantifica os danos no DNA (efeito genotóxico) pelo Índice de Dano (ID) e Frequência de Dano (FD%). Para ampliar os resultados obtidos em campo (exposição crônica), uma segunda abordagem foi feita com as mesmas populações, e com a linhagem controle ambiental procedente de Vitória de Santo Antão (VSA-res), local com níveis normais de radiação (&lt; 200 Bq.m -3 ). Três réplicas de larvas CC-res, PAR-res, Oregon-R e VSA-res foram submetidas a doses controladas de radiação gama (10, 30, 50 e 70 Gray), induzida por fonte de 60 Cobalto. Os efeitos genotóxicos foram avaliados pelo Ensaio cometa após 1 hora da irradiação, e após 24 horas, visando observar o efeito celular de recuperação aos danos. Os resultados dos experimentos crônicos e agudos estão apresentados nos Artigos 1 e 2 desta Tese. O primeiro artigo apresenta as medidas de radiação alpha em Cerro Corá (acima de 2800 Bq.m -3 ), quantificadas em duas estações do ano (seca e chuvosa), juntamente com os resultados da exposição crônica e aguda de CC-res e Oregon-R (OR 1 ). São apresentadas evidências da presença de adaptação genética em CC-res, com baixas medidas de ID e FD% em comparação com OR 1 . Os resultados de radiorresistência foram corroborados pelos testes de exposição aguda, com baixos ID e FD% em CC-res (exceto na dose 10 Gray), ao contrário de OR 1 , com danos crescentes (efeito dose-dependente). Esses resultados se mantiveram mesmo após 24 horas da irradiação gama, sugerindo que os danos são permanentes em OR 1 (efeito mutagênico). No artigo 2 foi avaliada a população natural de D. melanogaster proveniente de Parelhas, um local com níveis moderados de radiação natural (entre 400 e 900 Bq.m -3 ). Como os experimentos foram realizados nas mesmas datas em Parelhas e Cerro Corá, o Artigo 2 apresenta, além dos resultados da exposição crônica e aguda, a comparação entre todas as populações, incluindo Vitória de Santo Antão (VSA-res), que se comportou como grupo controle ambiental após exposição à radiação gama. Os resultados confirmam a hipótese inicial de que apenas as populações D. melanogaster residentes de locais com níveis anormais de radiação natural desenvolveram a capacidade adaptativa de controlar os danos ao DNA, provavelmente devido a um aprimoramento das vias de reparo do DNA. Os resultados apontam para a necessidade de serem realizados mais estudos nos ambientes da Caatinga onde há níveis anormais de radiação, e avaliar outros organismos, visando compreender como ocorrem os processos genético-adaptativos decorrentes da exposição à radiação natural.


  • Mostrar Abstract
  • Ionizing radiation can cause profound deleterious effects on cells, depending on the dose and exposure time, because it is capable of penetrating the living organisms, where it induces the ionization of both organic and inorganic compounds. However, studies demonstrate the relevance of adaptive intrinsic genetic and epigenetic characteristics to repair the damages and maintain the integrity of DNA. The Northeast region of Brazil is an ideal place for studies on this topic, in its environments rich in natural radioactivity that comes from rocky outcrops rich in Uranium and Thorium. This work highlights the presence of radioresistance in a natural population of Drosophila melanogaster resident in Cerro Corá (CC-res), a small, sparsely urbanized municipality with high levels of Radon (> 2800 Bq.m-3). The genotoxic effects associated with natural radiation and gamma radiation induced by 60Co (10, 30, 50 and 70 Gray), were evaluated by the Comet assay in CC-res, after seven and 13 months of laboratory cultivation, and in D. melanogaster Oregon-R (group control). The results show low rates of damage to CC-res larvae and adults (radioresistance), regardless of the climatic season of exposure (dry or rainy) or the time of cultivation in the laboratory. Likewise, CC-res was more tolerant to the effects of gamma radiation and only Oregon-R presented high damages with a dose-response effect. The results open perspectives for new studies of in vivo exposure of wildlife in order to correlate radiation dose with known radiological effects.

9
  • CÉLIO FREIRE MARIZ JR
  • Peixes sentinela Eugerres brasilianus e Danio rerio para avaliação da toxicidade crônica do derrame de óleo em manguezais e rios do litoral pernambucano

  • Orientador : PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LILIAN LUND AMADO
  • AFONSO CELSO DIAS BAINY
  • LILIA PEREIRA DE SOUZA SANTOS
  • MONICA LUCIA ADAM
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • Data: 09/05/2025

  • Mostrar Resumo
  • A costa brasileira foi afetada por um derramamento de óleo que causou impactos nos ecossistemas aquáticos costeiros entre 2019 e 2020. A toxicidade, baseada em parâmetros de desenvolvimento, morfológicos, bioquímicos e comportamentais, foi medida em laboratório em estágios embriolarvais de Danio rerio expostos a hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) presentes em frações acomodadas em água (FAAs) de amostras do óleo que atingiu a costa. Também foram avaliados em campo biomarcadores de exposição, bioquímicos e de genotoxicidade na carapeba Eugerres brasilianus residente em 3 estuários impactados pelo derrame de óleo. Uma primeira abordagem em laboratório avaliou a toxicidade em D. rerio expostos a FAAs decorrentes do óleo que atingiu a costa em três níveis de intemperismo natural, óleo emulsificado submerso semelhante a “mousse” (FAA-OM) da Praia do Paiva, e duas amostras após 51 dias de intemperismo adicional depositados na areia da Praia da Ponta do Xaréu (FAA-OS) e aderidos a rochas (FAA-OR). A análise da composição de HPAs das FAAs indicou uma tendência clara de diminuição de naftalenos parentais e alquilados e aumento de fenantrenos comparando FAA-OM menos intemperizado e FAA-OS e FAA-OR mais intemperizados. A exposição a FAA-OS e FAA-OR mais intemperizadas foram indutores mais potentes de atraso no desenvolvimento do zebrafish, sugerindo que fenantrenos parentais e alquilados são relevantes para este atraso. No entanto, a exposição a FAA-OM menos intemperizada foi um indutor mais potente de falha no enchimento da bexiga natatória do que a FAA-OS e FAA-OR mais intemperizados, sugerindo que naftalenos parentais e alquilados são relevantes como causa desta falha. Diminuições nas frequências cardíacas e aumento nas deformidades cardíacas e esqueléticas foram observados em larvas expostas a todas FAAs. As menores concentrações de efeito observadas (CEO) para diferentes parâmetros de toxicidade de desenvolvimento estão dentro das concentrações de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos ambientalmente relevantes e espécies locais podem ter sido afetadas. Uma segunda abordagem em laboratório abordou potenciais mecanismos de expressão gênica cruciais para o desenvolvimento da bexiga natatória afetados pela exposição das fases embriolarvais de Danio rerio a FAA-OM. A exposição a concentrações de 4,49 e 17,9 μg-ΣHPAt L-1 resultou na diminuição em 48 horas após a fertilização (hpf) da expressão dos genes responsáveis pelo desenvolvimento do tecido do epitélio (hb9 e sox2), mesênquima (has2), mesotélio (elovl1a) da bexiga natatória, e pelo comportamento de “swim-up” quando a larva enche a bexiga inicialmente abocanhando ar (sox2). Essa diminuição da expressão destes genes correlacionou-se com alta frequência de bexigas natatórias não infladas em 96 e 168 hpf, chegando a 100% em larvas expostas a concentrações mais altas (35,9 e 71,8 μg-ΣHPAt L-1). Os níveis de enzimas antioxidantes SOD e CAT foram inibidos, enquanto GST e GSH aumentaram nas larvas expostas. A velocidade e distância média de natação também foram reduzidas em larvas expostas à menor concentração testada. Os resultados sugerem que a FAA-OM pode inibir a transcrição de genes envolvidos no desenvolvimento da bexiga natatória e no comportamento de natação adequado, impactando potencialmente a viabilidade e o sucesso das larvas em desenvolvimento e, consequentemente, o recrutamento de peixes. Uma terceira abordagem em laboratório avaliou o efeito na toxicidade para as fases iniciais de vida do Danio rerio após exposição a combinação da radiação ultra-violeta (UV) natural solar que é intensa na região equatorial onde ocorreu o derrame de óleo, em conjunto com os HPAs presentes na FAA-OM. A radiação UV da luz solar aumentou o potencial tóxico da exposição a FAA-OM, sendo que a concentração letal para 20% dos organismos expostos (LC20) diminuiu de 29,11 μg-ΣHPAt L-1 na ausência de radiação UV (FAAOM) para 8,42 μg-ΣHPAt L-1 na exposição combinada (FAA-OM-UV). A exposição combinada à FAA-OM-UV também aumentou a toxicidade baseada em efeitos subletais, reduzindo a CEO, expressos por atrasos no desenvolvimento embriolarval, pelo aumento da frequência de patologias e deformidades, pela diminuição do comprimento total e da área ocular. Os parâmetros bioquímicos indicaram indução de estresse oxidativo, possivelmente correlacionado com o aumento na frequência de patologias e atraso no desenvolvimento dos peixes. Na abordagem de campo focada em juvenis da espécie Eugerres brasilianus coletados em 3 complexos estuarinos impactados pelo derrame de óleo dois anos após o pico do acidente, foram observados diferentes padrões de exposição a HPAs provenientes do óleo avaliada com base nos HPAs biliares, e de alterações biológicas com base em biomarcadores bioquímicos e de genotoxicidade. EROD e GST, relacionados à biotransformação de fase 1 e 2, respectivamente, apresentaram maior atividade em peixes do estuário de Barra de Catuama (BCEC), onde foi verificada menor bioconcentração de HPAs biliares. Por outro lado, EROD e GST apresentaram menor atividade em peixes dos estuários de Suape (SEC) e Rio Formoso (FRES), onde foi verificada maior bioconcentração de HPAs biliares. Foi verificada uma maior similaridade de efeitos nos peixes de FRES e SEC. A enzima SOD, importante na defesa antioxidante, mostrou-se inversamente proporcional às alterações nucleares, sugerindo que tais alterações podem estar relacionadas à inibição dessa enzima.


  • Mostrar Abstract
  • The Brazilian coast was affected by an oil spill that caused impacts on coastal aquatic ecosystems between 2019 and 2020. Toxicity based on developmental, morphological, biochemical and behavioral endpoints were measured in embryo-larval stages of Danio rerio exposed to polycyclic polycyclic aromatic hydrocarbons (PAH) in oil water accommodated fractions (WAFs) prepared from three oil samples with different levels of weathering. Masses of submerged emulsified oil as they reached Paiva Beach on October 3 rd , 2019, characterized oil mousse samples (OM). Two other samples were collected 50 days later at Ponta do Xaréu Beach, named oil in sand (OS) which was characterized by OM deposited on sand after reaching the supralittoral strip, and oil in rock (OR) characterized by OM that adhered to rocks on the shore. Significant changes in the relative concentration of parent and alkylated PAHs were verified in oil WAFs from the differentially weathered oil samples. Alkylated naphthalenes in less weathered WAF-OM represented 40.8% of total PAHs, and decreased to 15.9% and 6.2% in WAF-OS and WAF-OR, respectively, suggesting losses of alkylated 2 ring PAHs by evaporation after the emulsified oil reached the coast. Phenanthrene and alkylated phenanthrenes + anthracenes increased from 23.9% of total PAHs in WAF-OM to 43% and 46% in WAF-OS and WAF-OR, respectively. Increases in the proportion of 3, 4 and 5 ring parent and alkylated PAHs in WAF-OS and WAF-OR compared to WAF-OM were also verified. Zebrafish embryo- larval development until 96 hours post fertilization (hpf) was retarded based on global morphology score decreases after exposure to oil WAF-OM, WAF-OS and WAF-OR, with lowest effect concentrations (LOEC) of 2.2, 3.6 and 1.6 µg total PAHs L -1 , respectively. WAF-OM coast was a more potent inducer of developmental delays in zebrafish than unweathered WAFs from Oman and Merey crude oils in other studies. Decreases in heart rate on larvae exposed to WAF-OM and WAF-OS and high frequencies of heart deformities in larvae exposed to WAF-OM and WAF-OR were observed. WAF-OM was more potent to induce larval failure in swim bladder inflation with median effect concentration (EC50) of 1.62 µg total PAHs L -1 , and WAF-OM was also more potent to induce reduced swimming speeds of larvae (LOEC of 1.1 µg total PAHs L -1 ). The higher potency of WAF-OM to induce developmental delay, failure in swim bladder inflation and reduced swimming speeds was associated with higher concentrations of alkylated naphthalenes. LOECs for developmental delay, failure in yolk sac absorption, swim bladder inflation, and mouth development are within environmental PAH concentrations detected in field samples, and indicate that toxicity could be observed in the field.

2024
Dissertações
1
  • FLAVIA JULIANA LOBATO DE FRANÇA
  • MICROPLÁSTICOS E SEU EFEITO INTERATIVO COM HPA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE METAZOÁRIOS DIMINUTOS

  • Orientador : GIOVANNI AMADEU PAIVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABIANE GALLUCCI
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • GIOVANNI AMADEU PAIVA DOS SANTOS
  • TACIANA KRAMER DE OLIVEIRA PINTO
  • Data: 30/01/2024

  • Mostrar Resumo
  • Os microplásticos (MP’s) representam uma ameaça atual e crescente nos ecossistemas marinhos. Sua capacidade de sedimentar no bentos marinho torna os organismos que ali vivem propensos a impactos direto desse estressor. Dentre os organismos bentônicos, a meiofauna se destaca por ser uma comunidade com diferentes grupos zoológicos com distintos grau de tolerância, além do curto ciclo de vida e contato íntimo com o
    substrato. Apesar dos estudos com MP’s e meiofauna vim aumentando desde a segunda década do ano 2000, ainda há muita lacuna quanto aos efeitos dos MP’s, principalmente porque a maioria dos estudos são monoespecíficos, avaliando geralmente a absorção do MP. Além desse fato, ainda se entende MP como uma partícula inerte, com baixo poder de toxicidade. Nesse contexto, este estudo visa investigar os efeitos do MP de curto prazo e comparar os efeitos de longo prazo do MP com os do Hidrocarboneto Policíclico Aromático (HPA) fenantreno, tendo em vista que ambos possuem a mesma base de origem. No mais, este estudo pretende também avaliar o que sabemos até o momento sobre MP e seus efeitos na meiofauna através de uma revisão de literatura. Para a revisão utilizamos como base de dados as plataformas da Web Of Science e Google Scholar, a busca foi realizada com auxílio de operadores booleanos ou Kit de busca até março de 2023. Os efeitos de curto prazo para MP e de longo prazo comparando MP e fenantreno foram realizados em microcosmos experimentais em laboratório com concentrações encontradas naturalmente no ambiente. Incluímos na revisão 132 estudos com MP e grupos individuais ou em comunidade da meiofauna, e conseguimos perceber que há uma tendência na utilização dos polímeros e morfotipos de MP testados, uma vez que poliestireno (PS) de morfotipo microesfera foram os mais investigados, em contrapartida, os dados apontam que polímeros mais densos que o PS são os mais danosos. Apesar de neste estudo usarmos o PS de 1µm de comprimento nos experimentos, vale pontuar que a maioria dos estudos foram avaliados monoespecificamente. Dessa forma, em um curto período de exposição, o MP diminuiu a densidade total da meiofauna, bem como os índices de diversidade. Porém, a menor concentração foi mais danosa do que a maior concentração testada. Além disso, todos os táxons avaliados foram capazes de ingerir MP, com exceção de Tardigrada. No experimento comparativo, o MP foi mais danoso do que o HPA fenantreno, com efeitos mais pronunciados com aumento da concentração e tempo de exposição. Portanto, os MP são danosos a meiofauna, tanto em período curto quanto prolongado, além disso, o MP pode ser tão danoso quanto ou até mais danoso do que compostos químicos, como o HPA fenantreno. E por fim, estudos em nível de comunidade e testando outros polímeros e morfotipos plástico são recomendados, tendo em vista a tendência observado nos estudos já publicados.


  • Mostrar Abstract
  • Os microplásticos (MP’s) representam uma ameaça atual e crescente nos ecossistemas marinhos. Sua capacidade de sedimentar no bentos marinho torna os organismos que ali vivem propensos a impactos direto desse estressor. Dentre os organismos bentônicos, a meiofauna se destaca por ser uma comunidade com diferentes grupos zoológicos com distintos grau de tolerância, além do curto ciclo de vida e contato íntimo com o
    substrato. Apesar dos estudos com MP’s e meiofauna vim aumentando desde a segunda década do ano 2000, ainda há muita lacuna quanto aos efeitos dos MP’s, principalmente porque a maioria dos estudos são monoespecíficos, avaliando geralmente a absorção do MP. Além desse fato, ainda se entende MP como uma partícula inerte, com baixo poder de toxicidade. Nesse contexto, este estudo visa investigar os efeitos do MP de curto prazo e comparar os efeitos de longo prazo do MP com os do Hidrocarboneto Policíclico Aromático (HPA) fenantreno, tendo em vista que ambos possuem a mesma base de origem. No mais, este estudo pretende também avaliar o que sabemos até o momento sobre MP e seus efeitos na meiofauna através de uma revisão de literatura. Para a revisão utilizamos como base de dados as plataformas da Web Of Science e Google Scholar, a busca foi realizada com auxílio de operadores booleanos ou Kit de busca até março de 2023. Os efeitos de curto prazo para MP e de longo prazo comparando MP e fenantreno foram realizados em microcosmos experimentais em laboratório com concentrações encontradas naturalmente no ambiente. Incluímos na revisão 132 estudos com MP e grupos individuais ou em comunidade da meiofauna, e conseguimos perceber que há uma tendência na utilização dos polímeros e morfotipos de MP testados, uma vez que poliestireno (PS) de morfotipo microesfera foram os mais investigados, em contrapartida, os dados apontam que polímeros mais densos que o PS são os mais danosos. Apesar de neste estudo usarmos o PS de 1µm de comprimento nos experimentos, vale pontuar que a maioria dos estudos foram avaliados monoespecificamente. Dessa forma, em um curto período de exposição, o MP diminuiu a densidade total da meiofauna, bem como os índices de diversidade. Porém, a menor concentração foi mais danosa do que a maior concentração testada. Além disso, todos os táxons avaliados foram capazes de ingerir MP, com exceção de Tardigrada. No experimento comparativo, o MP foi mais danoso do que o HPA fenantreno, com efeitos mais pronunciados com aumento da concentração e tempo de exposição. Portanto, os MP são danosos a meiofauna, tanto em período curto quanto prolongado, além disso, o MP pode ser tão danoso quanto ou até mais danoso do que compostos químicos, como o HPA fenantreno. E por fim, estudos em nível de comunidade e testando outros polímeros e morfotipos plástico são recomendados, tendo em vista a tendência observado nos estudos já publicados.

2
  • MARIA JUCILIARA FRANCELINO BRITO
  • AVALIAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DE COMUNIDADES CORALÍNEAS NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MARINHA RECIFES DE SERRAMBI

  • Orientador : RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUILHERME ORTIGARA LONGO
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • JOSE RENATO MENDES DE BARROS CORREIA
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • Data: 31/01/2024

  • Mostrar Resumo
  • Os recifes de corais estão entre os ecossistemas marinhos mais importantes e ameaçados atualmente. No cenário climático crítico atual, em que as Áreas Marinhas Protegidas (AMP’s) continuam sendo primordiais para fins de conservação, avaliações de sua eficiência são dependentes de estudos locais detalhados. A Área de Proteção Ambiental Recifes de Serrambi é a 1ª Unidade de Conservação exclusivamente marinha do Estado de Pernambuco, contudo, ainda carece de plano de manejo e zoneamento adequados. Desse modo, nosso objetivo geral foi avaliar qualitativamente e quantitativamente as comunidades coralíneas da Área de Proteção Ambiental Marinha Recifes de Serrambi, a fim de prover subsídios para a implementação de seu plano de manejo. Para fins de complementariedade , foram realizados mergulhos em duas praias do litoral sul de Pernambuco - Brasil: Porto de Galinhas (PG) e Serrambi (SR), com intuito de produzir um censo das comunidades coralíneas, além de avaliar o estado de saúde das colônias ao longo de um ano. Para o mapeamento de fauna coralínea, foram realizadas coletas a partir de amostragem em transectos, que detectou baixa cobertura (<2,98%) e foi ineficiente para detectar a maioria das espécies de coral presentes. A partir de então, a busca ativa foi adotada para mapeamento de concentrações de espécies construtoras, para identificar áreas dos recifes com tendência de maiores densidades e cobertura coralínea. Neste direcionamento, as principais espécies de corais construtoras da região foram escolhidas: Millepora alcicornis, Mussismilia hispida, Mussismilia harttii, e Montastraea cavernosa. Em PG, utilizou-se, de uma estratégia de amostragem com base em ciência cidadã, enquanto em SR apenas esforço acadêmico foi empregado. Em PG, um recife de cerca de 2 km, foram georreferenciadas e fotografadas 636 colônias, sendo Mi. alcicornis a mais frequente. Em SR, um recife duas vezes maior, foram georreferenciadas apenas 349 colônias, com dominância de Mo. cavernosa, provavelmente devido a um menor esforço. Em relação à saúde das colônias, três pontos fixos foram monitorados trimestralmente através de fotoquadrados. A cobertura coralínea não variou significativamente durante o período. Todas as colônias estavam saúdaveis durante o primeiro e o terceiro monitoramentos, enquanto que no segundo cerca de 8,5% apresentaram branqueamento. Finalmente, em comparação com estudos anteriores, é possível constatar que houve alteração na cobertura recifal na região, com dominância notável de algas, além do declínio das algumas populações e desaparecimento outras. Dessa forma, é crucial que áreas com perspectivas de grandes perdas de cobertura coralínea tenham suas comunidades totalmente recenseadas, a fim de melhor embasar estratégias de restauração e políticas de manejo e conservação.


  • Mostrar Abstract
  • Os recifes de corais estão entre os ecossistemas marinhos mais importantes e ameaçados atualmente. No cenário climático crítico atual, em que as Áreas Marinhas Protegidas (AMP’s) continuam sendo primordiais para fins de conservação, avaliações de sua eficiência são dependentes de estudos locais detalhados. A Área de Proteção Ambiental Recifes de Serrambi é a 1ª Unidade de Conservação exclusivamente marinha do Estado de Pernambuco, contudo, ainda carece de plano de manejo e zoneamento adequados. Desse modo, nosso objetivo geral foi avaliar qualitativamente e quantitativamente as comunidades coralíneas da Área de Proteção Ambiental Marinha Recifes de Serrambi, a fim de prover subsídios para a implementação de seu plano de manejo. Para fins de complementariedade , foram realizados mergulhos em duas praias do litoral sul de Pernambuco - Brasil: Porto de Galinhas (PG) e Serrambi (SR), com intuito de produzir um censo das comunidades coralíneas, além de avaliar o estado de saúde das colônias ao longo de um ano. Para o mapeamento de fauna coralínea, foram realizadas coletas a partir de amostragem em transectos, que detectou baixa cobertura (<2,98%) e foi ineficiente para detectar a maioria das espécies de coral presentes. A partir de então, a busca ativa foi adotada para mapeamento de concentrações de espécies construtoras, para identificar áreas dos recifes com tendência de maiores densidades e cobertura coralínea. Neste direcionamento, as principais espécies de corais construtoras da região foram escolhidas: Millepora alcicornis, Mussismilia hispida, Mussismilia harttii, e Montastraea cavernosa. Em PG, utilizou-se, de uma estratégia de amostragem com base em ciência cidadã, enquanto em SR apenas esforço acadêmico foi empregado. Em PG, um recife de cerca de 2 km, foram georreferenciadas e fotografadas 636 colônias, sendo Mi. alcicornis a mais frequente. Em SR, um recife duas vezes maior, foram georreferenciadas apenas 349 colônias, com dominância de Mo. cavernosa, provavelmente devido a um menor esforço. Em relação à saúde das colônias, três pontos fixos foram monitorados trimestralmente através de fotoquadrados. A cobertura coralínea não variou significativamente durante o período. Todas as colônias estavam saúdaveis durante o primeiro e o terceiro monitoramentos, enquanto que no segundo cerca de 8,5% apresentaram branqueamento. Finalmente, em comparação com estudos anteriores, é possível constatar que houve alteração na cobertura recifal na região, com dominância notável de algas, além do declínio das algumas populações e desaparecimento outras. Dessa forma, é crucial que áreas com perspectivas de grandes perdas de cobertura coralínea tenham suas comunidades totalmente recenseadas, a fim de melhor embasar estratégias de restauração e políticas de manejo e conservação.

3
  • MARIA LUIZA SANTA CRUZ DE MESQUITA ALVES
  • PLASTICIDADE FENOTÍPICA COMPORTAMENTAL DE FORRAGEAMENTO DE AMBLYSEIUS LARGOENSIS EXPERIENTES E INEXPERIENTES NA PREDAÇÃO DE RAOIELLA INDICA

  • Orientador : DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATA SANTOS DE MENDONÇA
  • DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • MANOEL GUEDES CORREA GONDIM JUNIOR
  • WENDEL JOSE TELES PONTES
  • Data: 19/02/2024

  • Mostrar Resumo
  • O processo de aprendizagem está intimamente ligado à interação das diferentes espécies com o ambiente ao seu redor. Como os ambientes apresentam variações em termos de características físicas e biológicas, é natural que ocorra uma seleção de habilidades específicas de acordo com essas variações. Na complexidade do ecossistema, a aprendizagem pode influenciar a localização da planta hospedeira, a localização da colônia e a aceitação da presa. Nesse contexto, compreender os mecanismos utilizados por predadores em sua estratégia de forrageamento é essencial para melhor desenvolver os programas de controle biológico. Amblyseius largoensis é um potencial agente de controle biológico de Raoiella indica,ácaro-praga de importância econômica na cultura do coqueiro. Assim, este estudo objetivou avaliar se o comportamento de forrageamento e o consumo de A. largoensis é afetado pela experiência com diferentes combinações alimentares de R. indica oriundas de C. nucifera e H. bihai. Através de um olfatômetro de duas vias, foi investigado a influência da experiência de A. largoensis na resposta olfativa de folhas de coqueiro e de folhas de helicônia infestadas por R. indica. Foram avaliados também, os parâmetros comportamentais de caminhamento na presença de pistas; Preferência em arenas com pistas e sem pistas de R. indica; Tempo de primeiro encontro, manipulação e consumo da presa. A. largoensis reagiu positivamente aos odores liberados pelas folhas de H. bihai infestadas por R. indica quando esses predadores já tinham experiência na alimentação de R. indica oriunda de H. bihai. No entanto, mesmo com experiência anterior, A. largoensis não modificou seu comportamento de caminhamento na presença de pistas de R. indica. Com tudo, tanto os predadores experientes quanto os inexperientes em R. indica foram capazes de localizar os ovos dessas presas e se alimentar delas, a  experiência na alimentação aumentou a quantidade média de ovos consumidos durante 24 horas. Apesar de não ter observado diferenças no forrageamento e no caminhamento, houve diferença no consumo, demonstrando que um curto tempo de aprendizado no consumo de R. indica oriundo de um hospedeiro diferente pode alterar a resposta de consumo desse predador.


  • Mostrar Abstract
  • O processo de aprendizagem está intimamente ligado à interação das diferentes espécies com o ambiente ao seu redor. Como os ambientes apresentam variações em termos de características físicas e biológicas, é natural que ocorra uma seleção de habilidades específicas de acordo com essas variações. Na complexidade do ecossistema, a aprendizagem pode influenciar a localização da planta hospedeira, a localização da colônia e a aceitação da presa. Nesse contexto, compreender os mecanismos utilizados por predadores em sua estratégia de forrageamento é essencial para melhor desenvolver os programas de controle biológico. Amblyseius largoensis é um potencial agente de controle biológico de Raoiella indica,ácaro-praga de importância econômica na cultura do coqueiro. Assim, este estudo objetivou avaliar se o comportamento de forrageamento e o consumo de A. largoensis é afetado pela experiência com diferentes combinações alimentares de R. indica oriundas de C. nucifera e H. bihai. Através de um olfatômetro de duas vias, foi investigado a influência da experiência de A. largoensis na resposta olfativa de folhas de coqueiro e de folhas de helicônia infestadas por R. indica. Foram avaliados também, os parâmetros comportamentais de caminhamento na presença de pistas; Preferência em arenas com pistas e sem pistas de R. indica; Tempo de primeiro encontro, manipulação e consumo da presa. A. largoensis reagiu positivamente aos odores liberados pelas folhas de H. bihai infestadas por R. indica quando esses predadores já tinham experiência na alimentação de R. indica oriunda de H. bihai. No entanto, mesmo com experiência anterior, A. largoensis não modificou seu comportamento de caminhamento na presença de pistas de R. indica. Com tudo, tanto os predadores experientes quanto os inexperientes em R. indica foram capazes de localizar os ovos dessas presas e se alimentar delas, a  experiência na alimentação aumentou a quantidade média de ovos consumidos durante 24 horas. Apesar de não ter observado diferenças no forrageamento e no caminhamento, houve diferença no consumo, demonstrando que um curto tempo de aprendizado no consumo de R. indica oriundo de um hospedeiro diferente pode alterar a resposta de consumo desse predador.

4
  • MILENA CAVALCANTI SILVA
  • EVOLUÇÃO DOS PADRÕES DE COLORAÇÃO DA PELAGEM EM MARSUPIAIS DIDELFÍDEOS (DIDELPHIMORPHIA: DIDELPHIDAE)

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVIA ELIZA D'OLIVEIRA PAVAN
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • DANIEL MARQUES DE ALMEIDA PESSOA
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • Data: 26/02/2024

  • Mostrar Resumo
  • A ordem Didelphimorphia possui ampla diversidade de modos de locomoção, tamanho corporal e coloração da pelagem. Esta carece de estudos e explicações mais detalhadas sobre sua história evolutiva e função adaptativa. Os poucos estudos com este enfoque associam tonalidades de pelagem em Didelphidae a aspectos ambientais e filogenéticos e consideram os padrões de coloração mais uniformes como estados de caráter plesiomórficos em comparação aos padrões mais complexos. Utilizamos dados da literatura, uma filogenia recente da família e métodos filogenéticos comparativos para reconstruir os estados ancestrais dos padrões de coloração do dorso, ventre, cauda, máscara ocular, listra médio-rostral e manchas supraoculares em Didelphidae a partir dos padrões das espécies viventes; testar a correlação entre os padrões de coloração e dados ecológicos (tipo de habitat, tipo de locomoção e padrão de atividade) e aplicar a medida D de sinal filogenético aos dados de coloração. A maioria dos padrões de coloração em Didelphidae evoluiu a partir de estados mais simples, no ancestral comum de todos os táxons da família, e estados mais complexos surgiram mais de uma vez e em diferentes momentos da história evolutiva do grupo. A reconstrução dos padrões de máscara ocular e coloração da cauda mostrou estados mais complexos no ancestral, que são também os mais comuns nas espécies viventes. Observamos fenótipos convergentes nos padrões de coloração dorsal em gêneros filogeneticamente mais distantes e padrões como a listra rostral e manchas supraoculares são restritos a poucos táxons. Encontramos correlação entre os padrões de máscara ocular e listra médio-rostral e o tipo de locomoção. Os padrões de coloração cefálicos e dorsal apresentaram forte agrupamento filogenético. Levantamos hipóteses sobre a função adaptativa dos padrões observados, sendo a principal de que a predominância de padrões de pelagem simples tem relação com a crípse por correspondência de fundo. Ademais, a análise comparativa da diversidade de padrões de coloração entre marsupiais didelfídeos e outros mamíferos contribui com hipóteses sobre possíveis vantagens adaptativas ou restrições filogenéticas de determinados padrões na natureza.


  • Mostrar Abstract
  • A ordem Didelphimorphia possui ampla diversidade de modos de locomoção, tamanho corporal e coloração da pelagem. Esta carece de estudos e explicações mais detalhadas sobre sua história evolutiva e função adaptativa. Os poucos estudos com este enfoque associam tonalidades de pelagem em Didelphidae a aspectos ambientais e filogenéticos e consideram os padrões de coloração mais uniformes como estados de caráter plesiomórficos em comparação aos padrões mais complexos. Utilizamos dados da literatura, uma filogenia recente da família e métodos filogenéticos comparativos para reconstruir os estados ancestrais dos padrões de coloração do dorso, ventre, cauda, máscara ocular, listra médio-rostral e manchas supraoculares em Didelphidae a partir dos padrões das espécies viventes; testar a correlação entre os padrões de coloração e dados ecológicos (tipo de habitat, tipo de locomoção e padrão de atividade) e aplicar a medida D de sinal filogenético aos dados de coloração. A maioria dos padrões de coloração em Didelphidae evoluiu a partir de estados mais simples, no ancestral comum de todos os táxons da família, e estados mais complexos surgiram mais de uma vez e em diferentes momentos da história evolutiva do grupo. A reconstrução dos padrões de máscara ocular e coloração da cauda mostrou estados mais complexos no ancestral, que são também os mais comuns nas espécies viventes. Observamos fenótipos convergentes nos padrões de coloração dorsal em gêneros filogeneticamente mais distantes e padrões como a listra rostral e manchas supraoculares são restritos a poucos táxons. Encontramos correlação entre os padrões de máscara ocular e listra médio-rostral e o tipo de locomoção. Os padrões de coloração cefálicos e dorsal apresentaram forte agrupamento filogenético. Levantamos hipóteses sobre a função adaptativa dos padrões observados, sendo a principal de que a predominância de padrões de pelagem simples tem relação com a crípse por correspondência de fundo. Ademais, a análise comparativa da diversidade de padrões de coloração entre marsupiais didelfídeos e outros mamíferos contribui com hipóteses sobre possíveis vantagens adaptativas ou restrições filogenéticas de determinados padrões na natureza.

5
  • MARIA JACKELINE SOARES RODRIGUES
  • Estudo morfológico e morfométrico das espécies de Stylopoma Levinsen, 1909 (Bryozoa, Cheilostomatida) do Brasil

  • Orientador : LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ENELISE KATIA PIOVESAN
  • LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • PAULA BRAGA GOMES
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 24/04/2024

  • Mostrar Resumo
  • Os briozoários representam organismos invertebrados, coloniais, amplamente distribuídos em diferentes ecossistemas aquáticos. Investigações taxonômicas de briozoários têm elucidado a complexidade e diversidade morfológica desses animais. Entre os briozoários, a família Schizoporellidae é considerada uma das mais diversas, com vários estudos taxonômicos em diferentes regiões do mundo. Entre os Schizoporellidae, o gênero Stylopoma, descrito por Levinsen em 1909, contém uma diversidade de 39 espécies atuais e oito espécies fósseis. Essas espécies de briozoários são encontradas em ambientes de águas rasas, muitas vezes habitando recifes, onde se fixam em substratos duros como corais, conchas, rochas e nódulos calcários. A costa brasileira abriga doze espécies de Stylopoma, das quais nove foram originalmente descritas para o Brasil e outras três espécies descritas para o Caribe e Flórida. Algumas dessas espécies apresentam publicações antigas ou não fornecem descrições detalhadas dos espécimes estudados, dificultando uma determinação taxonômica confiável. Assim, o presente estudo teve como objetivo caracterizar morfologicamente e morfometricamente espécies brasileiras do gênero Stylopoma, incluindo redescrições morfológicas, elaboração de lista atualizada das espécies e confecção de chave taxonômica tabular para todas as espécies do gênero. Os exemplares utilizados no estudo estão depositados em coleções científicas do Brasil e Estados Unidos. O estudo envolveu a análise de micrografias do material-tipo das nove espécies brasileiras de Stylopoma. Além disso, foi examinado material coletado ao longo da costa brasileira entre os anos de 1965 e 2023, proveniente de expedições científicas e de coletas realizadas pelo Laboratório de Estudos de Bryozoa da UFPE. As colônias foram inicialmente analisadas sob estereomicroscópio para caracterização morfológica e, posteriormente, alguns espécimes foram examinados em microscópio eletrônico de varredura para análises mais detalhadas. A partir dessas análises, 12 morfotipos distintos foram identificados. Além disso, foram escolhidos representantes de cada morfótipo para a mensuração de estruturas morfológicas e analisados estatisticamente, a fim de verificar o uso desses para a diferenciação das espécies. Como resultados, são fornecidas redescrições de nove espécies e descritas três espécies novas para a ciência. Entre as espécies estudadas, foram observados padrões de variações morfológicas associados à astogenia, fatores biológicos e artefatos. Além disso, uma análise estatística baseada nas variáveis morfométricas de comprimento e largura de quatro características morfológicas, forneceu subsídios para identificação de quais desses caracteres são úteis para diferenciar espécies de Stylopoma. Uma lista atualizada de espécies brasileiras de Stylopoma, além de uma chave de identificação tabular para todas as espécies do gênero, também são apresentados. Esse estudo revelou que o conhecimento da diversidade de Stylopoma no Brasil ainda é insuficiente, também é ressaltada a importância de revisar possíveis espécies mal identificadas em coleções científicas brasileiras.


  • Mostrar Abstract
  • Os briozoários representam organismos invertebrados, coloniais, amplamente distribuídos em diferentes ecossistemas aquáticos. Investigações taxonômicas de briozoários têm elucidado a complexidade e diversidade morfológica desses animais. Entre os briozoários, a família Schizoporellidae é considerada uma das mais diversas, com vários estudos taxonômicos em diferentes regiões do mundo. Entre os Schizoporellidae, o gênero Stylopoma, descrito por Levinsen em 1909, contém uma diversidade de 39 espécies atuais e oito espécies fósseis. Essas espécies de briozoários são encontradas em ambientes de águas rasas, muitas vezes habitando recifes, onde se fixam em substratos duros como corais, conchas, rochas e nódulos calcários. A costa brasileira abriga doze espécies de Stylopoma, das quais nove foram originalmente descritas para o Brasil e outras três espécies descritas para o Caribe e Flórida. Algumas dessas espécies apresentam publicações antigas ou não fornecem descrições detalhadas dos espécimes estudados, dificultando uma determinação taxonômica confiável. Assim, o presente estudo teve como objetivo caracterizar morfologicamente e morfometricamente espécies brasileiras do gênero Stylopoma, incluindo redescrições morfológicas, elaboração de lista atualizada das espécies e confecção de chave taxonômica tabular para todas as espécies do gênero. Os exemplares utilizados no estudo estão depositados em coleções científicas do Brasil e Estados Unidos. O estudo envolveu a análise de micrografias do material-tipo das nove espécies brasileiras de Stylopoma. Além disso, foi examinado material coletado ao longo da costa brasileira entre os anos de 1965 e 2023, proveniente de expedições científicas e de coletas realizadas pelo Laboratório de Estudos de Bryozoa da UFPE. As colônias foram inicialmente analisadas sob estereomicroscópio para caracterização morfológica e, posteriormente, alguns espécimes foram examinados em microscópio eletrônico de varredura para análises mais detalhadas. A partir dessas análises, 12 morfotipos distintos foram identificados. Além disso, foram escolhidos representantes de cada morfótipo para a mensuração de estruturas morfológicas e analisados estatisticamente, a fim de verificar o uso desses para a diferenciação das espécies. Como resultados, são fornecidas redescrições de nove espécies e descritas três espécies novas para a ciência. Entre as espécies estudadas, foram observados padrões de variações morfológicas associados à astogenia, fatores biológicos e artefatos. Além disso, uma análise estatística baseada nas variáveis morfométricas de comprimento e largura de quatro características morfológicas, forneceu subsídios para identificação de quais desses caracteres são úteis para diferenciar espécies de Stylopoma. Uma lista atualizada de espécies brasileiras de Stylopoma, além de uma chave de identificação tabular para todas as espécies do gênero, também são apresentados. Esse estudo revelou que o conhecimento da diversidade de Stylopoma no Brasil ainda é insuficiente, também é ressaltada a importância de revisar possíveis espécies mal identificadas em coleções científicas brasileiras.

6
  • MIRELLA LIMA COSTA
  • Preferência e atratividade por diferentes dietas na determinação das comunidades de besouros rola bosta

  • Orientador : LUCIANA IANNUZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCIANA IANNUZZI
  • BRAULIO ALMEIDA SANTOS
  • CAROLINA NUNES LIBERAL
  • Data: 29/05/2024

  • Mostrar Resumo
  • A dieta de espécies e de taxocenoses envolve o reconhecimento, a utilização e a escolha dos alimentos. Os besouros rola bosta são majoritariamente coprófagos, mas em alguns ecossistemas outros hábitos alimentares são complementares ou substituem a coprofagia. A necrofagia é um desses hábitos, mas ainda estudado de forma incipiente. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes tipos de carne apodrecida sobre a diversidade taxonômica de rola bosta em uma região da Amazônia Central. Testamos a atratividade e a preferência de três tipos de carne (boi, ave e peixe) sobre os besouros rola bosta, analisando as diversidades, abundância e estrutura da assembleia atraída a cada tipo de carne. O experimento de atratividade consistiu em testar o potencial atrativo de cada tipo de carne de maneira isolada, enquanto o experimento de preferência tinha como objetivo avaliar a escolha do tipo de carne na presença dos três diferentes tipos. Foram coletados 3.151 indivíduos de 24 espécies de rola bosta. A abundância de indivíduos não variou entre os tipos de carne, mas os valores de diversidade foram diferentes, sendo a isca de carne bovina a mais atrativa. O experimento de preferência demonstrou abundância e diversidade menores em armadilhas não iscadas (controle) quando comparadas às iscadas. Canthidium sp., Canthon triangularis, Deltochilum gr. submetallicum, Eurysternus atrosericus, Ateuchus simplex e Eurysternus caribaeus foram indicadores de carne bovina, demonstrando que o tipo de carne influencia a estrutura da assembleia de rola bosta. Os dados de dispersão foram diferentes entre os tipos de carne no experimento de atratividade e o frango apresentou os maiores valores de dispersão quando comparado ao peixe. O mesmo não aconteceu no experimento de preferência. A estrutura da assembléia de rola bosta foi reunida em três grupos (cluster) em ambos os experimentos. Os dados foram agrupados em dois grupos de frango e um grupo com os três tipos de carne no experimento de atratividade. No de preferência, um grupo reuniu os dados de frango e peixe, um grupo agregou os dados de todos os tipos de carne e outro grupo uniu os dados de carne bovina e frango. Nossos resultados indicam que o tipo de carne em decomposição influencia a estrutura das assembléias de rola bosta na Amazônia, nos fazendo supor que esses besouros desenvolvem estratégias na busca por recursos alternativos quando o alimento principal é escasso. Esse estudo fornece dados importantes relacionadas aos hábitos dos rola bosta necrófagos, que servirão de base para estudos futuros relacionados à alimentação dos rola bosta.


  • Mostrar Abstract
  • A dieta de espécies e de taxocenoses envolve o reconhecimento, a utilização e a escolha dos alimentos. Os besouros rola bosta são majoritariamente coprófagos, mas em alguns ecossistemas outros hábitos alimentares são complementares ou substituem a coprofagia. A necrofagia é um desses hábitos, mas ainda estudado de forma incipiente. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes tipos de carne apodrecida sobre a diversidade taxonômica de rola bosta em uma região da Amazônia Central. Testamos a atratividade e a preferência de três tipos de carne (boi, ave e peixe) sobre os besouros rola bosta, analisando as diversidades, abundância e estrutura da assembleia atraída a cada tipo de carne. O experimento de atratividade consistiu em testar o potencial atrativo de cada tipo de carne de maneira isolada, enquanto o experimento de preferência tinha como objetivo avaliar a escolha do tipo de carne na presença dos três diferentes tipos. Foram coletados 3.151 indivíduos de 24 espécies de rola bosta. A abundância de indivíduos não variou entre os tipos de carne, mas os valores de diversidade foram diferentes, sendo a isca de carne bovina a mais atrativa. O experimento de preferência demonstrou abundância e diversidade menores em armadilhas não iscadas (controle) quando comparadas às iscadas. Canthidium sp., Canthon triangularis, Deltochilum gr. submetallicum, Eurysternus atrosericus, Ateuchus simplex e Eurysternus caribaeus foram indicadores de carne bovina, demonstrando que o tipo de carne influencia a estrutura da assembleia de rola bosta. Os dados de dispersão foram diferentes entre os tipos de carne no experimento de atratividade e o frango apresentou os maiores valores de dispersão quando comparado ao peixe. O mesmo não aconteceu no experimento de preferência. A estrutura da assembléia de rola bosta foi reunida em três grupos (cluster) em ambos os experimentos. Os dados foram agrupados em dois grupos de frango e um grupo com os três tipos de carne no experimento de atratividade. No de preferência, um grupo reuniu os dados de frango e peixe, um grupo agregou os dados de todos os tipos de carne e outro grupo uniu os dados de carne bovina e frango. Nossos resultados indicam que o tipo de carne em decomposição influencia a estrutura das assembléias de rola bosta na Amazônia, nos fazendo supor que esses besouros desenvolvem estratégias na busca por recursos alternativos quando o alimento principal é escasso. Esse estudo fornece dados importantes relacionadas aos hábitos dos rola bosta necrófagos, que servirão de base para estudos futuros relacionados à alimentação dos rola bosta.

7
  • DÉBORA ALISSANDRA DE ARAÚJO FRANÇA
  • Utilização de metazoários intersticiais como ferramenta bioindicadora de diferentes impactos antropogênicos na Antártica Australiana

  • Orientador : GIOVANNI AMADEU PAIVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GIOVANNI AMADEU PAIVA DOS SANTOS
  • PAULA BRAGA GOMES
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • THAIS NAVAJAS CORBISIER
  • Data: 25/07/2024

  • Mostrar Resumo
  • A crescente influência das ações antropogênicas no ambiente marinho global levanta preocupações sobre os ecossistemas únicos da Antártica. O isolamento e a adaptação a condições extremas podem tornar esses ecossistemas particularmente vulneráveis à poluição, apesar da limitada informação disponível sobre seus impactos. A partir disso, este estudo investigou a meiofauna e os nematoides na costa leste da Antártica, buscando relacionar a estrutura da comunidade com a poluição e outras variáveis ambientais. Para isso, dez locais foram amostrados, incluindo quatro áreas de referência (OB1, OB2, OB3 e McGrady) e seis locais com histórico de impacto humano (Wharf, Wilkes, BBIN, BBMID, BBOUT e Shannon). Os resultados revelaram uma diversidade, riqueza e equitabilidade significativamente maiores nas comunidades de meiofauna e nematoides dos locais de referência em comparação aos locais impactados, especialmente aqueles com altas concentrações de poluentes como metais, TPHs, PBDEs e PCBs. As comunidades nos locais de referência também indicaram maior maturidade ecológica, com dominância de organismos sensíveis e persistentes, enquanto os locais impactados apresentaram organismos colonizadores, característicos de ambientes sob estresse. Além da poluição por metais, os nutrientes e a granulometria se mostraram importantes fatores que influenciaram as comunidades da meiofauna e de nematoides. Os sedimentos mais finos, encontrados predominantemente em locais impactados, mostraram correlação com o acúmulo de compostos tóxicos. Em suma, este estudo destaca a vulnerabilidade dos ecossistemas antárticos à poluição e fornece evidências claras do impacto negativo da atividade humana na diversidade e estrutura da meiofauna.


  • Mostrar Abstract
  • A crescente influência das ações antropogênicas no ambiente marinho global levanta preocupações sobre os ecossistemas únicos da Antártica. O isolamento e a adaptação a condições extremas podem tornar esses ecossistemas particularmente vulneráveis à poluição, apesar da limitada informação disponível sobre seus impactos. A partir disso, este estudo investigou a meiofauna e os nematoides na costa leste da Antártica, buscando relacionar a estrutura da comunidade com a poluição e outras variáveis ambientais. Para isso, dez locais foram amostrados, incluindo quatro áreas de referência (OB1, OB2, OB3 e McGrady) e seis locais com histórico de impacto humano (Wharf, Wilkes, BBIN, BBMID, BBOUT e Shannon). Os resultados revelaram uma diversidade, riqueza e equitabilidade significativamente maiores nas comunidades de meiofauna e nematoides dos locais de referência em comparação aos locais impactados, especialmente aqueles com altas concentrações de poluentes como metais, TPHs, PBDEs e PCBs. As comunidades nos locais de referência também indicaram maior maturidade ecológica, com dominância de organismos sensíveis e persistentes, enquanto os locais impactados apresentaram organismos colonizadores, característicos de ambientes sob estresse. Além da poluição por metais, os nutrientes e a granulometria se mostraram importantes fatores que influenciaram as comunidades da meiofauna e de nematoides. Os sedimentos mais finos, encontrados predominantemente em locais impactados, mostraram correlação com o acúmulo de compostos tóxicos. Em suma, este estudo destaca a vulnerabilidade dos ecossistemas antárticos à poluição e fornece evidências claras do impacto negativo da atividade humana na diversidade e estrutura da meiofauna.

8
  • NATALLIA VIVIAN NASCIMENTO DA SILVA MAIA
  • Efeitos letais e subletais do fenantreno no desenvolvimento larval e metamorfose da perereca Dendropsophus branneri (Anura, Hylidae)

  • Orientador : PEDRO IVO SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAQUEL FERNANDA SALLA JACOB
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • PEDRO IVO SIMOES
  • TAMÍ MOTT
  • Data: 26/07/2024

  • Mostrar Resumo
  • Os anfíbios são mais suscetíveis à poluição no ambiente do que outros tetrápodes devido a sua pele altamente permeável e a seu desenvolvimento larval que ocorre em água doce, hoje sujeitos ao descarte de resíduos produzidos por atividades antrópicas. Uma classe de resíduos poluentes frequentemente encontrados em ecossistemas de água doce são os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), normalmente liberados no ambiente como resultado de incêndios florestais, descargas industriais ou durante a exploração e distribuição do petróleo e seus derivados. Entre os HPAs, o fenantreno é considerado de extrema prioridade para estudos toxicológicos, por sua persistência no ambiente. Neste estudo, investiguei os efeitos letais e subletais da exposição ao fenantreno sobre o desenvolvimento larval da perereca Dendropsophus branneri. Para isto, avaliei os efeitos da exposição sobre o desenvolvimento dos girinos a partir do estágio de desenvolvimento 25 de Gosner, incluindo a avaliação de parâmetros morfológicos (peso e comprimento), biomarcadores enzimáticos (GST, AChE e CAT) e atividade natatória. Os girinos foram expostos a concentrações de fenantreno de 15 µg/L, 25 µg/L, 109 µg/L, 268 µg/L e 399 µg/L. Para avaliação da CL50 do fenantreno e atrasos na metamorfose induzidos em uma exposição de 15 dias.  A CL50 do fenantreno para girinos de D. branneri foi de 221 µg/L. A exposição dos girinos a concentrações de fenantreno a partir de 25 µg/L  resultou em atrasos na metamorfose detectáveis a partir de 11 dias de exposição. Os girinos expostos a concentrações de fenantreno iguais ou maiores que 109 µg/L por 15 dias tiveram maior mortalidade, atraso no desenvolvimento larval, redução no ganho de massa corporal e aumento na atividade das enzimas GST e CAT. A exposição dos girinos a concentrações de fenantreno a partir de 268 µg/L por 15 dias resultou na redução da taxa de crescimento em comprimento e aumento na atividade da enzima AChE. Não foram detectados efeitos da exposição ao fenantreno sobre o comportamento de natação dos girinos nas concentrações e estágios de desenvolvimento testados. Os resultados indicam que a exposição a concentrações de fenantreno menores que aquelas testadas em estudos anteriores são capazes de afetar o desenvolvimento dos girinos de uma espécie de anuro, impactando sua taxa crescimento, o tempo de desenvolvimento, o estresse oxidativo em seus tecidos e sua taxa de mortalidade, potencialmente impactando seu recrutamento e sobrevivência em um contexto de contaminação de seus ambientes naturais de reprodução.


  • Mostrar Abstract
  • Os anfíbios são mais suscetíveis à poluição no ambiente do que outros tetrápodes devido a sua pele altamente permeável e a seu desenvolvimento larval que ocorre em água doce, hoje sujeitos ao descarte de resíduos produzidos por atividades antrópicas. Uma classe de resíduos poluentes frequentemente encontrados em ecossistemas de água doce são os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), normalmente liberados no ambiente como resultado de incêndios florestais, descargas industriais ou durante a exploração e distribuição do petróleo e seus derivados. Entre os HPAs, o fenantreno é considerado de extrema prioridade para estudos toxicológicos, por sua persistência no ambiente. Neste estudo, investiguei os efeitos letais e subletais da exposição ao fenantreno sobre o desenvolvimento larval da perereca Dendropsophus branneri. Para isto, avaliei os efeitos da exposição sobre o desenvolvimento dos girinos a partir do estágio de desenvolvimento 25 de Gosner, incluindo a avaliação de parâmetros morfológicos (peso e comprimento), biomarcadores enzimáticos (GST, AChE e CAT) e atividade natatória. Os girinos foram expostos a concentrações de fenantreno de 15 µg/L, 25 µg/L, 109 µg/L, 268 µg/L e 399 µg/L. Para avaliação da CL50 do fenantreno e atrasos na metamorfose induzidos em uma exposição de 15 dias.  A CL50 do fenantreno para girinos de D. branneri foi de 221 µg/L. A exposição dos girinos a concentrações de fenantreno a partir de 25 µg/L  resultou em atrasos na metamorfose detectáveis a partir de 11 dias de exposição. Os girinos expostos a concentrações de fenantreno iguais ou maiores que 109 µg/L por 15 dias tiveram maior mortalidade, atraso no desenvolvimento larval, redução no ganho de massa corporal e aumento na atividade das enzimas GST e CAT. A exposição dos girinos a concentrações de fenantreno a partir de 268 µg/L por 15 dias resultou na redução da taxa de crescimento em comprimento e aumento na atividade da enzima AChE. Não foram detectados efeitos da exposição ao fenantreno sobre o comportamento de natação dos girinos nas concentrações e estágios de desenvolvimento testados. Os resultados indicam que a exposição a concentrações de fenantreno menores que aquelas testadas em estudos anteriores são capazes de afetar o desenvolvimento dos girinos de uma espécie de anuro, impactando sua taxa crescimento, o tempo de desenvolvimento, o estresse oxidativo em seus tecidos e sua taxa de mortalidade, potencialmente impactando seu recrutamento e sobrevivência em um contexto de contaminação de seus ambientes naturais de reprodução.

9
  • MARIA CLARA FERREIRA DE AMORIM
  • Revisão taxonômica de Erioscelis emarginata (Mannerheim, 1829) (Coleoptera: Scarabaeidae, Dynastinae)

  • Orientador : LUCIANA IANNUZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDO MAIA SILVA DIAS
  • LUCIANA IANNUZZI
  • MARIANA ALEJANDRA CHERMAN
  • Data: 26/07/2024

  • Mostrar Resumo
  • A tribo Cyclocephalini é atualmente conhecida como um dos grupos mais diversos de besouros, com conhecida importância econômica devido a espécies praga e polinizadores. Dentre as espécies da tribo, Erioscelis emarginata se destaca por atuar na polinização de diversas espécies de Araceae, popularmente conhecidas como copo-de-leite. Recentemente, evidências tem surgido sobre uma grande variação entre as populações desses besouros, principalmente na forma e coloração do corpo, sendo levantada a hipótese que se trataria de um complexo de espécies. Portanto, esse estudo se propôs a revisar a taxonomia de E. emarginata, bem como propor uma abordagem inovadora para a análise e descrição de cor em besouros. A partir da análise da morfologia externa desses besouros, foi feita a redescrição de E. emarginata e a descrição de E. cipoense, uma nova espécie que ocorre em simpatria com a localidade tipo de E. emarginata, Serra do Cipó (Minas Gerais). Caracteres anteriormente descritos puderam ser confirmados em grande parte, mas algumas divergências também foram encontradas, e alguns caracteres novos foram adicionados, em especial relacionados ao dimorfismo sexual e a caracteres de peças bucais. Também produzimos um mapa de distribuição geográfica e de nicho, bem como a adaptação de uma chave de identificação taxonômica para o gênero. Para o estudo da cor no tegumento dos insetos, esse estudo propôs o uso de agrupamento k-means para a obtenção de cores dominantes a partir de fotos. A partir de um estudo de caso com as populações simpátricas de E. emarginata, foi possível demonstrar a utilidade dessa metodologia para análises entre populações, bem como descrições de grupos de animais, trazendo uma importante discussão sobre todos os fatores que podem levar a alterações nas cores observadas. Com esse estudo, trazemos uma melhor compreensão dos limites taxonômicos de E. emarginata e com avanços nos estudos da cor em insetos, contribuindo com futuros estudos de ecologia e taxonomia destes grupos.


  • Mostrar Abstract
  • A tribo Cyclocephalini é atualmente conhecida como um dos grupos mais diversos de besouros, com conhecida importância econômica devido a espécies praga e polinizadores. Dentre as espécies da tribo, Erioscelis emarginata se destaca por atuar na polinização de diversas espécies de Araceae, popularmente conhecidas como copo-de-leite. Recentemente, evidências tem surgido sobre uma grande variação entre as populações desses besouros, principalmente na forma e coloração do corpo, sendo levantada a hipótese que se trataria de um complexo de espécies. Portanto, esse estudo se propôs a revisar a taxonomia de E. emarginata, bem como propor uma abordagem inovadora para a análise e descrição de cor em besouros. A partir da análise da morfologia externa desses besouros, foi feita a redescrição de E. emarginata e a descrição de E. cipoense, uma nova espécie que ocorre em simpatria com a localidade tipo de E. emarginata, Serra do Cipó (Minas Gerais). Caracteres anteriormente descritos puderam ser confirmados em grande parte, mas algumas divergências também foram encontradas, e alguns caracteres novos foram adicionados, em especial relacionados ao dimorfismo sexual e a caracteres de peças bucais. Também produzimos um mapa de distribuição geográfica e de nicho, bem como a adaptação de uma chave de identificação taxonômica para o gênero. Para o estudo da cor no tegumento dos insetos, esse estudo propôs o uso de agrupamento k-means para a obtenção de cores dominantes a partir de fotos. A partir de um estudo de caso com as populações simpátricas de E. emarginata, foi possível demonstrar a utilidade dessa metodologia para análises entre populações, bem como descrições de grupos de animais, trazendo uma importante discussão sobre todos os fatores que podem levar a alterações nas cores observadas. Com esse estudo, trazemos uma melhor compreensão dos limites taxonômicos de E. emarginata e com avanços nos estudos da cor em insetos, contribuindo com futuros estudos de ecologia e taxonomia destes grupos.

10
  • JULIANA CARNEIRO DE LACERDA
  • USO DO ESPAÇO ACÚSTICO POR PRIMATAS SIMPÁTRICOS (Callithrix jacchus, Sapajus flavius, Saimiri spp. e Alouatta belzebul) NO NORDESTE BRASILEIRO

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BÁRBARA LINS CALDAS DE MORAES
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MARIA ADELIA BORSTELMANN DE OLIVEIRA
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 31/07/2024

  • Mostrar Resumo
  • Os primatas arborícolas possuem uma grande necessidade de comunicação acústica em ambientes onde outras formas de comunicação são menos eficientes por conta das limitações impostas pelo seu ambiente. O espaço acústico é um recurso limitado, e assim como ocorre nas áreas de vida, seu uso pode sofrer influência de fatores diversos. Aqui, investigamos o uso do espaço acústico por quatro espécies de primatas simpátricos (Alouatta belzebul, Callithrix jacchus, Saimiri spp e Sapajus flavius), através do uso de gravadores passivos instalados em três fragmentos de Mata Atlântica localizados nos estados de Pernambuco e Paraíba e dois de Caatinga localizados no estado de Alagoas. Para obtenção da estrutura física das vocalizações, construímos espectrogramas através do software Kaleidoscope Pro 5.4.2. Para cada área de estudo, realizamos a caracterização in situ para estimar a densidade da vegetação e ex situ para avaliar a cobertura da qualidade do hábitat. Usamos teste qui-quadrado para avaliar a variação diurna e sazonal da atividade acústica das espécies alvo. Realizamos correlações de Spearman para investigar se o registro de vocalizações dos primatas foi influenciado pelas características in situ e ex situ da vegetação e também pela paisagem acústica das áreas. Além disso, também usamos AFD para investigar se as características acústicas dos Phee Calls emitidos pelo Callithrix jacchus, são distintos nas cinco áreas de estudo. Houve variação diurna e sazonal nas atividades acústicas das espécies alvo, com Callithrix jacchus, Saimiri spp e Sapajus flavius sendo mais ativos durante o dia do que Alouatta belzebul. Nas áreas de Caatinga, não detectamos Sapajus flavius, mas a espécie Callithrix jacchus foi detectada durante a estação seca. Nas áreas de Mata Atlântica, detectamos Alouatta belzebul na estação seca, já Saimiri spp, Callithrix jacchus e Sapajus flavius, foram registrados durante a estação seca e chuvosa. Não encontramos correlação significativa entre as características in situ e ex situ das áreas e o registro de vocalizações dos primatas. Mas vimos que o ruído da geofonia interferiu no registro de vocalizações de Saimiri spp em uma área de Mata Atlântica. A AFD mostrou que houve diferenças acústicas nas frequências e amplitude dos Phee Calls emitidos nas áreas de estudo. As frequências mínima e máxima dos Phee Calls emitidos na Mata Atlântica foram comparativamente mais baixos que os da Caatinga. Enquanto a amplitude foi mais alta em duas áreas, uma de Mata Atlântica e outra de Caatinga. É possível que o nível de ruído ambiente tenha influenciado mais na propagação das vocalizações do que a densidade da vegetação das nossas áreas de estudo. Dessa forma, a eficiência da propagação de vocalizações de Callithrix jacchus pode estar associada com a habilidade da espécie de ajustar suas vocalizações de acordo com a intensidade do ruído ambiente. Assim, essa espécie pode servir como um bom modelo para explicar o comportamento de alguns animais e ambientes diferentes por causa da sua plasticidade comportamental.


  • Mostrar Abstract
  • Os primatas arborícolas possuem uma grande necessidade de comunicação acústica em ambientes onde outras formas de comunicação são menos eficientes por conta das limitações impostas pelo seu ambiente. O espaço acústico é um recurso limitado, e assim como ocorre nas áreas de vida, seu uso pode sofrer influência de fatores diversos. Aqui, investigamos o uso do espaço acústico por quatro espécies de primatas simpátricos (Alouatta belzebul, Callithrix jacchus, Saimiri spp e Sapajus flavius), através do uso de gravadores passivos instalados em três fragmentos de Mata Atlântica localizados nos estados de Pernambuco e Paraíba e dois de Caatinga localizados no estado de Alagoas. Para obtenção da estrutura física das vocalizações, construímos espectrogramas através do software Kaleidoscope Pro 5.4.2. Para cada área de estudo, realizamos a caracterização in situ para estimar a densidade da vegetação e ex situ para avaliar a cobertura da qualidade do hábitat. Usamos teste qui-quadrado para avaliar a variação diurna e sazonal da atividade acústica das espécies alvo. Realizamos correlações de Spearman para investigar se o registro de vocalizações dos primatas foi influenciado pelas características in situ e ex situ da vegetação e também pela paisagem acústica das áreas. Além disso, também usamos AFD para investigar se as características acústicas dos Phee Calls emitidos pelo Callithrix jacchus, são distintos nas cinco áreas de estudo. Houve variação diurna e sazonal nas atividades acústicas das espécies alvo, com Callithrix jacchus, Saimiri spp e Sapajus flavius sendo mais ativos durante o dia do que Alouatta belzebul. Nas áreas de Caatinga, não detectamos Sapajus flavius, mas a espécie Callithrix jacchus foi detectada durante a estação seca. Nas áreas de Mata Atlântica, detectamos Alouatta belzebul na estação seca, já Saimiri spp, Callithrix jacchus e Sapajus flavius, foram registrados durante a estação seca e chuvosa. Não encontramos correlação significativa entre as características in situ e ex situ das áreas e o registro de vocalizações dos primatas. Mas vimos que o ruído da geofonia interferiu no registro de vocalizações de Saimiri spp em uma área de Mata Atlântica. A AFD mostrou que houve diferenças acústicas nas frequências e amplitude dos Phee Calls emitidos nas áreas de estudo. As frequências mínima e máxima dos Phee Calls emitidos na Mata Atlântica foram comparativamente mais baixos que os da Caatinga. Enquanto a amplitude foi mais alta em duas áreas, uma de Mata Atlântica e outra de Caatinga. É possível que o nível de ruído ambiente tenha influenciado mais na propagação das vocalizações do que a densidade da vegetação das nossas áreas de estudo. Dessa forma, a eficiência da propagação de vocalizações de Callithrix jacchus pode estar associada com a habilidade da espécie de ajustar suas vocalizações de acordo com a intensidade do ruído ambiente. Assim, essa espécie pode servir como um bom modelo para explicar o comportamento de alguns animais e ambientes diferentes por causa da sua plasticidade comportamental.

11
  • GEOVANA CRISTINA BATISTA DE LIMA
  • PADRÃO POPULACIONAL E BIOMÉTRICO DO MACACO-PREGO-GALEGO (Sapajus flavius), EM FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA E NA CAATINGA

  • Orientador : JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PATRICIA IZAR
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • VALDIR LUNA DA SILVA
  • Data: 11/10/2024

  • Mostrar Resumo
  • O Sapajus flavius é uma espécie ameaçada de extinção, endêmica do Nordeste do Brasil. O estudo busca avaliar aspectos populacionais e morfológicos dessa espécie, que vive em dois habitats contrastantes: a Mata Atlântica, mais úmida, e a Caatinga, caracterizada por longas secas e escassez de recursos alimentares. O principal objetivo deste estudo foi comparar a dinâmica populacional e morfológica (biométrica) do macaco-prego-galego nos ambientes e entender as possíveis adaptações da espécie. Também se busca investigar o uso de ferramentas, como o uso de pedras para quebrar frutos encapsulados, comportamento observado na Caatinga. O estudo foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica em Pernambuco e áreas de Caatinga em Alagoas. Utilizou-se o método de armadilhamento fotográfico para monitorar os grupos de macacos e analisar a composição populacional (sexo e idade) e as medidas biométricas (comprimento do braço e antebraço). Além disso, foi investigado o comportamento de uso de ferramentas. A análise mostrou diferenças significativas entre as populações dos dois biomas, com os grupos na Mata Atlântica sendo maiores e com uma maior proporção de fêmeas e jovens. Na Caatinga, os grupos são menores e as adaptações são mais evidentes, como o uso de pedras para acessar alimentos, um comportamento que não foi observado na Mata Atlântica. O estudo concluiu que o macaco-prego-galego apresenta adaptações comportamentais e morfológicas distintas nos dois biomas. A espécie demonstra flexibilidade e adaptação morfológica no uso de ferramentas, sendo crucial para sua sobrevivência em ambientes de recursos limitados, como a Caatinga. A pesquisa fornece subsídios para a conservação da espécie, reforçando a importância de preservar ambos os biomas para a manutenção das populações do macaco-prego-galego. 


  • Mostrar Abstract
  • O Sapajus flavius é uma espécie ameaçada de extinção, endêmica do Nordeste do Brasil. O estudo busca avaliar aspectos populacionais e morfológicos dessa espécie, que vive em dois habitats contrastantes: a Mata Atlântica, mais úmida, e a Caatinga, caracterizada por longas secas e escassez de recursos alimentares. O principal objetivo deste estudo foi comparar a dinâmica populacional e morfológica (biométrica) do macaco-prego-galego nos ambientes e entender as possíveis adaptações da espécie. Também se busca investigar o uso de ferramentas, como o uso de pedras para quebrar frutos encapsulados, comportamento observado na Caatinga. O estudo foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica em Pernambuco e áreas de Caatinga em Alagoas. Utilizou-se o método de armadilhamento fotográfico para monitorar os grupos de macacos e analisar a composição populacional (sexo e idade) e as medidas biométricas (comprimento do braço e antebraço). Além disso, foi investigado o comportamento de uso de ferramentas. A análise mostrou diferenças significativas entre as populações dos dois biomas, com os grupos na Mata Atlântica sendo maiores e com uma maior proporção de fêmeas e jovens. Na Caatinga, os grupos são menores e as adaptações são mais evidentes, como o uso de pedras para acessar alimentos, um comportamento que não foi observado na Mata Atlântica. O estudo concluiu que o macaco-prego-galego apresenta adaptações comportamentais e morfológicas distintas nos dois biomas. A espécie demonstra flexibilidade e adaptação morfológica no uso de ferramentas, sendo crucial para sua sobrevivência em ambientes de recursos limitados, como a Caatinga. A pesquisa fornece subsídios para a conservação da espécie, reforçando a importância de preservar ambos os biomas para a manutenção das populações do macaco-prego-galego. 

12
  • ERICLES CHARLES DA SILVA MELO
  • ÁCAROS (ARACHNIDA: ACARI) ASSOCIADOS A ABELHAS SEM FERRÃO (HYMENOPTERA: MELIPONINI): REVISÃO BIBLIOMÉTRICA INTEGRATIVA E DESCRIÇÃO DE NOVOS REGISTROS PARA A CAATINGA E MATA ATLÂNTICA

  • Orientador : SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • LUIZ AUGUSTINHO MENEZES DA SILVA
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 16/12/2024

  • Mostrar Resumo
  • As abelhas sem ferrão da tribo Meliponini (Apidae), compõem o grupo mais diverso de abelhas sociais, com distribuição global concentrada em regiões tropicais e subtropicais. O Brasil, detentor da maior biodiversidade desse grupo, abriga 259 espécies distribuídas em 28 gêneros. ninhos de abelhas meliponíneas são comumente encontrados em cavidades de árvores, no solo e em construções humanas, abrigando uma diversidade de organismos, incluindo ácaros. Embora as interações entre ácaros e abelhas melíferas sejam amplamente documentadas, o conhecimento sobre a relação desses aracnídeos com abelhas sem ferrão ainda é limitado. Espécies de ácaros como Pyemotes tritici e Tyrophagus putrescentiae, que parasitam larvas ao se alimentarem de hemolinfa, representam ameaças significativas à meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão). Contudo, estudos sobre a diversidade, biologia e impacto ecológico dos ácaros em abelhas da Caatinga e outros domínios morfoclimáticos tropicais são escassos. O presente estudo aborda essas lacunas, a partir de uma revisão sistemática da literatura sobre a ocorrência de ácaros associados a ninhos de Meliponini, a partir das seguintes variáveis: local de ocorrência, espécie de abelha, espécie de ácaro, tipo de interação ecológica, hábito alimentar e registro prévio em colmeias de Apis melífera. A revisão revela três ordens de ácaros (Sarcoptiformes, Trombidiformes e Mesostigmata), com 40 espécies registradas, predominantemente nas famílias Laelapidae e Tydeidae. As interações ecológicas foram categorizadas em mutualismo, comensalismo, predação e parasitismo, ressaltando uma dinâmica ecológica complexa. As etapas de campo desta pesquisa envolveram a coleta sistematizada de ácaros em ninhos de seis espécies de Meliponini em fragmentos de Mata Atlântica e Caatinga. Espécimes de diferentes estágios de desenvolvimento (larva, pupa e adulto) foram coletados e inspecionados visualmente para a presença de ácaros ectoparasitas, enquanto ácaros presentes no ninho foram aspirados mecanicamente. Nossos resultados registram dez morfoespécies de ácaros em seis espécies de abelhas sem ferrão, detalhando sua distribuição espacial nos ninhos e preferências de localização, sendo a borda o local mais infestado.


  • Mostrar Abstract
  • As abelhas sem ferrão da tribo Meliponini (Apidae), compõem o grupo mais diverso de abelhas sociais, com distribuição global concentrada em regiões tropicais e subtropicais. O Brasil, detentor da maior biodiversidade desse grupo, abriga 259 espécies distribuídas em 28 gêneros. ninhos de abelhas meliponíneas são comumente encontrados em cavidades de árvores, no solo e em construções humanas, abrigando uma diversidade de organismos, incluindo ácaros. Embora as interações entre ácaros e abelhas melíferas sejam amplamente documentadas, o conhecimento sobre a relação desses aracnídeos com abelhas sem ferrão ainda é limitado. Espécies de ácaros como Pyemotes tritici e Tyrophagus putrescentiae, que parasitam larvas ao se alimentarem de hemolinfa, representam ameaças significativas à meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão). Contudo, estudos sobre a diversidade, biologia e impacto ecológico dos ácaros em abelhas da Caatinga e outros domínios morfoclimáticos tropicais são escassos. O presente estudo aborda essas lacunas, a partir de uma revisão sistemática da literatura sobre a ocorrência de ácaros associados a ninhos de Meliponini, a partir das seguintes variáveis: local de ocorrência, espécie de abelha, espécie de ácaro, tipo de interação ecológica, hábito alimentar e registro prévio em colmeias de Apis melífera. A revisão revela três ordens de ácaros (Sarcoptiformes, Trombidiformes e Mesostigmata), com 40 espécies registradas, predominantemente nas famílias Laelapidae e Tydeidae. As interações ecológicas foram categorizadas em mutualismo, comensalismo, predação e parasitismo, ressaltando uma dinâmica ecológica complexa. As etapas de campo desta pesquisa envolveram a coleta sistematizada de ácaros em ninhos de seis espécies de Meliponini em fragmentos de Mata Atlântica e Caatinga. Espécimes de diferentes estágios de desenvolvimento (larva, pupa e adulto) foram coletados e inspecionados visualmente para a presença de ácaros ectoparasitas, enquanto ácaros presentes no ninho foram aspirados mecanicamente. Nossos resultados registram dez morfoespécies de ácaros em seis espécies de abelhas sem ferrão, detalhando sua distribuição espacial nos ninhos e preferências de localização, sendo a borda o local mais infestado.

Teses
1
  • DENISE FABIANA DE MORAES COSTA SCHWAMBORN
  • ESPECTROS DE TAMANHOS E BIOMASSA DE DECÁPODES PLANCTÔNICOS EM AMBIENTES ESTUARINOS, COSTEIROS E NERÍTICOS NO NORDESTE DO BRASIL, DE 2013 A 2019

  • Orientador : ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • XIOMARA FRANCHESCA GARCIA DIAZ
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • SIGRID NEUMANN LEITAO
  • Data: 30/01/2024

  • Mostrar Resumo
  • Os Decapoda são o segundo táxon mais representativo do zooplâncton. Nele incluem-se muitas espécies de importância socioeconómica que tem um papel chave dos ecossistemas pelágicos, tanto como adultos quanto como formas larvais. Conhecer a diversidade, interação e o comportamento dessas espécies, ajuda-nos a compreender o seu papel trófico e a sua representação ecológica nas comunidades zooplanctônicas. Essa tese está dividida em três capítulos, que tem como objetivos: 1) Caracterizar e comparar o zooplâncton nos ambientes estuarino, costeiro/recifal e da plataforma continental com ênfase nas comunidades de Decapoda planctônicos. 2) Conhecer os espectros de tamanhos do zooplâncton, e a contribuição dos Decapoda para esses espectros, nos ambientes estuarino, costeiro/recifal e de plataforma continental. 3) Analisar a distribuição, biomassa, biovolume e tamanhos das larvas de decápodes e comparar com os demais organismos (zooplâncton total) dos ambientes estuarino, recifal/costeiro e nerítico ao longo de 6 anos de coletas. No primeiro capítulo, abordamos sobre a sincronicidade sazonal e espacial das larvas de plâncton em ecossistemas tropicais costeiros e quantificamos as contribuições dos decápodes para o zooplâncton em regiões adjacentes, ecossistemas tropicais estuarinos, costeiros e de plataforma, considerando seus ciclos de vida sazonais e prováveis estratégias de dispersão. As contribuições dos decápodes foram especialmente relevantes durante eventos de liberação massiva de larvas de zoeas de caranguejos durante a migração para a costa em estágios de pré-assentamento. Os picos sazonais foram claramente assíncronos entre táxons e áreas. Observamos possíveis relações funcionais entre copépodes e grupos-chave de decápodes, bem como os processos que desencadeiam e regulam a entrada de larvas. No segundo capítulo, descrevemos alguns processos dinâmicos que moldam o espectro de tamanho de estágios larvais do zooplâncton, o que na literatura é pouco documentado. Espectros de tamanho de biomassa normalizado (NBSS) foram construídos para descrever o zooplâncton total, larvas de decápodes e outros mero e ictioplâncton em três áreas de Tamandaré, Brasil. As encostas do NBSS para o holoplâncton foram mais íngremes do que geralmente esperado, o que foi claramente devido à alta abundância de copépodes calanóides, especialmente no Estuário. A remoção de organismos não-holoplanctônicos não afetou a inclinação do NBSS, confirmando o conceito de que a inclinação do NBSS é uma propriedade conservadora de tais ecossistemas. Os processos que moldam espectros de tamanho específicos de táxons e os combinam em um espectro “livre de lacunas” são discutidos sob uma perspectiva de nicho de tamanho evolutivo. No terceiro capítulo observamos o efeito de eventos climáticos relevantes, como o El Niño 2015/2016 nas comunidades de decápodes planctônicos e no zooplâncton total da série temporal, de 2013 a 2019).


  • Mostrar Abstract
  • Os crustáceos decápodes incluem várias espécies de interesse para a pesca e aquicultura (por exemplo, camarões, caranguejos e lagostas) e são componentes-chave de ecossistemas pelágicos marinhos e estuarinos, como adultos e como formas larvais. Avaliamos as contribuições da biomassa e biovolume de decápodes para o zooplâncton tropical em três ecossistemas distintos: Estuário do Rio Formoso, Baía Tamandaré e Plataforma Continental ao largo de Tamandaré, Brasil.

2
  • ELIELTON FRANCISCO DO NASCIMENTO
  • PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO DAS ESPONJAS MARINHAS (DEMOSPONGIAE SOLLAS, 1885) DO NORDESTE BRASILEIRO - ESTADO DA BAHIA

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO CARLOS MEDUNA HAJDU
  • FERNANDA FERNANDES CAVALCANTI
  • JOANA CAROLINA FREIRE SANDES SANTOS
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 31/01/2024

  • Mostrar Resumo
  • A espongiofauna do Brasil, corresponde apenas a cerca de 6% desta diversidade, que ainda possui o número de registros subestimado. A Bahia compreende a maior faixa litorânea, cerca de 36% da costa nordestina, tem 224 espécies registradas. No entanto, os únicos trabalhos que compilou parte desses registros, foram o Guia das Esponjas Marinhas da Bahia publicado em 2011 por Hajdu e colaboradores, com material oriundo, majoritariamente, da Baía de Todos os Santos e Menegola & Peixinho, 2017, com material oriundo da região norte da costa baiana. Se tornando insuficiente para traçar um perfil da distribuição das esponjas no estado. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo caracterizar a espongiofauna da costa da Bahia, procurando estabelecer seus padrões de distribuição. Para o estudo taxonômico seguimos o protocolo de Hajdu et al (2011) e para a análise biogeográfica utilizamos o índice de Jaccard para elaboração do dendograma. Os 300 espécimes caracterizados neste estudo estão inseridos em 70 morfotipos, distribuídos em 36 gêneros. Dentre os resultados, destacamos a descrição da espécie nova Desmacella stylostrongyla Nascimento & Pinheiro, 2022 para a costa da Bahia. Além disso, registramos pela primeira vez para a costa brasileira a espécie Spirastrella mollis Verrill, 1907 e para o nordeste as espécies Cliona raphida Boury-Esnault, 1973 e Polymastia janeirensis (Boury-Esnault, 1973), ainda 12 espécies como primeiro registro para a Bahia e os gêneros Clionaopsis sp. nov., Ectyoplasia sp. nov., Mycale (Mycale) sp. nov. e Protusuberites sp. nov. 1 e 2 que são possíveis novas espécies. A análise de similaridade de Jaccard mostrou grupamentos com índice de consistência a partir de 50%, onde destacamos a Costa do Cacau no ramo mais externo com Bootstrap de 100% por ser a região com menor número de espécies registradas e o clado BTS e Costa dos Coqueiros com Bootstrap de 99 % por causa de serem as regiões com mais registros de espécies com compartilhamento elevado. Esse estudo reformou que coleções científicas detém de uma diversidade ainda não conhecida e que os estudos taxonômicos, podem servir de subsídios para um melhor conhecimento biogeográfico da espongiofauna do Brasil.


  • Mostrar Abstract
  • The synapomorphic character of the genus Acarnus Gray, 1867is the presence of the cladotylote spicule and is divided into three main groups according with morphology of megascleres, presence of acanthostyles and skeleton types. Acarnus has 27 valids species worldwide, of  which  Acarnus innominatus Gray, 1867, Acarnus nicoleae van Soest, Hooper & Hiemstra, 1991, Acarnus souriei (Lévi, 1952), Acarnus radovani (Boury-Esnault, 1973) and Acarnus toxeata Boury-Esnault, 1973 occurring in the on the Brazilian coast. The specimens studied are from northeast of Brazil and deposited in the Federal University of Pernambuco (UFPEPOR) and Federal University of Bahia (UFBA). Here, we will describe a new species of Acarnus and provide more detailed characterization of Acarnus toxeata  with the first images  at  Scanning Electron Microscopy (SEM) of the spicular set from other specimens.

3
  • PAULO BRAGA MASCARENHAS JUNIOR
  • PADRÕES DE ECOLOGIA POPULACIONAL DE Caiman latirostris (ALLIGATORIDAE) EM AMBIENTE LÊNTICO COM FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA, NORDESTE DO BRASIL

  • Orientador : PEDRO IVO SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GEORGE HENRIQUE REBELO
  • MURILO GUIMARÃES RODRIGUES
  • RONIS DA SILVEIRA
  • THIAGO COSTA GONÇALVES PORTELINHA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 20/02/2024

  • Mostrar Resumo
  • O estudo da ecologia de populações animais é fundamental para entender sua dinâmica demográfica e suas interações com elementos do hábitat circundante. Fatores como o clima, atividades antrópicas e características das paisagens podem moldar a distribuição, o tamanho e a estrutura das populações. Crocodilianos são predadores semi-aquáticos longevos, e seu monitoramento em longo prazo têm permitido a elaboração de hipóteses sobre fatores que afetam sua distribuição e o planejamento de estratégias de conservação. Nesta tese, estudei a ecologia espaço-temporal do jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) em um reservatório artificial formado pelo barramento do rio Tapacurá, no município de São Lourenço da Mata, Pernambuco, Brasil. A tese está dividida em quatro capítulos: O primeiro consiste em uma revisão bibliográfica de estudos envolvendo o rastreamento de crocodilianos por meio de telemetria. A maioria dos estudos concentram-se nos EUA e Austrália, com as espécies Alligator mississipiensis e Crocodylus porosus. Dentre os métodos mais utilizados nos estudos, a tecnologia VHF foi a mais utilizada, seguida da GPS/Satélite e acústica. No segundo capítulo, avalio os fatores que influenciam a detecção e distribuição dos jacarés do reservatório durante censos baseados em contagens noturnas. A temperatura da água, umidade relativa do ar, precipitação diária, percentual de nuvens e a profundidade local da água foram variáveis que afetaram a detecção dos jacarés. Além disso, os jacarés encontravam-se preferencialmente no curso do rio e próximos aos fragmentos de floresta, associados à presença de redes de pesca. Também identificamos um aumento no número de indivíduos adultos detectados ao longo do estudo. No terceiro capítulo, descrevo o padrão sazonal e espacial da atividade pesqueira no resevatório e avalio sua influência na distribuição espacial dos jacarés. A pesca é uma atividade anual em Tapacurá, com crescimento significativo após o início da pandemia de COVID-19. Há uma correlação entre a distribuição dos jacarés e das redes de pesca no reservatório, principalmente nas áreas margeadas por floresta. Não há diferença na proporção de emalhe acidental entre diferentes classes etárias. No quarto capítulo estudei os padrões de movimentação e seleção de hábitat, e a influência do sexo dos indivíduos sobre estes padrões, utilizando dados de captura e rastreamento por telemetria via GPS. A população de jacarés em Tapacurá é formada em sua maioria por machos, que acessam áreas mais distantes da floresta no período chuvoso, quando apresentam maiores escores corporais. A movimentação dos jacarés adultos foi principalmente noturna, com áreas de uso geralmente menores do que um quilômetro quadrado. Os manuscritos aqui apresentados trazem de forma pioneira informações robustas sobre a ecologia de populações do jacaré-de-papo-amarelo, potencialmente úteis nas tomadas de decisão conservacionistas e no manejo da espécie e seus hábitats.


  • Mostrar Abstract
  • Crocodylians are top predators, playing key ecological roles in aquatic ecosystems. However, knowledge on long-term aspects of their spatiotemporal ecology is incipient. We reviewed the published scientific literature on telemetry-tracking in crocodylians, combining the terms “telemetry”, “track” or “tag” and variations; “VHF”, “UHF”, “satellite”, “GPS”, “radio”, “acoustic” or “transmitters”; and “caiman”, “alligator”, “crocodile”, “gharial” or “Crocodylia”, looking for geographic, species, technology, and study length information. We identified 66 research articles published online in indexed journals and 109 reports available from the IUCN’s Crocodile Specialist Group, between 1970 and 2021. Publications included 22 of the 27 living crocodilian species. We identified strong geographic and taxonomic biases, with most manuscripts proceeding from USA (20.6%) and Australia (13.7%), with Alligator mississipiensis (18%) and Crocodylus porosus (14%) as their target species. Despite representing 16% of reports, Gavialis gangeticus was referred in a single indexed research article. VHF telemetry was the prevalent tracking method, followed by GPS and acoustic transmitters. Studies using VHF devices were generally shorter compared to alternative technologies. Transmitter weight represented an average of 2% of the body mass of the carrying individual. Although attachment site of transmitters was informed in all research papers, few described anaesthetic or medical procedures during attachment (31.8%). Our review highlights the need to encourage publication of crocodilian telemetry studies in non-English speaking countries in Asia, Africa, and Latin America, where endemic species are threatened. We also highlight the need of detailed information on methods and results to facilitate the implementation of appropriate protocols in future telemetry-tracking studies.

4
  • CAROLINE CIBELLE CORREIA CLEMENTE
  • EFEITO EXPERIMENTAL DO AUMENTO DO NÍVEL DO MAR SOBRE A MACROFAUNA DE AMBIENTE RECIFAL

  • Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • JOSE SOUTO ROSA FILHO
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • TACIANA KRAMER DE OLIVEIRA PINTO
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 21/02/2024

  • Mostrar Resumo
  • O aquecimento climático global está causando um aumento evidente no nível do mar, resultando na submersão gradual de áreas costeiras. Isso leva à compressão costeira e redução das vastas extensões de mediolitoral (entremarés), representando uma ameaça significativa para comunidades de mediolitoral nos ecossistemas de recifes de coral, cujo crescimento vertical pode não acompanhar o ritmo acelerado do aumento do nível do mar. Em estreita ligação com esse ecossistema, encontramos comunidades crípticas da macrofauna bentônica, incluindo crustáceos, moluscos, equinodermos, peixes, poliquetas e outros vermes. Deve ser destacado aqui que existe uma grande lacuna no conhecimento, principalmente em relação à taxonomia básica e ecologia, para a grande maioria das espécies que habitam os recifes de corais. O objetivo deste estudo foi investigar experimentalmente como a macrofauna bentônica responde ao possível impacto do aumento do nível do mar em ambientes recifais. Foram conduzidos dois experimentos in situ: o primeiro com um desenho amostral visando avaliar a zonação vertical em pequena escala (centímetros) da macrofauna bentônica, e o segundo envolvendo a translocação da macrofauna do mediolitoral para o infralitoral, simulando a submersão contínua e representando um cenário de afogamento do recife. Os experimentos foram realizados em um recife costeiro na Praia de Serrambi, litoral Sul de Pernambuco, Brasil, utilizando Unidades de Substrato Artificial (UAS) para simular tufos de algas naturais, um micro habitat predominante no ecossistema recifal. Foram identificadas diferenças significativas na estrutura da comunidade, mesmo em intervalos tão reduzidos quanto alguns décimos de metros (10 a 20 cm). O mediolitoral exibiu maior heterogeneidade na estrutura da comunidade em comparação com o infralitoral raso, além de maior diversidade trófica de Polychaeta, sugerindo uma maior diversidade de microhabitats e elevada suscetibilidade aos impactos decorrentes do aumento do nível do mar. Os dados indicam que cerca de 15% da macrofauna bentônica enfrentará impactos significativos, incluindo extinções locais, caso ocorra a submersão dos recifes nas próximas décadas. A translocação da fauna revelou uma tendência notável de maior similaridade na estrutura da comunidade com o ambiente de destino (infralitoral) em comparação com a origem (mediolitoral) após curto prazo de translocação. É confirmada a possibilidade de perda de espécies, uma vez que diversos grupos não suportaram a submersão constante.   


  • Mostrar Abstract
  • Unidades Artificiais de Substrato (UAS), do tipo grama sintética, foram utilizadas no presente estudo para investigar a distribuição e abundância da associação de poliquetas epibentônicos em pequena escala vertical em ecossistema de recife de coral. Foram determinadas sete alturas de maré/faixas para montagem do experimento. Foram instaladas UAS em três faixas no mediolitoral do recife, correspondendo a altura de maré +0.6, +0.5 e +0.2, uma faixa correspondendo a altura de maré é 0.0m e três faixas no infralitoral raso, -0.15, -0.3 e -0.4m. O uso das UAS foi eficaz em quantificar a diversidade e a composição das famílias de poliquetas. Foi registrado um total de 26.348 indivíduos distribuídos em 21 famílias; 1.939 indivíduos no mediolitoral e 22.805 indivíduos no infralitoral. Nas duas zonas, a abundância total dos poliquetas aumentou com a profundidade. A zona de mediolitoral apresentou maior abundância de carnívoros, enquanto no infralitoral a maior representatividade foi de detritívoros. Foram registradas diferenças significativas na estrutura da comunidade em poucos centímetros. Os resultados indicaram a presença de três zonas/estratos no mediolitoral e duas zonas no infralitoral. O mediolitoral apresentou maior heterogeneidade na estrutura da poliquetofauna, que pode estar ameaçada pela subida do nível médio do mar.

5
  • CAMILA BRASILINO BOTÊLHO DE ARAÚJO
  • Genotoxicidade comparativa de grandes peixes pelágicos em duas unidades de conservação do Atlântico Sudoeste

  • Orientador : MONICA LUCIA ADAM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RACHEL ANN HAUSER-DAVIS
  • MONICA LUCIA ADAM
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • RODRIGO RISI PEREIRA BARRETO
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • Data: 23/02/2024

  • Mostrar Resumo
  • A poluição representa uma das maiores ameaças aos ecossistemas marinhos, devido ao elevado potencial de bioacumulação e sensibilidade associada às espécies que habitam esses ecossistemas. No Brasil, o Parque Nacional Marinho e a Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha (AFN), e o Monumento Natural e a Área de Proteção Ambiental do Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) são áreas de proteção ambiental marinhas estabelecidas por lei, consideradas “hotspots” de biodiversidade. Atualmente, diferentes métodos estão sendo utilizados para a realização de diagnósticos da saúde ambiental em áreas de proteção ambiental, dentre eles a análise de danos no genoma em consequência da ação de poluentes e estressores. Contudo, até o momento, essas metodologias ainda não tinham sido aplicadas ao estudo de elasmobrânquios e grandes peixes-ósseos pelágicos marinhos de valor comercial, como os atuns e afins. Deste modo, o presente estudo buscou investigar a incidência de danos genômicos entre diferentes espécies de tubarões que habitam o AFN e o ASPSP e a relação desses danos com concentrações de metais presentes no sangue de tubarões no AFN, além de investigar a incidência de danos genômicos em diferentes espécies de peixes-ósseos pelágicos comerciais no ASPSP e realizar a análise de dano genômico comparativo entre indivíduos de albacora-laje (Thunuus albacares) capturados em ambas as unidades de conservação. Os resultados indicaram frequências elevadas de danos genômicos nos tubarões analisados em comparação com as espécies de peixes-ósseos, e sugerem que essas espécies são mais suscetíveis a efeitos subletais em decorrência do contato com poluentes. O tubarão-tigre, Galeocerdo cuvier, apresentou a maior suscetibilidade e sensibilidade entre as espécies analisadas, enquanto que o tubarão-lixa, Ginglymostoma cirratum, foi a espécie com as menores frequências de danos e concentrações de metais. Características como o uso do habitat, posição trófica, metabolismo e características morfológicas como a incidência elevada de gordura no músculo e fígado, podem favorecer a frequência elevada desses efeitos. No entanto, níveis basais de concentrações de metais no sangue e de frequência de danos genômicos em tubarões ainda não foram estabelecidos, com a elevada instabilidade genômica observada nos tubarões preocupante quanto ao estado de saúde desses animais, bem como à qualidade desses ambientes, que apesar de constituírem unidades de conservação protegidas por lei, estão com a qualidade da água comprometida, evidenciando a necessidade do monitoramento contínuo dessas regiões e da elaboração de medidas de manejo eficazes para o despejo de resíduos, visando a conservação desses ecossistemas únicos e de sua fauna associada.


  • Mostrar Abstract
  • Elasmobranchs are particularly vulnerable to exposure to pollutants. However, few studies are directed to the effects of pollutants on the health of these animals, and in most cases, are limited to the analysis of biochemical markers. Thus, the incidence of genomic damage among shark species inhabiting a protected ocean island in the South Atlantic was investigated in association with the analysis of pollutants in seawater samples. High levels of genomic damage were identified, especially in Negaprion brevirostris and Galeocerdo cuvier, in addition to interspecific variations that may be related to characteristics such as animal size, metabolism and habits. High concentrations of Surfactants were observed in seawater samples, in addition to low concentrations of Cadmium, Lead, Copper, Chromium, Zinc, Manganese, and Mercury. The results evidenced the potential of shark species as a bioindicator of environmental quality, as well as making it possible to assess the anthropic impact on the archipelago.

6
  • PAULA DJANIRA FERNANDES COUTINHO
  • Impactos econômico, social e biológico do turismo de observação de peixe-boi marinho no nordeste do Brasil


  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIANE PEREIRA WANDENESS
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MARIA ADELIA BORSTELMANN DE OLIVEIRA
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • VANICE SANTIAGO FRAGOSO SELVA
  • Data: 30/07/2024

  • Mostrar Resumo
  • Esta tese tem como objetivo investigar o turismo de observação do ameaçado peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) no Brasil. No primeiro capítulo nós focamos no mapeamento da atividade de observação de peixe-boi no país, identificando os hotspots, analisando a potencial sazonalidade desta prática, e avaliando as interações não supervisionadas entre pessoas e peixes-boi. Nós utilizamos uma rede social como fonte de dados de interações não supervisionadas entre pessoas e peixe-boi. Detectamos a observação de peixe-boi marinhoem 91 localidades, 19 municípios, e nove estados do Norte e Nordeste do Brasil. Seis localidades foram consideradas com hotspots. Encontramos até 23 pessoas em uma única foto relacionada ao peixe-boi, porém, até cinco pessoas apareceram na maioria das postagens. Constatamos a sazonalidade da atividade, onde a maioria das imagens foram postadas nos meses de verão. Detectamos que as interações entre turistas e peixes-boi permitidas por lei foram significativamente mais frequentes, mas a ocorrência de interações proibidas revela a atual falta de cumprimento das Regulamentações brasileiras quando não há supervisão da atividade. Sugerimos que as estratégias de gestão do turismo priorizem as áreas de hotspots, com foco no reforço do cumprimento das regulamentações e, preferencialmente, envolvendo as comunidades locais. O segundo capítulo teve como objetivo avaliar os níveis de cumprimento do código de conduta por parte dos operadores do Turismo de Base Comunitária (TBC) que levam visitantes ao recinto de aclimatação do peixe-boi marinho, no rio Tatuamunha, no estado de Alagoas. Investigamos também os níveis de maré e períodos do dia mais usados para a realização da atividade. Os comportamentos dos guias turísticos foram monitorados através de observação direta. Encontramos um alto nível de conformidade com o código de conduta, onde foram respeitados o número máximo de jangadas por dia e o número de turistas por dia ficou abaixo da capacidade máxima permitida na maioria dos dias. Também foram respeitados os horários para a realização das atividades. A duração dos passeios ficou acima do limite estabelecido. Os condutores respeitaram o tempo máximo de perseguição do peixe-boi na maioria desses eventos. Não foram observados eventos em que mais de uma jangada se aproximou do recinto de aclimatação ao mesmo tempo e a maioria das jangadas não se aproximou do mesmo peixe-boi ao mesmo tempo. Nós não detectamos comportamentos de molestamento. A maioria dos passeios ocorreu durante os níveis de maré alta e baixa e houve maior incidência de passeios entre os horários 10h-11h e 11h-12h. Nós recomendamos um diálogo junto às partes realizadoras da atividade sobre a importância do respeito ao tempo máximo de observação do peixe-boi. No terceiro capítulo nosso objetivo foi comparar as taxas de comportamentos posturais e vocalizações de peixes-boi cativos e de vida livre, antes, durante e após as visitas das jangadas do TBC de observação de peixe-boi marinho no rio Tatuamunha. Também investigamos se as taxas dos comportamentos posturais variaram entre os indivíduos na presença das jangadas. Os comportamentos dos animais foram monitorados através de observação direta e as gravações foram realizadas com o uso de um gravador passivo. A taxa do comportamento “descanso” foi maior na presença das jangadas, com os testes detectando a diferença entre os períodos antes e durante as visitas das jangadas. A taxa de “alimentação” também variou sendo relativamente maior durante a presença das jangadas, porém, não foi possível detectar que períodos de fato diferiram entre si. As taxas de “natação” e “respiração” não apresentaram diferenças significativas. Os comportamentos alimentação e natação variaram entre os indivíduos na presença das jangadas, enquanto descanso e respiração não variaram. As taxas de vocalizações não diferiram quando comparamos antes, durante e depois das passagens das jangadas. Recomendamos o monitoramento periódico do comportamento desses animais. Em geral, os resultados dessa tese mostram que o turismo desordenado acarreta descumprimento das Regulamentações brasileiras, e que o Turismo de Base Comunitária possui um elevado potencial para a conservação ambiental e proteção das espécies. Porém, baixos níveis de impactos afetam o comportamento postural dos animais, ressaltando a importância de estudos para acessar consequências a longo prazo dessas atividades na saúde e bem-estar do peixe-boi marinho.


  • Mostrar Abstract
  • O turismo de observação de peixe-boi marinho é uma atividade realizada no norte e nordeste brasileiro. O peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) está ameaçado de extinção, no entanto não há dados disponíveis sobre a distribuição e impactos dessa atividade no país. Nós mapeamos a ocorrência do turismo de observação de peixe-boi marinho no Brasil, identificamos os pontos onde a atividade é realizada, avaliamos sua sazonalidade, e identificamos os tipos de interações entre turistas e peixes-boi através do uso de mídia social como fonte de dados. 

7
  • AMANDA GRAZIELE ARAUJO RESENDE
  • Aspectos da dinâmica populacional da Scomberomorus brasiliensis (Scombriformes: Scombridae) na costa Nordeste do Brasil

  • Orientador : ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • FRANCISCO MARCANTE SANTANA DA SILVA
  • JACQUES PANFILI
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • Data: 12/08/2024

  • Mostrar Resumo
  • Estudos de crescimento, idade, e reprodução de peixes ósseos, são reconhecidos como fundamentais para a avaliação e gestão da pesca. Contribuem dessa forma na compreensão da dinâmica populacional em resposta à atividade pesqueira, principal fator que limita a exploração dos estoques. A Serra Scomberomorus brasiliensis possui alto valor comercial em toda a sua distribuição. No Nordeste do Brasil, tem sido submetida a forte pressão da pesca desde a década de 1960, com modificações na composição de comprimento entre 1998–2001 (REVIZEE) e 2020–2022. As distribuições de frequência de comprimento, indicadores de exploração e seletividade das artes de pesca indicaram os efeitos da sobrepesca na estrutura de tamanho do estoque, com retirada excessiva de reprodutores, e redução do número de adultos maiores que 60 cm nas capturas. Além disso, a seletividade das artes de pesca mudou, com redução do tamanho de primeira captura na malha de 40 mm. Tais características dão indícios que a espécie é explorada de forma insustentável na área de estudo e sugeriram tanto a sobrepesca de crescimento quanto de recrutamento. Quando analisados os parâmetros de reprodução, foi verificado que a proporção sexual não demonstrou diferença significativa. As fêmeas crescem mais que os machos, e possuem crescimento alométrico negativo expresso pela função: WT=0.0089*LF2.9613, já os machos tendem a possuir crescimento isométrico com a equação: WT=0.0158*LF2.8058. O comprimento médio de primeira maturidade sexual estimado para as fêmeas foi de 34.47 cm e o dos machos 36.58cm. O período de desova mais intenso para fêmeas e machos ocorre de dezembro a julho. A fecundidade por lote variou de 125650. 61 a 886297. 28 ovócitos (média= 272333.20 ±147251.29) para fêmeas capazes de reproduzir de 550 a 1650 gramas (média= 833.96 ± 257.39), possuindo relação positiva com o peso total, e realizando desovas múltiplas.  A relação entre o raio do otólito e o comprimento furcal (R2= 0.90) foi positiva, e a verificação da periodicidade de formação das macroestruturas, confirmou a deposição anual, com julho correspondendo ao mês de formação do anel. Sobre a análise das microestruturas, foram contadas de 213-640, que equivalem a 0.58 a 1.75 anos, já as macroestruturas contabilizadas variaram de 2 a 16 anos. Os dados de idade e comprimento foram testados para diferentes modelos de crescimento, e o com melhor ajuste aos dados foi o de von Bertalanffy, como os parâmetros de crescimento para machos e fêmeas não apresentaram diferença, a curva foi estimada com os dados agrupados, com os parâmetros: L∞= 73.02 cm; k= 0.10 ano-1t0= -1.44 anos.


  • Mostrar Abstract
  • serra, Scomberomorus brasiliensis, é uma espécie de alto valor comercial em toda sua área de distribuição. Na região Nordeste do Brasil é um recurso que sofre forte pressão da pesca desde a década de 1960, exibindo sinais de sobreexplotação, causados devido a  pesca intensiva, com necessidade de monitoramento contínuo em função das variações das classes de comprimento capturadas de 1998 a 2001 e de 2020 a 2022, fora a série de trabalhos publicados entre as décadas de 1960 a 1990 que expõem mudanças na estrutura de comprimento. O objetivo deste estudo é avaliar a pesca e a seletividade das redes de emalhe, estimando a estrutura em comprimento e suas variações. Foram analisadas as distribuições de frequência de comprimento entre os estados do Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia entre os anos de 1998 a 2001. Os indicadoresde Froese foram aplicados, utilizando como base a porcentagem de indivíduos capturados na fase adulta, com comprimento ótimo e otamanho dos mega-reprodutores. Para a seletividade da rede de emalhe, foi utilizado do método de Holt (1989). Os tamanhos de malhas selecionados foram: 40mm, 45mm e 50mm. A análise dacaptura por unidade de esforço (CPUE) entre os estados da região Nordeste foi estimada a partir do modelo linear generalizado de Gaussian. A estrutura em comprimento da espécie apresentou diferença significativa (P<0.05) entre os estados analisados, com as capturas compostas por número elevado de indivíduos imaturos. Nos primeiros anos de estudo a pesca da serra se caracteriza como insustentável na maioria dos estados do Nordeste, com baixas porcentagens de indivíduos maduros, em comprimento ótimo e de mega-reprodutores (abaixo de 20%), o que sugere a incapacidade da espécie em manter a população a longo prazo. Os comprimentos ótimos de captura da espécie para os anos 1998 a 2001 foram: 37.7cm e 42.4cm (malhas 40mm-45mm); 47.5cm e 52.8cm (malhas 45mm-50mm); 40.3cm e 50.4cm (malhas 40mm-50mm); e 38.47 e 48.09 para as malhas 40mm e 50mm para a amostra dos anos de 2020 a 2022 em Pernambuco. Otamanho de malha mais usado é o de 40mm (41.03%). Asmaiores CPUEs concentraram-se nos meses de junho e julho.

8
  • ALANA THAIS TEIXEIRA DA SILVA LEITAO
  • Aspectos da distribuição, ecologia comportamental e percepção de turistas sobre tartarugas marinhas em naufrágios de Pernambuco, nordeste do Brasil

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIANE PEREIRA WANDENESS
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • EDNILZA MARANHAO DOS SANTOS
  • FERNANDA LOFFLER NIEMEYER ATTADEMO
  • WENDEL JOSE TELES PONTES
  • Data: 30/08/2024

  • Mostrar Resumo
  • Tartarugas marinhas e naufrágios estão frequentemente inseridos em um contexto do turismo de observação de fauna. Os naufrágios, enquanto recifes artificiais, representam uma local fascinante para investigação e esforços de conservação ecológica. O objetivo geral desta tese foi investigar aspectos da distribuição, da ecologia comportamental e da percepção de turistas sobre tartarugas marinhas em naufrágios ao longo do litoral de Pernambuco, no nordeste do Brasil. Para tanto, essa tese apresenta um referencial teórico no primeiro capítulo, onde são apresentadas informações abrangentes sobre as espécies de tartarugas marinhas, abordando sua taxonomia, distribuição, ecologia e conservação. Além disso, foi realizada uma revisão sistemática e bibliométrica sobre o comportamento das tartarugas em naufrágios, destacando a escassez de estudos nessa área e a importância da gestão sustentável do turismo de mergulho. Esta revisão identificou 60 naufrágios com ocorrência de tartarugas marinhas mundialmente, dos quais 34 foram geograficamente localizados, enquanto 26 apresentaram dados de localização insuficientes, dificultando a identificação exata dos locais. Esses dados evidenciam o potencial desses recifes artificiais como locais de observação e estudo das tartarugas marinhas, e estão especialmente concentrados no nordeste do Brasil e nos Estados Unidos. No segundo capítulo, detalhamos a ocorrência das tartarugas marinhas nos naufrágios de Pernambuco, identificando as espécies presentes (Chelonia mydasEretmochelys imbricata e Caretta caretta, com predominância de juvenis em naufrágios com estruturas físicas mais conservadas). Foram descritos nove comportamentos distintos das tartarugas, incluindo descanso, alimentação, autolimpeza, deslocamento, estação de limpeza, natação na coluna d’água, natação na superfície, natação pelo fundo do mar e fuga. Também foram encontrados recursos alimentares potencialmente explorados pelas tartarugas nos naufrágios, como ascídias, octocorais, esponjas e algas. O terceiro capítulo da tese consiste em um estudo sobre a percepção dos mergulhadores recreativos nos naufrágios de Pernambuco, enfatizando a importância da conscientização e da adoção de práticas sustentáveis para a preservação do ambiente marinho. Os naufrágios mais visitados pelos entrevistados foram o Taurus e Virgo. Disseram já terem realizado entre 11 e 50 mergulhos. A vida marinha, especialmente a presença da megafauna como tubarões e tartarugas, é o principal atrativo para os mergulhadores, já a poluição e a pesca foram vistas como as maiores ameaças ao ambiente. Os respondentes apoiam a instalação de novos naufrágios, para servir como recife artificial, desde que acompanhada de práticas ambientais rigorosas, e destacam a importância da preservação e da conscientização para evitar impactos negativos na fauna marinha. A maioria também concorda que os naufrágios devem ser considerados áreas de proteção ambiental. Por fim, a última parte desta tese resume os principais achados da tese, direciona pesquisas futuras e traz recomendações para construção de políticas públicas para colocar o estado de Pernambuco como protagonista na preservação de sua biodiversidade marinha atrelada ao turismo sustentável de observação de fauna em naufrágios.


  • Mostrar Abstract
  • Shipwrecks are one of the most common types of artificial reefs. They are home to several sea creatures, including sea turtles. In the present study, we aimed to understand the relationship between sea turtles and shipwrecks by investigating species occurrence, behaviours and food availability in those artificial reefs. Our study focused on the shipwrecks of Pernambuco, North-eastern Brazil. Pernambuco has the Brazilian capital of shipwrecks, with 111 wrecks reported in the area. To obtain data on the presence of turtles, we inspected 54,145 photos resulting from 867 recreational dives performed in 19 shipwrecks in the state. We also considered data from the literature to map the distribution of sea turtles in shipwrecks in Pernambuco. We then selected four out of the 19 wrecks for systematic behavioural observation of the sea turtles through passive video recordings and for identification of potential food resources in the shipwreck walls. A total of 97h and 36min of recordings were inspected for the behavioural analysis. We identified three species (i.e., Chelonia mydas, Eretmochelys imbricata and Caretta caretta) using 11 of the 19 shipwrecks used by diving agenciesMost of the records were from young individuals and the species Chelonia mydas. We observed nine behaviours performed by sea turtles. "Resting" was the predominant behaviour, followed by "locomoting". We recorded indifferent and tolerant interactions between sea turtles and bony fishes, sharks, rays, and lobsters. Indifferent interactions included no physical contact, whereas tolerant interactions included physical contact. The wrecks were predominantly encrusted with ascidia, octocoral, sponge and algae on the inner and external walls. These organisms are part of the diet of sea turtles. Here we highlight the relevant ecological hole of the shipwrecks for sea turtles since it may serve as shelter (especially for the youngsters of Chelonia mydas), potentially protecting them against predators and strong currents. The wrecks may also serve as potential restaurants and cleaning stations for sea turtles. We suggest appropriate regulation may be established for recreational dive tourism in shipwrecks in Brazil so that sea turtles are not disturbed in this ecologically important artificial reef.

9
  • HENRIQUE RAFAEL PONTES FERREIRA
  • Avaliação de padrões comportamentais em modelos experimentais utilizando diferentes estágios da vida de moscas (Diptera: Sarcophagidae) e implicações para a Entomologia Forense

  • Orientador : SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSENILSON RODRIGUES DOS SANTOS
  • MATIAS IGNACIO DUFEK
  • JOSE WAGNER DA SILVA MELO
  • MARGARETH MARIA DE CARVALHO QUEIROZ
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 18/09/2024

  • Mostrar Resumo
  • Por sua diversidade e associação a cadáveres na Região Neotropical, a família Sarcoophagidae (Diptera) oferece um modelo instigante para a compreensão de aspectos bionômicos, reprodutivos e comportamentais de insetos utilizados na Entomologia Forense (EF). Trata-se de um táxon pouco explorado experimentalmente, com severas lacunas no conhecimento sobre fatores abióticos (por exemplo, resposta ao fotoperíodo) e reprodutivos (por exemplo, ovoviviparidade) do grupo. Esta tese buscou investigar aspectos comportamentais de duas espécies de Sarcophagidae de importância forense, Peckia (Peckia) chrysostoma (Wiedemann, 1830) e Peckia (Sarcodexia) lambens (Wiedemann, 1830), sob diferentes eixos temáticos. O capítulo I investiga os eixos de bionomia e reprodução. Utilizando a espécie P. (P.) chrysostoma, observamos comportamentos atípicos, como a deposição de ovos. Fêmeas apresentaram ovários com ovos desenvolvidos e larvas entre 8 e 10 dias (x= 23,3 ovos/fêmea). O tempo médio de desenvolvimento para estágios imaturos foi de 22,2 h e 21,4 h para 1º e 2º ínstar respectivamente, e o 3º ínstar durou em média 80,5 h. A fase de pupa teve a maior duração (x = 295,7 h). A longevidade média de machos e fêmeas foi de 30 dias. O capítulo II abordou os eixos de comportamento e reprodução para analisar a influência do fotoperíodo em aspectos reprodutivos de P. (P.) chrysostoma e P. (S.) lambens. A larviposição ocorreu na escuridão total para as duas espécies, sem diferenças na quantidade de larvas depositadas (P > 0,05). A duração da luz afetou significativamente o percentual de fêmeas grávidas de ambas as espécies (P < 0,05), com maior percentual de fêmeas grávidas em tratamentos com maior duração de luz. O capítulo III, desenvolvido a partir do eixo comportamental, buscou elaborar um modelo experimental para investigação da mobilidade, dispersão e enterramento de larvas de dípteros de importância forense. Para este fim, conduzimos experimentos utilizando larvas de 3º. Ínstar e pupas de P. (P.) chrysostoma e P. (S.) lambens. Em uma Arena de Mobilidade Larval (AML), P. (S.) lambens levou mais tempo para acessar o substrato de enterramento em comparação a P. (P.) chrysostoma, a qual demonstrou movimento direcional organizado, com 25% e 22% das larvas movendo-se para a mesma região da AML. Maior profundidade de enterramento foi observada no solo humoso (P < 0.001) para ambas as espécies, com P. (P.) chrysostoma enterrando-se mais profundamente (x = 9,0 cm) do que P. (S.) lambens (x = 5,4 cm). O tipo de solo (P < 0,05) e a profundidade de enterramento (P < 0,05) influenciaram as taxas de sobrevivência das espécies. Este estudo amplia o conhecimento sobre P. (P.) chrysostoma, como a ovoviviparidade facultativa em condições de laboratório e o ciclo de vida, o que pode beneficiar estudos futuros para maior precisão na estimativa de intervalo pós-morte mínimo (IPM min) baseado em vestígios entomológicos. A pesquisa demonstrou que o fotoperíodo tem impacto significativo na postura e na maturação ovariana das espécies. O conjunto de resultados expande o arcabouço teórico e metodológico da EF, utilizando espécies de Sarcophagidae na região Neotropical.


  • Mostrar Abstract
  • The aim of this study was to investigate reproductive and bionomic aspects of Peckia (Peckia) chrysostoma (Pc) in order to provide ecological and medicolegal data. Pc larvae were collected and reared under controlled laboratory conditions (temperature: 25 ± 2°C, RH: 60% ± 10% and photoperiod: 12:12h) and four analyses were carried out: a) development of eggs and larvae internally; b) posture behavior; c) immature development; and d) longevity and fertility. Females showed ovaries with visible eggs and developed larvae between 8-10 days. This study presents, for the first time, show evidence of facultative oviparity behavior in Pc, with egg laying observed, which is different from what is expected for Sarcophagidae species that are known for their viviparous behavior. However, larval hatching was not observed. We evaluated the average developmental time for each larval stage and observed significant and direct proportional increases in weight and size over time and during larval stage changes. The longevity of males and females did not differ statistically, and female fertility evaluation revealed that the number of deposited larvae is inversely proportional to the female age, with a peak in larval laying occurring between the 3rd and 5th week, with records up to the 11th week and egg laying up to the 9th week of life. This study clarifies some little-known behavioral aspects of Pc, such as facultative oviparity behavior under stressful laboratory conditions and the high capacity of egg laying throughout the life of females, providing data for future studies using this species as a model for Sarcophagidae.

10
  • CLARA ARAUJO SALVINO
  • OSTEOLOGIA CEFÁLICA E DO PESCOÇO NAS DIFERENTES FORMAS DE CABEÇA EM AMPHISBAENIA

  • Orientador : PEDRO MURILO SALES NUNES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SIRIA LISANDRA DE BARCELOS RIBEIRO
  • ANGELE MARTINS
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • JESSICA FRATANI DA SILVA
  • PEDRO MURILO SALES NUNES
  • Data: 27/11/2024

  • Mostrar Resumo
  • Amphisbaenia é uma ordem répteis escamados que em sua grande maioria são ápodes e apresentam hábito fossorial. Devido a este hábito, anfisbênios apresentam modificações morfológicas que facilitam o tunelamento em solo, sendo a maioria relacionada a sua osteologia cefálica, apresentando quatro padrões distintos de formato de cabeça, cada um relacionado a um método especifico de escavação. Até o momento, estudos osteológicos envolvendo representantes de Amphisbaenia estão direcionados à descrição da osteologia craniana e/ou à comparação com outros répteis, não incluindo discussões sobre a evolução das estruturas cranianas ou relacionadas à coluna cervical. Com isso, objetivo geral desta tese é analisar a variação osteológica craniana e cervical em Amphisbaenia dentro de um contexto filogenético, considerando as diferentes formas de cabeça; e como objetivos específicos descrever a osteologia cefálica, investigar as variações intra e interespecíficas e testar padrões evolutivos da osteologia craniana e cervical do grupo. A tese está dividida em três capítulos: o primeiro consiste na descrição detalhada do complexo atlantoaxial em Amphisbaenia e uma análise da evolução deste complexo no grupo, onde identificamos uma evolução em mosaico com convergências e paralelismos; o segundo capítulo da tese aborda a descrição osteológica osso a osso para Cadea blanoides, uma espécies com a cabeça quilhada, e comparamos a anatomia do crânio com outras espécies de anfisbênia que apresentam o mesmo padrão cefálico, e identificamos que Cadea blanoides apresenta características que a distingue das demais espécie com a cabeça quilhada; no terceiro capítulo da tese descrevemos a variação morfológica e evolução dos ossos quadrado e esquamosal e identificamos que a filogenia e alometria não explicam a variação na forma do osso quadrado, sendo essa variação não relacionada aos quatros formatos de cabeça existentes; quanto ao osso esquamosal, em Amphisbaenia, ele pode ter sido perdido pelo menos duas vezes ao longo da história evolutiva. Essa pesquisa contribui para o entendimento da evolução osteológica em Amphisbaenia, com ênfase na morfologia craniana e cervical, e oferece novas perspectivas sobre a diversidade morfológica e os processos evolutivos que moldaram esse grupo de répteis fossoriais.


  • Mostrar Abstract
  • Atlas and axis are the first two cervical vertebrae that, in association with the basioccipital, carry out the movement of the head, being important points of insertion of muscles and tendons. Amphisbaenia is a group of fossorial Squamata known to present four patterns of head shapes related to different excavation methods, but little is known about the complex atlas-axis and the evolution of this structure. In this study we propose a detailed description of the atlas-axis complex for 15 species of the six recognized families of Amphisbaenia and present an evaluation of the evolutionary scenario of selected characters related to this structure in a recent phylogeny for Amphisbaenia. Our results indicate that the basic pattern of the atlas-axis complex is more related to head shapes than to the monophyletic groups recovered in the recent phylogeny, reinforcing the hypothesis of remarkable morphological convergences in the evolutionary history of Amphisabenia. On the other hand, some of the characters may represent putative synapomorphies or autapormorphies for some clades.

11
  • ALINE DOS SANTOS RIOS
  • USO DO CAMARÃO-DE-ESTALO Alpheus estuariensis (CARIDEA: ALPHEIDAE) PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE MANGUEZAIS

  • Orientador : ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • MONICA LUCIA ADAM
  • JOSE SOUTO ROSA FILHO
  • FERNANDO LUIS MEDINA MANTELATTO
  • RENATA AKEMI SHINOZAKI MENDES
  • Data: 17/12/2024

  • Mostrar Resumo
  • A costa brasileira, do nordeste ao sudeste, vem sofrendo nos últimos anos com vários episódios de derramamento de Petróleo. O primeiro ocorreu no final de agosto de 2019, com reincidência em janeiro de 2020, depois novos derramamentos aconteceram em 2021 e 2022. Diante disso, o objetivo principal da tese, foi avaliar o potencial de Alpheus estuariensis como bioindicador em três diferentes manguezais do estado de
    Pernambuco: Suape, Barra de Catuama e Carneiros. Para isso, utilizamos diferentes tipos de abordagens: teste de genotoxicidade; efeito agudo do derramamento em ovos embrionados, em experimento laboratorial; fecundidade versus Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos – HPAs, e a apresentação de um livro paradidático sobre a poluição por microplástico para a população em geral. As coletas tanto dos espécimes, quanto do sedimento dos manguezais ocorreram em cada localidade, nos meses de fevereiro e novembro de 2020, novembro de 2021, maio e novembro de 2022 e maio e novembro de 2023. Os camarões foram extraídos de suas tocas dos sedimentos lamacentos por meio de bombas de sucção de PVC. Após a coleta os espécimes foram individualizados em sacos plásticos, etiquetados e levados para o laboratório, ainda vivos. Para o capítulo 1 foi retirada a hemolinfa dos espécimes ainda vivos para análises genotóxicas: Teste de Micronúcleo (microlesões) e para o Ensaio Cometa (macrolesões). Para o capítulo 2 foram retiradas as massas de ovos das fêmeas e colocadas em tubos de ensaios em 5 concentrações diferentes de HPAs: 0%, 20%, 40%, 60%, 80% e 100%. Os ovos foram analisados durante sete dias, para verificar crescimento e desenvolvimento do embrião, mortalidade e taxa de eclosão. Para o capítulo 3, a fecundidade foi obtida com a contagem dos ovos em estágios iniciais e correlacionando com a concentração de HPA presente no sedimento. Dentre os principais resultados, no capítulo 1, os compostos que mais correlacionaram com as análises de genotoxicidade, foram os que estavam em maiores concentrações no sedimento, os quais possuem maiores pesos moleculares (com 5 e 6 anéis aromáticos), sendo classificados como os que possuem maiores potenciais carcinogênicos e mutagênicos para os crustáceos. Para o capítulo 2, dentre os 16 HAPs prioritários, 12 deles foram detectados nas amostras. Houve uma correlação estatisticamente significativa em relação à mortalidade embrionária ao longo do tempo em todas as diluições, exceto no controle (0%). Foi possível observar que o desenvolvimento embrionário é afetado pelo aumento da concentração da Fração Solúvel em Água (FAA) e tempo de exposição. Esses resultados demonstram que FAA afeta diretamente o desenvolvimento larval e causa mortalidade significativa após um dia de exposição. Para o capítulo3, o principal resultado observado foi que a fecundidade é inversamente proporcional à concentração de HPA presente no sedimento, ou seja, as maiores fecundidades foram encontradas em Carneiros, cuja área apresentou menores concentrações de HPAs. Assim, nossos resultados, após os três capítulos, permitem concluir que Alpheus estuariensis, por viver em contato direto com o substrato, ser de fácil amostragem e com populações abundantes em toda costa brasileira, é um excelente bioindicador dos impactos relacionados ao petróleo. O 4 e último capítulo, o qual se refere ao livro paradidático, a elaboração teve como objetivo fazer uma divulgação sobre a problemática que é o microplástico, de uma forma lúdica e acessível a todas as classes sociais e de faixa etária, e dentre os principais resultados, destacamos o lançamento do livro na UFPE, que contou com duas escolas municipais do Bairro da Várzea/Recife/PE presentes. Nesse evento, houve sorteios de livros, exposições de coleções biológicas e coffe breack para os estudantes


  • Mostrar Abstract
  • O trabalho teve como objetivo analisar os efeitos do óleo bruto na sobrevivência e desenvolvimento dos embriões do camarão-de-estalo estuarino Alpheus estuariensis. Para isso, a fração do óleo acomodada em água do mar (FAA) foi preparada com uma amostra de 10 g de óleo bruto coletado em um evento de encalhe em Fernando de Noronha/PE em 2021. A FAA foi diluída em seis concentrações – 0%, 20%, 40%, 60%, 80% e 100% – para os experimentos. Além disso, a quantificação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) foi realizada no tratamento de 100% e do óleo bruto. 28 ovos embrionados foram expostos em cada diluição por um período de 7 dias sob condições controladas. Diariamente, quatro embriões de cada tratamento foram retirados para uma análise detalhada e posteriormente fixados em formol (4%). Houve diferença estatística significativa em relação à mortalidade dos embriões nas diferentes diluições (ANOVA, p &lt; 0,05), exceto na concentração 0%. Os efeitos da FAA nos embriões foram observados desde os primeiros dias de exposição nas concentrações mais altas. Ao final pudemos observar a diferenças entre as concentrações do derramamento do presente estudo com as do ano anterior e posterior, onde as concentrações foram mais elevadas. Pode-se concluir que o desenvolvimento dos embriões é afetado pelo aumento da concentração de FAA e pelo tempo de exposição.

2023
Dissertações
1
  • RENAN BELÉM DA SILVA
  • Efeito dos HPAs sobre a meiofauna estuarina, em áreas com diferentes graus de urbanização

  • Orientador : ANDRE MORGADO ESTEVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • VIRAG VENEKEY
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • TACIANA KRAMER DE OLIVEIRA PINTO
  • Data: 27/01/2023

  • Mostrar Resumo
  • Os ambientes estuarinos são sugeridos como destino final da poluição humana, sendo afetados pela urbanização que há em seus arredores e por compostos que chegam através das águas dos rios. Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) são contaminantes que podem atingir os estuários e podem afetar diretamente a sua conservação, sendo considerados altamente deletérios aos organismos que vivem nesses ambientes. Esta pesquisa investigou a fauna bentônica a nível de grandes grupos e gêneros da Nematofauna de três estuários ao longo da costa pernambucana, os quais estão expostos a diferentes níveis de urbanização e, consequentemente, a diferentes níveis de concentração de HPAs. Um total de 15 grandes grupos da meiofauna foram identificados, sendo Nematoda o táxon dominante (74,6%), seguido por Copepoda (9,6%) e Polychaeta (8,6%). Com relação à Nematofauna, 60 gêneros foram identificados, sendo os mais abundantes Terschellingia (23,0%), Sabatieria (13,1%) e Daptonema (11,8%). Os índices de diversidades obtidos a partir dos grandes grupos diferiram significativamente, sendo a riqueza, índice de Shannon e equitabilidade maiores no local menos urbanizado, sistema estuarino do Rio Goiana (GES). Já os índices de diversidade oriundos da Nematofauna, além da riqueza e o índice de Shannon, a distinção taxonômica foi significativamente maior em GES. A avaliação da qualidade ecológica (EcoQ) para os grandes grupos apontou que o estuário com menor densidade demográfica em seu entorno, GES, apresentou melhor qualidade ecológica (EcoQ Moderado). Da mesma maneira, o resultado do EcoQ para a nematofauna, apontou GES com qualidade ecológica Boa, enquanto as áreas urbanizadas apresentaram qualidade ecológica Pobre. A análise multivariada (DistLM) sugeriu que os HPAs, pH e matéria orgânica foram os fatores abióticos que melhor explicaram a distribuição dos organismos, tanto os grandes grupos, quanto os gêneros da nematofauna. Os sedimentos caracterizaram-se pela predominância de areia muito fina e silte-argila nos estuários mais poluídos, enquanto a área controle (GES) predominou grãos de tamanho médio.


  • Mostrar Abstract
  • Os ambientes estuarinos são sugeridos como destino final da poluição humana, sendo afetados pela urbanização que há em seus arredores e por compostos que chegam através das águas dos rios. Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) são contaminantes que podem atingir os estuários e podem afetar diretamente a sua conservação, sendo considerados altamente deletérios aos organismos que vivem nesses ambientes. Esta pesquisa investigou a fauna bentônica a nível de grandes grupos e gêneros da Nematofauna de três estuários ao longo da costa pernambucana, os quais estão expostos a diferentes níveis de urbanização e, consequentemente, a diferentes níveis de concentração de HPAs. Um total de 15 grandes grupos da meiofauna foram identificados, sendo Nematoda o táxon dominante (74,6%), seguido por Copepoda (9,6%) e Polychaeta (8,6%). Com relação à Nematofauna, 60 gêneros foram identificados, sendo os mais abundantes Terschellingia (23,0%), Sabatieria (13,1%) e Daptonema (11,8%). Os índices de diversidades obtidos a partir dos grandes grupos diferiram significativamente, sendo a riqueza, índice de Shannon e equitabilidade maiores no local menos urbanizado, sistema estuarino do Rio Goiana (GES). Já os índices de diversidade oriundos da Nematofauna, além da riqueza e o índice de Shannon, a distinção taxonômica foi significativamente maior em GES. A avaliação da qualidade ecológica (EcoQ) para os grandes grupos apontou que o estuário com menor densidade demográfica em seu entorno, GES, apresentou melhor qualidade ecológica (EcoQ Moderado). Da mesma maneira, o resultado do EcoQ para a nematofauna, apontou GES com qualidade ecológica Boa, enquanto as áreas urbanizadas apresentaram qualidade ecológica Pobre. A análise multivariada (DistLM) sugeriu que os HPAs, pH e matéria orgânica foram os fatores abióticos que melhor explicaram a distribuição dos organismos, tanto os grandes grupos, quanto os gêneros da nematofauna. Os sedimentos caracterizaram-se pela predominância de areia muito fina e silte-argila nos estuários mais poluídos, enquanto a área controle (GES) predominou grãos de tamanho médio.

2
  • BRUNA MIRELY DA SILVA COSTA
  • PADRÕES DE MOVIMENTAÇÃO E EFEITOS DA SAZONALIDADE EM DUAS ESPÉCIES DE AVES (ORESSOCHEN JUBATUS E RYNCHOPS NIGER) ASSOCIADAS A PRAIAS FLUVIAIS NO RIO BRANCO, RORAIMA

  • Orientador : PEDRO IVO SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEX JAHN
  • ENRICO BERNARD
  • PEDRO IVO SIMOES
  • ROBERTA COSTA RODRIGUES
  • Data: 27/01/2023

  • Mostrar Resumo
  • A migração representa todo movimento sazonal e regular, onde uma população (ou parte dela) se desloca em resposta a uma condição climática ou ambiental. Em geral, estes tipos de movimentos podem ser associados com mudanças na disponibilidade de recursos alimentares ou modificações no hábitat utilizado pelas espécies. Estima-se que quase 20 % (1.855) das espécies de aves do mundo realizam algum tipo de movimento migratório, sendo a maior parte de seus estudos concentrados em espécies de regiões temperadas. Apesar disso, movimentos migratórios intra-tropicais são relativamente comuns embora pobremente documentados. Uma parte importante das aves migrantes intra-tropicais estão representadas por espécies de hábitos aquáticos, dentre elas, se encontram numerosas espécies de aves ocorrentes nas planícies inundáveis dos grandes rios amazônicos, cujas áreas são reguladas através do pulso de inundação dos rios. Com isso, essa pesquisa foi realizada no Rio Branco, localizado no estado de Roraima, com o intuito de entender como duas espécies de aves associadas com ambientes fluviais lidam com a perda das praias na época de cheia, procurando compreender seus deslocamentos, se há migração, quais os destinos e parâmetros que os definem (grau de alagamento, chuva, etc), utilizando a técnica de telemetria via GPS. Para isso, essa dissertação foi dividida em duas partes, a primeira constituída da Introdução e o Referencial Teórico e a segunda com dois artigos, sendo, o primeiro relatando a migração intratropical da espécie Oressochen jubatus (ganso-do-Orinoco) e o segundo descrevendo os movimentos da espécie Rynchops niger (talha-mar) na Bacia do Rio Branco/Roraima, utilizando transmissores com GPS.


  • Mostrar Abstract
  • A migração representa todo movimento sazonal e regular, onde uma população (ou parte dela) se desloca em resposta a uma condição climática ou ambiental. Em geral, estes tipos de movimentos podem ser associados com mudanças na disponibilidade de recursos alimentares ou modificações no hábitat utilizado pelas espécies. Estima-se que quase 20 % (1.855) das espécies de aves do mundo realizam algum tipo de movimento migratório, sendo a maior parte de seus estudos concentrados em espécies de regiões temperadas. Apesar disso, movimentos migratórios intra-tropicais são relativamente comuns embora pobremente documentados. Uma parte importante das aves migrantes intra-tropicais estão representadas por espécies de hábitos aquáticos, dentre elas, se encontram numerosas espécies de aves ocorrentes nas planícies inundáveis dos grandes rios amazônicos, cujas áreas são reguladas através do pulso de inundação dos rios. Com isso, essa pesquisa foi realizada no Rio Branco, localizado no estado de Roraima, com o intuito de entender como duas espécies de aves associadas com ambientes fluviais lidam com a perda das praias na época de cheia, procurando compreender seus deslocamentos, se há migração, quais os destinos e parâmetros que os definem (grau de alagamento, chuva, etc), utilizando a técnica de telemetria via GPS. Para isso, essa dissertação foi dividida em duas partes, a primeira constituída da Introdução e o Referencial Teórico e a segunda com dois artigos, sendo, o primeiro relatando a migração intratropical da espécie Oressochen jubatus (ganso-do-Orinoco) e o segundo descrevendo os movimentos da espécie Rynchops niger (talha-mar) na Bacia do Rio Branco/Roraima, utilizando transmissores com GPS.

3
  • DANIEL SIQUEIRA DE VASCONCELOS
  • CARACTERIZAÇÃO DA DIVERSIDADE FILOGENÉTICA E FUNCIONAL DE FORMIGAS AO LONGO DE UM GRADIENTE SUCESSIONAL DE CAATINGA

  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FELIPE FERNANDO DA SILVA SIQUEIRA
  • FERNANDA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • Data: 31/01/2023

  • Mostrar Resumo
  • A vegetação de Caatinga, assim como várias outras florestas tropicais, vem sendo perturbada e substituída por outros tipos de uso do solo. Algumas destas áreas acabam sendo abandonadas e se encontram em processo de regeneração. Porém, pouco se sabe sobre como as comunidades biológicas são reorganizadas ao longo da regeneração, principalmente em florestas secas, onde os estudos deste tema ainda são mais escassos, e com foco em padrões de diversidade taxonômica, através das métricas como riqueza, abundância e composição de espécies. Aqui empregamos o crescimento da biomassa vegetal como medida de regeneração na Caatinga, e avaliamos seu efeito na diversidade funcional e filogenética de formigas. Utilizamos formigas previamente coletadas em parcelas de 0,01 hectare que foram estabelecidas em áreas usadas com agricultura de corte e queima e abandonadas em diferentes períodos de tempo, de 8 a 54 anos, compondo um gradiente de regeneração. Com as espécies identificadas de cada parcela, fizemos a caracterização das relações filogenéticas, com auxílio da literatura. Para o estudo da diversidade funcional, medimos atributos morfológicos (e.g. tamanho do corpo, comprimento relativo dos olhos e comprimento relativo das pernas) relacionados com a interação de cada espécie no ecossistema. Em seguida, aplicamos uma série de índices que avaliam a diversidade filogenética e funcional ao longo da regeneração, e analisamos as relações de cada índice com a biomassa vegetal das parcelas. Os resultados indicam que a diversidade funcional e a filogenética foram influenciadas positivamente pelo crescimento da biomassa vegetal. Isto sugere que a comunidade de formigas pode ser recuperada com a regeneração da vegetação da Caatinga, até mesmo em relação à diversidade funcional e filogenética. Nossos achados trazem mais informações sobre da resiliência da Caatinga após perturbações antrópicas agudas, no que diz respeito ao processo de reestruturação e reorganização de comunidades biológicas.


  • Mostrar Abstract
  • A vegetação de Caatinga, assim como várias outras florestas tropicais, vem sendo perturbada e substituída por outros tipos de uso do solo. Algumas destas áreas acabam sendo abandonadas e se encontram em processo de regeneração. Porém, pouco se sabe sobre como as comunidades biológicas são reorganizadas ao longo da regeneração, principalmente em florestas secas, onde os estudos deste tema ainda são mais escassos, e com foco em padrões de diversidade taxonômica, através das métricas como riqueza, abundância e composição de espécies. Aqui empregamos o crescimento da biomassa vegetal como medida de regeneração na Caatinga, e avaliamos seu efeito na diversidade funcional e filogenética de formigas. Utilizamos formigas previamente coletadas em parcelas de 0,01 hectare que foram estabelecidas em áreas usadas com agricultura de corte e queima e abandonadas em diferentes períodos de tempo, de 8 a 54 anos, compondo um gradiente de regeneração. Com as espécies identificadas de cada parcela, fizemos a caracterização das relações filogenéticas, com auxílio da literatura. Para o estudo da diversidade funcional, medimos atributos morfológicos (e.g. tamanho do corpo, comprimento relativo dos olhos e comprimento relativo das pernas) relacionados com a interação de cada espécie no ecossistema. Em seguida, aplicamos uma série de índices que avaliam a diversidade filogenética e funcional ao longo da regeneração, e analisamos as relações de cada índice com a biomassa vegetal das parcelas. Os resultados indicam que a diversidade funcional e a filogenética foram influenciadas positivamente pelo crescimento da biomassa vegetal. Isto sugere que a comunidade de formigas pode ser recuperada com a regeneração da vegetação da Caatinga, até mesmo em relação à diversidade funcional e filogenética. Nossos achados trazem mais informações sobre da resiliência da Caatinga após perturbações antrópicas agudas, no que diz respeito ao processo de reestruturação e reorganização de comunidades biológicas.

4
  • MARIA DAS DORES DA SILVA
  • Avaliação dos efeitos genotóxicos em abelhas Jataí (Tetragonisca angustula) expostas aos pesticidas imidacloprido e cipermetrina e à poluição atmosférica

  • Orientador : CLAUDIA ROHDE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDIA ROHDE
  • EMERSON PETER DA SILVA FALCAO
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 16/02/2023

  • Mostrar Resumo
  • As abelhas sem ferrão compõem um vasto grupo de insetos que estão entre os principais provedores de serviços ecossistêmicos, como a polinização. No entanto, estes polinizadores estão sendo vítimas de um declínio que vêm reduzindo consideravelmente suas populações nos últimos anos. Fenômeno este que, em grande parte, está relacionado com atividades antrópicas. Há evidências que estressores ambientais como a queima de combustíveis fósseis e o uso indiscriminado de pesticidas afetam aptidões das abelhas, como a cognição, locomoção e capacidade de forrageamento. Contudo, estudos voltados para a investigação da genotoxicidade em abelhas são incipientes. Diante desse cenário, foi objetivo deste trabalho analisar o efeito genotóxico dos inseticidas imidacloprido e cipermetrina, e da poluição urbana no genoma da abelha nativa Tetragonisca angustula, por meio do Ensaio cometa. Para tanto, primeiramente a metodologia do Ensaio cometa foi padronizada para este organismo, o que ocorreu concomitantemente ao estabelecimento dos grupos controle negativo, no qual as abelhas se alimentam apenas de xarope e o grupo controle positivo, no qual as abelhas foram submetidas a ciclofosfamida (2 mg/mL) diluída no xarope. Após a validação do Ensaio cometa, as abelhas foram expostas a diferentes concentrações do inseticida imidacloprido (1,5; 3,0; 6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL), diluídos em xarope por 48 h, e de cipermetrina (6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL). Foram estudadas também abelhas de colônias naturais do Parque Arraial Bom Jesus na cidade de Recife, Pernambuco, local com intensa movimentação de veículos e pessoas. Um controle negativo ambiental foi realizado com abelhas oriundas da Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe, Pernambuco. Os resultados deste estudo mostram a validação da metodologia em hemócitos de adultos de T. angustula. Os dados obtidos por meio do Índice de Dano (ID) e Frequência de Dano (FD%), indicam o efeito genotóxico do imidacloprido e da cipermetrina nas duas maiores concentrações (12 e 24 ng/mL), com elevada ocorrência de lesões de níveis 3 e 4, consideradas as mais agressivas ao material genético. No estudo do efeito genotóxico associado à poluição, houve danos em duas das três colônias de abelhas, demonstrando possível associação com os poluentes atmosféricos inerentes ao ambiente urbano. Apresentamos evidências de que estressores ambientais, como a poluição urbana e os pesticidas testados, comprometem o genoma das abelhas da espécie T. angustula. Portanto, são fatores de risco para a saúde dos polinizadores, para o bem-estar das populações, e contribuem para a redução dos serviços ecossistêmicos oferecidos, que são valiosos para a humanidade.


  • Mostrar Abstract
  • As abelhas sem ferrão compõem um vasto grupo de insetos que estão entre os principais provedores de serviços ecossistêmicos, como a polinização. No entanto, estes polinizadores estão sendo vítimas de um declínio que vêm reduzindo consideravelmente suas populações nos últimos anos. Fenômeno este que, em grande parte, está relacionado com atividades antrópicas. Há evidências que estressores ambientais como a queima de combustíveis fósseis e o uso indiscriminado de pesticidas afetam aptidões das abelhas, como a cognição, locomoção e capacidade de forrageamento. Contudo, estudos voltados para a investigação da genotoxicidade em abelhas são incipientes. Diante desse cenário, foi objetivo deste trabalho analisar o efeito genotóxico dos inseticidas imidacloprido e cipermetrina, e da poluição urbana no genoma da abelha nativa Tetragonisca angustula, por meio do Ensaio cometa. Para tanto, primeiramente a metodologia do Ensaio cometa foi padronizada para este organismo, o que ocorreu concomitantemente ao estabelecimento dos grupos controle negativo, no qual as abelhas se alimentam apenas de xarope e o grupo controle positivo, no qual as abelhas foram submetidas a ciclofosfamida (2 mg/mL) diluída no xarope. Após a validação do Ensaio cometa, as abelhas foram expostas a diferentes concentrações do inseticida imidacloprido (1,5; 3,0; 6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL), diluídos em xarope por 48 h, e de cipermetrina (6,0; 12,0 e 24,0 ng/mL). Foram estudadas também abelhas de colônias naturais do Parque Arraial Bom Jesus na cidade de Recife, Pernambuco, local com intensa movimentação de veículos e pessoas. Um controle negativo ambiental foi realizado com abelhas oriundas da Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe, Pernambuco. Os resultados deste estudo mostram a validação da metodologia em hemócitos de adultos de T. angustula. Os dados obtidos por meio do Índice de Dano (ID) e Frequência de Dano (FD%), indicam o efeito genotóxico do imidacloprido e da cipermetrina nas duas maiores concentrações (12 e 24 ng/mL), com elevada ocorrência de lesões de níveis 3 e 4, consideradas as mais agressivas ao material genético. No estudo do efeito genotóxico associado à poluição, houve danos em duas das três colônias de abelhas, demonstrando possível associação com os poluentes atmosféricos inerentes ao ambiente urbano. Apresentamos evidências de que estressores ambientais, como a poluição urbana e os pesticidas testados, comprometem o genoma das abelhas da espécie T. angustula. Portanto, são fatores de risco para a saúde dos polinizadores, para o bem-estar das populações, e contribuem para a redução dos serviços ecossistêmicos oferecidos, que são valiosos para a humanidade.

5
  • DANIEL LUCAS DA SILVA
  • ASPECTOS ECOTOXICOLÓGICOS DE RAOIELLA INDICA  E SELETIVIDADE DE ACARICIDAS A NEOSEIULUS BARKERI

  • Orientador : DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MANOEL GUEDES CORREA GONDIM JUNIOR
  • SOLANGE MARIA DE FRANÇA
  • DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • WENDEL JOSE TELES PONTES
  • Data: 27/02/2023

  • Mostrar Resumo
  • Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) é uma espécie invasora de importância mundial que tem ampliado sua gama de hospedeiro rapidamente. Os principais métodos de controle utilizado e/ou estudado contra esse herbívoro é o controle químico e controle biológico. É sabido que a susceptibilidade dos organismos a produtos químicos pode variar de acordo com o hospedeiro na qual estes se alimentam e que a utilização de acaricidas não seletivos pode afetar o controle biológico. Com isso, o presente estudo teve como objetivo avaliar susceptibilidade de R. indica a acaricidas (abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) e a taxa instantânea de crescimento (ri) quando oriundo de diferentes hospedeiros (Cocus nucifera L., Wodyetia bifurcata Irvine e Veitchia merrillii (Becc.) H. E. Moore). Para isso, a letalidade dos acaricidas(abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) sobre R. indica em diferentes hospedeiros foi comparada. O método residual foi utilizado, e a contagem de fêmeas vivas e mortas após 24 hrs para o obter as CL50 foram realizadas. Para o ri os ácaros foram mantidos em mudas, e a contagem de indivíduos e ovos durante sete dias foram realizadas. Adicionalmente, o presente trabalho também objetivou avaliar a seletividade dos mesmos acaricidas para Neoseiulus barkeri Hughes (Acari: Phytoseiidae), onde toxicidade, sobrevivência, viabilidade, oviposição, re classificação de toxicidade de acaricidas segundo IOBC foram avaliados. A seletividade de N. barkeri foi avaliada comparando a toxicidade dos acaricidas entre R. indica N. barkeri, onde o mesmo método empregado nos experimentos de susceptibilidade foi utilizado. Para sobrevivência, viabilidade, oviposição e ri, fêmeas de N. barkeri foram mantidas em unidades experimentais, contabilizando indivíduos vivos e mortos, e a quantidade de ovos até a morte da última fêmea, exceto para o rno qual apenas os dados equivalentes a 10 dias foram utilizados. Quanta a classificação de toxicidade, os dados obtidos nos experimentos de sobrevivência viabilidade e oviposição foram utilizados para calcula-la. Os resultados dos experimentos de susceptibilidade verificaram que indivíduos de R. indica proveniente de C. nucifera tiveram uma maior CL50 para todos os acaricidas, indicando serem menos susceptíveis aos acaricidas. Além disso, um maior rfoi observado demostrando a influência do hospedeiro sobre a biologia do herbívoro. Com relação aos experimentos de seletividade, abamectina demonstrou ser um produto seletivo. Já para azadiractina, não foi possível obter curvas de concentração-resposta devido à baixa mortalidade do predador. Nenhum acaricida afetou a sobrevivência, contudo fenpiroximato e azadiractina reduziram o tempo médio de sobrevivência, enquanto todos os acaricidas afetaram a viabilidade. Com relação ao ri, piridabem foi o único que demonstrou baixos valores quando comparado com o controle. Quanto a classificação de toxicidade de acaricidas da IOBC, o piridabem foi classificado como moderadamente nocivo, enquanto os demais acaricidas foram classificados como inofensivos. Como conclusão, os dados do presente estudo demonstraram que R. indica oriundo de coqueiro torna-se mais tolerante a acaricidas que quando oriundo dos demais hospedeiros estudados e que abamectina se mostrou um acaricida seletivo para N. barkeri.


  • Mostrar Abstract
  • Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) é uma espécie invasora de importância mundial que tem ampliado sua gama de hospedeiro rapidamente. Os principais métodos de controle utilizado e/ou estudado contra esse herbívoro é o controle químico e controle biológico. É sabido que a susceptibilidade dos organismos a produtos químicos pode variar de acordo com o hospedeiro na qual estes se alimentam e que a utilização de acaricidas não seletivos pode afetar o controle biológico. Com isso, o presente estudo teve como objetivo avaliar susceptibilidade de R. indica a acaricidas (abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) e a taxa instantânea de crescimento (ri) quando oriundo de diferentes hospedeiros (Cocus nucifera L., Wodyetia bifurcata Irvine e Veitchia merrillii (Becc.) H. E. Moore). Para isso, a letalidade dos acaricidas(abamectina, azadiractina, fenpiroximato e piridabem) sobre R. indica em diferentes hospedeiros foi comparada. O método residual foi utilizado, e a contagem de fêmeas vivas e mortas após 24 hrs para o obter as CL50 foram realizadas. Para o ri os ácaros foram mantidos em mudas, e a contagem de indivíduos e ovos durante sete dias foram realizadas. Adicionalmente, o presente trabalho também objetivou avaliar a seletividade dos mesmos acaricidas para Neoseiulus barkeri Hughes (Acari: Phytoseiidae), onde toxicidade, sobrevivência, viabilidade, oviposição, re classificação de toxicidade de acaricidas segundo IOBC foram avaliados. A seletividade de N. barkeri foi avaliada comparando a toxicidade dos acaricidas entre R. indica N. barkeri, onde o mesmo método empregado nos experimentos de susceptibilidade foi utilizado. Para sobrevivência, viabilidade, oviposição e ri, fêmeas de N. barkeri foram mantidas em unidades experimentais, contabilizando indivíduos vivos e mortos, e a quantidade de ovos até a morte da última fêmea, exceto para o rno qual apenas os dados equivalentes a 10 dias foram utilizados. Quanta a classificação de toxicidade, os dados obtidos nos experimentos de sobrevivência viabilidade e oviposição foram utilizados para calcula-la. Os resultados dos experimentos de susceptibilidade verificaram que indivíduos de R. indica proveniente de C. nucifera tiveram uma maior CL50 para todos os acaricidas, indicando serem menos susceptíveis aos acaricidas. Além disso, um maior rfoi observado demostrando a influência do hospedeiro sobre a biologia do herbívoro. Com relação aos experimentos de seletividade, abamectina demonstrou ser um produto seletivo. Já para azadiractina, não foi possível obter curvas de concentração-resposta devido à baixa mortalidade do predador. Nenhum acaricida afetou a sobrevivência, contudo fenpiroximato e azadiractina reduziram o tempo médio de sobrevivência, enquanto todos os acaricidas afetaram a viabilidade. Com relação ao ri, piridabem foi o único que demonstrou baixos valores quando comparado com o controle. Quanto a classificação de toxicidade de acaricidas da IOBC, o piridabem foi classificado como moderadamente nocivo, enquanto os demais acaricidas foram classificados como inofensivos. Como conclusão, os dados do presente estudo demonstraram que R. indica oriundo de coqueiro torna-se mais tolerante a acaricidas que quando oriundo dos demais hospedeiros estudados e que abamectina se mostrou um acaricida seletivo para N. barkeri.

6
  • JENNY FRANCISCA DE OLIVEIRA RIBEIRO
  • BIODIVERSIDADE DE ESPONJAS E SUA BRIOZOOFAUNA ASSOCIADA EM NAUFRÁGIOS DE PERNAMBUCO E NOS RODOLITOS ADJACENTES

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA FERNANDES CAVALCANTI
  • JOANA CAROLINA FREIRE SANDES SANTOS
  • PAULA BRAGA GOMES
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 09/03/2023

  • Mostrar Resumo
  • As esponjas e os briozoários marinhos estão entre os animais bentônicos mais comuns e diversos em recifes naturais e artificiais. Eles atuam como marcadores de biodiversidade devido às diversas interações e relações ecológicas que exercem nestes habitats. Recifes artificiais são resultados diretos das atividades antrópicas, destacando-se os naufrágios intencionais, e são relacionados com impactos ambientais diversos, incluindo eventos de bioinvasão. No Brasil, Pernambuco é pioneiro na prática e abriga mais de 110 embarcações naufragadas. Entretanto, pouco ou nada se sabe, em escalas locais e globais, sobre a fauna de esponjas e briozoários de naufrágios e de substratos naturais comuns adjacentes a estes naufrágios. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi comparar a espongiofauna e a briozoofauna de naufrágios e dos seus bancos de rodolitos adjacentes do Parque dos Naufrágios Artificiais de Pernambuco. As coletas foram realizadas em quatro naufrágios (Vapor de Baixo, Pirapama, Servemar X e Taurus) e nos rodolitos adjacentes. As amostras foram coletadas usando um quadrado de 25x25 cm posicionado nas distâncias de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 metros ao longo de um transecto horizontal que foi colocado, primeiramente, ao longo do naufrágio e, depois, ao longo dos bancos de rodolitos adjacentes, totalizando 48 réplicas (24 artificiais e 24 naturais). No laboratório, as esponjas e briozoários foram identificados no menor nível taxonômico possível e os briozoários foram classificados como nativos/criptogênicos/exóticos. A frequência de ocorrência (FO) foi estimada com base na porcentagem de ocorrência das espécies em cada tipo de substrato. Para comparação das assembleias de esponjas e briozoários, foi utilizado o índice de Bray-Curtis nas matrizes de presença/ausência das espécies e foram realizadas análises de variâncias permutacionais usando o tipo de substrato como fator fixo. Os padrões espaciais das assembléias estudadas foram ilustrados em gráficos de escalonamento multidimensionais não métricos para esponjas e briozoários separadamente. As análises foram realizadas no software Paleontological Statistics Software Package, versão 4.03. 32 esponjas foram identificadas, 20 nos rodolitos e 19 nos naufrágios. Xestospongia muta Schmidt, 1870 foi a mais frequente nos rodolitos com 40% de FO enquanto que Desmapsamma anchorata (Carter, 1882), Monanchora arbuscula (Duchassaing & Michelotti, 1864) e Tedania (Tedania) ignis (Duchassaing & Michelotti, 1864) dominaram os naufrágios com >50% de FO. 63 espécies de briozoários foram identificadas, 47 nos rodolitos e 29 nos naufrágios. Licornia diadema (Busk, 1852) foi a que apresentou maior ocorrência nos rodolitos com 46% de FO. Bicellariella edentata Marcus, 1955 dominou os naufrágios, sendo este o seu primeiro registro em substrato artificial no Brasil. As assembleias de esponjas e briozoários dos rodolitos foram significativamente diferentes e mais diversas que aquelas dos naufrágios. As assembleias mais diversas dos dois grupos foram as do naufrágio Vapor de Baixo e dos seus rodolitos adjacentes. As assembleias de esponjas dos rodolitos foram sub agrupadas provavelmente devido à proximidade geográfica das réplicas. A maioria dos briozoários são criptogênicos (38) e que não mostraram preferência quanto ao tipo de substrato, seguido dos nativos (33) e exóticos (4). Estes últimos foram encontrados apenas nos naufrágios, especialmente naqueles afundados mais recentemente, o que realça o alerta sobre a prática de afundamento poder facilitar a introdução de potenciais invasores. 


  • Mostrar Abstract
  • As esponjas e os briozoários marinhos estão entre os animais bentônicos mais comuns e diversos em recifes naturais e artificiais. Eles atuam como marcadores de biodiversidade devido às diversas interações e relações ecológicas que exercem nestes habitats. Recifes artificiais são resultados diretos das atividades antrópicas, destacando-se os naufrágios intencionais, e são relacionados com impactos ambientais diversos, incluindo eventos de bioinvasão. No Brasil, Pernambuco é pioneiro na prática e abriga mais de 110 embarcações naufragadas. Entretanto, pouco ou nada se sabe, em escalas locais e globais, sobre a fauna de esponjas e briozoários de naufrágios e de substratos naturais comuns adjacentes a estes naufrágios. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi comparar a espongiofauna e a briozoofauna de naufrágios e dos seus bancos de rodolitos adjacentes do Parque dos Naufrágios Artificiais de Pernambuco. As coletas foram realizadas em quatro naufrágios (Vapor de Baixo, Pirapama, Servemar X e Taurus) e nos rodolitos adjacentes. As amostras foram coletadas usando um quadrado de 25x25 cm posicionado nas distâncias de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 metros ao longo de um transecto horizontal que foi colocado, primeiramente, ao longo do naufrágio e, depois, ao longo dos bancos de rodolitos adjacentes, totalizando 48 réplicas (24 artificiais e 24 naturais). No laboratório, as esponjas e briozoários foram identificados no menor nível taxonômico possível e os briozoários foram classificados como nativos/criptogênicos/exóticos. A frequência de ocorrência (FO) foi estimada com base na porcentagem de ocorrência das espécies em cada tipo de substrato. Para comparação das assembleias de esponjas e briozoários, foi utilizado o índice de Bray-Curtis nas matrizes de presença/ausência das espécies e foram realizadas análises de variâncias permutacionais usando o tipo de substrato como fator fixo. Os padrões espaciais das assembléias estudadas foram ilustrados em gráficos de escalonamento multidimensionais não métricos para esponjas e briozoários separadamente. As análises foram realizadas no software Paleontological Statistics Software Package, versão 4.03. 32 esponjas foram identificadas, 20 nos rodolitos e 19 nos naufrágios. Xestospongia muta Schmidt, 1870 foi a mais frequente nos rodolitos com 40% de FO enquanto que Desmapsamma anchorata (Carter, 1882), Monanchora arbuscula (Duchassaing & Michelotti, 1864) e Tedania (Tedania) ignis (Duchassaing & Michelotti, 1864) dominaram os naufrágios com >50% de FO. 63 espécies de briozoários foram identificadas, 47 nos rodolitos e 29 nos naufrágios. Licornia diadema (Busk, 1852) foi a que apresentou maior ocorrência nos rodolitos com 46% de FO. Bicellariella edentata Marcus, 1955 dominou os naufrágios, sendo este o seu primeiro registro em substrato artificial no Brasil. As assembleias de esponjas e briozoários dos rodolitos foram significativamente diferentes e mais diversas que aquelas dos naufrágios. As assembleias mais diversas dos dois grupos foram as do naufrágio Vapor de Baixo e dos seus rodolitos adjacentes. As assembleias de esponjas dos rodolitos foram sub agrupadas provavelmente devido à proximidade geográfica das réplicas. A maioria dos briozoários são criptogênicos (38) e que não mostraram preferência quanto ao tipo de substrato, seguido dos nativos (33) e exóticos (4). Estes últimos foram encontrados apenas nos naufrágios, especialmente naqueles afundados mais recentemente, o que realça o alerta sobre a prática de afundamento poder facilitar a introdução de potenciais invasores. 

7
  • WEDJA KELLY DE MELO VASCONCELOS
  • EFEITO GENOTÓXICO DA IVERMECTINA E DO IMIDACLOPRID EM IMATUROS DA ESPÉCIE DE IMPORTÂNCIA FORENSE CHRYSOMYA ALBICEPS (DIPTERA: CALLIPHORIDAE), AVALIADO PELO ENSAIO COMETA
  • Orientador : SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE SEVERINO DA SILVA
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • EMERSON PETER DA SILVA FALCAO
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 17/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • O PRESENTE ESTUDO INVESTIGOU O EFEITO TÓXICO-GENÉTICO DE CONCENTRAÇÕES DE IVERMECTINA (IVM) E DE IMIDACLOPRID (IMI) EM CHRYSOMYA ALBICEPS WIEDEMANN 1819, UMA ESPÉCIE ABUNDANTE NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E DE GRANDE IMPORTÂNCIA FORENSE. OS COMPOSTOS FORAM DILUÍDOS EM ÁGUA DESTILADA E MISTURADOS À CARNE DE FÍGADO LIOFILIZADO (BAUER ET AL., 2020), NAS CONCENTRAÇÕES DE IVM 0,4980 E 0,9360 MM; E IMI 11.6 X 10-17 E 23.2 X 10-17 MM. CERCA DE 100 IMATUROS DE C. ALBICEPS SE ALIMENTARAM POR 24 H EM CADA MEIO DE TRATAMENTO. APÓS A EXPOSIÇÃO AOS COMPOSTOS E APLICAÇÃO DO ENSAIO COMETA, FORAM OBSERVADOS AUMENTO SIGNIFICATIVO NOS DANOS, EM TODOS OS TRATAMENTOS. OS RESULTADOS DEMOSTRAM QUE TANTO A IVM QUANTO O IMI CAUSAM DANOS GENOTÓXICOS EM C. ALBICPES, COM CLARO EFEITO DOSE-DEPENDENTE DA IVM, MESMO EM CONCENTRAÇÕES MUITO BAIXAS, COMO AS USADAS NESTE ESTUDO. A PRESENÇA DE DANOS INDICA O RISCO DO USO INDISCRIMINADO DOS COMPOSTOS TESTADOS, DO EFEITOS NEGATIVO SOBRE O GENOMA DE ESPÉCIES NÃO ALVO, E DO POTENCIAL RISCO DE GERAÇÃO DE MUTAÇÕES EM CÉLULAS GERMINATIVAS DOS ORGANISMOS, COM CONSEQUENTE EFEITO NEGATIVO NA SOBREVIVÊNCIA DE SEUS DESCENTES.


  • Mostrar Abstract
  • O PRESENTE ESTUDO INVESTIGOU O EFEITO TÓXICO-GENÉTICO DE CONCENTRAÇÕES DE IVERMECTINA (IVM) E DE IMIDACLOPRID (IMI) EM CHRYSOMYA ALBICEPS WIEDEMANN 1819, UMA ESPÉCIE ABUNDANTE NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E DE GRANDE IMPORTÂNCIA FORENSE. OS COMPOSTOS FORAM DILUÍDOS EM ÁGUA DESTILADA E MISTURADOS À CARNE DE FÍGADO LIOFILIZADO (BAUER ET AL., 2020), NAS CONCENTRAÇÕES DE IVM 0,4980 E 0,9360 MM; E IMI 11.6 X 10-17 E 23.2 X 10-17 MM. CERCA DE 100 IMATUROS DE C. ALBICEPS SE ALIMENTARAM POR 24 H EM CADA MEIO DE TRATAMENTO. APÓS A EXPOSIÇÃO AOS COMPOSTOS E APLICAÇÃO DO ENSAIO COMETA, FORAM OBSERVADOS AUMENTO SIGNIFICATIVO NOS DANOS, EM TODOS OS TRATAMENTOS. OS RESULTADOS DEMOSTRAM QUE TANTO A IVM QUANTO O IMI CAUSAM DANOS GENOTÓXICOS EM C. ALBICPES, COM CLARO EFEITO DOSE-DEPENDENTE DA IVM, MESMO EM CONCENTRAÇÕES MUITO BAIXAS, COMO AS USADAS NESTE ESTUDO. A PRESENÇA DE DANOS INDICA O RISCO DO USO INDISCRIMINADO DOS COMPOSTOS TESTADOS, DO EFEITOS NEGATIVO SOBRE O GENOMA DE ESPÉCIES NÃO ALVO, E DO POTENCIAL RISCO DE GERAÇÃO DE MUTAÇÕES EM CÉLULAS GERMINATIVAS DOS ORGANISMOS, COM CONSEQUENTE EFEITO NEGATIVO NA SOBREVIVÊNCIA DE SEUS DESCENTES.

8
  • LYNICK JONES SILVA
  • Drone-Transect: Analisando a distribuição espaço-temporal de organismos recifais usando veículos aéreos não tripulados – RPA

  • Orientador : CARLOS DANIEL PEREZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DHONATAN DIEGO PESSI
  • CARLOS DANIEL PEREZ
  • KARINE MATOS MAGALHÃES
  • Data: 31/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • Como o uso difundido no meio científico, os veículos aéreos não tripulados (RPA), conhecidos popularmente como drones, veem sendo utilizados para análise em regiões costeiras, incluindo o ambiente recifal. Pensando nas possibilidades, foi desenvolvido um método inovador intitulado Drone-Transect, a partir das tecnologias de geoprocessamento, para análises ecológicas. O método consiste em capturar a cobertura total de um recife a partir de imagens aéreas, permitindo análises de cunho ecológico. O Local de estudo fica situado no município de Ipojuca, na praia de Serrambi – PE. Foram processados dois lotes de imagens, o primeiro sendo coletado em 2021 em apenas um recife, e o segundo, refere-se a coletas realizadas em 2018, que contam com dois recifes. O método, caracterizado pelo baixo impacto e natureza não-destrutiva, se propõe a ser mais econômico e prático em sua aplicação. Tendo como organismo base o zoantídeo Palythoa caribaeorum, o método se mostrou eficaz a partir do comparativo entre o tradicional transecto linear, uma simulação que o replica e o método intitulado Drone-Transect, ambos realizados no primeiro lote de imagens. A metodologia apresenta uma pequena variação entre as análises, tendo eficiência comprovada, o estudo averiguou, a partir do segundo lote de imagens, a distribuição de Palythoa caribaeorum ao longo do ano em dois recifes distintos, apresentando variações significativas em sua cobertura ao longo período. Somado à uma análise de zonas, foi observado a maior densidade de cobertura de P. caribaeorum entre 20 e 30m da borda recifal.   Além do mais, o método permite o solapamento coleta a coleta, possibilitando a observação das mudanças a cada amostra, permitindo uma estimativa de crescimento e mortalidade das colônias. Somado ao calculo de cobertura e distribuição, da acesso a compreensão completa da dinâmica do invertebrado recifal ao longo do ano. O trabalho caracteriza-se por apresentar uma nova metodologia não-destrutiva utilizada para análise de recifes costeiros, diminuindo o esforço físico amostral para coleta de dados e o monitoramento completo da superfície, abrindo espaço para novas possibilidades no campo de pesquisa.


  • Mostrar Abstract
  • Como o uso difundido no meio científico, os veículos aéreos não tripulados (RPA), conhecidos popularmente como drones, veem sendo utilizados para análise em regiões costeiras, incluindo o ambiente recifal. Pensando nas possibilidades, foi desenvolvido um método inovador intitulado Drone-Transect, a partir das tecnologias de geoprocessamento, para análises ecológicas. O método consiste em capturar a cobertura total de um recife a partir de imagens aéreas, permitindo análises de cunho ecológico. O Local de estudo fica situado no município de Ipojuca, na praia de Serrambi – PE. Foram processados dois lotes de imagens, o primeiro sendo coletado em 2021 em apenas um recife, e o segundo, refere-se a coletas realizadas em 2018, que contam com dois recifes. O método, caracterizado pelo baixo impacto e natureza não-destrutiva, se propõe a ser mais econômico e prático em sua aplicação. Tendo como organismo base o zoantídeo Palythoa caribaeorum, o método se mostrou eficaz a partir do comparativo entre o tradicional transecto linear, uma simulação que o replica e o método intitulado Drone-Transect, ambos realizados no primeiro lote de imagens. A metodologia apresenta uma pequena variação entre as análises, tendo eficiência comprovada, o estudo averiguou, a partir do segundo lote de imagens, a distribuição de Palythoa caribaeorum ao longo do ano em dois recifes distintos, apresentando variações significativas em sua cobertura ao longo período. Somado à uma análise de zonas, foi observado a maior densidade de cobertura de P. caribaeorum entre 20 e 30m da borda recifal.   Além do mais, o método permite o solapamento coleta a coleta, possibilitando a observação das mudanças a cada amostra, permitindo uma estimativa de crescimento e mortalidade das colônias. Somado ao calculo de cobertura e distribuição, da acesso a compreensão completa da dinâmica do invertebrado recifal ao longo do ano. O trabalho caracteriza-se por apresentar uma nova metodologia não-destrutiva utilizada para análise de recifes costeiros, diminuindo o esforço físico amostral para coleta de dados e o monitoramento completo da superfície, abrindo espaço para novas possibilidades no campo de pesquisa.

9
  • WESLEY DE OLIVEIRA NEVES
  • Caracterização da diversidade funcional de macrobentos e do tipo e estado de cinco praias do litoral de Pernambuco 

  • Orientador : JOSE ROBERTO BOTELHO DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • JOSE ROBERTO BOTELHO DE SOUZA
  • JOSE SOUTO ROSA FILHO
  • RALF SCHWAMBORN
  • Data: 31/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • As praias arenosas são ecossistemas em constante transformação que abrigam uma diversidade de animais cujo habitat é influenciado pelas interações entre a areia, ondas e as marés. Nas ultimas décadas, houve um foco significativo no estudo da ecologia dessas praias, investigando o tipo e a estrutura das comunidades em diferentes tipos de praias e suas variações regionais. Portanto, no presente estudo utilizamos uma abordagem integrativa tanto para a caracterização do tipo e estado praial como para a mensuração da diversidade taxonômica e funcional, com base nos trabalhos de McLachlan et al (2018) e Chao et al (2019). O objetivo geral desse trabalho é avaliar a influência do tipo e estado morfodinâmico na diversidade taxonômica e funcional das comunidades macrobentonicas de cinco praias sendo elas (Praia do Paiva, Guaiamum, Coqueirinhos, Tamandaré e a Ilha do Amor) na perspectiva das hipóteses de dureza de habitat e fonte e sumidouro. Em relação ao tipo e estado morfodinâmico, as praias foram classificadas como: Paiva (Refletiva e Modificada pela Maré), Ilha do Amor (Intermediária e Dominada por Ondas), Guaiamum (Intermediária e Dominada por Ondas), Tamandaré (Intermediária e Dominada por Ondas) e Coqueirinhos (Refletiva e Modificada pela Maré). Em relação a diversidade funcional e taxonômica, a praia de Tamandaré apresentou os maiores valores de diversidade (Taxonômica e Funcional) em relação as outras quatro praias. A praia do Guaiamum apresentou o menor valor de equitabilidade em relação a série de Hill, a praia de Guaiamum e Coqueirinhos, embora possuam o mesmo valor de riqueza de espécies, se diferem em relação a equitabilidade, sendo a praia de Coqueirinhos mais diversa (apresentando uma maior Equitabilidade). Em relação a diversidade Funcional, a praia de tamandaré também apresentou o maior valor de diversidade funcional tanto em relação a ordem de diversidade q = 0 como no valor médio de τ . A análise de componentes principais (PCA) para a granulometria indica que a variável Paiva está positivamente associada com a variável Areia Média, já a praia de tamandaré está fortemente associada a areias grossas e cascalinhos. Concluímos que a abordagem utilizada tanto para classificar as praias como para estimar a diversidade das comunidades utilizada no presente estudo atualmente é uma das melhores ferramentas disponíveis para realizar estimativas confiáveis dessas variáveis.


  • Mostrar Abstract
  • As praias arenosas são ecossistemas em constante transformação que abrigam uma diversidade de animais cujo habitat é influenciado pelas interações entre a areia, ondas e as marés. Nas ultimas décadas, houve um foco significativo no estudo da ecologia dessas praias, investigando o tipo e a estrutura das comunidades em diferentes tipos de praias e suas variações regionais. Portanto, no presente estudo utilizamos uma abordagem integrativa tanto para a caracterização do tipo e estado praial como para a mensuração da diversidade taxonômica e funcional, com base nos trabalhos de McLachlan et al (2018) e Chao et al (2019). O objetivo geral desse trabalho é avaliar a influência do tipo e estado morfodinâmico na diversidade taxonômica e funcional das comunidades macrobentonicas de cinco praias sendo elas (Praia do Paiva, Guaiamum, Coqueirinhos, Tamandaré e a Ilha do Amor) na perspectiva das hipóteses de dureza de habitat e fonte e sumidouro. Em relação ao tipo e estado morfodinâmico, as praias foram classificadas como: Paiva (Refletiva e Modificada pela Maré), Ilha do Amor (Intermediária e Dominada por Ondas), Guaiamum (Intermediária e Dominada por Ondas), Tamandaré (Intermediária e Dominada por Ondas) e Coqueirinhos (Refletiva e Modificada pela Maré). Em relação a diversidade funcional e taxonômica, a praia de Tamandaré apresentou os maiores valores de diversidade (Taxonômica e Funcional) em relação as outras quatro praias. A praia do Guaiamum apresentou o menor valor de equitabilidade em relação a série de Hill, a praia de Guaiamum e Coqueirinhos, embora possuam o mesmo valor de riqueza de espécies, se diferem em relação a equitabilidade, sendo a praia de Coqueirinhos mais diversa (apresentando uma maior Equitabilidade). Em relação a diversidade Funcional, a praia de tamandaré também apresentou o maior valor de diversidade funcional tanto em relação a ordem de diversidade q = 0 como no valor médio de τ . A análise de componentes principais (PCA) para a granulometria indica que a variável Paiva está positivamente associada com a variável Areia Média, já a praia de tamandaré está fortemente associada a areias grossas e cascalinhos. Concluímos que a abordagem utilizada tanto para classificar as praias como para estimar a diversidade das comunidades utilizada no presente estudo atualmente é uma das melhores ferramentas disponíveis para realizar estimativas confiáveis dessas variáveis.

10
  • NAYRA NASCIMENTO DE MOURA
  • AVALIAÇÃO DA SEVERIDADE DO IMPACTO POR ÓLEO NOS RECIFES DO LITORAL DE PERNAMBUCO: MÚLTIPLAS ABORDAGENS NO USO DE COPEPODA HARPACTICOIDA (CRUSTACEA)
  • Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 31/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • Durante o último semestre de 2019, a costa do Nordeste do Brasil sofreu um impacto significativo de uma extensa quantidade de petróleo e os organismos marinhos nas áreas afetadas pelo derramamento desse contaminante ficaram sujeitos a impactos significativos. Situações como essas têm um impacto considerável na meiofauna, e os efeitos podem persistir por períodos variáveis, afetando a recuperação e a sensibilidade dos táxons de várias maneiras distintas. Há um crescimento significativo na realização de estudos sobre a meiofauna, pois eles se mostram excelentes indicadores de impactos causados por óleo, devido ao ciclo de vida curto, concluído em poucas semanas, e à associação com diversos micro-habitats. A influência dos contaminantes do óleo, como HPAs, na comunidade bentônica resulta em uma redução da abundância e diversidade dos táxons nas áreas com maior exposição aos componentes químicos. Os objetivos deste estudo foram os seguintes: 1) Realizar uma revisão bibliográfica para identificar os trabalhos relacionados à interação entre o óleo e a meiofauna. Para isso, utilizamos a plataforma Scopus para coletar os dados, resultando em 173 estudos encontrados e após a aplicação de critérios de exclusão, foram utilizados 66 trabalhos para análise; e 2) Avaliar a meiofauna de recifes de coral em duas praias distintas: a praia do Cupe, que sofreu impacto de óleo, e a Praia de Serrambi, considerada como área de controle por não ter sido afetada pelo óleo. Utilizamos tapetes de grama sintética como substrato artificial para a colonização da meiofauna. Geralmente, os nematoides exibem maior resistência, e neste estudo foi possível observar este mesmo padrão, o grupo dos copépodes mostrou-se mais sensíveis ao óleo. Após dois anos do acidente, a recuperação dos organismos da meiofauna pareceu ser satisfatória.


  • Mostrar Abstract
  • Durante o último semestre de 2019, a costa do Nordeste do Brasil sofreu um impacto significativo de uma extensa quantidade de petróleo e os organismos marinhos nas áreas afetadas pelo derramamento desse contaminante ficaram sujeitos a impactos significativos. Situações como essas têm um impacto considerável na meiofauna, e os efeitos podem persistir por períodos variáveis, afetando a recuperação e a sensibilidade dos táxons de várias maneiras distintas. Há um crescimento significativo na realização de estudos sobre a meiofauna, pois eles se mostram excelentes indicadores de impactos causados por óleo, devido ao ciclo de vida curto, concluído em poucas semanas, e à associação com diversos micro-habitats. A influência dos contaminantes do óleo, como HPAs, na comunidade bentônica resulta em uma redução da abundância e diversidade dos táxons nas áreas com maior exposição aos componentes químicos. Os objetivos deste estudo foram os seguintes: 1) Realizar uma revisão bibliográfica para identificar os trabalhos relacionados à interação entre o óleo e a meiofauna. Para isso, utilizamos a plataforma Scopus para coletar os dados, resultando em 173 estudos encontrados e após a aplicação de critérios de exclusão, foram utilizados 66 trabalhos para análise; e 2) Avaliar a meiofauna de recifes de coral em duas praias distintas: a praia do Cupe, que sofreu impacto de óleo, e a Praia de Serrambi, considerada como área de controle por não ter sido afetada pelo óleo. Utilizamos tapetes de grama sintética como substrato artificial para a colonização da meiofauna. Geralmente, os nematoides exibem maior resistência, e neste estudo foi possível observar este mesmo padrão, o grupo dos copépodes mostrou-se mais sensíveis ao óleo. Após dois anos do acidente, a recuperação dos organismos da meiofauna pareceu ser satisfatória.

11
  • CAMILLA SILVA DE OLIVEIRA
  • AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DO PROCESSO DE TRANSPLANTAÇÃO DA ESPÉCIE DE CORAL AMEAÇADA E ENDÊMICA DO BRASIL, Mussismilia harttii (Verrill, 1868)

  • Orientador : PAULA BRAGA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FELIPE FERREIRA CAMPOS
  • FERNANDA MARIA DUARTE DO AMARAL
  • PAULA BRAGA GOMES
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • Data: 31/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • O coral escleractíneo Mussismilia harttii é endêmico do Brasil e já foi considerado umas das principais espécies construtoras de recifes do país. Entretanto, distúrbios naturais e antrópicos, têm causado o rápido declínio populacional da espécie, o que garantiu à espécie o status de ameaçado de extinção segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Neste trabalho, avaliamos a viabilidade do cultivo da espécie M. harttii como ferramenta para restauração em locais onde a população encontra-se em declínio avançado. Fragmentos de M. harttii encontrados caídos naturalmente no substrato foram coletados em Japaratinga, Alagoas (JP) e Porto de Galinhas, Pernambuco (PG), representando os locais em melhor e pior estado de conservação, respectivamente, para comparação com base na origem das mudas. Um total de 120 mudas (60 oriundas de JP e 60 de PG) foram produzidas e em seguida fixadas em mesas construídas em material PVC, para serem cultivadas em três piscinas recifais de Porto de Galinhas - PE: Aquário, Canal da Paixão e Picão Sul. As mudas e os locais foram monitorados regularmente durante 15 meses para avaliação das taxas de mortalidade, branqueamento, incidência de doenças, crescimento, peso e os parâmetros abióticos da água. A mortalidade no experimento foi baixa (14,16%). O maior crescimento ocorreu na piscina "Aquário" nos 4 meses iniciais de cultivo, com crescimento médio de 33,61% (3,37 ± 0,43) e 39,28% (3,23 ± 0,46), com diferença significativa tanto nas mudas oriundas de PG quanto de JP  (p < 0,0001 e p < 0,001, respectivamente). Na piscina “Canal da Paixão” as mudas de JP apresentaram aumento de 16,87% (2,73 ± 0,36) (p < 0,05). Não foram encontradas diferenças significativas nos tamanhos iniciais e finais para as mudas de PG na piscina “Canal da Paixão”, assim como as mudas em “Picão Sul” (PG e JP). Segundo o teste ANOVA de 2 fatores, o tempo de cultivo e a origem das mudas não influenciaram o crescimento, por outro lado, há diferença significativa no crescimento entre as piscinas. O ganho de peso foi maior e significativo em todas as situações, com valores entre 58,3% e 75,2%.  Danos estruturais causados pela ação de ondas ao longo do período de cultivo ocasionaram a perda de mudas por destacamento dos berços (81,6%), o que limitou as análises. Os resultados mostram que a espécie tem grande potencial de cultivo, porém, para o sucesso da restauração, é necessário o desenvolvimento de estruturas funcionais que protejam as mudas das ações de ondas e eventos climáticos.


  • Mostrar Abstract
  • O coral escleractíneo Mussismilia harttii é endêmico do Brasil e já foi considerado umas das principais espécies construtoras de recifes do país. Entretanto, distúrbios naturais e antrópicos, têm causado o rápido declínio populacional da espécie, o que garantiu à espécie o status de ameaçado de extinção segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Neste trabalho, avaliamos a viabilidade do cultivo da espécie M. harttii como ferramenta para restauração em locais onde a população encontra-se em declínio avançado. Fragmentos de M. harttii encontrados caídos naturalmente no substrato foram coletados em Japaratinga, Alagoas (JP) e Porto de Galinhas, Pernambuco (PG), representando os locais em melhor e pior estado de conservação, respectivamente, para comparação com base na origem das mudas. Um total de 120 mudas (60 oriundas de JP e 60 de PG) foram produzidas e em seguida fixadas em mesas construídas em material PVC, para serem cultivadas em três piscinas recifais de Porto de Galinhas - PE: Aquário, Canal da Paixão e Picão Sul. As mudas e os locais foram monitorados regularmente durante 15 meses para avaliação das taxas de mortalidade, branqueamento, incidência de doenças, crescimento, peso e os parâmetros abióticos da água. A mortalidade no experimento foi baixa (14,16%). O maior crescimento ocorreu na piscina "Aquário" nos 4 meses iniciais de cultivo, com crescimento médio de 33,61% (3,37 ± 0,43) e 39,28% (3,23 ± 0,46), com diferença significativa tanto nas mudas oriundas de PG quanto de JP  (p < 0,0001 e p < 0,001, respectivamente). Na piscina “Canal da Paixão” as mudas de JP apresentaram aumento de 16,87% (2,73 ± 0,36) (p < 0,05). Não foram encontradas diferenças significativas nos tamanhos iniciais e finais para as mudas de PG na piscina “Canal da Paixão”, assim como as mudas em “Picão Sul” (PG e JP). Segundo o teste ANOVA de 2 fatores, o tempo de cultivo e a origem das mudas não influenciaram o crescimento, por outro lado, há diferença significativa no crescimento entre as piscinas. O ganho de peso foi maior e significativo em todas as situações, com valores entre 58,3% e 75,2%.  Danos estruturais causados pela ação de ondas ao longo do período de cultivo ocasionaram a perda de mudas por destacamento dos berços (81,6%), o que limitou as análises. Os resultados mostram que a espécie tem grande potencial de cultivo, porém, para o sucesso da restauração, é necessário o desenvolvimento de estruturas funcionais que protejam as mudas das ações de ondas e eventos climáticos.

12
  • CARLOS VINICIUS COSTA DA SILVA
  • ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO DO MAR E SEUS IMPACTOS NA QUALIDADE ECOLÓGICA DAS PRAIAS

  • Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
  • LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • TATIANA FABRICIO MARIA
  • Data: 31/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • A zona costeira representa apenas 20% de toda a terra disponível no globo e abriga aproximadamente 40% da população mundial. O interesse na região se dá pela oferta de serviços como lazer, turismo e alimentação, tornando-as o ambiente natural mais usado pelas pessoas no mundo. Entretanto, a urbanização da costa e a ocupação desordenada no litoral pode resultar em efeitos negativos para os ecossistemas costeiros, reconhecidamente sensíveis a fatores antrópicos oriundos da urbanização. Nesse sentido, o aporte de nutrientes e esgoto doméstico que chegam as praias podem provocar fenômenos conhecidos como a maré vermelha, através da proliferação excessiva de microalgas. O acúmulo de matéria orgânica, somado a outros impactos como a construção de obras de contenção do mar, pode facilitar o processo de apóxia pela perda de serviços ecossistêmicos como a degradação de matéria orgânica e transporte de matéria acumulada nas praias para outros locais. Essas estruturas de contenção também são conhecidas por impactar negativamente a macrofauna, facilitando a inserção de espécies exóticas e oportunistas, além de diminuir a diversidade local de forma geral. Ademais, mensurar os impactos na fauna é um processo de alto custo, que leva muito tempo e precisa de mão de obra especializada, como é o caso de índices como o AMBI, BOPA, entre outros. Dessa forma, essa tese teve dois objetivos: 1- identificar quais os fatores de origem antrópica estão relacionados com o acúmulo de matéria orgânica e clorofila ao redor do globo, através de uma meta-análise. 2- facilitar a avaliação do impacto ambiental da urbanização na macrofauna de praias arenosas, testando a adequação de um protocolo rápido de avaliação com base em características simples do sedimento como cor, cheiro e textura, para praias tropicais, comparando seus resultados a valores de potencial de oxirredução do sedimento, o índice biótico BOPA e a boletins de balneabilidade. Os resultados obtidos mostraram que diferenças metodológicas na amostragem da matéria orgânica podem causar enviesamento dos dados, e que a clorofila está intimamente associada ao despejo de esgoto em praias. Além disso, o método de avaliação rápida se mostrou eficiente em classificar as praias quanto a qualidade do sedimento e da macrofauna. Esperamos com esses resultados mostrar que as praias arenosas, muitas vezes subestimadas quanto a necessidade de esforço para conservação, estão suscetíveis a diversos impactos, necessitando de atenção especial dos tomadores de decisões para melhores ações de manejo nesses locais.


  • Mostrar Abstract
  • A zona costeira representa apenas 20% de toda a terra disponível no globo e abriga aproximadamente 40% da população mundial. O interesse na região se dá pela oferta de serviços como lazer, turismo e alimentação, tornando-as o ambiente natural mais usado pelas pessoas no mundo. Entretanto, a urbanização da costa e a ocupação desordenada no litoral pode resultar em efeitos negativos para os ecossistemas costeiros, reconhecidamente sensíveis a fatores antrópicos oriundos da urbanização. Nesse sentido, o aporte de nutrientes e esgoto doméstico que chegam as praias podem provocar fenômenos conhecidos como a maré vermelha, através da proliferação excessiva de microalgas. O acúmulo de matéria orgânica, somado a outros impactos como a construção de obras de contenção do mar, pode facilitar o processo de apóxia pela perda de serviços ecossistêmicos como a degradação de matéria orgânica e transporte de matéria acumulada nas praias para outros locais. Essas estruturas de contenção também são conhecidas por impactar negativamente a macrofauna, facilitando a inserção de espécies exóticas e oportunistas, além de diminuir a diversidade local de forma geral. Ademais, mensurar os impactos na fauna é um processo de alto custo, que leva muito tempo e precisa de mão de obra especializada, como é o caso de índices como o AMBI, BOPA, entre outros. Dessa forma, essa tese teve dois objetivos: 1- identificar quais os fatores de origem antrópica estão relacionados com o acúmulo de matéria orgânica e clorofila ao redor do globo, através de uma meta-análise. 2- facilitar a avaliação do impacto ambiental da urbanização na macrofauna de praias arenosas, testando a adequação de um protocolo rápido de avaliação com base em características simples do sedimento como cor, cheiro e textura, para praias tropicais, comparando seus resultados a valores de potencial de oxirredução do sedimento, o índice biótico BOPA e a boletins de balneabilidade. Os resultados obtidos mostraram que diferenças metodológicas na amostragem da matéria orgânica podem causar enviesamento dos dados, e que a clorofila está intimamente associada ao despejo de esgoto em praias. Além disso, o método de avaliação rápida se mostrou eficiente em classificar as praias quanto a qualidade do sedimento e da macrofauna. Esperamos com esses resultados mostrar que as praias arenosas, muitas vezes subestimadas quanto a necessidade de esforço para conservação, estão suscetíveis a diversos impactos, necessitando de atenção especial dos tomadores de decisões para melhores ações de manejo nesses locais.

13
  • HELTER EDUARD VASCONCELOS LIMA
  • Mecanismos envolvidos na coocorrência interespecífica de cupins (Isoptera: Termitidae): efeito da distância entre colônias e a quantidade de recurso alimentar

  • Orientador : ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • FLAVIA MARIA DA SILVA MOURA
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • WENDEL JOSE TELES PONTES
  • Data: 03/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • À exemplo dos demais insetos eussociais, cupins compartilham em suas colônias o alimento coletado, otimizando o forrageio e diminuindo riscos. Porém, quando diferentes grupos compartilham dos mesmos recursos e áreas de uso, isso pode afetar a nidificação, crescimento e desenvolvimento dos competidores. No presente estudo, investigou-se a coocorrência e agressividade entre os cupins Nasutitermes corniger e Microcerotermes sp. em relação à distância entre colônias e disponibilidade de recursos. Colônias de cupins pertencentes às duas espécies foram coletadas em fragmentos periurbanos de Floresta Atlântica no estado de Pernambuco. Testes de colonização de iscas interespecíficas e intraespecíficas com diferentes quantidades de recurso alimentar, além de bioensaios de agressividade e sobrevivência, foram realizados no LabEcoIn da UFRPE. Resultados mostraram que a coocorrência interespecífica não foi afetada significativamente pela distância ou quantidade de recurso. Já a coocorrência intraespecífica de N. corniger nas iscas foi afetada pela distância e disponibilidade de recurso, enquanto para Microcerotermes sp., apenas a quantidade de recurso importou. O Índice de Agressividade (AI) foi maior em combinações interespecíficas, e combinações intraespecíficas tiveram maior tempo médio de morte. Os achados sugerem que a coocorrência entre as espécies pode não ser modulada pela disponibilidade de recursos ou distância entre colônias, mas sim pela alta habilidade competitiva de N. corniger, que possivelmente explica a maior densidade de ninhos dessa espécie em comparação com Microcerotermes sp. A capacidade competitiva de Microcerotermes spp., contudo, ainda requer maior esforço investigativo, apesar de suas estruturas de ninhos e consumo de necromassa vegetal serem conhecidos.


  • Mostrar Abstract
  • À exemplo dos demais insetos eussociais, cupins compartilham em suas colônias o alimento coletado, otimizando o forrageio e diminuindo riscos. Porém, quando diferentes grupos compartilham dos mesmos recursos e áreas de uso, isso pode afetar a nidificação, crescimento e desenvolvimento dos competidores. No presente estudo, investigou-se a coocorrência e agressividade entre os cupins Nasutitermes corniger e Microcerotermes sp. em relação à distância entre colônias e disponibilidade de recursos. Colônias de cupins pertencentes às duas espécies foram coletadas em fragmentos periurbanos de Floresta Atlântica no estado de Pernambuco. Testes de colonização de iscas interespecíficas e intraespecíficas com diferentes quantidades de recurso alimentar, além de bioensaios de agressividade e sobrevivência, foram realizados no LabEcoIn da UFRPE. Resultados mostraram que a coocorrência interespecífica não foi afetada significativamente pela distância ou quantidade de recurso. Já a coocorrência intraespecífica de N. corniger nas iscas foi afetada pela distância e disponibilidade de recurso, enquanto para Microcerotermes sp., apenas a quantidade de recurso importou. O Índice de Agressividade (AI) foi maior em combinações interespecíficas, e combinações intraespecíficas tiveram maior tempo médio de morte. Os achados sugerem que a coocorrência entre as espécies pode não ser modulada pela disponibilidade de recursos ou distância entre colônias, mas sim pela alta habilidade competitiva de N. corniger, que possivelmente explica a maior densidade de ninhos dessa espécie em comparação com Microcerotermes sp. A capacidade competitiva de Microcerotermes spp., contudo, ainda requer maior esforço investigativo, apesar de suas estruturas de ninhos e consumo de necromassa vegetal serem conhecidos.

14
  • RUBEM CLAUDIO SIMOES VIEIRA
  • Uso de recursos polínicos por Melipona scutellaris e Tetragonisca angustula (Meliponini, Apidae) em uma mesma área de forrageio

  • Orientador : ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA MAIA DA SILVA
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • MARIA TERESA AURELIANO BURIL VITAL RODRIGUES
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 16/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • As “abelhas sem ferrão” (Apidae, Meliponini) constituem o mais diverso grupo de abelhas sociais, com distribuição em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a perda de habitats naturais e a introdução de Apis mellifera, generalista no uso de recursos polínicos e que forma grandes colônias, são os principais obstáculos à conservação desses insetos. Neste sentido, a meliponicultura é um importante aliado aos esforços conservacionistas. Entendendo que a disponibilidade de recursos pode moldar a coexistência espaço temporal dos organismos, o presente trabalho objetivou analisar se duas espécies de abelhas sem ferrão morfologicamente distintas, quando criadas na mesma área de forrageio, utilizam-se das mesmas plantas poliníferas, indicando competição por um recurso limitante. Foram identificados 30 morfotipos polínicos, sendo 21 em Mellipona scutellaris e 22 em Tetragonisca angustula.  Nossos resultados mostram que as duas espécies observadas utilizam diferentes fontes de recursos (p < 0,001; ANOSIM), o que provavelmente se deve a diferenças morfológicas (i.e., tamanho corporal). Operárias de M. scutellaris, por serem maiores e voarem mais alto, podem acessar fontes de pólen inacessíveis às operárias de T. angustula. Além disso, é provável que os recursos polínicos coletados por M. scutellaris não estejam disponíveis para T. angustula devido à atividade forrageadora em horários distintos, com a primeira espécie sendo mais ativa pela manhã e a segunda pela tarde. Esses resultados reforçam a viabilidade da coexistência dessas espécies em uma mesma área de criação, sem impactos negativos na produção do meliponicultor ou na subsistência dos ninhos.


  • Mostrar Abstract
  • As “abelhas sem ferrão” (Apidae, Meliponini) constituem o mais diverso grupo de abelhas sociais, com distribuição em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a perda de habitats naturais e a introdução de Apis mellifera, generalista no uso de recursos polínicos e que forma grandes colônias, são os principais obstáculos à conservação desses insetos. Neste sentido, a meliponicultura é um importante aliado aos esforços conservacionistas. Entendendo que a disponibilidade de recursos pode moldar a coexistência espaço temporal dos organismos, o presente trabalho objetivou analisar se duas espécies de abelhas sem ferrão morfologicamente distintas, quando criadas na mesma área de forrageio, utilizam-se das mesmas plantas poliníferas, indicando competição por um recurso limitante. Foram identificados 30 morfotipos polínicos, sendo 21 em Mellipona scutellaris e 22 em Tetragonisca angustula.  Nossos resultados mostram que as duas espécies observadas utilizam diferentes fontes de recursos (p < 0,001; ANOSIM), o que provavelmente se deve a diferenças morfológicas (i.e., tamanho corporal). Operárias de M. scutellaris, por serem maiores e voarem mais alto, podem acessar fontes de pólen inacessíveis às operárias de T. angustula. Além disso, é provável que os recursos polínicos coletados por M. scutellaris não estejam disponíveis para T. angustula devido à atividade forrageadora em horários distintos, com a primeira espécie sendo mais ativa pela manhã e a segunda pela tarde. Esses resultados reforçam a viabilidade da coexistência dessas espécies em uma mesma área de criação, sem impactos negativos na produção do meliponicultor ou na subsistência dos ninhos.

15
  • TULIO FREIRE XAVIER
  • Avaliação dos efeitos dos impactos sonoros humanos na diversidade acústica de recifes de corais do nordeste brasileiro

  • Orientador : JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LIS BITTENCOURT VILAS BOAS
  • BEATRICE PADOVANI FERREIRA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • Data: 27/10/2023

  • Mostrar Resumo
  • A poluição sonora prejudica a vida marinha, impactando a comunicação e saúde dos animais. A ecologia de paisagens acústicas fornece informações sobre relações ecológicas, destacando os efeitos dos sons humanos nos ecossistemas recifais. No Brasil, a escassez de estudos sobre poluição sonora em recifes de coral destaca a necessidade de uma investigação dessa questão. Este estudo buscou comparar paisagens acústicas recifais de diferentes regiões, considerando os impactos da antropofonia nos diferentes tipos e estações de turismo da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais e da Área de Proteção Ambiental Guadalupe. Mais especificamente, (1) identificando e caracterizando os contribuintes sonoros encontrados; (2) analisando a relação entre a diversidade e riqueza de peixes marinhos com a complexidades acústica da ictiofauna; e (3) investigando como a antropofonia e as variáveis de temperatura e profundidade afetam a complexidade acústica dos recifes de corais. Foram realizadas gravações subaquáticas em vários locais de interesse, abrangendo diferentes tipos (regionais e sazonais) e estações (alta e baixa) de turismo, utilizando um hidrofone e um gravador digital. Ao analisar as gravações, constatou-se a presença de contribuintes representantes de biofonia, geofonia e antropofonia. Para analisar a diversidade de peixes locais, foram conduzidos censos visuais, revelando uma correlação entre a diversidade e a abundância de peixes com a complexidade acústica e o número de perfis sonoros encontrados. A análise de Modelo Linear Generalizado apontou que, entre os fatores relacionados às atividades humanas avaliadas, a proximidade da costa exerceu o maior impacto na complexidade acústica, seguida pela estação e tipo de turismo. Além disso, foram coletados dados de profundidade e temperatura para investigar suas influências na complexidade acústica, mostrando haver uma relação perante os valores, embora menos acentuada. Temporalmente, os períodos de maiores quedas no Índice de Complexidade Acústica coincidiram com os momentos de atividades associadas à influência humana, resultando em quedas de ~50%, especialmente em locais próximos à costa durante a alta temporada de turismo. Nos espectrogramas, foi observado um padrão semelhante, caracterizado pela presença de ruídos humanos em faixas de frequência mais baixas. Em síntese, o estudo identificou como o turismo atua diretamente como fonte de antropofonia, exercendo influência sobre a complexidade acústica das paisagens sonoras dos recifes do Nordeste, assim como pelas condições ambientais, como temperatura e profundidade. Além disso, a comunidade de peixes demonstrou ser uma parte significativa dos representantes das paisagens observadas, sendo amplamente afetada pelos impactos sonoros humanos. Os resultados também apresentam implicações significativas para estratégias de gestão e conservação de ecossistemas marinhos, onde as descobertas deste estudo podem orientar a implementação de regulamentações mais rigorosas relacionadas ao turismo costeiro e à redução da poluição sonora em recifes de coral.


  • Mostrar Abstract
  • A poluição sonora prejudica a vida marinha, impactando a comunicação e saúde dos animais. A ecologia de paisagens acústicas fornece informações sobre relações ecológicas, destacando os efeitos dos sons humanos nos ecossistemas recifais. No Brasil, a escassez de estudos sobre poluição sonora em recifes de coral destaca a necessidade de uma investigação dessa questão. Este estudo buscou comparar paisagens acústicas recifais de diferentes regiões, considerando os impactos da antropofonia nos diferentes tipos e estações de turismo da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais e da Área de Proteção Ambiental Guadalupe. Mais especificamente, (1) identificando e caracterizando os contribuintes sonoros encontrados; (2) analisando a relação entre a diversidade e riqueza de peixes marinhos com a complexidades acústica da ictiofauna; e (3) investigando como a antropofonia e as variáveis de temperatura e profundidade afetam a complexidade acústica dos recifes de corais. Foram realizadas gravações subaquáticas em vários locais de interesse, abrangendo diferentes tipos (regionais e sazonais) e estações (alta e baixa) de turismo, utilizando um hidrofone e um gravador digital. Ao analisar as gravações, constatou-se a presença de contribuintes representantes de biofonia, geofonia e antropofonia. Para analisar a diversidade de peixes locais, foram conduzidos censos visuais, revelando uma correlação entre a diversidade e a abundância de peixes com a complexidade acústica e o número de perfis sonoros encontrados. A análise de Modelo Linear Generalizado apontou que, entre os fatores relacionados às atividades humanas avaliadas, a proximidade da costa exerceu o maior impacto na complexidade acústica, seguida pela estação e tipo de turismo. Além disso, foram coletados dados de profundidade e temperatura para investigar suas influências na complexidade acústica, mostrando haver uma relação perante os valores, embora menos acentuada. Temporalmente, os períodos de maiores quedas no Índice de Complexidade Acústica coincidiram com os momentos de atividades associadas à influência humana, resultando em quedas de ~50%, especialmente em locais próximos à costa durante a alta temporada de turismo. Nos espectrogramas, foi observado um padrão semelhante, caracterizado pela presença de ruídos humanos em faixas de frequência mais baixas. Em síntese, o estudo identificou como o turismo atua diretamente como fonte de antropofonia, exercendo influência sobre a complexidade acústica das paisagens sonoras dos recifes do Nordeste, assim como pelas condições ambientais, como temperatura e profundidade. Além disso, a comunidade de peixes demonstrou ser uma parte significativa dos representantes das paisagens observadas, sendo amplamente afetada pelos impactos sonoros humanos. Os resultados também apresentam implicações significativas para estratégias de gestão e conservação de ecossistemas marinhos, onde as descobertas deste estudo podem orientar a implementação de regulamentações mais rigorosas relacionadas ao turismo costeiro e à redução da poluição sonora em recifes de coral.

16
  • JUANN ARYELL FRANCISCO DE HOLANDA ABREU
  • ANATOMIA E FUNÇÃO DA MUSCULATURA MASTIGATÓRIA DE MARSUPIAIS DIDELFÍDEOS (DIDELPHIMORPHIA; DIDELPHIDAE)

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO GUIMARÃES LESSA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • RAFAELA VELLOSO MISSAGIA
  • Data: 28/11/2023

  • Mostrar Resumo
  • Os didelfídeos representam a maioria da diversidade dos marsupiais americanos. Tradicionalmente, são considerados como generalistas, mas variam quanto a proporção dos itens que consomem. Nós abordamos a relação entre as características musculares e a exploração desses recursos alimentares a partir de dois estudos, ao longo da ontogenia de Didelphis albiventris e em diferentes gêneros de didelfídeos. Para isso, nós apresentamos dados anatômicos e biomecânicos da musculatura mastigatória de uma série ontogenética de D. albiventris e nove gêneros de Didelphidae, e combinamos essas informações para estimativas funcionais relacionadas a dieta. A ontogenia da anatomia dos músculos mastigatórios de D. albiventris apontou um aumento das áreas de fixação desses músculos no crânio e mandíbula, e da adução mandibular ao longo do desenvolvimento. Os músculos cresceram essencialmente com alometria positiva. Essa tendência indica que indivíduos adultos possuem músculos relativamente maiores e provavelmente uma mordida mais forte para o consumo de itens mais difíceis na idade adulta. No entanto, através de amostra dos didelfídeos, a massa e as propriedades arquiteturais de comprimento dos fascículos e PCSA, foram isométricos. As forças de mordida calculadas no canino e primeiro molar também não foram diferentes da isometria e não correlacionaram com a dieta. Portanto, a variação na força de mordida dos
    didelfídeos foi absoluta, e a diversificação da dieta pode ser suportada pela diferenciação do tamanho.


  • Mostrar Abstract
  • Os didelfídeos representam a maioria da diversidade dos marsupiais americanos. Tradicionalmente, são considerados como generalistas, mas variam quanto a proporção dos itens que consomem. Nós abordamos a relação entre as características musculares e a exploração desses recursos alimentares a partir de dois estudos, ao longo da ontogenia de Didelphis albiventris e em diferentes gêneros de didelfídeos. Para isso, nós apresentamos dados anatômicos e biomecânicos da musculatura mastigatória de uma série ontogenética de D. albiventris e nove gêneros de Didelphidae, e combinamos essas informações para estimativas funcionais relacionadas a dieta. A ontogenia da anatomia dos músculos mastigatórios de D. albiventris apontou um aumento das áreas de fixação desses músculos no crânio e mandíbula, e da adução mandibular ao longo do desenvolvimento. Os músculos cresceram essencialmente com alometria positiva. Essa tendência indica que indivíduos adultos possuem músculos relativamente maiores e provavelmente uma mordida mais forte para o consumo de itens mais difíceis na idade adulta. No entanto, através de amostra dos didelfídeos, a massa e as propriedades arquiteturais de comprimento dos fascículos e PCSA, foram isométricos. As forças de mordida calculadas no canino e primeiro molar também não foram diferentes da isometria e não correlacionaram com a dieta. Portanto, a variação na força de mordida dos
    didelfídeos foi absoluta, e a diversificação da dieta pode ser suportada pela diferenciação do tamanho.

Teses
1
  • ARISTOTELES PHILIPPE NUNES QUEIROZ
  • ECOLOGIA TRÓFICA DE DASIATÍDEOS (DASYATIDAE: MYLIOBATOIDEI) NA COSTA DE PERNAMBUCO, BRASIL

  • Orientador : ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • TIEGO LUIZ DE ARAUJO COSTA
  • FABRICE DUPONCHELLE
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • RALF SCHWAMBORN
  • RICARDO DE SOUZA ROSA
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • Data: 28/02/2023

  • Mostrar Resumo
  • Compreender a dinâmica trófica e espacial de elasmobrânquios comercialmente importantes é fundamental para a gestão pesqueira. Por isso, este trabalho objetivou descrever a ecologia alimentar e uso de hábitat de três espécies de raias demersais simpátricas e testar a importância topológica de uma delas em uma rede trófica estuarina. Três abordagens foram utilizadas neste estudo: I) Através de análises combinadas de conteúdo estomacal e isótopos estáveis (δ 13 C e δ 15 N). Observou-se que Hypanus guttatus é um mesopredador com uma dieta diversa de organismos bentônicos e epibentônicos marinhos e estuarinos. Hypanus berthalutzae é um predador marinho generalista, mas ocupa nível trófico mais alto. Em contraste, Hypanus marianae é um mesopredador marinho especializado e com baixa amplitude de nicho. Embora ocorra sobreposição de nicho, as três raias utilizam os as presas em proporções diferentes e ocuparam nichos tróficos distintos, potencialmente limitando a competição por recursos e promovendo a coexistência; II) Utilizamos dados de isótopos estáveis de tecido muscular (δ 13 C e δ 15 N) e dados de microquímica de vértebras ( 24 Mg, 43 Ca, 55 Mn, 86 Sr e 138 Ba) para analisar o uso do habitat pelas três espécies de raias em diferentes estágios de vida. Nossa abordagem revelou movimentos de entrada e saída em áreas estuarinas por H. guttatus, forte especificidade para habitats de recifes costeiros para H. marianae, e uso de águas mais profundas por adultos de H. berthalutzae. Também revelamos diferenças significativas entre os sexos no uso do habitat para H. berthalutzae, especialmente para elementos associados a zonas hipóxicas ( 55 Mn) e variações de salinidade ( 86 Sr e 138 Ba); III) Com abordagens topológicas, foi avaliada importância da raia H. guttatus em um ambiente estuarino. A raia não foi classificada como espécie-chave e seu potencial de dispersão de efeitos indiretos se limita aos efeitos “top-down”, atuando como um predador de topo da fauna bentônica. Detritos se destacou como um dos principais nós nas análises topológicas e de espécies-chave, reflexo da importância do suprimento estuarino de matéria orgânica na manutenção de redes alimentares aquáticas costeiras. A pesca atua como um predador de topo, sendo um dos principais nós capazes de afetar a rede de forma rápida e com ampla disseminação e de gerar maior fragmentação. Em uma visão geral, as três raias desempenham papéis ecológicos diferentes nos ecossistemas que ocupam, limitando a redundância funcional. Os ambientes estuarinos e recifes de coral são as áreas mais importantes para H. guttatus e H. marianae, respectivamente, enquanto H. berthalutzae parece utilizar toda a plataforma continental ao longo de seu ciclo de vida.


  • Mostrar Abstract
  • As raias Hypanus guttatusH. marianae e H. berthalutzae são Myliobatiformes demersais que ocorrem em águas costeiras do Brasil e exploram diferentes hábitats ao longo do seu ciclo de vida, sendo capturadas pela pesca artesanal que atua ao longo de sua distribuição. A ecologia trófica e o uso do hábitat dessas espécies são informações valiosas que podem auxiliar futuras medidas de proteção. Assim, este trabalho objetivou descrever a dieta, nível trófico e uso do hábitat de H. guttatusH. marianae e H. bertalutzae através das análises de conteúdos estomacais e isótopos estáveis de 13C e 15N. A raia H. marianae explora desde recifes costeiros a águas marinhas mais profundas e tem alimentação especializada, basicamente camarões e poliquetas. Já H. berthalutzae apresenta segregação ontogenética e alimentação generalista, utilizando presas em níveis tróficos elevados. Enquanto H. guttatus, que também possui hábito alimentar generalista, explora estuários, áreas costeiras rasas e águas profundas, promovendo conectividade entre os ambientes. Apesar de haver sobreposição de nicho alimentar, as raias utilizam os mesmos recursos em proporções diferentes, e ocupam níveis tróficos distintos, o que evita competição por recursos enquanto coexistem e atribui às três predadoras diferentes funções ecológicas nos ecossistemas que ocupam.

2
  • REBECCA NIMRAH UMEED DE SOUZA
  • Impact of the environment on the vocal communication of Trichechus manatus manatus 

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • CARLA SORAIA SOARES DE CASTRO
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • MARIA ADELIA BORSTELMANN DE OLIVEIRA
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 28/04/2023

  • Mostrar Resumo
  • Esta tese tem como objetivo apresentar o repertório vocal de peixes-boi das Antilhas, Trichechus manatus manatusalojados em centros de cativeiro e reintrodução no Nordeste do Brasil e descrever as interações vocais entre mães de vida livre e seus filhotes. Também apresentamos evidências para a produção potencial de vocalizações de assinatura e investigamos como as variáveis abióticas afetam os padrões de produção vocal do peixe-boi das Antilhas e a propagação da chamada. Assim, aqui dividimos esta tese em duas partes: Parte I – A complexidade vocal dos peixes-boi das Antilhas e comunicação coespecífica e Parte II – Os efeitos de fatores abióticos na produção vocal dos peixes-boi das Antilhas. Na parte I, para descrever o repertório vocal dos peixes-boi das Antilhas, gravamos seis fêmeas e quatro machos em cativeiro e quatro machos em um centro de reintrodução. Analisamos as vocalizações produzidas durante sessões de observação focal de 10 minutos. Descobrimos que os peixes-boi do nosso estudo produziam quatro tipos de vocalizações: Squeaks, Chirps, Trills e Pulse calls, algumas das quais tinham várias variantes (cinco variantes Squeak e quatro variantes Trill). Descrevemos um novo tipo de vocalização: vocalizações “Pulse” e descobrimos que as vocalizações Chirps e Pulse foram produzidas apenas por peixes-boi machos, enquanto Squeaks e Trills foram produzidos por todos os grupos de estudo. Em seguida, registramos quatro peixes-boi no centro de reintrodução, individualmente, e encontramos diferenças significativas na estrutura das vocalizações produzidas por Squeak, sugerindo que os peixes-boi produzem vocalizações que contêm informações sobre a identidade individual. Também registramos três pares mães e seus respectivos filhotes em vida livre e descobrimos que cada par produzia vocalizações Squeak com estruturas físicas significativamente diferentes. Assim, concluímos que os peixes-boi das Antilhas podem produzir vocalizações características, que auxiliam no reconhecimento específico e podem ser vitais para a sobrevivência dos filhotes. A Parte II discute os efeitos de variáveis abióticas na propagação do canto do peixe-boi das Antilhas. Aqui, registramos seis fêmeas e quatro machos em cativeiro, 4 machos em um centro de reintrodução e um par (uma fêmea e um macho) recentemente translocado para um centro de reintrodução. Encontramos diferenças nas taxas de chamadas entre os grupos de estudo durante o dia (das 5h às 21h), mas não durante a noite (das 21h às 5h). As taxas de chamada também foram diferentes de acordo com os três grupos de reintrodução de acordo com o nível da maré. Os tipos de chamadas produzidas foram diferentes para todos os grupos de chamadas, onde cada grupo produziu mais chamadas Squeak em comparação com os outros tipos de chamadas. Além disso, encontramos diferenças na taxa de vocalização entre machos cativos, fêmeas cativas e machos reintroduzidos mais jovens com base na hora do dia. Também encontramos diferenças dentro do grupo de machos reintroduzidos mais velhos para o nível da maré. Não foram encontradas diferenças para as taxas de chamada do par de reintrodução de acordo com a hora do dia ou o nível da maré. Machos em cativeiro, machos reintroduzidos mais velhos e machos reintroduzidos mais jovens apresentaram as menores taxas de vocalização durante a noite, enquanto as fêmeas em cativeiro apresentaram as menores taxas de vocalização durante a parte mais quente do dia (9h-13h). Machos e fêmeas em cativeiro apresentaram as maiores taxas de vocalização durante as primeiras horas da manhã, enquanto os machos reintroduzidos mais velhos apresentaram as maiores taxas de vocalização entre 17h e 21h e os machos reintroduzidos mais jovens entre 9h e 13h. Os machos reintroduzidos mais velhos e mais jovens apresentaram as menores taxas de vocalização durante o pico da maré baixa e as maiores taxas de vocalização durante a maré cheia e o pico da maré alta, respectivamente. O par de reintrodução produziu as menores taxas de vocalização entre 9h-13h e durante o pico da maré alta, e as maiores taxas de vocalização entre 1h-5h e o pico da maré baixa. A estrutura das vocalizações foi relativamente estável entre os grupos de estudo, apresentando diferenças para os quatro parâmetros da vocalização (duração (ms), frequência de energia máxima (kHz), frequência máxima (kHz) e frequência mínima (kHz)). No entanto, a classificação das vocalizações foi baixa, sugerindo que a estrutura das vocalizações não diferiu o suficiente para diferenciá-las com base na hora do dia e no nível da maré. Portanto, podemos concluir que as condições de cativeiro afetam os padrões de taxa de vocalização do peixe-boi e que os peixes-boi que são translocados de ambientes cativos para ambientes de reintrodução devem adaptar sua produção de vocalização ao novo ambiente.

  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho tem como objetivo apresentar o repertório vocal de peixes-boi das Antilhas, Trichechus manatus manatusalojados em centros de cativeiro e reintrodução no Nordeste do Brasil e descrever as interações vocais entre mães de vida livre e seus filhotes. Também apresentamos evidências para a produção potencial de vocalizações de assinatura e investigamos como as variáveis abióticas afetam os padrões de produção vocal do peixe-boi das Antilhas e a propagação da chamada.

3
  • MORGANA BRITO LOLAIA
  • DIVERSIDADE FUNCIONAL E ISOTÓPICA DO MICROZOOPLÂNCTON DE UMA REGIÃO COSTEIRA TROPICAL (BAÍA DE TAMANDARÉ, PERNAMBUCO, BRASIL), DE 2013 A 2019

  • Orientador : RALF SCHWAMBORN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • MAURO DE MELO JÚNIOR
  • RALF SCHWAMBORN
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • SIGRID NEUMANN LEITAO
  • Data: 28/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • Análises de diversidade funcional e isótopos estáveis vêm sendo muito utilizadas como ferramentas adicionais ao estudo tradicional da ecologia do zooplâncton. Esta tese teve como objetivo principal avaliar as relações ecológicas do microzooplâncton através de análises de diversidade funcional e isótopos estáveis e a sua variabilidade influenciada pela sazonalidade, interanualidade e condições ambientais ao longo de uma série temporal. As amostras foram coletadas bimestralmente entre junho de 2013 e agosto de 2019 em três estações na Baía de Tamandaré (Pernambuco, Brasil), através de arrastos subsuperficiais com redes cônicas de malha de 64 μm. As amostras foram acondicionadas em potes plásticos contendo formalina a 4%, tamponadas com tetraborato de sódio (5 g L−1). Foram selecionadas quatro amostragens por ano (duas no período seco, duas no período chuvoso), exceto quando não houve amostragens por más condições do tempo. As amostras foram quarteadas, uma parte foi separada para a contagem, medição e identificação do zooplâncton e a outra parte para as análises de isótopos estáveis. Para o cálculo de diversidade funcional, a assembleia de copépodes foi analisada quanto aos seus atributos funcionais e dividida em grupos funcionais. Para análise de isótopos estáveis uma parte foi submetida ao espectrômetro de massa para a obtenção dos isótopos de nitrogênio e carbono e outra parte identificada e medida e analisada quanto a biomassa relativa. A análise de diversidade funcional mostrou que uma mínima variação das condições ambientais (temperatura e salinidade) afetaram significativamente os grupos funcionais de copépodes (91% da variação explicada) e que o grupo mais abundante apresenta atributos funcionais (características morfológicas e estratégia reprodutiva) que permitiram sua permanência em um ambiente em constantes variações. A análise de isótopos estáveis permitiu detectar o nível trófico de espécies-chave através de uma nova abordagem, “mistura-de-espécies-biomassas-e-isótopos” (em inglês, SBIM). Pseudodiaptomus acutus apresentou o maior nível trófico dentro da comunidade zooplanctônica, enquanto organismos de pequeno porte, como náuplios de copépodes e larvas de poliquetos apresentaram o menor nível trófico. Esse resultado não seria possível em estudos tradicionais que analisam apenas alguns espécimes de espécies pré-selecionadas. Também foram analisados os efeitos da sazonalidade e forçantes climáticas externas (por exemplo, El Niño Oscilação Sul) sobre as condições ambientais e a comunidade microzooplanctônica na Baía de Tamandaré. Euterpina acutifrons, Favella ehrenbergii e “outros ciliados” foram indicadores de variação sazonal, com alta abundância no período chuvoso. Os estudos desenvolvidos nesta tese ofereceram um vislumbre dos fatores ecológicos que regem a variabilidade e as relações tróficas do microzooplâncton em um ecossistema costeiro tropical.


  • Mostrar Abstract
  • Stable isotope signatures are important tools to study marine food webs. Here, we investigated the temporal variability of the stable isotope composition of zooplankton in a tropical marine ecosystem. Plankton samples were obtained in Tamandaré Bay (northeastern Brazil) from June 2013 to August 2019. One aliquot of each sample was taken for stable isotope measurements and one for taxonomic identification and estimation of size and relative biomass. Zooplankton was dominated by copepods (adults, juveniles and nauplii) in numbers and units of biomass. Total zooplankton biomass differed significantly between years, seasons and stations. δ 13 C values ranged from -21.0 to -18.2‰ (mean ± standard deviation: -19.7 ± 0.7‰ in the dry season, and - 19.4 ± 0.8‰ in the rainy season) with significant 13 C-enrichment in the rainy seasons of 2015 and 2016. δ 15 N values ranged from 3.8 to 9.0‰ (7.0 ± 1.0‰ in the dry season, and 6.5 ± 1.2‰ rainy season) with a significant 15 N-enrichment in the dry seasons of 2013 and 2019. C/N ratios ranged from 3.5 to 5.0‰ (4.2 ± 0.4‰ in the dry season and 4.2 ± 0.3‰ in the rainy season), with higher values in the dry season of 2017. The sparsely abundant and relatively large-sized copepod Pseudodiaptomus acutus dominated the variability in δ 15 N (22% of the total variability). Relative biomass (%) of P. acutus showed a strong positive correlation with δ 15 N, indicating a high trophic level (TL). This result highlighted the importance of less abundant taxa on trophic
    relations in the ecosystem. The copepod Dioithona oculata was the most important organism explaining δ 13 C (17.7% of the total variability) with a positive relationship, indicating a possible selective use of a 13 C-enriched food source (e.g., diatoms). Oithona spp. juveniles showed a negative relationship with C/N ratios which can be an indicator for oligotrophic conditions and lipid-poor zooplankton. This novel approach contributes to a new line of research, the mixture-based stable isotope analysis.

4
  • LUISA VALENTIM MELO DE VASCONCELOS QUEIROZ VÉRAS
  • Avaliação espaço-temporal dos estoques das espécies de budião ameaçadas no Nordeste do Brasil

  • Orientador : JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KATIA DE MEIRELLES FELIZOLA FREIRE
  • CATARINA WOR
  • NATALIA CARVALHO ROOS
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • Data: 25/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • Os budiões endêmicos do Brasil se tornaram importantes alvos da pesca artesanal nas últimas décadas e algumas espécies estão classificadas como ameaçadas. A situação atual de seus estoques ainda é desconhecida, trazendo a necessidade de se coletar informações biológicas e pesqueiras que permitam investigar a sustentabilidade da utilização dessas espécies como recursos pesqueiros. Esta tese aborda diferentes aspectos do processo de avaliação dos principais estoques de budião ameaçados do Brasil, incluindo (1) a realização de um levantamento dos dados existentes na literatura para as principais espécies alvo, (2) a obtenção de novas informações referentes ao histórico da pesca por meio do Conhecimento Ecologico Local (CEL) dos pescadores e (3) a obtenção de novos dados de captura e uma avaliação de seus estoques de acordo com a quantidade de dados disponíveis. No primeiro capítulo, uma revisão abrangente de 134 documentos publicados foi realizada abordando tópicos-chave de informações relacionadas à avaliação de estoques. Constatou-se que a espécie mais abundante, Sp. axillare, e a mais ameaçada, Sc. trispinosus, são os budiões mais estudados. Assim, avaliações de estoque do tipo moderadas podem ser realizadas para ambas as espécies. As maiores lacunas de informação foram observadas para Sp. zelindae, e para esta espécie apenas análises simples de risco podem ser realizadas. Para as outras duas espécies, Sp. frondosum e Sp. amplum, os dados obtidos possivelmente são suficientes para executar avaliações para dados escassos. As poucas estatísticas pesqueiras oficiais disponíveis são imprecisas e foram descontinuadas desde 2010, enquanto os estudos científicos são pontuais, mas representam a principal fonte de informações sobre a pesca dos budiões brasileiros. O segundo capítulo objetivou preencher as lacunas de monitoramento pesqueiros identificados no capítulo 1. Desta forma, o Conhecimento Ecológico Local (CEL) de 200 pescadores foi utilizado para investigar o histórico da pesca dos budiões brasileiros e a percepção dos pescadores com relação à situação atual dessas pescarias. Rede, arpão e covo foram identificadas como as três principais artes utilizadas para pescar budiões ao longo da costa brasileira. As atividades de pesca com rede e arpão são semelhantes e não mudaram ao longo do tempo, enquanto a pesca com covos aumentou os esforços ao longo dos anos. Apesar das diferenças entre elas, as áreas usadas para todas as artes de pesca e por todas as comunidades pesqueiras expandiram com o tempo. Entretanto, as capturas totais e CPUEs de budião diminuíram com o tempo apesar das mudanças nas estratégias de pesca. Seguindo as tendências de declínio relatadas pelos pescadores, a maioria considerou a situação da pesca de budiões como “pior”, independentemente do tipo de arte utilizado ou da experiência dos pescadores. O terceiro capítulo traz uma reconstrução histórica das capturas de cada uma das cinco espécies de budião mais alvejadas pela pesca, baseada nos dados obtidos nos dois primeiros capítulos. Além disto, a avaliação dos estoques das principais espécies capturadas é apresentada, utilizando métodos de avaliação para dados escassos. Scarus trispinosus, Sparisoma axillare e Sparisoma frondosum foram identificados como as espécies mais capturadas, com as duas primeiras representando cerca de 80% do total da biomassa de budiões capturados no Brasil. Estas três espécies apresentaram decréscimos nas capturas totais enquanto as capturas de Sparisoma amplum aumentaram de forma constante e Sc. zelindae oscilaram ao longo do tempo. Os valores de captura para as duas últimas espécies, entretanto, foram constantemente mais baixos. A avaliação dos estoques das duas espécies mais capturadas indicou que existe um alto risco em tê-las como alvos. O status do estoque de Sparisoma axillare estava acima da meta de manejo de 40%. As atividades de pesca com covos, que são os principais petrechos usados para capturar a espécie, entretanto, podem não ser sustentáveis da forma que vêm sendo utilizadas, além de estarem possivelmente mascarando mudanças no status do estoque. O estoque de Scarus trispinosus foi considerado como “sobrepescado” e a pesca foi considerada como “sobrepescando” o estoque, significando que, se a pesca continuar ocorrendo no mesmo ritmo, a situação do estoque tende a piorar. Os budiões brasileiros apresentam papéis essenciais para os ecossistemas recifais e para as comunidades de pescadores artesanais dependentes deles. As medidas de manejo implementadas até o momento não tem sido efetivas na manutenção de suas funções, tanto para o ambiente quanto social e financeiramente. Desta forma, novas abordagens para o gerenciamento dessas espécies devem ser desenvolvidas focando nos desafios históricos, geográficos e financeiros encontrados no Brasil.


  • Mostrar Abstract
  • Given the increasing exploration of endemic Brazilian parrotfishes and their classification as threatened, there is an emergent need to gather biological and fisheries information to assess their stocks. We performed a comprehensive review of 134 studies addressing key topics of information related to stock assessments: (1) the distribution and population structure; (2) age, growth and mortality; (3) reproductive biology; (4) feeding ecology; (5) fishing data, and (6) management actions. This review focused on the most explored Brazilian parrotfish species: Scarus trispinosus, Scarus zelindae, Sparisoma amplum, Sparisoma axillare, and Sparisoma frondosum. The most abundant species, Sp. axillare, and the most threatened, Sc. trispi-nosus, are better studied; hence data-moderate stock assessments are viable for both species. As information gaps are largest for Sp. zelindae, only simple Risk analyses are possible for this species. Stock productivity and status may be obtained for the remaining species, enabling data-limited assessments. The few official fisheries statistics available are inaccurate and have been discontinued since 2010; scientific studies represent the main source of information about Brazilian parrotfishes' captures but are sparse. How stocks are structured and distributed along the coast must be defined, thus genetic structuring and site fidelity studies are necessary. Life-history traits such as mortality, growth, sexual modes, social organization, and maturity must be a subject prioritized for all species. Brazilian fisheries statistics programs must be resumed and improved urgently. The academic community and stakeholders must focus on filling these essential knowledge gaps to promote the successful evaluation of their stocks and solid recovery actions. Otherwise, Brazilian parrotfish populations-and the fisheries and ecosystem functions dependent on them-may be at risk.

5
  • RODRIGO GUERON FAUSTINI
  • O USO DE ABORDAGENS INTEGRATIVAS PARA INVESTIGAR A DIVERSIDADE DO GÊNERO Lysmata RISSO, 1816

  • Orientador : ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DOUGLAS FERNANDES RODRIGUES ALVES
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • CARLOS DANIEL PEREZ
  • FELIPE BEZERRA RIBEIRO
  • PAULA BRAGA GOMES
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • Uma série de estudos focados em investigar a diversidade, distribuição e relações taxonômicas em Lysmata propuseram pelo menos seis supostos complexos de espécies dentro do gênero. O fato de duas ou mais espécies serem tratadas como uma só representa uma problemática para conservação, proteção e manejo dos recursos naturais e para estimativas de biodiversidade. De forma geral, muitos estudos combinam a taxonomia clássica com outras fontes de dados (e.g., ecologia, padrão de distribuição, padrão de coloração e dados moleculares) na tentativa de superar as dificuldades impostas pela similaridade morfológica das espécies crípticas. Esta tese está dividida em três capítulos, os quais tem por objetivo investigar e inventariar a diversidade e o status taxonômico de diferentes espécies de Lysmata através de abordagens integrativas. No primeiro capítulo, foram investigadas a diversidade de espécies dentro do complexo L. vittata e testadas as hipóteses de que L. rauli e L. durbanensis são espécies válidas ao invés de sinônimos juniores de L. vittata. Dados morfológicos e moleculares integrados suportaram fortemente a validade de pelo menos seis entidades taxonômicas dentro do complexo L. vittataL. rauli e L. durbanensis e três espécies ainda não descritas. Portanto, L. rauli e L. durbanensis foram formalmente ressuscitadas para o status de espécies válidas. No segundo capítulo, uma nova espécie de Lysmata (L. elisa) é descrita para o Atlântico Ocidental com base em dados moleculares, morfológicos e de padrão de coloração, a qual é intimamente relacionada a L. jundalini. A análise molecular de máxima verossimilhança recuperou L. elisa como uma espécie irmã de L. jundalini. Ambas as espécies filogeneticamente próximas a L. holthuisi e L. intermedia e juntas compõem o complexo L. intermedia. No terceiro capítulo, o objetivo foi avaliar a diversidade de Lysmata ao longo da costa de Pernambuco e do Arquipélago de Fernando de Noronha, nordeste do Brasil. Sempre que possível, os espécimes foram identificados por meio de dados morfológicos, moleculares e padrões de coloração. Aqui, são registradas L. bahiaL. lipkei e L. moorei pela primeira vez ao longo da costa de Pernambuco e/ou Fernando de Noronha e Lysmata cf. pederseni pela primeira vez no sudoeste do Atlântico. Nossos resultados reforçam a importância de refinar os dados de biodiversidade por meio da aplicação de abordagens taxonômicas integrativas para expandir o conhecimento da biodiversidade local e global, especialmente em grupos comercialmente explorados como os camarões Lysmata.


  • Mostrar Abstract
  • Historicamente, Lysmata vittata é relatada como uma espécie de distribuição não polar quase global. Os primeiros estudos relataram uma ampla variação morfológica desta espécie, que serviu de base para posterior sinonimização de pelo menos quatro espécies. Aqui, nós investigamos a diversidade de espécies dentro do complexo L. vittata e testamos se L. rauli L. durbanensis são espécies válidas ao invés de sinônimos juniores de L. vittata. Nossos dados morfológicos e moleculares integrados suportam fortemente a validade de pelo menos seis entidades taxonômicas dentro do amplo complexo L. vittata, incluindo L. rauli L. durbanensis e três espécies não descritas. Análises multivariadas destacaram diferenças morfológicas proeminentes na estrutura do ramo acessório do flagelo antenular dorsolateral, número de segmentos do carpo e mero do segundo pereiópodo e padrão de cor que segregou os camarões em morfogrupos distintos. As análises filogenéticas corroboraram com os agrupamentos morfológicos e recuperaram cinco linhagens amplamente divergentes, que corresponderam aos agrupamentos morfológicos: L. vittata sensu stricto; L. rauli sensu strictoL. sp. CHINA; L. sp. AUS1; e L. sp. AUS2. Portanto, ressuscitamos formalmente L. rauli para status de espécie válido e postulamos que esta espécie é nativa do Indo-Pacífico subtropical e tropical. Embora os dados fossem limitados, nós também ressuscitamos formalmente L. durbanensis para o status de espécie válida da África Austral. Nossos resultados indicam que L. vittata e L. rauli são espécies exóticas no Atlântico ocidental, Nova Zelândia e Mediterrâneo. Este estudo fornece uma estrutura sólida para continuar desvendando o complexo histórico de espécies dentro de L. vittata, que provavelmente incluirá espécies adicionais àquelas incluídas no presente estudo.

6
  • HEVANA SANTANA DE LIMA
  • Padrões de diversidade e variação genética de aves ao longo da diagonal seca sul-americana

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIO COHN-HAFT
  • FLAVIA TERMIGNONI GARCIA
  • SANTIAGO CLARAMUNT
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • ENRICO BERNARD
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • Data: 30/10/2023

  • Mostrar Resumo
  • Entender e descrever os padrões de diversidade e de distribuição das espécies e investigar os eventos e fatores que criaram estes padrões, é um dos grandes desafios da ciência. Na região Neotropical, múltiplos eventos climáticos e geomorfológicos são associados a história evolutiva das linhagens e são considerados responsáveis por moldar os padrões de diversidade e de distribuição de espécies atuais. Nesse estudo, usando diferentes conjuntos de dados e ferramentas e avaliando a história e os processos evolutivos, busquei entender o padrão de distribuição e diversidade de espécies que habitam os domínios de vegetação aberta/seca da América do Sul.
    No primeiro capítulo, usando dados de censos de aves coletados em campo, apresentamos estimativas de abundância e produzimos a primeira lista de aves que ocorrem em áreas de carrasco, uma fitofisionomia associada à Caatinga, além disso, identificamos que a avifauna do carrasco, representa uma parcela da avifauna da Caatinga, em um primeiro estudo visando descrever as afinidades biogeográficas entre Caatinga e Cerrado. No segundo capítulo, usando censos de aves de terceiros e dados de ciência cidadã realizados ao longo da Diagonal Seca Sul-Americana (DS) demostramos que os domínios que compõem a DS representam três diferentes unidades em termos de avifauna, identificamos o turnover como o principal componente da beta- diversidade atuando nas comunidades sendo associado principalmente com a distância geográfica entre os pontos de amostragem e com variáveis ambientais como temperatura, precipitação, aridez e altitude. No terceiro capítulo, usando genomas completos de 38 exemplares de diferentes subespécies de Hemitriccus margaritaceinventer, nós evidenciamos a existência de dois principais grupos genéticos entre as subespécies, circundando o atual gradiente úmido da Floresta Amazônica, sugerindo assim, a existência de uma antiga conexão entre os domínios de vegetação aberta/seca da América do Sul, corroborando a hipótese do Arco Pleistocênico, também identificamos para o clado Hemitriccus uma origem associada a habitats de floresta úmida, possivelmente com a Floresta Amazônica como fonte de diversificação. No quarto capítulo, usando filogenias para 39 táxons endêmicos de aves da Caatinga, elucidamos que a história evolutiva dos endemismos da Caatinga está associada a eventos de vicariância e dispersão, com as florestas secas neotropicais, atuando como principal fonte de espécies para a Caatinga e evidenciando a influência de eventos climáticos históricos como facilitadores nos eventos de dispersão e diversificação de espécies.


  • Mostrar Abstract
  • Compreender as origens dos biomas e sua biota é fundamental não apenas para entender as histórias biogeográficas e as conexões entre eles, mas também para prever o futuro desses ambientes e organismos em um contexto futuro de mudanças ambientais. A floresta seca da Caatinga, no Nordeste do Brasil, já foi, anteriormente, considerada um domínio pobre em espécies e com baixos níveis de endemicidade, estudos mais recentes, no entanto, têm apontado uma rica avifauna e dezenas de táxons endêmicos. Aqui, usando filogenias publicadas e calibradas no tempo e análises de reconstrução de habitat ancestral de 39 táxons endêmicos de aves da Caatinga, nós i) investigamos as origens biogeográficas e ii) o momento da diversificação da avifauna endêmica da Caatinga. Nossos resultados sugerem uma origem mista da avifauna endêmica da Caatinga, com eventos de cladogênese por efeito fundador desempenhando um papel importante na colonização da área da Caatinga. Embora a maioria das aves endêmicas (22 táxons endêmicos) estejam relacionadas a linhagens de habitats abertos, incluindo outras florestas secas ou savanas; várias espécies (9 táxons endêmicos) provavelmente vieram de florestas úmidas adjacentes. Enquanto detectamos linhagens relativamente antigas que provavelmente ocupavam essas paisagens secas antes do Pleistoceno, outros endemismos parecem representar novas chegadas de habitats adjacentes. Este estudo representa o primeiro esforço para descrever as origens biogeográficas da avifauna da Caatinga, fornecendo assim novos dados sobre a história deste domínio endêmico e ameaçado.

7
  • ANA LUIZA LEICHTER MATTE
  • Estratégias de conservação e pesquisa para primatas brasileiros

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCAS GONÇALVES DA SILVA
  • MIRIAM PLAZA PINTO
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 06/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • O desenvolvimento de ferramentas que visam elaborar estratégias de conservação e pesquisa das espécies de primatas brasileiras aproxima a prática da conservação à ciência. Assim, a presente tese objetivou fornecer algumas ferramentas para contribuir com as estratégias de conservação e pesquisa desse grupo de animais. No Capítulo 1, analisamos se o contexto de ameaça dos primatas está relacionado com o risco de extinção, considerando a paisagem, traços de história de vida das espécies, e o bioma em que predominam. Encontramos uma ligação positiva entre os impactos humanos e o risco de extinção na Amazônia. Nos outros biomas, as características antropogênicas da paisagem foram associadas a espécies ameaçadas e não ameaçadas. Os primatas ameaçados tendem a ter maior tamanho e estratégias de história de vida lentas, independentemente do bioma. Portanto, sugerimos considerar o bioma e a categoria de ameaça juntamente com atributos da paisagem e da história de vida para hierarquizar de espécies e elaborar metas de conservação. No Capítulo 2, comparamos as características da paisagem dos primatas brasileiros listados como os 25 mais ameaçados do mundo com os primatas brasileiros ameaçados nunca incluídos nesta lista. Mostramos que as características de paisagem das espécies se sobrepõem independente se foram ou não listadas. Sugerimos que as justificativas de inclusão e remoção de uma espécie na lista dos Top 25 sejam reavaliadas, e indicamos espécies nunca listadas que ocupam paisagens mais antropizadas. No Capítulo 3, aplicamos uma ferramenta de apoio à decisão para preencher as lacunas de conservação de espécies de primatas. Construímos cenários para cada bioma que buscam incentivar o planejamento de uso da terra e indicar áreas que podem abrigar novas unidades de conservação. Elaboramos metas de conservação, seguindo diretrizes definidas no Capítulo 1 e uma análise de sensibilidade que buscou não ultrapassar o valor de 50% das metas para reduzir o número de áreas insubstituíveis e tornar nossos cenários viáveis. No Capítulo 4, mapeamos as áreas sem registros de ocorrência de primatas, considerando a maior proporção de desmatamento e de disponibilidade de hábitats de áreas até então não amostradas, possivelmente mais inacessíveis. Verificamos que a Amazônia concentra maior cobertura de atividade de coleta de dados de primatas brasileiros, com 66% mais amostragem de ameaçadas. Na Mata Atlântica e no Cerrado a proporção de registros de ocorrência entre espécies ameaçadas e não ameaçadas é similar, mas também maior entre primatas ameaçados. Já na Caatinga, obtivemos um resultado inverso, pois o foco de amostragem foi 25% menor para as espécies ameaçadas. Porém, é importante entendermos a origem destes registros, se derivam de avistamentos ou estudos aprofundados, e se são de fato do bioma onde a distribuição da espécie predomina, pois só assim poderemos distinguir quais são as maiores lacunas de conhecimento que persistem em nossos dados. Construímos cenários com áreas estratégicas para pesquisa de primatas em todos os biomas brasileiros, buscando preencher uma lacuna de amostragem nestes locais com potencial ocorrência de populações de primatas desconhecidas.


  • Mostrar Abstract
  • When selecting strategic areas for species conservation, we need to understand how differences in life history and regional land use influence extinction risk. Here we aimed to evaluate how extinction risk factors, specifically landscape and life history attributes, contribute to forming the threat contexts of Brazilian primates. We considered the threat categories of 136 Brazilian primates based on 2014’s Brazilian list of threatened species. We characterised their threat contexts through eight landscape variables (i.e., habitat availability, number of areas with less than 30% habitat; habitat loss – 10 years, habitat loss - 30 years, indigenous lands, roads, urban areas, deforestation arch) and three life-history variables (i.e., body weight, gestation and generational times). We then compared the threat categories to verify how they correlate with these landscape and life history attributes using a PERMANOVA. We then performed a SIMPER discriminant analysis to determine which variables were responsible for the differences between the created groups (threat category and biomes). We found that the threat categories differed in terms of risk of extinction factors, considering landscape and life history attributes. However, these differences depend on the biome in which the species occurs. In other words, a species threatened in the Amazon will not necessarily be equivalently threatened in the Atlantic Forest in terms of the landscape and life history characteristics that we analysed. Additionally, we observed similar threat contexts among all the threat categories in the Atlantic Forest, whereas the species in the category Near Threatened in the Amazon had similar contexts to the threatened primates (i.e., Critically Endangered and Vulnerable). Our results indicate the importance of considering several risk factors, like landscape and life history attributes, to quantify the vulnerability of Brazilian primates during the hierarchisation process, which is essential for defining the conservation targets for each species.

2022
Dissertações
1
  • BRUNO YURI FRANCOLINO
  • AVALIAÇÃO DE CURTO PRAZO DOS EFEITOS LETAIS E SUBLETAIS DA ATRAZINA SOBRE O NEMATOIDE MARINHO DE VIDA-LIVRE LITODITIS MARINA (BASTIAN, 1865) SUDHAUS, 2011 (RHABDITIDA: RHABDITIDAE)

  • Orientador : GIOVANNI AMADEU PAIVA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROSEMBERG FERNANDES DE MENEZES
  • LEONARDO FERNANDES FRACETO
  • GIOVANNI AMADEU PAIVA DOS SANTOS
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • Data: 16/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • Os herbicidas organoclorados são amplamente utilizados por diversos países apesar de possuirem propriedades tóxicas para muitos organismos e de sua alta persistência ambiental em águas e sedimentos. Além disso, o impacto dos agrotóxicos e da interação dos mesmos com outros fatores ambientais, podem culminar agravando a toxicidade desses compostos. Com intuito de avaliar adequadamente os efeitos dos contaminantes ao longo dos níveis tróficos em comunidades aquáticas, as respostas de diferentes organismos modelo devem ser investigadas. Particularmente para ambientes bentônicos marinhos, poucos organismos modelo estão disponíveis para a avaliação em condições laboratoriais de efeitos letais e subletais. Dentre os agrotóxicos existentes, o herbicida atrazina é bastante utilizado em diversas culturas anuais e perenes ao redor do mundo. Este herbicida atinge facilmente os lençóis freáticos através da lixiviação e apresenta também um alto potencial de escoamento superficial, sendo facilmente carreado do solo pelas águas, podendo atingir ambientes aquáticos e consequentemente causar efeitos tóxicos em diferentes níveis da fauna. Neste trabalho foi investigado o uso de duas espécies crípticas do nematoide de vida-livre Litoditis marina, como organismo modelo para testes de curto prazo dos impactos do herbicida atrazina sobre parâmetros populacionais e de história de vida de L. marina PmIII, e foi averiguado os efeitos da interação entre o herbicida atrazina e variação de salinidade sobre a sobrevivência de L. marina PmII.


  • Mostrar Abstract
  • Os herbicidas organoclorados são amplamente utilizados por diversos países apesar de possuirem propriedades tóxicas para muitos organismos e de sua alta persistência ambiental em águas e sedimentos. Além disso, o impacto dos agrotóxicos e da interação dos mesmos com outros fatores ambientais, podem culminar agravando a toxicidade desses compostos. Com intuito de avaliar adequadamente os efeitos dos contaminantes ao longo dos níveis tróficos em comunidades aquáticas, as respostas de diferentes organismos modelo devem ser investigadas. Particularmente para ambientes bentônicos marinhos, poucos organismos modelo estão disponíveis para a avaliação em condições laboratoriais de efeitos letais e subletais. Dentre os agrotóxicos existentes, o herbicida atrazina é bastante utilizado em diversas culturas anuais e perenes ao redor do mundo. Este herbicida atinge facilmente os lençóis freáticos através da lixiviação e apresenta também um alto potencial de escoamento superficial, sendo facilmente carreado do solo pelas águas, podendo atingir ambientes aquáticos e consequentemente causar efeitos tóxicos em diferentes níveis da fauna. Neste trabalho foi investigado o uso de duas espécies crípticas do nematoide de vida-livre Litoditis marina, como organismo modelo para testes de curto prazo dos impactos do herbicida atrazina sobre parâmetros populacionais e de história de vida de L. marina PmIII, e foi averiguado os efeitos da interação entre o herbicida atrazina e variação de salinidade sobre a sobrevivência de L. marina PmII.

2
  • JOSE GUILHERME ALVES DA SILVA JUNIOR
  • Ecologia trófica de Palythoa caribaeorum e Zoanthus sociatus   (Cnidaria:Zoantharia): Uma abordagem metagenômica

  • Orientador : CARLOS DANIEL PEREZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA EDUARDA ALVES SANTOS
  • SONIA CRISTINA DA SILVA ANDRADE
  • CARLOS DANIEL PEREZ
  • RALF SCHWAMBORN
  • Data: 21/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • A ordem Zoantharia compreende um grupo monofilético de cnidários bentônicos com distribuição cosmopolita, presente em todos os oceanos, desde a região entre marés até seis mil metros de profundidade. Zoantídeos participam de diversas relações ecológicas importantes no ecossistema marinho, entre elas, a epibiose com diversos invertebrados, e a transferência de energia entre o domínio plânctonico e pelágico. Apesar de sua importância poucos estudos tiveram como objetivo de investigar a alimentação das espécies de zoantídeos tropicais, aqui, nesta dissertação de dois capítulos nos propomos a (1) identificar o papel da matéria orgânica particulada (MOP) na alimentação de Palythoa caribaeorum e Zoanthus sociatus e (2) Utilizar a metagenômica como ferramenta para identificar possíveis presas de P. caribaeorum. Para cumprir o objetivo do primeiro capítulo coletamos indivíduos de P. caribaeorum e Z. sociatus na praia de Serrambi em Pernambuco em quatro horários diferentes, no laboratório dissecamos cerca de 30 pólipos de cada espécie em cada horário. Identificamos as presas em três grupos distintos: Fitoplâncton, Zooplâncton e MOP. Em ambas as espécies observamos que o grupo mais dominante na alimentação é o fitoplâncton seguido de MOP e por último o zooplâncton. Observamos também um pico alimentar nas marés mais altas. No segundo capítulo coletamos colônias de P. caribaeorum em três horários diferentes na praia de Serrambi e também Porto de Galinhas. Dissecamos 10 pólipos das três amostragens e lavamos as cavidades gástricas dos mesmos. O produto das lavagens foram unificados de modo em que cada praia possuía um pool de amostras dos diferentes horários. A técnica usada para o sequenciamento foi a Whole genome shoutgunNo sequenciamento obtivemos sequências de diferentes grupos de Bacteria, Archaea e Eukaryota. Entre os Eukaryotas o grupo mais abundante foram os cnidários, mas grupos como Arthropoda, Echinodermata e Nematoda também mostraram uma quantidade significativa de sequências. Obtivemos também sequencias de presas já listadas na literatura como clorofíceas e cianobactérias. Mas também verificamos novos registros de alimentação para a espécie através de sequências de mamíferos e anuros. A presença da matéria orgânica particulada bem como os novos registros de alimentação obtidos através da WGS reforça uma alimentação pouco seletiva de P. caribaeorum e levantam uma hipótese de que zoantídeos tropicais atuam como conectores entre diferentes ecossistemas.


  • Mostrar Abstract
  • A ordem Zoantharia compreende um grupo monofilético de cnidários bentônicos com distribuição cosmopolita, presente em todos os oceanos, desde a região entre marés até seis mil metros de profundidade. Zoantídeos participam de diversas relações ecológicas importantes no ecossistema marinho, entre elas, a epibiose com diversos invertebrados, e a transferência de energia entre o domínio plânctonico e pelágico. Apesar de sua importância poucos estudos tiveram como objetivo de investigar a alimentação das espécies de zoantídeos tropicais, aqui, nesta dissertação de dois capítulos nos propomos a (1) identificar o papel da matéria orgânica particulada (MOP) na alimentação de Palythoa caribaeorum e Zoanthus sociatus e (2) Utilizar a metagenômica como ferramenta para identificar possíveis presas de P. caribaeorum. Para cumprir o objetivo do primeiro capítulo coletamos indivíduos de P. caribaeorum e Z. sociatus na praia de Serrambi em Pernambuco em quatro horários diferentes, no laboratório dissecamos cerca de 30 pólipos de cada espécie em cada horário. Identificamos as presas em três grupos distintos: Fitoplâncton, Zooplâncton e MOP. Em ambas as espécies observamos que o grupo mais dominante na alimentação é o fitoplâncton seguido de MOP e por último o zooplâncton. Observamos também um pico alimentar nas marés mais altas. No segundo capítulo coletamos colônias de P. caribaeorum em três horários diferentes na praia de Serrambi e também Porto de Galinhas. Dissecamos 10 pólipos das três amostragens e lavamos as cavidades gástricas dos mesmos. O produto das lavagens foram unificados de modo em que cada praia possuía um pool de amostras dos diferentes horários. A técnica usada para o sequenciamento foi a Whole genome shoutgunNo sequenciamento obtivemos sequências de diferentes grupos de Bacteria, Archaea e Eukaryota. Entre os Eukaryotas o grupo mais abundante foram os cnidários, mas grupos como Arthropoda, Echinodermata e Nematoda também mostraram uma quantidade significativa de sequências. Obtivemos também sequencias de presas já listadas na literatura como clorofíceas e cianobactérias. Mas também verificamos novos registros de alimentação para a espécie através de sequências de mamíferos e anuros. A presença da matéria orgânica particulada bem como os novos registros de alimentação obtidos através da WGS reforça uma alimentação pouco seletiva de P. caribaeorum e levantam uma hipótese de que zoantídeos tropicais atuam como conectores entre diferentes ecossistemas.

3
  • DEMETRIOS LUCAS DA SILVA
  • Diagnóstico e monitoramento do rio Goiana (PE-Brasil), por parâmetros de danificação genômica, após acidente ambiental

  • Orientador : MONICA LUCIA ADAM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CHRISTINA BRASILEIRO VIDAL
  • DENIS MOLEDO DE SOUZA ABESSA
  • MONICA LUCIA ADAM
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • Data: 22/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • A conservação de ambientes aquáticos é de extrema importância nos dias atuais, não apenas pela preservação da água que é um recurso limitado e de extrema importância para a sobrevivência na terra, mas também pela preservação dos organismos presentes nestes ambientes. O rio Goiana está localizado na mata norte do estado de Pernambuco, dentro de uma área de preservação ambiental do tipo estuarina, de onde pescadores locais retiram alimento e utilizam os recursos do rio como alimento. Em 2018, ocorreu um derramamento de vinhoto no leito do rio Goiana, ocasionando a mortandade dos peixes e causando um grande desequilíbrio ambiental. Quatro dias após o acidente, foram coletadas amostras teciduais (fígado e brânquias) de Gobioides broussonnetii, as quais foram analisadas histopatologicamente. Três dias após esta coleta também foram coletados espécimes Aspistor luniscutis, Centropomus sp e Achirus lineatus dos quais foram também extraídas amostras de tecidos hepáticos e branquiais e amostras de sangue para análises histopatológicas e genotóxicas, respectivamente. Amostras sanguíneas de Aspistor luniscutis, foram sistematicamente coletadas durante um período de dois anos (2018 a 2020), para quantificação de células micronucleadas (MN), e anormalidades nucleares (AN), também correlacionando os índices pluviométricos e as temperaturas mensais às frequências de células micronucleadas e com alterações morfológicas nucleares. Tanto o diagnóstico histopatológico quanto o genotóxico dos animais coletados logo após o acidente com o vinhoto evidenciaram o alto impacto desta substância despejada no leito do rio. Os resultados do monitoramento mostraram um alto impacto no ambiente do rio Goiana no ano de 2018, com elevados níveis de células micronucleadas e anormalidades nucleares, indicando alta taxa de perturbação no ambiente decorrente do derramamento do vinhoto, onde o efeito dessa poluição perdurou no ambiente durante um ano, afetando de forma direta a comunidade ribeirinha. O evento ocorrido no rio Goiana trouxe riscos ao ambiente e à comunidade local, trazendo à tona a importância do monitoramento de áreas protegidas e a eficiência do uso dos danos genômicos como ferramenta de biomonitoramento ambiental.


  • Mostrar Abstract
  • A conservação de ambientes aquáticos é de extrema importância nos dias atuais, não apenas pela preservação da água que é um recurso limitado e de extrema importância para a sobrevivência na terra, mas também pela preservação dos organismos presentes nestes ambientes. O rio Goiana está localizado na mata norte do estado de Pernambuco, dentro de uma área de preservação ambiental do tipo estuarina, de onde pescadores locais retiram alimento e utilizam os recursos do rio como alimento. Em 2018, ocorreu um derramamento de vinhoto no leito do rio Goiana, ocasionando a mortandade dos peixes e causando um grande desequilíbrio ambiental. Quatro dias após o acidente, foram coletadas amostras teciduais (fígado e brânquias) de Gobioides broussonnetii, as quais foram analisadas histopatologicamente. Três dias após esta coleta também foram coletados espécimes Aspistor luniscutis, Centropomus sp e Achirus lineatus dos quais foram também extraídas amostras de tecidos hepáticos e branquiais e amostras de sangue para análises histopatológicas e genotóxicas, respectivamente. Amostras sanguíneas de Aspistor luniscutis, foram sistematicamente coletadas durante um período de dois anos (2018 a 2020), para quantificação de células micronucleadas (MN), e anormalidades nucleares (AN), também correlacionando os índices pluviométricos e as temperaturas mensais às frequências de células micronucleadas e com alterações morfológicas nucleares. Tanto o diagnóstico histopatológico quanto o genotóxico dos animais coletados logo após o acidente com o vinhoto evidenciaram o alto impacto desta substância despejada no leito do rio. Os resultados do monitoramento mostraram um alto impacto no ambiente do rio Goiana no ano de 2018, com elevados níveis de células micronucleadas e anormalidades nucleares, indicando alta taxa de perturbação no ambiente decorrente do derramamento do vinhoto, onde o efeito dessa poluição perdurou no ambiente durante um ano, afetando de forma direta a comunidade ribeirinha. O evento ocorrido no rio Goiana trouxe riscos ao ambiente e à comunidade local, trazendo à tona a importância do monitoramento de áreas protegidas e a eficiência do uso dos danos genômicos como ferramenta de biomonitoramento ambiental.

4
  • CLAUDIO ANTONIO DE MOURA PEREIRA
  • DIVERSIDADE E ESTRUTURA GENÉTICA DO DOURADO (CORYPHAENA HIPPURUS: PERCIFORMES, CORYPHAENIDAE) DA COSTA BRASILEIRA E AS IMPLICAÇÕES NA CONSERVAÇÃO DE UM RECURSO PESQUEIRO NO MUNDO

  • Orientador : MONICA LUCIA ADAM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVIA HELENA SOFIA
  • JOANA ISABEL ESPIRITO SANTO ROBALO
  • MONICA LUCIA ADAM
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • Data: 23/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • Além do fluxo gênico, a composição genética (em termos de diversidade e estrutura) de populações de peixes marinhos podem ser influenciadas também pela pesca, cujas reduções populacionais podem intensificar processos como endogamia, deriva genética, e perda de plasticidade fenotípica pela diminuição do potencial evolutivo. Coryphaena hippurus (dourado) é uma espécie de peixe que possui características biológicas interessantes como o fato de ser excelente migradora,e ser predadora de topo. A espécie tem ainda importância econômica, figurando como um importante recurso pesqueiro a nível mundial. Nos últimos 60 anos, os índices de pesca global têm reportado um aumento de sete ordens de magnitude na captura de dourados, indo de 25 mil toneladas anuais no primeiro reporte a 255 mil toneladas no mais recente feito no ano de 2014. Nos últimos 10 anos diversos pesquisadores ao longo do mundo têm buscado elevar o conhecimento quanto à diversidade e estrutura genética deste importante recurso pesqueiro utilizando geralmente o marcador molecular mitocondrial NADH1 (Nad Desidrogenase Sub-unidade 1). Apesar de figurar como um importante recurso pesqueiro a nível global, não há um panorama sobre a diversidade (potencial evolutivo) e estrutura genética de Coryphaena hippurus na costa brasileira. Além disso, é desconhecido o papel histórico de conexão do estoque brasileiro frente aos estoques genéticos de outras já bem conhecidas bacias oceânicas mundo afora. De maneira geral, nossos resultados revelaram valores de diversidade genética variando de moderados a altos, sugerindo que a espécie não reflete os possíveis efeitos deletérios causados pela atividade pesqueira, possivelmente atenuados pela sua fisiologia. Além disso, as variações na temperatura da água e nível do mar durante o Pleistoceno parecem ter tido papel de destaque na distribuição e conectividade das populações de dourados em toda a sua amplitude geográfica. Ademais, nossos dados apontam para a presença de uma população panmítica de C. hippurus em toda a costa brasileira, e que esta representa um estoque único e geneticamente distinto de outras populações da espécie situadas na porção superior do Oceano Atlântico, Pacífico e Mediterrâneo, sendo este último o mais divergente. Perante um cenário de aumento da exploração da espécie, tais informações poderão ser utilizadas como norteadoras de programas de exploração sustentável a nível nacional e mundial deste importante recurso.

  • Mostrar Abstract
  • Além do fluxo gênico, a composição genética (em termos de diversidade e estrutura) de populações de peixes marinhos podem ser influenciadas também pela pesca, cujas reduções populacionais podem intensificar processos como endogamia, deriva genética, e perda de plasticidade fenotípica pela diminuição do potencial evolutivo. Coryphaena hippurus (dourado) é uma espécie de peixe que possui características biológicas interessantes como o fato de ser excelente migradora,e ser predadora de topo. A espécie tem ainda importância econômica, figurando como um importante recurso pesqueiro a nível mundial. Nos últimos 60 anos, os índices de pesca global têm reportado um aumento de sete ordens de magnitude na captura de dourados, indo de 25 mil toneladas anuais no primeiro reporte a 255 mil toneladas no mais recente feito no ano de 2014. Nos últimos 10 anos diversos pesquisadores ao longo do mundo têm buscado elevar o conhecimento quanto à diversidade e estrutura genética deste importante recurso pesqueiro utilizando geralmente o marcador molecular mitocondrial NADH1 (Nad Desidrogenase Sub-unidade 1). Apesar de figurar como um importante recurso pesqueiro a nível global, não há um panorama sobre a diversidade (potencial evolutivo) e estrutura genética de Coryphaena hippurus na costa brasileira. Além disso, é desconhecido o papel histórico de conexão do estoque brasileiro frente aos estoques genéticos de outras já bem conhecidas bacias oceânicas mundo afora. De maneira geral, nossos resultados revelaram valores de diversidade genética variando de moderados a altos, sugerindo que a espécie não reflete os possíveis efeitos deletérios causados pela atividade pesqueira, possivelmente atenuados pela sua fisiologia. Além disso, as variações na temperatura da água e nível do mar durante o Pleistoceno parecem ter tido papel de destaque na distribuição e conectividade das populações de dourados em toda a sua amplitude geográfica. Ademais, nossos dados apontam para a presença de uma população panmítica de C. hippurus em toda a costa brasileira, e que esta representa um estoque único e geneticamente distinto de outras populações da espécie situadas na porção superior do Oceano Atlântico, Pacífico e Mediterrâneo, sendo este último o mais divergente. Perante um cenário de aumento da exploração da espécie, tais informações poderão ser utilizadas como norteadoras de programas de exploração sustentável a nível nacional e mundial deste importante recurso.
5
  • FRANCISCO DAS CHAGAS SILVA NETO
  • Evolução e diversificação morfológica na mandíbula de marsupiais didelfídeos

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PEDRO CORDEIRO ESTRELA DE ANDRADE PINTO
  • RAFAELA VELLOSO MISSAGIA
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • Data: 23/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • Os marsupiais didelfídeos são considerados um grupo morfologicamente não especializado com uma dieta generalista, que inclui vertebrados, invertebrados e matéria vegetal. Enquanto a variação da forma do crânio e da escápula na família já foi analisada em estudos anteriores, a variação da forma da mandíbula, por vezes associada à dieta ou filogenia em outros grupos de mamíferos, não foi devidamente avaliada em Didelphidae. Nós avaliamos a variação da forma e tamanho da mandíbula dos didelfídeos (2429 espécimes pertencentes a 79 espécies) utilizando morfometria geométrica 2D. Classificamos a dieta dos didelfídeos em quatro categorias: (1) majoritariamente carnívoro, (2) majoritariamente frugívoro, (3) majoritariamente insetívoro e (4) onívoro, para avaliar se a ordenação do morfoespaço tem influência dos hábitos alimentares. O tamanho e a forma da mandíbula foram mapeados numa filogenia para 69 táxons selecionados e o tamanho e formas ancestrais foram reconstruídos por parcimônia. Encontramos variações na morfologia da mandíbula entre os grupos de didelfídeos e nossos resultados apontam que estas variações apresentam um sinal filogenético significativo. Não foram encontrados efeitos importantes de tamanho nos dois primeiros PCs, indicando que a alometria não desempenha um papel importante na formação da diversidade morfológica sobre a mandíbula dos didelfídeos. Nossos resultados indicam que a forma e o tamanho da mandíbula ancestral dos didelfídeos seria similar a dos atuais espécimes do gênero Marmosa, isso indica que muito possivelmente a preferência alimentar o ancestral dos didelfídeos seria majoritariamente insetívora.


  • Mostrar Abstract
  • Os marsupiais didelfídeos são considerados um grupo morfologicamente não especializado com uma dieta generalista, que inclui vertebrados, invertebrados e matéria vegetal. Enquanto a variação da forma do crânio e da escápula na família já foi analisada em estudos anteriores, a variação da forma da mandíbula, por vezes associada à dieta ou filogenia em outros grupos de mamíferos, não foi devidamente avaliada em Didelphidae. Nós avaliamos a variação da forma e tamanho da mandíbula dos didelfídeos (2429 espécimes pertencentes a 79 espécies) utilizando morfometria geométrica 2D. Classificamos a dieta dos didelfídeos em quatro categorias: (1) majoritariamente carnívoro, (2) majoritariamente frugívoro, (3) majoritariamente insetívoro e (4) onívoro, para avaliar se a ordenação do morfoespaço tem influência dos hábitos alimentares. O tamanho e a forma da mandíbula foram mapeados numa filogenia para 69 táxons selecionados e o tamanho e formas ancestrais foram reconstruídos por parcimônia. Encontramos variações na morfologia da mandíbula entre os grupos de didelfídeos e nossos resultados apontam que estas variações apresentam um sinal filogenético significativo. Não foram encontrados efeitos importantes de tamanho nos dois primeiros PCs, indicando que a alometria não desempenha um papel importante na formação da diversidade morfológica sobre a mandíbula dos didelfídeos. Nossos resultados indicam que a forma e o tamanho da mandíbula ancestral dos didelfídeos seria similar a dos atuais espécimes do gênero Marmosa, isso indica que muito possivelmente a preferência alimentar o ancestral dos didelfídeos seria majoritariamente insetívora.

6
  • LETICIA FRANCO DE ALMEIDA COSTA
  • Respostas da comunidade de formigas (Hymenoptera: Formicidae) à agricultura de corte-e-queima na Caatinga

  • Orientador : INARA ROBERTA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO KAROL CORDEIRO FILGUEIRAS
  • FELIPE FERNANDO DA SILVA SIQUEIRA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • LUCIANA IANNUZZI
  • Data: 25/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • As perturbações antrópicas como agricultura de corte-e-queima são a principal causa da atual destruição dos ecossistemas naturais e perda de biodiversidade. Aqui, avaliamos como a agricultura de corte e queima afeta a comunidade de formigas em uma área de Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, PE. Para examinar os efeitos da perturbação na abundância de formigas, riqueza e composição de espécies da comunidade e dos grupos generalistas e especialistas, adotamos a abordagem experimental aplicada a seis parcelas de 20 x 50m divididas em três blocos, nos quais uma parcela foi mantida como controle e outra foi submetida a agricultura de corte e queima. A comunidade de formigas foi amostrada uma vez nas parcelas antes da aplicação da agricultura e três vezes após. Foram coletadas 39 espécies de formigas pertencentes a 20 gêneros e cinco subfamílias, sendo 37 espécies de formigas nas parcelas de floresta e 31 nas parcelas com agricultura. No nível da comunidade, a fauna de formigas foi pouco sensível a agricultura após o corte e queima e ao longo de dois anos, sendo a maioria das mudanças detectadas no nível de espécie e grupos funcionais. Não houve aumento geral na proporção de generalistas para especialistas com a agricultura de corte e queima, mas a proporção diferiu com o tempo. A agricultura de corte e queima favoreceu consideravelmente algumas poucas espécies adaptadas a ambientes abertos e quentes, e prejudicou outras espécies conhecidamente adaptadas à perturbação. Nossos resultados sugerem uma alta resiliência da fauna de formigas da Caatinga a agricultura de corte e queima e apontam para a importância de considerar o papel do comportamento das espécies de formigas nas respostas à essa perturbação.


  • Mostrar Abstract
  • As perturbações antrópicas como agricultura de corte-e-queima são a principal causa da atual destruição dos ecossistemas naturais e perda de biodiversidade. Aqui, avaliamos como a agricultura de corte e queima afeta a comunidade de formigas em uma área de Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, PE. Para examinar os efeitos da perturbação na abundância de formigas, riqueza e composição de espécies da comunidade e dos grupos generalistas e especialistas, adotamos a abordagem experimental aplicada a seis parcelas de 20 x 50m divididas em três blocos, nos quais uma parcela foi mantida como controle e outra foi submetida a agricultura de corte e queima. A comunidade de formigas foi amostrada uma vez nas parcelas antes da aplicação da agricultura e três vezes após. Foram coletadas 39 espécies de formigas pertencentes a 20 gêneros e cinco subfamílias, sendo 37 espécies de formigas nas parcelas de floresta e 31 nas parcelas com agricultura. No nível da comunidade, a fauna de formigas foi pouco sensível a agricultura após o corte e queima e ao longo de dois anos, sendo a maioria das mudanças detectadas no nível de espécie e grupos funcionais. Não houve aumento geral na proporção de generalistas para especialistas com a agricultura de corte e queima, mas a proporção diferiu com o tempo. A agricultura de corte e queima favoreceu consideravelmente algumas poucas espécies adaptadas a ambientes abertos e quentes, e prejudicou outras espécies conhecidamente adaptadas à perturbação. Nossos resultados sugerem uma alta resiliência da fauna de formigas da Caatinga a agricultura de corte e queima e apontam para a importância de considerar o papel do comportamento das espécies de formigas nas respostas à essa perturbação.

7
  • GABRIELA STREPPEL STEINDORFF
  • Aspectos ecológicos e comportamentais de Mesembrinellidae (Diptera) em fragmento de Mata Atlântica em Pernambuco: implicações para validação de seu potencial forense 

  • Orientador : SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE ROBERTO PEREIRA DE SOUSA
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • WELINTON RIBAMAR LOPES
  • Data: 22/06/2022

  • Mostrar Resumo
  • Mesembrinellidae é um grupo de dípteros de distribuição exclusivamente neotropical, sobre o qual se têm poucas informações precisas da ecologia e comportamento. Os indivíduos desta família são geralmente encontrados em florestas úmidas e possuem hábito assinantrópico, sendo sensíveis a perturbações ambientais. Seus hábitos nutritivos e reprodutivos carecem de maior comprovação científica. Esta dissertação está organizada em três partes. O primeiro capítulo traz uma revisão bibliográfica sobre o estado da arte de Mesembrinellidae, contextualizando a distribuição biogeográfica, bionomia e técnicas de coleta do táxon e suas espécies. Já no segundo capítulo, apresento o experimento realizado em novembro de 2021, na Mata do Curado (Recife, Pernambuco), um fragmento urbano de Mata Atlântica com 50 anos de regeneração, demarcado como Refúgio de Vida Silvestre. Também foi amostrada uma área urbanizada da UFPE para controle. Utilizando conjuntos de armadilhas iscadas com substratos de peixe, porco e banana, em quatro distâncias ao longo da mata, foram coletados 3091 indivíduos de Mesembrinella bicolor. Estes dados possibilitaram inferir sobre o comportamento e ecologia da espécie em relação à preferência alimentar, estrutura reprodutiva e resposta ao efeito de borda. Os resultados indicaram que a distância na mata e variáveis abióticas (como temperatura, umidade e luminosidade) não afetaram significativamente a abundância da espécie. Por outro lado, as iscas animais atraíram 96% da abundância total de M. bicolor, demonstrando uma preferência pela origem, mas sem diferenciação significativa entre porco e peixe. Em relação à estrutura reprodutiva, foi observada uma clara maioria de fêmeas, com razão sexual de 0,8 em substratos animais e 0,5 em banana. Em relação ao estágio reprodutivo, foi observado que tanto na borda quanto no centro cerca de 85% das fêmeas estavam fecundadas. Na borda houve um equilíbrio entre a porcentagem de ovos e larvas, mas no centro observou-se 30% a mais de ovos. Estes dados possibilitaram as seguintes conclusões: i) Aparentemente, fragmentos bem conservados, apesar de pequenos, são capazes de manter uma população homogênea de M. bicolor; ii) A espécie não ocorreu em meio urbano e foi menos abundante na borda, apoiando a hipótese de comportamento assinantrópico; iii) O hábito alimentar parece ser necrófago, com uso de frutas como recurso adicional; iv) O efeito de borda não afeta os aspectos reprodutivos da espécie.


  • Mostrar Abstract
  • Mesembrinellidae é um grupo de dípteros de distribuição exclusivamente neotropical, sobre o qual se têm poucas informações precisas da ecologia e comportamento. Os indivíduos desta família são geralmente encontrados em florestas úmidas e possuem hábito assinantrópico, sendo sensíveis a perturbações ambientais. Seus hábitos nutritivos e reprodutivos carecem de maior comprovação científica. Esta dissertação está organizada em três partes. O primeiro capítulo traz uma revisão bibliográfica sobre o estado da arte de Mesembrinellidae, contextualizando a distribuição biogeográfica, bionomia e técnicas de coleta do táxon e suas espécies. Já no segundo capítulo, apresento o experimento realizado em novembro de 2021, na Mata do Curado (Recife, Pernambuco), um fragmento urbano de Mata Atlântica com 50 anos de regeneração, demarcado como Refúgio de Vida Silvestre. Também foi amostrada uma área urbanizada da UFPE para controle. Utilizando conjuntos de armadilhas iscadas com substratos de peixe, porco e banana, em quatro distâncias ao longo da mata, foram coletados 3091 indivíduos de Mesembrinella bicolor. Estes dados possibilitaram inferir sobre o comportamento e ecologia da espécie em relação à preferência alimentar, estrutura reprodutiva e resposta ao efeito de borda. Os resultados indicaram que a distância na mata e variáveis abióticas (como temperatura, umidade e luminosidade) não afetaram significativamente a abundância da espécie. Por outro lado, as iscas animais atraíram 96% da abundância total de M. bicolor, demonstrando uma preferência pela origem, mas sem diferenciação significativa entre porco e peixe. Em relação à estrutura reprodutiva, foi observada uma clara maioria de fêmeas, com razão sexual de 0,8 em substratos animais e 0,5 em banana. Em relação ao estágio reprodutivo, foi observado que tanto na borda quanto no centro cerca de 85% das fêmeas estavam fecundadas. Na borda houve um equilíbrio entre a porcentagem de ovos e larvas, mas no centro observou-se 30% a mais de ovos. Estes dados possibilitaram as seguintes conclusões: i) Aparentemente, fragmentos bem conservados, apesar de pequenos, são capazes de manter uma população homogênea de M. bicolor; ii) A espécie não ocorreu em meio urbano e foi menos abundante na borda, apoiando a hipótese de comportamento assinantrópico; iii) O hábito alimentar parece ser necrófago, com uso de frutas como recurso adicional; iv) O efeito de borda não afeta os aspectos reprodutivos da espécie.

8
  • DÉBORAH MARIA SOARES RAMOS
  • O papel do cão doméstico sobre a comunidade de mamíferos terrestres em unidades de conservação do nordeste brasileiro

  • Orientador : JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIANO PEREIRA PAGLIA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • Data: 30/06/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presença do cão doméstico (Canis lupus familiaris) em áreas florestadas pode levar à redução da fauna nativa através da predação e transmissão de doenças. Além disso, pode ocasionar uma modificação no padrão comportamental das espécies a fim de evitar a predação. Visando entender sobre o potencial de invasão do cão doméstico, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da sua presença sobre a mastofauna terrestre de médio e grande porte (>1000g) em Unidades de Conservação no Nordeste brasileiro. Para verificar a abundância relativa, riqueza, e também para analisar o padrão de atividade e sobreposição de hora de atividade do cão doméstico sobre a comunidade de mamíferos terrestres foram utilizadas armadilhas fotográficas (ativas durante 45 dias). O número de armadilhas variou de acordo com o tamanho de cada fragmento dentro das áreas buscando obter uma distância mínima de 500 m entre elas. Registramos um total de 13 espécies de mamíferos terrestres nativos (5-10 espécies). As Ordens com um maior número de representantes foram Carnivora (6 spp.), Rodentia (2 spp.), e Cingulata (2 spp.) Além do cão doméstico, que esteve presente na Reserva Biológica Guaribas (ReBio Guaribas), Estação Ecológica de Tapacurá (EsEc Tapacurá) e Reserva Particular do Patrimônio Natural Pedra D’antas (RPPN Pedra D’antas). A cutia (Dasyprocta iacki) foi registrada como uma das espécies mais abundante em todas as áreas. O timbu (Didelphis albiventris) também apresentou um elevado número de registros na ReBio Guaribas, enquanto o quati (Nasua nasua) foi mais recorrente na EsEc Tapacurá; já a paca (Cuniculus paca) e mão-pelada (Procyon cancrivorus) foram altamente frequentes no Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, e a paca (Cuniculus paca) foi a segunda espécie de mamífero nativo mais abundante na RPPN Pedra D’antas. A cutia apresentou um padrão de atividade diurno em todas as áreas. O cão doméstico também apresentou um padrão de atividade diurno, porém na ReBio Guaribas foram parcialmente catemerais. O timbu foi categorizado como noturno na ReBio Guaribas devido a elevada frequência de registros no período escuro. Já o quati na EsEc Tapacurá, apresentou um padrão de atividade diurno. O coeficiente de sobreposição de atividade entre os cães domésticos e mamíferos terrestres foi moderado (≅ 50%). Além disso, observamos uma baixa sobreposição espacial entre cães e mamíferos de vida livre, exceto para a cutia na ReBio Guaribas. Esses dados vão ajudar a entender o papel do cão doméstico sobre os mamíferos terrestres. Ademais, este estudo visa obter uma base para melhorar as estratégias de conservação e manejo das unidades de conservação, visando a manutenção das espécies nativas.


  • Mostrar Abstract
  • A presença do cão doméstico (Canis lupus familiaris) em áreas florestadas pode levar à redução da fauna nativa através da predação e transmissão de doenças. Além disso, pode ocasionar uma modificação no padrão comportamental das espécies a fim de evitar a predação. Visando entender sobre o potencial de invasão do cão doméstico, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da sua presença sobre a mastofauna terrestre de médio e grande porte (>1000g) em Unidades de Conservação no Nordeste brasileiro. Para verificar a abundância relativa, riqueza, e também para analisar o padrão de atividade e sobreposição de hora de atividade do cão doméstico sobre a comunidade de mamíferos terrestres foram utilizadas armadilhas fotográficas (ativas durante 45 dias). O número de armadilhas variou de acordo com o tamanho de cada fragmento dentro das áreas buscando obter uma distância mínima de 500 m entre elas. Registramos um total de 13 espécies de mamíferos terrestres nativos (5-10 espécies). As Ordens com um maior número de representantes foram Carnivora (6 spp.), Rodentia (2 spp.), e Cingulata (2 spp.) Além do cão doméstico, que esteve presente na Reserva Biológica Guaribas (ReBio Guaribas), Estação Ecológica de Tapacurá (EsEc Tapacurá) e Reserva Particular do Patrimônio Natural Pedra D’antas (RPPN Pedra D’antas). A cutia (Dasyprocta iacki) foi registrada como uma das espécies mais abundante em todas as áreas. O timbu (Didelphis albiventris) também apresentou um elevado número de registros na ReBio Guaribas, enquanto o quati (Nasua nasua) foi mais recorrente na EsEc Tapacurá; já a paca (Cuniculus paca) e mão-pelada (Procyon cancrivorus) foram altamente frequentes no Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, e a paca (Cuniculus paca) foi a segunda espécie de mamífero nativo mais abundante na RPPN Pedra D’antas. A cutia apresentou um padrão de atividade diurno em todas as áreas. O cão doméstico também apresentou um padrão de atividade diurno, porém na ReBio Guaribas foram parcialmente catemerais. O timbu foi categorizado como noturno na ReBio Guaribas devido a elevada frequência de registros no período escuro. Já o quati na EsEc Tapacurá, apresentou um padrão de atividade diurno. O coeficiente de sobreposição de atividade entre os cães domésticos e mamíferos terrestres foi moderado (≅ 50%). Além disso, observamos uma baixa sobreposição espacial entre cães e mamíferos de vida livre, exceto para a cutia na ReBio Guaribas. Esses dados vão ajudar a entender o papel do cão doméstico sobre os mamíferos terrestres. Ademais, este estudo visa obter uma base para melhorar as estratégias de conservação e manejo das unidades de conservação, visando a manutenção das espécies nativas.

9
  • STEPHANIE EVELYN FRANÇA GUIMARAES
  • Padrões de colonização de cadáveres por dípteros e sua aplicabilidade para a entomologia forense

  • Orientador : SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • WELLINGTON EMANUEL DOS SANTOS
  • LUCIANA IANNUZZI
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • TACIANO DE MOURA BARBOSA
  • Data: 25/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • Diptera representa a ordem mais bem-sucedida na exploração de recursos efêmeros, sendo um importante agente de colonização em necrobiomas. No processo de decomposição, o corpo sofre transformações, as quais podem atrair diferentes espécies de dípteros necrófagos. No entanto, tempo de decomposição do corpo e o perfil de colonização dos insetos são influenciados por fatores intrínsecos e extrínsecos. O presente trabalho teve por objetivo investigar os padrões de colonização de cadáveres por dípteros necrófagos, investigando variáveis referentes ao cadáver, ao ambiente e às condições de morte. A pesquisa foi realizada no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) de Campina Grande (PB), em 2022. A coleta dos insetos foi realizada manualmente, sendo o corpo organizado em quatro regiões: cabeça, tronco, membros superiores e membros inferiores. Informações relacionadas ao cadáver e a morte foram disponibilizadas pelo NUMOL. No Laboratório de Sistemática e Bioecologia de Insetos da Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande, as larvas foram transferidas para recipientes plásticos e mantidas em laboratório com carne bovina moída fresca (25°C, 60% UR), e monitoradas até a emergência dos adultos. A estimativa do Intervalo Pós-Morte foi baseada no Grau-Dia Acumulado (GDA). Foram observados 117 cadáveres (104 homens e 13 mulheres), dos quais somente 10% estavam colonizados. A maioria dos óbitos resultou de morte violenta (91%). Além disso, 76% dos corpos foram recolhidos em menos de 10 horas após a confirmação da morte. Embora a fase de decomposição fresca tenha predominado entre os corpos analisados (85%), uma maior colonização ocorreu fase na gasosa (75%). Todos os cadáveres colonizados eram do sexo masculino (12), procedentes de municípios situados nas mesorregiões paraibanas do Agreste e da Borborema, cujos grupos etários variaram de recém-nascido até idoso. No total, 1.161 indivíduos das famílias Calliphoridae (7 spp.) e Sarcophagidae (3 spp.) emergiram em laboratório. Todas as espécies ocorreram na fase gasosa e Chrysomya albiceps foi a espécie predominante (75%). A cabeça foi a região do corpo mais colonizada pelos insetos (92% dos casos). Registrou-se colonização em áreas urbanas e rurais, e a maioria das espécies colonizou ambientes indoor e outdoor. A presença de vestimentas não impediu a oviposição. Blaesoxipha stallengi é reportada pela primeira vez como colonizadora de cadáveres humanos, fato que amplia o número de espécies de Sarcophagidae de importância forense. A estimativa do Intervalo Pós-Morte foi realizada para as espécies C. albiceps, Chrysomya megacephala, Chrysomya putoria e Cochliomyia macellaria e B. stallengi. Houve discrepância entre as estimativas de IPM obtidos pela Medicina Legal e pelas evidências entomológicas. Constatamos a dominância do sexo masculino em ocorrências de morte violenta e que o curto tempo decorrido entre a morte e o recolhimento do cadáver limita a colonização por insetos. Blaesoxipha stallengi está associada a áreas urbanas e possui preferência por ambientes xéricos. 


  • Mostrar Abstract
  • Diptera representa a ordem mais bem-sucedida na exploração de recursos efêmeros, sendo um importante agente de colonização em necrobiomas. No processo de decomposição, o corpo sofre transformações, as quais podem atrair diferentes espécies de dípteros necrófagos. No entanto, tempo de decomposição do corpo e o perfil de colonização dos insetos são influenciados por fatores intrínsecos e extrínsecos. O presente trabalho teve por objetivo investigar os padrões de colonização de cadáveres por dípteros necrófagos, investigando variáveis referentes ao cadáver, ao ambiente e às condições de morte. A pesquisa foi realizada no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) de Campina Grande (PB), em 2022. A coleta dos insetos foi realizada manualmente, sendo o corpo organizado em quatro regiões: cabeça, tronco, membros superiores e membros inferiores. Informações relacionadas ao cadáver e a morte foram disponibilizadas pelo NUMOL. No Laboratório de Sistemática e Bioecologia de Insetos da Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande, as larvas foram transferidas para recipientes plásticos e mantidas em laboratório com carne bovina moída fresca (25°C, 60% UR), e monitoradas até a emergência dos adultos. A estimativa do Intervalo Pós-Morte foi baseada no Grau-Dia Acumulado (GDA). Foram observados 117 cadáveres (104 homens e 13 mulheres), dos quais somente 10% estavam colonizados. A maioria dos óbitos resultou de morte violenta (91%). Além disso, 76% dos corpos foram recolhidos em menos de 10 horas após a confirmação da morte. Embora a fase de decomposição fresca tenha predominado entre os corpos analisados (85%), uma maior colonização ocorreu fase na gasosa (75%). Todos os cadáveres colonizados eram do sexo masculino (12), procedentes de municípios situados nas mesorregiões paraibanas do Agreste e da Borborema, cujos grupos etários variaram de recém-nascido até idoso. No total, 1.161 indivíduos das famílias Calliphoridae (7 spp.) e Sarcophagidae (3 spp.) emergiram em laboratório. Todas as espécies ocorreram na fase gasosa e Chrysomya albiceps foi a espécie predominante (75%). A cabeça foi a região do corpo mais colonizada pelos insetos (92% dos casos). Registrou-se colonização em áreas urbanas e rurais, e a maioria das espécies colonizou ambientes indoor e outdoor. A presença de vestimentas não impediu a oviposição. Blaesoxipha stallengi é reportada pela primeira vez como colonizadora de cadáveres humanos, fato que amplia o número de espécies de Sarcophagidae de importância forense. A estimativa do Intervalo Pós-Morte foi realizada para as espécies C. albiceps, Chrysomya megacephala, Chrysomya putoria e Cochliomyia macellaria e B. stallengi. Houve discrepância entre as estimativas de IPM obtidos pela Medicina Legal e pelas evidências entomológicas. Constatamos a dominância do sexo masculino em ocorrências de morte violenta e que o curto tempo decorrido entre a morte e o recolhimento do cadáver limita a colonização por insetos. Blaesoxipha stallengi está associada a áreas urbanas e possui preferência por ambientes xéricos. 

10
  • JULIO CESAR DA SILVA
  • Evolução e Diversificação no crânio e mandíbula das cuícas-de-cauda-curta gênero Monodelphis Burnett, 1830 (Didelphimorphia, Didelphidae)

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO FORNEL
  • JULIO FERNANDO VILELA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • Data: 27/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • As cuicas-de-cauda-curta (gênero Monodelphis), com 24 espécies, constituem o segundo gênero com maior quantidade de espécies dos marsupiais da família Didelphidae. Embora nosso conhecimento da sistemática e taxonomia de Monodelphis tenha avançado muito na última década, o gênero não foi quantitativamente avaliado quanto à sua diversidade morfológica de tamanho e forma craniana e mandibular. Aqui nós fornecemos uma primeira avaliação da diversidade da forma e diversidade do crânio e mandíbula, usando morfometria geométrica 2D, e avaliamos o papel da filogenia na evolução da forma craniana. Definimos 35 marcos na vista dorsal do crânio, 19 para vista lateral da mandíbula e 25 para vista ventral do crânio, em um conjunto de dados um total de 1.107 imagens distribuídas em 3 vistas de 378 espécimes e um total de 23 espécies do gênero, realizamos uma Análises de Componentes Principais (PCA) para todas as estruturas, e avaliamos o sinal filogenético. Houve um sinal filogenético significativo nas três vistas (Vista dorsal; P = 0,0527, Vista ventral; P = 0,0100, Vista lateral da mandíbula; P = 0,0004). As Análises de Componentes Principais do crânio resultaram na sobreposição no morfoespaço entre algumas das espécies. A PCA do crânio mostrou que táxons do subgênero Mygalodelphys estão divergindo entre si no filomorfoespaço, como Monodelphis pinocchioMonodelphis kunsi e Monodelphis osgoodi que são altamente divergentes. Um padrão semelhante aparece na PCA da mandíbula, mandíbulas de espécies do subgênero Monodelphis estão mais próximas no filomorfoespaço, com exceção de Monodelphis vossi que mostrou ser divergente, espécies do subgênero Mygalodelphys mostram o mesmo padrão de divergência, porém com Monodelphis kunsi convergindo com Monodelphis. Esses resultados indicam um leve efeito da filogenia na estruturação da variação de forma em estruturas cranianas de Monodelphis, com alguns casos de convergências encontradas em subgêneros destintos, além disso nossas análises indicam que a variação de tamanho e forma no crânio e mandíbula dentro do gênero podem estar relacionadas ao dimorfismo sexual, variação ontogênica ou até mesmo relacionadas ao habitat de alguns animais.

     


  • Mostrar Abstract
  • As cuicas-de-cauda-curta (gênero Monodelphis), com 24 espécies, constituem o segundo gênero com maior quantidade de espécies dos marsupiais da família Didelphidae. Embora nosso conhecimento da sistemática e taxonomia de Monodelphis tenha avançado muito na última década, o gênero não foi quantitativamente avaliado quanto à sua diversidade morfológica de tamanho e forma craniana e mandibular. Aqui nós fornecemos uma primeira avaliação da diversidade da forma e diversidade do crânio e mandíbula, usando morfometria geométrica 2D, e avaliamos o papel da filogenia na evolução da forma craniana. Definimos 35 marcos na vista dorsal do crânio, 19 para vista lateral da mandíbula e 25 para vista ventral do crânio, em um conjunto de dados um total de 1.107 imagens distribuídas em 3 vistas de 378 espécimes e um total de 23 espécies do gênero, realizamos uma Análises de Componentes Principais (PCA) para todas as estruturas, e avaliamos o sinal filogenético. Houve um sinal filogenético significativo nas três vistas (Vista dorsal; P = 0,0527, Vista ventral; P = 0,0100, Vista lateral da mandíbula; P = 0,0004). As Análises de Componentes Principais do crânio resultaram na sobreposição no morfoespaço entre algumas das espécies. A PCA do crânio mostrou que táxons do subgênero Mygalodelphys estão divergindo entre si no filomorfoespaço, como Monodelphis pinocchioMonodelphis kunsi e Monodelphis osgoodi que são altamente divergentes. Um padrão semelhante aparece na PCA da mandíbula, mandíbulas de espécies do subgênero Monodelphis estão mais próximas no filomorfoespaço, com exceção de Monodelphis vossi que mostrou ser divergente, espécies do subgênero Mygalodelphys mostram o mesmo padrão de divergência, porém com Monodelphis kunsi convergindo com Monodelphis. Esses resultados indicam um leve efeito da filogenia na estruturação da variação de forma em estruturas cranianas de Monodelphis, com alguns casos de convergências encontradas em subgêneros destintos, além disso nossas análises indicam que a variação de tamanho e forma no crânio e mandíbula dentro do gênero podem estar relacionadas ao dimorfismo sexual, variação ontogênica ou até mesmo relacionadas ao habitat de alguns animais.

     

11
  • ERICA SUZAN MARTINS LIMA
  • O ruído de tráfego como um filtro ambiental para a ocorrência de anuros: um estudo de caso com pererecas urbanas e florestais (anura: hylidae) de Recife-PE

  • Orientador : PEDRO IVO SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROBERTA RICHARD PINTO
  • JOSE RICARDO DE OLIVEIRA SANTOS
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 26/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • O ruído gerado pelas atividades antrópicas aumentou nas últimas décadas como resultado do crescimento da população humana, do transporte global e da urbanização acelerada. Os anuros são espécies altamente vocais que necessitam da comunicação acústica para comportamentos sociais. Neste trabalho, investiguei o papel potencial do ruído de tráfego de automóveis como um fator relacionado à ocorrência de espécies de anuros com modos reprodutivos semelhantes, através de sua sobreposição, no espaço acústico espectral, com as vocalizações emitidas por estas espécies. Assim, busquei avaliar o ruído do tráfego como limitador de ocorrência de espécies, como esse ruído pode mascarar sinais acústicos e, como consequência, prejudicar o comportamento reprodutivo desses animais. Para isso, foram realizadas gravações do ruído do tráfego, bem como gravações de hilídeos presentes em duas áreas verdes no município de Recife, Pernambuco. Uma das áreas, o campus da UFPE, sofre maior influência dos ruídos causados pelas rodovias, enquanto na segunda área, o Parque Estadual Dois Irmãos (PEDI), os ambientes de reprodução de anuros estão mais distantes de rodovias. Os parâmetros avaliados para comparação e avaliação da sobreposição espectral foram a frequência dominante e os limites inferior e superior da largura de banda ocupada pelo ruído de tráfego e pelas vocalizações. Os resultados sugerem que o ruído do tráfego intenso está associado à menor riqueza de espécie de hilídeos. Além disso, um número relativamente maior de espécies teve suas vocalizações com alguma sobreposição com o ruído de tráfego no ambiente mais distante de ruídos de tráfego (PEDI). Estes resultados apontam para a relevância de medidas que visem atenuar a intensidade do ruído do tráfego no perímetro de áreas verdes urbanas, de forma a permitir a reprodução e persistência, em longo prazo, de uma maior diversidade de espécies de anfíbios anuros.


  • Mostrar Abstract
  • O ruído gerado pelas atividades antrópicas aumentou nas últimas décadas como resultado do crescimento da população humana, do transporte global e da urbanização acelerada. Os anuros são espécies altamente vocais que necessitam da comunicação acústica para comportamentos sociais. Neste trabalho, investiguei o papel potencial do ruído de tráfego de automóveis como um fator relacionado à ocorrência de espécies de anuros com modos reprodutivos semelhantes, através de sua sobreposição, no espaço acústico espectral, com as vocalizações emitidas por estas espécies. Assim, busquei avaliar o ruído do tráfego como limitador de ocorrência de espécies, como esse ruído pode mascarar sinais acústicos e, como consequência, prejudicar o comportamento reprodutivo desses animais. Para isso, foram realizadas gravações do ruído do tráfego, bem como gravações de hilídeos presentes em duas áreas verdes no município de Recife, Pernambuco. Uma das áreas, o campus da UFPE, sofre maior influência dos ruídos causados pelas rodovias, enquanto na segunda área, o Parque Estadual Dois Irmãos (PEDI), os ambientes de reprodução de anuros estão mais distantes de rodovias. Os parâmetros avaliados para comparação e avaliação da sobreposição espectral foram a frequência dominante e os limites inferior e superior da largura de banda ocupada pelo ruído de tráfego e pelas vocalizações. Os resultados sugerem que o ruído do tráfego intenso está associado à menor riqueza de espécie de hilídeos. Além disso, um número relativamente maior de espécies teve suas vocalizações com alguma sobreposição com o ruído de tráfego no ambiente mais distante de ruídos de tráfego (PEDI). Estes resultados apontam para a relevância de medidas que visem atenuar a intensidade do ruído do tráfego no perímetro de áreas verdes urbanas, de forma a permitir a reprodução e persistência, em longo prazo, de uma maior diversidade de espécies de anfíbios anuros.

12
  • PAULA FERNANDA ARRUDA MAIA
  • Evolução e diversificação no crânio e mandíbula das cuícas do gênero Marmosa Gray, 1821 (Didelphimorphia, Didelphidae)

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROGERIO VIEIRA ROSSI
  • ANA PAULA CARMIGNOTTO
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • Data: 28/09/2022

  • Mostrar Resumo
  • O gênero Marmosa é atualmente o maior em número de espécies da família Didelphidae, com animais que variam da textura e coloração na pelagem ao tamanho do comprimento do corpo. Como também, apresentam grandes diferenças na sua distribuição geográfica, no uso do habitat, hábitos alimentares e morfologia craniana e mandibular. Os objetivos deste estudo foram caracterizar e quantificar a diversidade e diversificação morfológica da forma do crânio e da mandíbula em espécies de Marmosa; e relacionar esta diversidade com os diversos fatores que possam estar a influenciando, como a filogenia. Analisei a forma do crânio e da mandíbula empregando a morfometria geométrica 2D, em 460 espécimes de 16 espécies do gênero Marmosa. Avaliei os principais eixos de variação da forma por meio da análise de componentes principais (PCA). Ao espaço da forma sobrepus a filogenia mais recente e completa do gênero, delimitando assim um filomorfoespaço. Os resultados indicaram que, de maneira geral, há diferenças significativas da forma em oito das 16 espécies analisadas de Marmosa, mesmo considerando a grande quantidade de sobreposições entre as espécies e subgêneros. Há variação intraespecifica e interespecífica da forma craniana e mandibular em todas as vistas nos subgêneros Micoureus, Exulomarmosa e Marmosa. As espécies de Stegomarmosa e Eomarmosa apresentam forma craniana conservada. Todas as vistas do crânio e a mandíbula apresentaram sinal filogenético significativo, indicando a estreita relação entre forma e filogenia. Entre as espécies, duas divergiram em todas as vistas do crânio e na vista mandibular do filomorfoespaço. A maioria das espécies se agruparam de acordo com a filogenia conhecida. Porém, na vista ventral da mandíbula apenas as espécies de Micoureus agrupam-se.


  • Mostrar Abstract
  • O gênero Marmosa é atualmente o maior em número de espécies da família Didelphidae, com animais que variam da textura e coloração na pelagem ao tamanho do comprimento do corpo. Como também, apresentam grandes diferenças na sua distribuição geográfica, no uso do habitat, hábitos alimentares e morfologia craniana e mandibular. Os objetivos deste estudo foram caracterizar e quantificar a diversidade e diversificação morfológica da forma do crânio e da mandíbula em espécies de Marmosa; e relacionar esta diversidade com os diversos fatores que possam estar a influenciando, como a filogenia. Analisei a forma do crânio e da mandíbula empregando a morfometria geométrica 2D, em 460 espécimes de 16 espécies do gênero Marmosa. Avaliei os principais eixos de variação da forma por meio da análise de componentes principais (PCA). Ao espaço da forma sobrepus a filogenia mais recente e completa do gênero, delimitando assim um filomorfoespaço. Os resultados indicaram que, de maneira geral, há diferenças significativas da forma em oito das 16 espécies analisadas de Marmosa, mesmo considerando a grande quantidade de sobreposições entre as espécies e subgêneros. Há variação intraespecifica e interespecífica da forma craniana e mandibular em todas as vistas nos subgêneros Micoureus, Exulomarmosa e Marmosa. As espécies de Stegomarmosa e Eomarmosa apresentam forma craniana conservada. Todas as vistas do crânio e a mandíbula apresentaram sinal filogenético significativo, indicando a estreita relação entre forma e filogenia. Entre as espécies, duas divergiram em todas as vistas do crânio e na vista mandibular do filomorfoespaço. A maioria das espécies se agruparam de acordo com a filogenia conhecida. Porém, na vista ventral da mandíbula apenas as espécies de Micoureus agrupam-se.

13
  • ARIELY DOMINGOS DOS SANTOS
  • Revisão Taxonômica do gênero Licornia Van Beneden, 1850 (Bryozoa, Cheilostomatida)

  • Orientador : LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO VERONESI FUKUDA
  • ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
  • LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • PAULA BRAGA GOMES
  • Data: 04/10/2022

  • Mostrar Resumo
  • O gênero Licornia van Beneden, 1850 apresenta espécies bem distribuídas nos oceanos. Por apresentar características morfológicas complexas e dimorfismo colonial, a distinção de algumas espécies do gênero é considerada confusa. Pesquisas realizadas com base em análises morfológicas e molecular mostram que é possível que o gênero inclui ao menos um complexo de espécie que requer revisão taxonômica. Desse modo, este trabalho visou esclarecer a identidade taxonômica das espécies do gênero Licornia, baseando-se em análises morfológicas. O estudo foi embasado em análise de micrografias obtidas em microscópio eletrônico de varredura (MEV) de materiais tipo depositados em diferentes museus no Brasil e exterior. Foi realizado um estudo detalhado dos caracteres morfológicos das espécies do gênero, redescrições, caracterizações e descrições morfológicas com base de aproximadamente 230 espécimes. O estudo revelou os principais caracteres diagnósticos das espécies que incluem: (i) a forma do escudo opesial, (ii) morfologia do aviculário frontal e (iii) espinhos orais. Sete novas espécies para ciência foram reconhecidas, sendo que uma delas, Licornia n. sp.6, é amplamente distribuída no litoral do Brasil e facilmente encontrada em ambientes naturais e artificiais. Morfologicamente, as espécies de Licornia podem ser distintas em dois grandes grupos: “cervicornis-diadema” e “curvata-regularis”, porém analises filogenéticas baseadas na morfologia e dados moleculares são ainda necessários para esclarecer se tais grupos representam táxons distintos na família Candidae.


  • Mostrar Abstract
  • O gênero Licornia van Beneden, 1850 apresenta espécies bem distribuídas nos oceanos. Por apresentar características morfológicas complexas e dimorfismo colonial, a distinção de algumas espécies do gênero é considerada confusa. Pesquisas realizadas com base em análises morfológicas e molecular mostram que é possível que o gênero inclui ao menos um complexo de espécie que requer revisão taxonômica. Desse modo, este trabalho visou esclarecer a identidade taxonômica das espécies do gênero Licornia, baseando-se em análises morfológicas. O estudo foi embasado em análise de micrografias obtidas em microscópio eletrônico de varredura (MEV) de materiais tipo depositados em diferentes museus no Brasil e exterior. Foi realizado um estudo detalhado dos caracteres morfológicos das espécies do gênero, redescrições, caracterizações e descrições morfológicas com base de aproximadamente 230 espécimes. O estudo revelou os principais caracteres diagnósticos das espécies que incluem: (i) a forma do escudo opesial, (ii) morfologia do aviculário frontal e (iii) espinhos orais. Sete novas espécies para ciência foram reconhecidas, sendo que uma delas, Licornia n. sp.6, é amplamente distribuída no litoral do Brasil e facilmente encontrada em ambientes naturais e artificiais. Morfologicamente, as espécies de Licornia podem ser distintas em dois grandes grupos: “cervicornis-diadema” e “curvata-regularis”, porém analises filogenéticas baseadas na morfologia e dados moleculares são ainda necessários para esclarecer se tais grupos representam táxons distintos na família Candidae.

14
  • LARISSA BETTCHER BRITO
  • INVENTÁRIO DOS PORÍFEROS DO ENTREMARÉS DA COSTA DO DESCOBRIMENTO (BAHIA)

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
  • JOANA CAROLINA FREIRE SANDES SANTOS
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 28/10/2022

  • Mostrar Resumo
  • Filo Porifera é considerado o grupo de metazoário mais antigo vivente. São encontrados tanto em ambientes dulciaquícolas como marinhos, da zona entre marés até a abissal, assim como das regiões polares às tropicais. Atualmente há mais de 9507 espécies de poríferos consideradas válidas. O grupo apresenta diversas funções ecológicas, fisiológicas e até mesmo servir de abrigo para outros animais. No Brasil há cerca de 603 registros válidos de espécies de poríferos, dos quais mais de 150 foram efetuados para o Estado da Bahia, mas acredita-se que esse número está subestimado. Para a Costa do Descobrimento há apenas 16 registros de espécies, estando nitidamente subamostrada. O presente trabalho tem como objetivo realizar o inventário de poríferos no entre marés dos recifes de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. As coletas foram realizadas em quatro arrecifes localizados em Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. Foram coletados 205 espécimes, gerando um total de 101 espécies de esponjas, das quais 40 estão a nível de gênero, com possibilidade de algumas serem novas para a ciência. Além disso, foram identificados 6 novos registros de espécies para o Brasil sendo eles: Prosuberites laughlini, Cliona amplicavata, Cliona cf. mucronata, Haliclona (Halichoclona) albifragilis, Haliclona (Reniera) tubífera e Halisarca caerulea. Além de um registro de espécie criptogênica ocorrendo na costa brasileira, que também é registrada originalmente para o Havai, a Haliclona (Reniera) laubelfelsi. Concluímos o trabalho com a realização de um guia de identificação de esponjas para a Costa do Descobrimento, que será disponibilizado online. Esse estudo fornece dados para a gestão das unidades de conservação locais, e para o monitoramento ambiental das praias apontando a diversidade de espécies de poríferos presentes no entre marés.


  • Mostrar Abstract
  • Filo Porifera é considerado o grupo de metazoário mais antigo vivente. São encontrados tanto em ambientes dulciaquícolas como marinhos, da zona entre marés até a abissal, assim como das regiões polares às tropicais. Atualmente há mais de 9507 espécies de poríferos consideradas válidas. O grupo apresenta diversas funções ecológicas, fisiológicas e até mesmo servir de abrigo para outros animais. No Brasil há cerca de 603 registros válidos de espécies de poríferos, dos quais mais de 150 foram efetuados para o Estado da Bahia, mas acredita-se que esse número está subestimado. Para a Costa do Descobrimento há apenas 16 registros de espécies, estando nitidamente subamostrada. O presente trabalho tem como objetivo realizar o inventário de poríferos no entre marés dos recifes de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. As coletas foram realizadas em quatro arrecifes localizados em Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. Foram coletados 205 espécimes, gerando um total de 101 espécies de esponjas, das quais 40 estão a nível de gênero, com possibilidade de algumas serem novas para a ciência. Além disso, foram identificados 6 novos registros de espécies para o Brasil sendo eles: Prosuberites laughlini, Cliona amplicavata, Cliona cf. mucronata, Haliclona (Halichoclona) albifragilis, Haliclona (Reniera) tubífera e Halisarca caerulea. Além de um registro de espécie criptogênica ocorrendo na costa brasileira, que também é registrada originalmente para o Havai, a Haliclona (Reniera) laubelfelsi. Concluímos o trabalho com a realização de um guia de identificação de esponjas para a Costa do Descobrimento, que será disponibilizado online. Esse estudo fornece dados para a gestão das unidades de conservação locais, e para o monitoramento ambiental das praias apontando a diversidade de espécies de poríferos presentes no entre marés.

15
  • ADRIANA LOPES PAIVA
  • Revisão taxonômica do subgênero Malagoniella (Megathopomima) Martínez, 1961 (Coleoptera: Scarabaeidae, Scarabaeinae)

  • Orientador : LUCIANA IANNUZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELY CARDOSO VALOIS DE LIMA
  • FABIO CORREIA COSTA
  • LUCIANA IANNUZZI
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 31/10/2022

  • Mostrar Resumo
  • Malagoniella (Megathopomima) Martínez, 1961 foi proposto como gênero de Scarabaeinae (Scarabaeidae) para alocar sete espécies de pequeno porte de Megathopa, tendo sido classificado como subgênero de Malagoniella em 1966 e mantido atualmente. A falta de uma descrição detalhada e de uma definição precisa tem dificultado a identificação do táxon. Neste trabalho, Malagoniella (Megathopomima), Megathopa e as respectivas espécies foram revisados com o objetivo de propormos melhor definição para os taxa envolvidos e verificação do status taxonômico de ambos. Malagoniella (Megathopomima) é proposto como sinônimo júnior de Megathopa Eschscholtz, 1822, gênero que passa a conter 11 espécies: Megathopa villosa Eschscholtz, 1822 (espécie-tipo); M. violacea Blanchard, 1843; M. aeneicollis Waterhouse, 1890; M. bicolor (Guérin-Méneville, 1839); M. chalybaea Blanchard, 1843; M. cupreicollis Waterhouse, 1890; M. magnifica Balthasar, 1843; M. puncticollis Blanchard, 1843; M. tubericeps Gillet, 1911; M. sp. n. 1 e M. sp. n. 2. Ao longo da revisão, Megathopa e suas espécies foram redescritos e duas espécies novas foram propostas. São apresentadas diagnoses para o gênero e espécies, chave de identificação taxonômica para as espécies, além de dados de material examinado, distribuição geográfica e biológicos quando disponíveis.


  • Mostrar Abstract
  • Malagoniella (Megathopomima) Martínez, 1961 foi proposto como gênero de Scarabaeinae (Scarabaeidae) para alocar sete espécies de pequeno porte de Megathopa, tendo sido classificado como subgênero de Malagoniella em 1966 e mantido atualmente. A falta de uma descrição detalhada e de uma definição precisa tem dificultado a identificação do táxon. Neste trabalho, Malagoniella (Megathopomima), Megathopa e as respectivas espécies foram revisados com o objetivo de propormos melhor definição para os taxa envolvidos e verificação do status taxonômico de ambos. Malagoniella (Megathopomima) é proposto como sinônimo júnior de Megathopa Eschscholtz, 1822, gênero que passa a conter 11 espécies: Megathopa villosa Eschscholtz, 1822 (espécie-tipo); M. violacea Blanchard, 1843; M. aeneicollis Waterhouse, 1890; M. bicolor (Guérin-Méneville, 1839); M. chalybaea Blanchard, 1843; M. cupreicollis Waterhouse, 1890; M. magnifica Balthasar, 1843; M. puncticollis Blanchard, 1843; M. tubericeps Gillet, 1911; M. sp. n. 1 e M. sp. n. 2. Ao longo da revisão, Megathopa e suas espécies foram redescritos e duas espécies novas foram propostas. São apresentadas diagnoses para o gênero e espécies, chave de identificação taxonômica para as espécies, além de dados de material examinado, distribuição geográfica e biológicos quando disponíveis.

16
  • GABRIEL SILVA DE SOUZA NUNES
  • Taxonomia e História Natural das Esponjas Arborícolas Amazônicas

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • EDUARDO CARLOS MEDUNA HAJDU
  • LUDIMILA CALHEIRA LAURINDO
  • Data: 31/10/2022

  • Mostrar Resumo
  • Bacia Amazônica congregar a maior biodiversidade de espécies de esponjas da Região Neotropical, contudo, apenas duas espécies são conhecidas como esponjas arborícolas e formam congregações massivas nos galhos das árvores: Drulia brownii (Bowerbank, 1863) e Metania reticulata (Bowerbank, 1863). As esponjas arborícolas são abundantes em águas amazônicas, contudo, pouco se sabe sobre a história natural desses organismos, sendo as mesmas negligenciadas em programas de monitoramento e conservação nesses ambientes. Sendo assim, estudos desse cunho se caracterizam como pontos de partida para a estruturação do conhecimento desses poríferos. A presença destas esponjas neste ecossistema também é importante para outras espécies de esponjas que as utilizam como substrato, sendo a identificação destes epibiontes parte vital da história natural das esponjas arborícolas. Duas importantes questões na taxonomia de poríferos amazônicos são: (a) definir o status taxonômico de D. brownii, espécie que tem sido confundida durante as últimas décadas com Drulia uruguayensis Bonetto &amp; Ezcurra de Drago, 1968, a qual ja foi sinonimizada e depois teve seu status de espécie revitalizado baseado em caracteres morfológicos duvidosos; e (b) definir o status taxônomico dos espécimes identificados como T. pennsylvanica (Potts, 1882) na Amazônia, uma vez que os espécimes identificados nos EUA e Canadá diferem em suas características dos espécimes amazônicos. Neste sentido se torna necessária a revisão de amplo material identificados como pertencente a ambas espécies, para resolver a problemática desse complexo de espécies. Foram encontrados seis gêneros de Poríferos colonizando o esqueleto das esponjas arborícolas, sendo seis espécies divididas entre quatro gêneros para D. brownii e três espécies divididas entre dois gêneros para M. reticulata. Entre outros organismos, destacamos a presença da briófita Fissidens brachypus, Buck &amp; Sprussel, 1980 epibionte em D. brownii, aumentando a distribuição dessa briófita que era restrita somente a M. reticulata. A análise taxônomica dos espécimes de D. brownii coletados de diferentes localidades na Amazônia e dos espécimes identificados como D. uruguayensis não revelou diferenças micrométricas entre os tipos espiculares, estabelecendo D. uruguayensis como sinonímia júnior de D. brownii. Resultados distintos foram encontrados para as análises micrométricas de Tubella pennsylvanica (Potts, 1882), que mostraram que os espécimes amazônicos são distintos dos encontrados na América do Norte, assim, consideramos todos os registros de T. pennsylvanica para o Brasil como Tubella sp. nov. O presente estudo realça a necessidade de revisão de espécimes de diferentes localidades da Amazônia a fim de atualizar o status taxonômico das espécies.


  • Mostrar Abstract
  • Bacia Amazônica congregar a maior biodiversidade de espécies de esponjas da Região Neotropical, contudo, apenas duas espécies são conhecidas como esponjas arborícolas e formam congregações massivas nos galhos das árvores: Drulia brownii (Bowerbank, 1863) e Metania reticulata (Bowerbank, 1863). As esponjas arborícolas são abundantes em águas amazônicas, contudo, pouco se sabe sobre a história natural desses organismos, sendo as mesmas negligenciadas em programas de monitoramento e conservação nesses ambientes. Sendo assim, estudos desse cunho se caracterizam como pontos de partida para a estruturação do conhecimento desses poríferos. A presença destas esponjas neste ecossistema também é importante para outras espécies de esponjas que as utilizam como substrato, sendo a identificação destes epibiontes parte vital da história natural das esponjas arborícolas. Duas importantes questões na taxonomia de poríferos amazônicos são: (a) definir o status taxonômico de D. brownii, espécie que tem sido confundida durante as últimas décadas com Drulia uruguayensis Bonetto &amp; Ezcurra de Drago, 1968, a qual ja foi sinonimizada e depois teve seu status de espécie revitalizado baseado em caracteres morfológicos duvidosos; e (b) definir o status taxônomico dos espécimes identificados como T. pennsylvanica (Potts, 1882) na Amazônia, uma vez que os espécimes identificados nos EUA e Canadá diferem em suas características dos espécimes amazônicos. Neste sentido se torna necessária a revisão de amplo material identificados como pertencente a ambas espécies, para resolver a problemática desse complexo de espécies. Foram encontrados seis gêneros de Poríferos colonizando o esqueleto das esponjas arborícolas, sendo seis espécies divididas entre quatro gêneros para D. brownii e três espécies divididas entre dois gêneros para M. reticulata. Entre outros organismos, destacamos a presença da briófita Fissidens brachypus, Buck &amp; Sprussel, 1980 epibionte em D. brownii, aumentando a distribuição dessa briófita que era restrita somente a M. reticulata. A análise taxônomica dos espécimes de D. brownii coletados de diferentes localidades na Amazônia e dos espécimes identificados como D. uruguayensis não revelou diferenças micrométricas entre os tipos espiculares, estabelecendo D. uruguayensis como sinonímia júnior de D. brownii. Resultados distintos foram encontrados para as análises micrométricas de Tubella pennsylvanica (Potts, 1882), que mostraram que os espécimes amazônicos são distintos dos encontrados na América do Norte, assim, consideramos todos os registros de T. pennsylvanica para o Brasil como Tubella sp. nov. O presente estudo realça a necessidade de revisão de espécimes de diferentes localidades da Amazônia a fim de atualizar o status taxonômico das espécies.

Teses
1
  • PATRICIA PILATTI ALVES
  • Variação morfológica e distribuição geográfica em morcegos nectarívoros dos gêneros Xeronycteris Lonchophylla (Chiroptera: Phyllostomidae: Lonchophyllinae) com ocorrência no Brasil

  • Orientador : DIEGO ASTUA DE MORAES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELA DIAS
  • DANIELA MUNHOZ ROSSONI
  • GUILHERME SINICIATO TERRA GARBINO
  • ANA CAROLINA D'OLIVEIRA PAVAN
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • Data: 16/05/2022

  • Mostrar Resumo
  • Devido aos serviços ecológicos que oferecem enquanto polinizadores, os morcegos nectarívoros ocupam um lugar-chave na reprodução de espécies vegetais, contribuindo para a manutenção das formações vegetais e dos ambientes em que ocorrem. Na região Neotropical, ocorrem pelo menos duas linhagens evolutivas distintas destes morcegos, classificados em duas subfamílias da família Phyllostomidae: Glossophaginae e Lonchophyllinae, representadas no Brasil por nove espécies cada. No presente trabalho, exploro a variação morfológica em espécies de Lonchophyllinae de ocorrência no Brasil como etapa inicial no estudo da diversidade do gênero, com o objetivo de contribuir para delinear os limites taxonômicos e geográficos das espécies, com foco no gênero Lonchophylla. No primeiro capítulo, apresento uma breve revisão histórica da construção do conhecimento acerca da diversidade de morcegos, partindo desde as primeiras classificações sistemáticas, passando pelas primeiras discussões sobre a classificação dos morcegos nectarívoros, até o estado da arte atual para este grupo taxonômico, detalhando por fim os objetivos específicos da presente pesquisa. No segundo capítulo, apresento um estudo aprofundado da variação morfológica no gênero monotípico loncofilíneo Xeronycteris, com atualizações na distribuição geográfica de Xeronycteris vieirai, colocando em perspectiva a sua relação com espécies simpátricas de Lonchophylla e discutindo questões sobre endemismo a áreas secas do Brasil. No terceiro capítulo, apresento o estudo da variação morfológica das espécies de Lonchophylla com ocorrência no Brasil, contextualizando tanto a posição do gênero Lonchophylla em relação aos demais gêneros da subfamília, como a variação encontrada dentro do gênero. Discuto a existência de uma descontinuidade morfológica entre as espécies brasileiras, comparo a variação entre elas, apresento evidências que sugerem a existência de táxons não descritos pela ciência entre as populações estudadas, e aponto as questões que ainda exigem estudos e métodos adicionais para o preenchimento das lacunas no conhecimento do grupo. Nos apêndices 1 e 2, incluo dados e informações obtidos no levantamento de espécimes, indicando coleções que contém o material estudado e/ou consultado nesta pesquisa. No apêndice 3, incluo as listas sinonímicas das espécies de Lonchophylla válidas atualmente. No apêndice 4, incluo novos registros para o gênero Hsunycteris no Brasil.


  • Mostrar Abstract
  • Xeronycteris é um gênero monotípico da subfamília Lonchophyllinae, com Xeronycteris vieirai como espécie-tipo, sendo endêmico do Brasil. A partir de 38 espécimes depositados em coleções científicas, incluindo os exemplares da série-tipo, usamos ferramentas de morfometria tradicional e geométrica para acessar e descrever a variação morfológica da maior amostra de Xeronycteris reunida até o momento. Comparamos a morfologia craniana ao longo de sua distribuição geográfica, indicando caracteres úteis na diagnose da espécie em campo comparando-a com outra espécie de ocorrência simpátrica. Atualizamos a distribuição geográfica da espécie, incluindo registros nos biomas do Cerrado e da Caatinga não publicados anteriormente, e atualmente Xeronycteris tem registros em 14 localidades no Brasil, confirmados a partir de 50 espécimes disponíveis em coleções científicas. Apresenta uma substancial variação morfológica nas diferentes regiões do crânio estudadas, principalmente face, caixa craniana e articulação temporomandibular. Apresentou ainda uma diferenciação nesses caracteres entre os exemplares estudados do Cerrado e da Caatinga. Discutimos o endemismo da espécie aos biomas estudados e aspectos funcionais da variação morfológica encontrada, contextualizando Xeronycteris tanto dentro da família Phyllostomidae quanto em relação aos demais morcegos nectarívoros. Por fim, indicamos os aspectos cranianos que podem ser mais úteis em pesquisas futuras a respeito do desenvolvimento e evolução desta espécie.

2
  • JENNIFER DE SOUSA BARROS PEREIRA
  • Seleção e uso de cavernas por morcegos e suas implicações para a classificação de relevância destes ambientes

  • Orientador : ENRICO BERNARD
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIDA OTALORA-ARDILA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • DIEGO DE MEDEIROS BENTO
  • ENRICO BERNARD
  • RODRIGO LOPES FERREIRA
  • Data: 20/06/2022

  • Mostrar Resumo
  • Cavernas estão entre os abrigos mais importantes para centenas de espécies de morcegos, sendo possível encontrar cavernas com alta riqueza, atingindo até mais de 20 espécies. Entretanto, cavernas podem ser formadas em diferentes litologias (e.g. carbonáticas, ferruginosas, quartizíticas ou areníticas) e suas características físicas e estruturais podem influenciar a preferência de diferentes espécies, sendo, inclusive, possível diferenciar as espécies de acordo com seu nível de uso das cavernas. Essa preferência e relação com a
    caverna pode ser mais ou menos forte, sendo que para algumas espécies chega a ser restrita, como o caso de espécies que formam grandes colônias e dependem das cavernas para manter suas populações. Entretanto, as cavernas são consideradas um dos ecossistemas menos conhecidos e mais vulneráveis, sendo altamente ameaçados por atividades antrópicas, como a mineração. No Brasil, essa situação não é diferente, e a legislação estabelece que cavernas localizadas em áreas de empreendimentos devem ser classificadas quanto sua relevância. Entretanto, considerando o interesse na proteção dos morcegos, as diretrizes para essa classificação carecem de melhorias e atualizações. O país conta com 73 espécies de morcegos já registrada em cavernas, incluindo espécies nacionalmente ameaçadas, e outras espécies que formam grandes colônias em cavernas. Considerando que a conservação dos morcegos bem como de seus abrigos, é necessária, a presente tese tem dois objetivos principais: No primeiro, ecológico, avaliei como as características físicas e ambientais de cavernas influenciam na riqueza, elevada abundância e seleção de habitat em diferentes espécies de morcegos em colônias com milhares de indivíduos. A partir de análises ecológicas, verifiquei a relação direta de espécies do gênero Pteronotus influenciando a variação de temperatura nas cavernas, que por sua vez foi associada a riquezas maiores. Assim, constatei uma influência indireta de Pteronotus na riqueza das cavernas, destacando a importância de proteger essas espécies e as cavernas que lhes servem de abrigo, beneficiando também as outras espécies de morcegos. No segundo objetivo desta tese, meu foco foi na conservação de morcegos e cavernas, por meio de proposições para melhorias de políticas públicas que tratam do licenciamento ambiental
    envolvendo ambientes cársticos no Brasil. Nesta parte da tese, meus objetivos foram: i) identificar as falhas e lacunas existentes na legislação brasileira espeleológica sob a perspectiva da conservação dos morcegos; ii) propor soluções para os problemas encontrados, através de um protocolo de classificação de relevância de cavernas; e iii) preencher lacunas, através de análises complementares em relação a riqueza, raridade e abundância de morcegos em cavernas no Brasil, visando gerar subsídios para tomadores-de-decisão e estratégias de conservação. Assim, incialmente revisei os critérios utilizados para classificar a relevância de cavernas no processo de licenciamento ambiental, com ênfase nos morcegos, e identifiquei diversos pontos que poderiam ser atualizados. Com base em estudos internacionais de priorização de cavernas, elaborei uma primeira versão de um protocolo para classificação de cavernas, considerando os morcegos como grupo focal. Essa versão foi enviada para especialistas para apreciação e, após feedback, foi novamente revisada, sendo a versão atualizada a apresentada nesta tese. As análises complementares por mim realizadas, demostraram que a riqueza de espécies de morcegos nas cavernas responde à diferentes litologias. Mais além, a raridade de espécies de morcegos em cavernas deve ser avaliada, considerando também o tipo de uso que as espécies fazem das cavernas. Proponho ainda que abundâncias excepcionais, um critério indicado na normativa, devem ser consideradas aquelas com valores iguais ou superiores a cinco vezes a média de abundância da espécie em determinada região. Finalizo propondo o uso e padronização de metodologias essenciais para o estudo de morcegos em ambientes cársticos. Tais soluções suportam os critérios definidos no protocolo de classificação de relevância de cavernas proposto, que, se aplicado no licenciamento ambiental, poderá contribuir para uma análise de relevância mais precisa, ao menos no que tange a proteção dos morcegos e as cavernas por eles utilizadas.


  • Mostrar Abstract
  • Morcegos selecionam seus abrigos de maneira espécie-específica, e as características ideais para essa seleção podem estar relacionadas às diferentes necessidades fisiológicas e adaptativas de cada espécie. Para espécies que formam colônias com abundâncias excepcionais a escolha dos abrigos é ainda mais importante e necessária para que consigam manter suas populações. Dessa forma, avaliamos como as características físicas e ambientais de cavernas no Nordeste do Brasil influenciam a formação de colônias excepcionais de espécies do gênero Pteronotus, bem como também a riqueza e a composição nessas cavernas. Foram coletados dados de tamanho, estabilidade e características do teto das cavernas, bem como dados de temperatura e umidade. A riqueza e composição de espécies foram estimadas por meio de captura e bioacústica e a abundância por meio de filmagens com câmeras termais infravermelhas. Pteronotus spp. foram positivamente relacionados ao tamanho e estabilidade das cavernas, e com características do teto e influenciaram a variação de temperatura dentro das cavernas. A riqueza foi influenciada também pelo tamanho e estabilidade das cavernas, além disso pela amplitude de temperatura. As demais espécies demonstraram preferência por diferentes características climáticas e do teto combinadas. Assim, evidenciamos uma influência indireta da abundância excepcional das espécies de Pteronotus sobre a riqueza e ocupação das outras espécies no interior das cavernas, e que as cavernas favorecem uma coexistência aprimorada das espécies, uma vez que oferecem uma maior amplitude de microambientes disponíveis, reduzindo a sobreposição de nichos em seu interior. Além disso, destacamos o papel como espécie-chave para os ecossistemas e como potencial espécie guarda-chuva de P. gymnonotus e P. personatus, de forma que estratégias conservacionistas para sua proteção e de seus abrigos devem ser realizadas no Brasil.

3
  • ANTONIO MORAES DA SILVA
  • Revisão das espécies de dorso verde estriado do gênero Helicops Wagler, 1828 (Serpentes: Xenodontinae)

  • Orientador : PEDRO MURILO SALES NUNES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CHRISTINE STRUSSMANN
  • DANIELA CRISTINA FERREIRA
  • DANIEL FERNANDES DA SILVA
  • PAULO GUSTAVO HOMEM PASSOS
  • PEDRO MURILO SALES NUNES
  • Data: 14/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • O gênero Helicops Wagler, 1828 compreende uma linhagem monofilética de serpentes aquáticas, distribuídas na América do Sul Cis e Trans-Andina, e Ilha de Trinidad. Atualmente são conhecidas 21 espécies para o gênero, facilmente diagnosticadas pela presença de quilhas nas escamas dorsais. Devido ao forte polimorfismo de coloração, diversas espécies apresentam limites taxonômicos imprecisos, as quais merecem investigação criteriosa. Nesse sentido, as espécies de dorso verde estriado atreladas aos nomes H. carinicaudus (Wied, 1825), H. infrataeniatus Jan, 1865, H. modestus Günther, 1861 e H. trivitattus (Gray, 1849), são exemplos de táxons com variações significativas nos aspectos de coloração ventral e nos parâmetros de folidose, que reflete na instabilidade nomenclatural das espécies. Além disso, filogenias baseadas em dados moleculares e morfológicos sugerem que algumas das espécies de Helicops de dorso verde estriado (i.e., Helicops infrataeniatus e H. modestus) são filogeneticamente próximas a H. leopardinus (Schlegel, 1837), uma espécie que exibe manchas negras dorsais ao longo do corpo. As relações de parentesco entre essas espécies ainda são pouco compreendidas, o que faz desse grupo de espécies importante para uma abordagem que explore a evolução da coloração dorsal estriada no gênero. Diante desse cenário, esta proposta realizou uma ampla revisão das populações pertencentes ao grupo de espécies de dorso verde estriado, empregando uma abordagem integrativa (i.e., dados morfológicos, moleculares e geográficos). Para dar suporte a nossas decisões, foram utilizados dados morfológicos (coloração, folidose, morfometria e hemipênis) de 1273 espécimes e 146 amostras de tecidos de representantes das espécies alvo. Adicionalmente, as séries tipo de cada espécie nominal foram cuidadosamente revisadas, onde confrontarmos as diagnoses originais, com os novos dados acessados, com a finalidade de garantir estabilidade nomenclatural dos táxons. Em síntese, a revisão taxonômica integrativa permitiu reafirmar a identidade de Helicops trivittatus como espécie válida, a qual exibe características morfológicas plenamente compatíveis com a descrição original. Os resultados das análises morfológicas e moleculares evidenciaram relações conflitantes entre H. infrataeniatus, H. modestus e H. leopardinus, as quais compartilham ampla sobreposição de caracteres merísticos e morfométricos e baixa divergência genética entre os terminais. Portanto, diante da existência de diagnose morfológica consistente com suas respectivas descrições originais, suportada por padrões geográficos, decidimos pela manutenção dos nomes tradicionalmente utilizados na taxonomia vigente. Supreendentemente, o nome H. carinicaudus congrega um complexo com três espécies crípticas, virtualmente distribuídas nas áreas de endemismos da Serra do Mar e do sul da Bahia, restrita à faixa litorânea da Mata Atlântica. As populações do complexo distribuídas na área de endemismo do Sul da Bahia, apresentam características morfológicas correspondente àquelas encontradas no holótipo de H. carinicaudus (Wied, 1824) e na descrição original, ficando, portanto, atreladas à espécie nominal. Por outro lado, as duas populações distribuídas na área de endemismo da Serra do Mar, são alopátricas (litoral sul do Rio de Janeiro e litoral de São Paulo até norte do Rio Grande do Sul) e aparecem geograficamente isoladas pelas cadeias de montanhas da Serra do Mar e Serra da Bocaina. Para essas duas últimas populações não há nomes disponíveis na literatura, devendo ser descritas como espécies novas. Finalmente, as análises moleculares revelam que o padrão dorsal verde estriado aparece como uma simplesiomorfia duvidosa no gênero Helicops.


  • Mostrar Abstract
  • We describe a new watersnake species of the genus Helicops from the left bank of the upper Madeira River, southwestern Amazonia, Brazil. Due to its spotted dorsal pattern, it resembles the sympatric species H. hagmanni, H. leopardinus, and H. polylepis, but a combination of features including, scale counts, prominence of dorsal keels, and hemipenial morphology allows its unequivocal recognition. The new species also exhibits oviparous reproduction, representing the fourth egg-laying lineage reported in the genus. The evolution of viviparity among the lineages of Helicops comprises an important debate in the field of the natural history of reptiles, especially regarding the highly unlikely possibilities of reversals from viviparity to oviparity due to constraints of genetic, ecological, and physiological nature. Based on such premises, we reconstructed the reproductive modes within the genus using a preconceived topology and discussed hypothetical scenarios for the emergence of viviparity depending on three possible positions of the new taxon. Finally, we also provide considerations on the apparent restriction of this snake to the left bank of the upper Madeira in the light of classic biogeographic evidence that points to the potential role of this major river as a vicariant element between faunas on its opposite margins.

4
  • ANTONIO ROBERIO GOMES FREIRE FILHO
  • ECOLOGIA COMPORTAMENTAL E IMPACTOS ANTRÓPICOS SOBRE DOIS PRIMATAS AMEAÇADOS DO NORDESTE - SAPAJUS FLAVIUS E ALOUATTA ULULATA

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO DE CARVALHO OLIVEIRA
  • MARCOS DE SOUZA FIALHO
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • MARIA ADELIA BORSTELMANN DE OLIVEIRA
  • MONICA MAFRA VALENCA MONTENEGRO
  • Data: 28/09/2022

  • Mostrar Resumo
  • Estudos que avaliam padrões ecológicos e comportamentais de primatas ameaçados são muito importantes para a ciência. Para direcionar estratégias efetivas de conservação desses animais é essencial avaliar os impactos antrópicos atuais e futuros sobre esses padrões. Diante disso, esta tese objetivou analisar aspectos ecológicos e comportamentais e entender impactos antrópicos sobre duas espécies de primatas ameaçadas de extinção no nordeste do Brasil: Alouatta ululata e Sapajus flavius. Esta tese permeia três temas principais: ecologia comportamental, impactos antrópicos e previsões no comportamento e distribuição das espécies-alvo frente os impactos resultantes de projeções climáticas futuras. No primeiro capítulo, eu avaliei o orçamento comportamental, o uso do espaço e a estrutura social das duas espécies-alvo. Para tal as duas espécies foram monitoradas por 12 meses em anos consecutivos. Sapajus flavius foram monitorados em fragmento de Mata Atlântica em Mataraca, Paraíba, Brasil. Alouatta ululata foram monitorados em um fragmento de caatinga arbórea no município de São Miguel do Tapuio, Piauí, Brasil. Esse capítulo mostra que as espécies apresentam estratégias ecológicas e comportamentais bem distintas, mas com a forte assinatura encontrada para os seus respectivos gêneros. No segundo capítulo, foi avaliado o uso de primatas não-humanos por humanos no Nordeste do Brasil por meio de entrevistas semiestruturais em comunidades locais de três diferentes regiões do Nordeste. Dentre outras coisas, este capítulo mostra que apesar de existir uma relação predominantemente harmônica com as comunidades locais, A. ululata ainda é usado como fonte de alimento e recurso medicinal em algumas áreas através uso de seu osso hioide, e S. flavius também é caçado em algumas áreas para consumo como fonte de proteína. No terceiro capítulo, eu avaliei as influências potenciais das mudanças climáticas no orçamento comportamental e na ecologia das espécies alvo, trazendo novos dados para A. ululata, e traçando um paralelo com dados pré-existentes para S. flavius. Utilizei dados ecológicos e comportamentais coletados e informações sobre temperatura, umidade e pluviosidade para construir Modelos de Equações Estruturais (MEEs). Com base nas projeções de mudanças climáticas para a região informadas pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), eu proponho quais serão os ajustes comportamentais e ecológicos que os indivíduos de A. ululata deverão realizar para sobreviver ao cenário climático futuro. Neste capítulo mostro que em um ambiente mais quente e com taxas pluviométricas menores, A. ululata tenderá a aumentar a frequência relativa de descanso e utilizará copas mais fechadas e/ou mais baixas, enquanto que S. flavius tende aumentar a frequência relativa de uso do chão, de socialização e descanso nas horas mais quentes do dia. No quarto e último capítulo, eu analisei os potenciais impactos das mudanças climáticas nas áreas prioritárias para a conservação de A. ululata e SFlavius. Inicialmente, eu construí o nicho climático para o tempo presente as espécies-alvo com base em um consenso de modelos (ensemble). Defini as áreas prioritárias para a conservação das espécies e avaliei por meio de um ensemble projetado para o futuro como que as mudanças climáticas poderiam afetar essas áreas. Os resultados mostraram que para S. flavius ocorrerá uma perda de nicho climático ao sul de sua distribuição geográfica (estado de Alagoas, principalmente) e um ganho mais ao norte (estado do Rio Grande do Norte). Para A. ululata projeta-se uma perda de nicho climático para a região centro-norte do Piauí. Esta tese fornece informações importantes sobre aspectos ecológicos e comportamentais das espécies-alvo e demonstra como que os impactos antrópicos ameaçam a existência desses animais hoje e no futuro. Com esses resultados, espero contribuir com direcionamentos para conservação das duas espécies-alvo.


  • Mostrar Abstract
  • Nós avaliamos e comparamos os ajustes comportamentais de Sapajus flavius Alouatta ululata com variações naturais em seus ambientes. Ambas as espécies ocorrem na Caatinga e na Mata Atlântica, mas investigamos S. flavius na Mata Atlântica e A. ululata na Caatinga. Descobrimos que o orçamento da atividade e o uso do habitat podem ser usados para discriminar essas espécies. Alouatta ululata na Caatinga compartilhou a assinatura comportamental das espécies de Alouatta que vivem na Mata Atlântica, com comportamento de "repouso" predominante em seu orçamento de atividade. Sapajus flavius apresentou o comportamento característico de macacos-prego, tendo “forrageamento/alimentação” e “locomoção” como atividades predominantes em seu orçamento comportamental.

5
  • EVERTHON DE ALBUQUERQUE XAVIER
  • BIOINVASÕES MARINHAS DO BRASIL: COMPOSIÇÃO, DETECÇÃO E MONITORAMENTO DE BRIOZOÁRIOS EM SUBSTRATOS ARTIFICIAIS

  • Orientador : LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROSANA MOREIRA DA ROCHA
  • LUIS FELIPE SKINNER
  • TITO MONTEIRO DA CRUZ LOTUFO
  • LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • Data: 05/10/2022

  • Mostrar Resumo
  • A bioinvasão é o fenômeno decorrente da introdução e estabelecimento de uma espécie fora de sua área de origem, trazendo danos à comunidade local e até substituindo espécies nativas. Esse processo está cada vez mais atrelados às atividades humanas, já que os ambientes artificiais, como portos e marinas, costumam ser portas de entrada para espécies exóticas. Dentre os grupos taxonômicos mais comuns na fauna exótica e invasora, destaca-se o Filo Bryozoa. Os briozoários são indivíduos com intenso recrutamento larval, crescimento colonial rápido e com grande tolerância à variações ambientais, o que torna o grupo um dos mais representativos da comunidade do fouling. Por isso, entender a relação dos briozoários com as áreas artificiais é um passo importante para prevenir o estabelecimento e disseminação de potenciais organismos bioinvasores. Desta forma, esse estudo buscou investigar a composição da comunidade incrustante de briozoários em substratos artificiais no Brasil. A pesquisa realizou expedições de Rapid Assessment Survey em diferentes áreas do Brasil e conduziu um experimento no Iate Clube do Natal (Rio Grande do Norte) com placas de recrutamento de diferentes tipos de substrato e orientação. Todo material foi encaminhado ao Laboratório de Estudos de Bryozoa (LAEBry) da UFPE onde foi identificado e analisado. Foram encontradas 132 espécies de briozoários nas áreas artificiais e adjacentes estudadas, dais quais 14 foram classificadas como exóticas, 67 criptogênicas e 51 nativas. Observou-se que as assembleias de briozoários das áreas artificiais comerciais (portos) e das áreas recreativas (iate clubes e marinas) variam ao longo dos trechos costeiros (ecorregiões) do Brasil, sem diferenças significativas entre os tipos de ambientes artificiais analisados. O mesmo ocorre quando se compara áreas naturais e artificiais. Características do substrato, tais como tipo e posição, são fatores importantes para a comunidade de briozoários marinhos em áreas artificiais, principalmente se formam ambientes mais protegidos da luminosidade e sedimentação (parte inferior de uma estrutura horizontal). Substratos derivados de materiais plásticos e metais demonstraram-se ser mais atrativos para as larvas de briozoários. Nota-se que há um grande número de espécies nativas em áreas artificiais, o que pode permitir a dispersão desses indivíduos para outras localidades. Por isso, são necessários mais estudos para compreender esse processo de recrutamento e estabelecimento de briozoários em áreas artificiais, para se criar métodos mais eficazes de manejo e conservação.


  • Mostrar Abstract
  • As áreas costeiras artificiais, como portos e marinas, são portas de entrada para a introdução e dispersão de espécies. Estudos sobre a comunidade incrustante nesses habitats ajudam na prevenção de impactos ambientais e manejo de espécies invasoras. Assim, foi realizado um levantamento da fauna de briozoários incrustantes ao longo de 17 áreas (oito portos e nove marinas) de três trechos costeiros no Atlântico Sudoeste. Um total de 55 espécies foram identificadas, incluindo 13 táxons não-nativos, 33 táxons criptogênicos e nove táxons nativos. Apenas cinco espécies de briozoários foram encontrados em mais de 75% dos locais amostrados. Nossa análise revelou que as comunidades de incrustação de briozoários em áreas artificiais não variam significativamente entre localidades comerciais (portos) e recreativas (marinas). No entanto, constatamos também que as assembleias faunísticas variaram significativamente ao longo de trechos costeiros brasileiros, que se distinguem por condições ambientais, como salinidade e temperatura.

6
  • FERNANDA ITO DOS SANTOS
  • Análise da estrutura genética de morcegos em bat caves do Nordeste brasileiro

  • Orientador : ENRICO BERNARD
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROBERTO LEONAN MORIM NOVAES
  • ROMINA DO SOCORRO DA SILVA BATISTA
  • VALERIA DA CUNHA TAVARES
  • ENRICO BERNARD
  • LUCIANO NICOLAS NAKA
  • Data: 14/10/2022

  • Mostrar Resumo
  • Conhecidas como bat caves, algumas cavernas encontradas na região Neotropical se caracterizam por abrigar populações excepcionais de morcegos (&gt;&gt;10.000 indivíduos). As populações destas cavernas tem grande importância ecológica, participando de uma variedade de processos essenciais para a manutenção do ecossistema cavernícola e também prestando diversos serviços ecossistêmicos no ambiente externo à caverna. Apesar de o conhecimento a respeito destas cavernas ainda ser incipiente, estudos recentes no Brasil apontam que as grandes colônias das bat caves do Nordeste podem ultrapassar 200,000 indivíduos, são formadas por morcegos do gênero Pteronotus e experienciam grandes flutuações no tamanho populacional em curtos períodos de tempo. Tal variação sugere que existam movimentações entre estes abrigos e que o uso das bat caves é feito de forma muito mais dinâmica do que antes imaginado. Avanços científicos e tecnológicos permitiram novas abordagens para o estudo do deslocamento de morcegos Neotropicais, entre eles a análise molecular da estrutura genética de populações. Uma variedade de fatores, assim como a combinação deles, tem influência na estrutura populacional de uma espécie. Entre eles pode-se citar a distância geográfica entre as populações, diferenças na paisagem, capacidade de dispersão, história evolutiva e até características ecomorfológicas da espécie. Portanto, a análise da conectividade genética entre as subpopulações de duas espécies de morcegos presentes em cavernas geograficamente isoladas preencheria importantes lacunas de conhecimento a respeito do uso das bat caves e das grandes movimentações de morcegos no Brasil. Assim, utilizamos a metodologia ddRADseq para analisar e comparar a estrutura genética populacional de Pteronotus gymnonotus e P. personatus coletados em nove bat caves, distantes até 700 km. Nossos resultados mostram padrões de estruturação distintos entre as espécies, o que sugere um uso bastante dinâmico das cavernas. Pteronotus gymnonotus se apresenta como uma população altamente conectada, enquanto P. personatus apresenta populações estruturadas, porém sem relação com a distância geográfica. Indicando que diferenças na ecologia e biologia das espécies refletem em seus padrões de estrutura genética populacional. Além disso, os resultados sugerem que as espécies realizam movimentações entre as cavernas de forma dinâmica e relacionada com a reprodução. O que as torna áreas prioritárias para a conservação tanto de morcegos quanto do patrimônio espeleológico no país, e sugere que o manejo efetivo deve considerá-las como uma única unidade.


  • Mostrar Abstract
  • Conhecidas como bat caves, algumas cavernas encontradas na região Neotropical se caracterizam por abrigar populações excepcionais de morcegos (&gt;&gt;10.000 indivíduos). As populações destas cavernas tem grande importância ecológica, participando de uma variedade de processos essenciais para a manutenção do ecossistema cavernícola e também prestando diversos serviços ecossistêmicos no ambiente externo à caverna. Apesar de o conhecimento a respeito destas cavernas ainda ser incipiente, estudos recentes no Brasil apontam que as grandes colônias das bat caves do Nordeste podem ultrapassar 200,000 indivíduos, são formadas por morcegos do gênero Pteronotus e experienciam grandes flutuações no tamanho populacional em curtos períodos de tempo. Tal variação sugere que existam movimentações entre estes abrigos e que o uso das bat caves é feito de forma muito mais dinâmica do que antes imaginado. Avanços científicos e tecnológicos permitiram novas abordagens para o estudo do deslocamento de morcegos Neotropicais, entre eles a análise molecular da estrutura genética de populações. Uma variedade de fatores, assim como a combinação deles, tem influência na estrutura populacional de uma espécie.

7
  • ERICA PATRICIA DE LIMA
  • Biologia Reprodutiva dos zoantídeos Palythoa variabilis e Zoanthus sociatus (CNIDARIA: ANTHOZOA) em recifes costeiros de Pernambuco, Brasil

  • Orientador : PAULA BRAGA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANO APARECIDO CHAGAS
  • FELIPE FERREIRA CAMPOS
  • FERNANDA MARIA DUARTE DO AMARAL
  • PAULA BRAGA GOMES
  • SERGIO NASCIMENTO STAMPAR
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 04/11/2022

  • Mostrar Resumo
  • O Brasil possui os únicos recifes do Atlântico Sul e que apresentam características peculiares, tornando-os únicos. Nesse ambiente os zoantídeos formam um grupo dominante, fundamentais para a estrutura e funcionamento das comunidades recifais. Apesar disso, os zoantídeos são pouco estudados, em especial no que se refere a reprodução, aspecto fundamental para entender a distribuição e dinâmica no ambiente. Esse projeto propõe a caracterização da reprodução sexuada e do esforço reprodutivo de duas das espécies de zoantídeos mais abundantes no Brasil, Palythoa variabilis e Zoanthus sociatus, investigando a gametogênese, razão sexual, fertilidade e fecundidade das colônias. A coleta de amostras foi realizada na praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. Foram feitas coletas mensais num período de um ano e meio, onde foram coletados 20 pólipos de cada colônia, em cinco colônias diferentes. Em laboratório foram realizados procedimentos para obtenção de dados de fertilidade, gametogêneses (através de processos histológicos), fecundidade e esforço reprodutivo. Como resultados foram produzidos quatro capítulos englobando os aspectos reprodutivos de cada espécie. No primeiro capítulo foi realizada uma revisão sobre a reprodução sexual de zoantídeos, compilando e analisando informação de artigos científicos. Para tanto,  realizamos um detalhado levantamento bibliográfico nas bases de periódicos científicos. O objetivo foi  analisar a existência de padrões geográficos ou taxonômicos dos aspectos reprodutivos e identificar as lacunas de conhecimento. O segundo e terceiro capítulos tratam da reprodução sexual de P. variabilis e Z. sociatus, respectivamente. Nesses artigos analisamos e verificamos dados de gametogêneses, fertilidade e fecundidade das colônias, além de tratar das relações do ambiente com a reprodução e possíveis influências. O quarto capítulo trata da comparação do esforço reprodutivo entre as espécies de zoantídeos, através de uma análise do fluxo e aporte energético adquirido por cada organismo dentro do ambiente. Os resultados trazem, pela primeira vez no Brasil, entendimento acerca da reprodução sexual de Z. sociatus. Além disso, construímos conhecimentos fundamentais para a ordem Zoantharia, pois esses dados servirão como base para diversos estudos por se tratar de informações básicas mas de fundamental importância para qualquer grupo de organismo.


  • Mostrar Abstract
  • Os zoantídeos possuem ampla distribuição geográfica e batimétrica, fazem parte de recifes costeiros e profundos. Este estudo reúne e atualiza dados reprodutivos em espécies animais e avalia a existência de tendências sistemáticas, batimétricas e geográficas na reprodução do grupo. Apenas 11,6% das espécies conhecidas foram objeto de estudos reprodutivos, principalmente em águas tropicais rasas e no Oceano Atlântico. Mesmo com as lacunas, verificamos que as espécies de Parazoanthidae e Epizoanthidae são gonocóricas, enquanto as famílias Brackycnemina são hermafroditas. Quase todos os zoantídeos liberam gametas na água, apenas Isozoanthus giganteus (liberam juvenis) e Palythoa tuberculosa, liberam larvas de Zoanthella. Observamos que espécies com Symbiodinium sp. apresentam oócitos maiores (principalmente em águas rasas) do que espécies sem simbiose, mostrando a contribuição energética das zooxantelas na gametogênese. O desenvolvimento do mesentério dobrando a camada de tecido gametogênico e aumentando a quantidade de oócitos por mesentério foi observado em Epizoanthus scotinus e Parazoanthus anguicomus. Também observamos que as espécies de Parazoanthidae e Epizoanthidae (águas profundas) tendem a liberar gametas no outono, enquanto Zoanthidae e Sphenopidae (águas rasas) liberam no verão. A profundidade e a temperatura estão fortemente relacionadas com as estratégias reprodutivas observadas, indicando que são mais importantes do que os padrões geográficos. Ainda há lacunas sobre reprodução, estudos em águas profundas (&gt; 50m), águas frias e estudos mensais para melhor avaliar a gametogênese. Os dados de fertilidade e razão sexual são ignorados na maioria dos estudos, e os termos utilizados não são padronizados. Este levantamento reuniu resultados sobre a reprodução em Zoantharia nos últimos 20 anos e mostramos a necessidade de trabalhos desta linhagem para enriquecer as informações sobre os zoantídeos.

2021
Dissertações
1
  • NARJARA TERCIA PIMENTEL
  • A contribuição dos morcegos no input de energia na forma de guano para bat caves no semiárido nordestino

  • Orientador : ENRICO BERNARD
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ENRICO BERNARD
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • RODRIGO LOPES FERREIRA
  • JUAN CARLOS VARGAS MENA
  • Data: 22/02/2021

  • Mostrar Resumo
  • Cavernas são abrigos essenciais para centenas de espécies de morcegos e, frequentemente, desde espécies nectarívoras até frugívoras, insetívoras e hematófagas são encontradas em uma mesma caverna. As cavernas, de forma geral, apresentam elevada estabilidade ambiental e essa estabilidade é desejável para um abrigo em potencial, pois suas características microclimáticas são muitas vezes importantes para a seleção pelos morcegos. Além da diversidade de espécies, algumas cavernas também podem abrigar populações excepcionalmente grandes, de dezenas de milhares até milhões de indivíduos. Estas são as chamadas bat caves ou hot caves. O guano trazido diariamente por morcegos para dentro das cavernas é identificado como essencial para a manutenção de ecossistemas inteiros, pois representa em alguns casos o único ou principal input de energia para centenas de outras espécies da biota cavernícola que não são capazes de saírem destes ambientes. Apesar de relevante, poucos estudos se propuseram a abordar o aporte de guano dos morcegos em ambientes cavernícolas sob o ponto de vista quantitativo, e menos ainda na região Neotropical. Assim, o presente estudo visou avaliar as contribuições dos morcegos no input de guano em cinco bat caves no Nordeste do Brasil (caverna Meu Rei e Furna do Morcego, ambas em Pernambuco; Casa de Pedra e Caverna do Urubu, ambas em Sergipe; e a Furna do Urubu, no Rio Grande do Norte), levando em consideração a riqueza e o tamanho da populações de morcegos nessas cavernas, identificando e estimando os depósitos de guano e suas taxas de acumulação por caverna, e também estimando o input trazido para dentro das cavernas pelos morcegos insetívoros. Para a coleta de dados foram realizados: i) censos populacionais automatizados, ii) resgate do registro de dados da temperatura da caverna, iii) captura e pesagem dos morcegos para estimar o consumo de insetos por noite, iv) instalação de coletores de guano por 96 horas e medidores graduados no piso da caverna para estimar o acúmulo e velocidade de deposição do guano, respectivamente, e v) montagem de grids regulares para estimar a profundidade e o volume de guano em alguns setores da caverna. Esse estudo mostrou que a riqueza e a abundância de morcegos nessas bat caves varia bastante inter- e intra-cavernas, indicando abrigos com alto dinamismo de ocupação. Variações também foram observadas na quantidade de insetos ingeridos pelos morcegos por noite, o que resultou em um aporte de guano espacial e temporalmente heterogêneos nas cavernas. Ainda assim, todas as cavernas amostradas continham depósitos de guano volumosos em seus interiores, confirmando e reforçando o papel dos morcegos como agentes do input de energia – na forma de guano – nestes ambientes. Os resultados apontam ainda que as variações na temperatura da caverna são influenciadas pela quantidade de morcegos em seu interior, permitindo que o monitoramento da temperatura seja usado na reconstrução de padrões de uso dos abrigos pelos morcegos.Este estudo fornece dados quantitativos sobre as contribuições ambientais prestadas pelos morcegos, que estão entre as prioridades para a conservação de morcegos no Brasil, além de contribuir com informações sobre a interação morcego-guano-caverna, demonstrando que todo esse input de energia, além de fornecer microhabitats e fonte de alimento para uma fauna altamente especializada, também contribui para alterações morfológicas nessas bat caves, através de processos altamente complexos.


  • Mostrar Abstract
  • Cavernas são abrigos essenciais para centenas de espécies de morcegos e, frequentemente, desde espécies nectarívoras até frugívoras, insetívoras e hematófagas são encontradas em uma mesma caverna. As cavernas, de forma geral, apresentam elevada estabilidade ambiental e essa estabilidade é desejável para um abrigo em potencial, pois suas características microclimáticas são muitas vezes importantes para a seleção pelos morcegos. Além da diversidade de espécies, algumas cavernas também podem abrigar populações excepcionalmente grandes, de dezenas de milhares até milhões de indivíduos. Estas são as chamadas bat caves ou hot caves. O guano trazido diariamente por morcegos para dentro das cavernas é identificado como essencial para a manutenção de ecossistemas inteiros, pois representa em alguns casos o único ou principal input de energia para centenas de outras espécies da biota cavernícola que não são capazes de saírem destes ambientes. Apesar de relevante, poucos estudos se propuseram a abordar o aporte de guano dos morcegos em ambientes cavernícolas sob o ponto de vista quantitativo, e menos ainda na região Neotropical. Assim, o presente estudo visou avaliar as contribuições dos morcegos no input de guano em cinco bat caves no Nordeste do Brasil (caverna Meu Rei e Furna do Morcego, ambas em Pernambuco; Casa de Pedra e Caverna do Urubu, ambas em Sergipe; e a Furna do Urubu, no Rio Grande do Norte), levando em consideração a riqueza e o tamanho da populações de morcegos nessas cavernas, identificando e estimando os depósitos de guano e suas taxas de acumulação por caverna, e também estimando o input trazido para dentro das cavernas pelos morcegos insetívoros. Para a coleta de dados foram realizados: i) censos populacionais automatizados, ii) resgate do registro de dados da temperatura da caverna, iii) captura e pesagem dos morcegos para estimar o consumo de insetos por noite, iv) instalação de coletores de guano por 96 horas e medidores graduados no piso da caverna para estimar o acúmulo e velocidade de deposição do guano, respectivamente, e v) montagem de grids regulares para estimar a profundidade e o volume de guano em alguns setores da caverna. Esse estudo mostrou que a riqueza e a abundância de morcegos nessas bat caves varia bastante inter- e intra-cavernas, indicando abrigos com alto dinamismo de ocupação. Variações também foram observadas na quantidade de insetos ingeridos pelos morcegos por noite, o que resultou em um aporte de guano espacial e temporalmente heterogêneos nas cavernas. Ainda assim, todas as cavernas amostradas continham depósitos de guano volumosos em seus interiores, confirmando e reforçando o papel dos morcegos como agentes do input de energia – na forma de guano – nestes ambientes. Os resultados apontam ainda que as variações na temperatura da caverna são influenciadas pela quantidade de morcegos em seu interior, permitindo que o monitoramento da temperatura seja usado na reconstrução de padrões de uso dos abrigos pelos morcegos.Este estudo fornece dados quantitativos sobre as contribuições ambientais prestadas pelos morcegos, que estão entre as prioridades para a conservação de morcegos no Brasil, além de contribuir com informações sobre a interação morcego-guano-caverna, demonstrando que todo esse input de energia, além de fornecer microhabitats e fonte de alimento para uma fauna altamente especializada, também contribui para alterações morfológicas nessas bat caves, através de processos altamente complexos.

2
  • HUGO RODRIGO BARBOSA DA SILVA
  • HIDROCARBONETOS CUTICULARES COMO INTERMEDIADORES DO RECONHECIMENTO E COMPORTAMENTO SEXUAL DO ESCORPIÃO Tityus pusillus (POCOCK, 1893)

  • Orientador : ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • LUCIANA IANNUZZI
  • ARTUR CAMPOS DALIA MAIA
  • Data: 31/05/2021

  • Mostrar Resumo
  • Os hidrocarbonetos cuticulares (HCs) tem como principal função o controle da perda de água do corpo para o ambiente e mostram-se como importante fator na dinâmica comportamental de muitas espécies de artrópodes, influenciando o reconhecimento sexual. Uma vez que há uma corte realizada que envolve contato direto entre o macho e a fêmea de Tityus pusillus e que machos tem apresentado modificação comportamental pré-copulatória em substratos sobre os quais fêmeas estiveram, levantou-se a hipótese que o reconhecimento sexual possa ser mediado por HCs. Esta dissertação teve como objetivo conhecer a composição dos HCs característicos à espécie de escorpião T. pusillus e observar sua influência no reconhecimento intraspecífico, além do efeito de compostos químicos liberados no substrato pelas fêmeas no comportamento sexual dos machos coespecíficos. Para conhecer a composição dos HCs, foram analisados os extratos cuticulares de fêmeas e machos através de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM). Afim de verificar os efeitos dos HCs sobre o comportamento sexual, foram realizados experimentos em arenas circulares (placas de petri forradas com papel de filtro), nas quais foram analisados os comportamentos de machos focais expostos à presença de fêmeas inertes (mortas por congelamento rápido) em duas situações: i) arena forrada com papel de filtro previamente ocupada por fêmeas coespecíficas durante 24hrs; ii) arena forrada com papel de filtro limpo. Além disso observou-se o comportamento de um macho focal frente machos e fêmeas cujos HCs foram removidos após lavagem com hexano. A composição dos hidrocarbonetos cuticulares de fêmeas e machos mostrou diferenças pontuais em sua constituição geral, sendo principalmente caracterizada por uma série contínua de alcanos lineares (C24 – C33; > 65% total relativo nas amostras), além de ácidos graxos e aldeídos lineares saturados. Em amostras de fêmeas, caracterizaram-se adicionalmente 2 – 6 picos cromatógraficos cujos espectros de massa foram preliminarmente atribuídos a derivados de esterol. Os machos de T. pusillus mostraram-se estimulados sexualmente quando em contato com o substrato previamente ocupado por fêmeas coespecíficas, realizando comportamentos sexuais com as fêmeas inertes. Eles também demonstraram seu interesse sexual por fêmeas coespecíficas lavadas em hexano (sem HCs), mas predominantemente ignoraram a presença de machos lavados. Nossos resultados demonstram que o reconhecimento coespecífico por parte dos machos de T. pusillus não parece ser mediado por semioquímicos HCs, mas que pistas químicas deixadas no substrato por fêmeas da espécie podem atuar como afrodisíacos. Hipotetiza-se que esta função pode estar associada aos derivados de esterol exclusivos às lavagens cuticulares de fêmeas de T. pusillus, que por isso devem ser investigados com maior detalhe.


  • Mostrar Abstract
  • Os hidrocarbonetos cuticulares (HCs) tem como principal função o controle da perda de água do corpo para o ambiente e mostram-se como importante fator na dinâmica comportamental de muitas espécies de artrópodes, influenciando o reconhecimento sexual. Uma vez que há uma corte realizada que envolve contato direto entre o macho e a fêmea de Tityus pusillus e que machos tem apresentado modificação comportamental pré-copulatória em substratos sobre os quais fêmeas estiveram, levantou-se a hipótese que o reconhecimento sexual possa ser mediado por HCs. Esta dissertação teve como objetivo conhecer a composição dos HCs característicos à espécie de escorpião T. pusillus e observar sua influência no reconhecimento intraspecífico, além do efeito de compostos químicos liberados no substrato pelas fêmeas no comportamento sexual dos machos coespecíficos. Para conhecer a composição dos HCs, foram analisados os extratos cuticulares de fêmeas e machos através de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM). Afim de verificar os efeitos dos HCs sobre o comportamento sexual, foram realizados experimentos em arenas circulares (placas de petri forradas com papel de filtro), nas quais foram analisados os comportamentos de machos focais expostos à presença de fêmeas inertes (mortas por congelamento rápido) em duas situações: i) arena forrada com papel de filtro previamente ocupada por fêmeas coespecíficas durante 24hrs; ii) arena forrada com papel de filtro limpo. Além disso observou-se o comportamento de um macho focal frente machos e fêmeas cujos HCs foram removidos após lavagem com hexano. A composição dos hidrocarbonetos cuticulares de fêmeas e machos mostrou diferenças pontuais em sua constituição geral, sendo principalmente caracterizada por uma série contínua de alcanos lineares (C24 – C33; > 65% total relativo nas amostras), além de ácidos graxos e aldeídos lineares saturados. Em amostras de fêmeas, caracterizaram-se adicionalmente 2 – 6 picos cromatógraficos cujos espectros de massa foram preliminarmente atribuídos a derivados de esterol. Os machos de T. pusillus mostraram-se estimulados sexualmente quando em contato com o substrato previamente ocupado por fêmeas coespecíficas, realizando comportamentos sexuais com as fêmeas inertes. Eles também demonstraram seu interesse sexual por fêmeas coespecíficas lavadas em hexano (sem HCs), mas predominantemente ignoraram a presença de machos lavados. Nossos resultados demonstram que o reconhecimento coespecífico por parte dos machos de T. pusillus não parece ser mediado por semioquímicos HCs, mas que pistas químicas deixadas no substrato por fêmeas da espécie podem atuar como afrodisíacos. Hipotetiza-se que esta função pode estar associada aos derivados de esterol exclusivos às lavagens cuticulares de fêmeas de T. pusillus, que por isso devem ser investigados com maior detalhe.

3
  • MICHELLY CORREIA DE FREITAS LIRA
  • Substratos artificiais em obras de proteção costeira enquanto estruturas de eco engenharia: avaliação experimental da comunidade incrustante recifal

  • Orientador : PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA SOUSA DE ALMEIDA
  • ANDRE MORGADO ESTEVES
  • PAULA BRAGA GOMES
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • Data: 17/06/2021

  • Mostrar Resumo
  • As pressões antrópicas exercidas nas zonas costeiras, somadas às alterações climáticas e ao aumento acelerado do nível do mar, resultam em perda de habitats naturais. Simultaneamente, o número de estruturas de proteção e defesa costeira vem aumentando consideravelmente, podendo se tornar o habitat dominante das regiões de mediolitoral. Assim, os objetivos deste trabalho foram: identificar através de uma revisão bibliométrica, padrões de colonização de substratos artificiais e eventuais lacunas a serem preenchidas; e, caracterizar a comunidade epibentônica em obras de engenharia para proteção costeira e em substratos artificiais encontrados sobre os recifes costeiros da praia de Serrambi/Pernambuco. A partir do levantamento bibliográfico, 147 publicações foram analisadas. Com a categorização das variáveis foi possível observar padrões referentes à frequência com a qual os grupos biológicos aparecem como dominantes nos substratos artificiais. Em campo, 45 substratos artificiais (granito também usado nas obras de engenharia) foram mapeados, medidos, fotografados e alguns táxons epibentônicos coletados e identificados. No geral, os substratos apresentaram alta cobertura por macroalgas e áreas extensas não colonizadas, porém, quanto mais próximos do recife natural maior a riqueza taxonômica. Nossos resultados também apontam que o fator que melhor explica a colonização dos substratos é a cobertura do seu entorno, desta forma, nos substratos que tiveram uma área sedimentar circundante muito extensa, poucos organismos puderam se estabelecer e desenvolver.


  • Mostrar Abstract
  • As pressões antrópicas exercidas nas zonas costeiras, somadas às alterações climáticas e ao aumento acelerado do nível do mar, resultam em perda de habitats naturais. Simultaneamente, o número de estruturas de proteção e defesa costeira vem aumentando consideravelmente, podendo se tornar o habitat dominante das regiões de mediolitoral. Assim, os objetivos deste trabalho foram: identificar através de uma revisão bibliométrica, padrões de colonização de substratos artificiais e eventuais lacunas a serem preenchidas; e, caracterizar a comunidade epibentônica em obras de engenharia para proteção costeira e em substratos artificiais encontrados sobre os recifes costeiros da praia de Serrambi/Pernambuco. A partir do levantamento bibliográfico, 147 publicações foram analisadas. Com a categorização das variáveis foi possível observar padrões referentes à frequência com a qual os grupos biológicos aparecem como dominantes nos substratos artificiais. Em campo, 45 substratos artificiais (granito também usado nas obras de engenharia) foram mapeados, medidos, fotografados e alguns táxons epibentônicos coletados e identificados. No geral, os substratos apresentaram alta cobertura por macroalgas e áreas extensas não colonizadas, porém, quanto mais próximos do recife natural maior a riqueza taxonômica. Nossos resultados também apontam que o fator que melhor explica a colonização dos substratos é a cobertura do seu entorno, desta forma, nos substratos que tiveram uma área sedimentar circundante muito extensa, poucos organismos puderam se estabelecer e desenvolver.

4
  • FERNANDA SILVA DE BARROS
  • Planos de ação nacional para conservação da fauna brasileira: caracterização de ameaças e especificidade de ações.

  • Orientador : ENRICO BERNARD
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BÁRBARA LINS CALDAS DE MORAES
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • DIEGO ASTUA DE MORAES
  • ENRICO BERNARD
  • Data: 30/07/2021

  • Mostrar Resumo
  • A crescente expansão das atividades humanas levou a grandes pressões sobre a biodiversidade e se tornaram as principais causas dos declínios de populações vegetais e animais. O Brasil é detentor de uma das maiores diversidades faunística, com cerca de 130 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 9.000 vertebrados, dentre eles, 732 mamíferos, 1.979 aves, 732 répteis e 973 anfíbios. Os fatores que promovem as pressões sobre populações não humanas são os drivers de ameaças, que se resumem a ameaças diretas e/ou indiretas, e que levam a diferentes impactos e declínio sob populações. Uma ferramenta muito importante e difundida no processo de conservação da biodiversidade, são os Planos de Ação para Conservação de Espécies. Os PANs correspondem a um dos passos necessários para se alcançar metas e objetivos traçados para se atingir proteção, recuperação e manutenção de espécies e ambientes, através da organização e priorização das ações estabelecidas. Os objetivos, metas e ações propostos por PANs devem ser transparentes e condizentes com as necessidades das espécies, para que resulte em conservação efetiva. Assim, o objetivo principal deste estudo foi categorizar as ameaças descritas para as espécies contempladas nos PANs para espécies da fauna brasileira, e identificar a especificidade das ações estabelecidas para enfrentamento desses impactos. Os resultados apontam para atividades do agronegócio e a sobre-exploração de recursos naturais como os principais impulsionadores de declínios de populações das espécies contempladas, determinando que esses devem ser os drivers para onde se deve voltar maior atenção, e que devem ser priorizados no planejamento para conservação, visto que beneficiará a maior parte das espécies. Também apontam uma baixa especificidade das ações elaboradas nos PANs. Essa baixa especificidade pode estar sendo refletida no baixo número de espécies que tiveram seus status de ameaça revertidos nos últimos trinta anos, e no pouco sucesso na reversão dos impactos apontados.


  • Mostrar Abstract
  • A crescente expansão das atividades humanas levou a grandes pressões sobre a biodiversidade e se tornaram as principais causas dos declínios de populações vegetais e animais. O Brasil é detentor de uma das maiores diversidades faunística, com cerca de 130 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 9.000 vertebrados, dentre eles, 732 mamíferos, 1.979 aves, 732 répteis e 973 anfíbios. Os fatores que promovem as pressões sobre populações não humanas são os drivers de ameaças, que se resumem a ameaças diretas e/ou indiretas, e que levam a diferentes impactos e declínio sob populações. Uma ferramenta muito importante e difundida no processo de conservação da biodiversidade, são os Planos de Ação para Conservação de Espécies. Os PANs correspondem a um dos passos necessários para se alcançar metas e objetivos traçados para se atingir proteção, recuperação e manutenção de espécies e ambientes, através da organização e priorização das ações estabelecidas. Os objetivos, metas e ações propostos por PANs devem ser transparentes e condizentes com as necessidades das espécies, para que resulte em conservação efetiva. Assim, o objetivo principal deste estudo foi categorizar as ameaças descritas para as espécies contempladas nos PANs para espécies da fauna brasileira, e identificar a especificidade das ações estabelecidas para enfrentamento desses impactos. Os resultados apontam para atividades do agronegócio e a sobre-exploração de recursos naturais como os principais impulsionadores de declínios de populações das espécies contempladas, determinando que esses devem ser os drivers para onde se deve voltar maior atenção, e que devem ser priorizados no planejamento para conservação, visto que beneficiará a maior parte das espécies. Também apontam uma baixa especificidade das ações elaboradas nos PANs. Essa baixa especificidade pode estar sendo refletida no baixo número de espécies que tiveram seus status de ameaça revertidos nos últimos trinta anos, e no pouco sucesso na reversão dos impactos apontados.

5
  • DENIZE WGLIANA GERVASIO DE OLIVEIRA
  • Efeitos da estrutura e composição de paisagem sobre a comunidade de Chrysomeloidea (Coleoptera) da Caatinga

  • Orientador : LUCIANA IANNUZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LETICIA MARIA VIEIRA
  • INARA ROBERTA LEAL
  • LUCIANA IANNUZZI
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 30/08/2021

  • Mostrar Resumo
  • Apesar dos consideráveis esforços de pesquisa, existem lacunas sobre os efeitos de mudanças das paisagens na biodiversidade em Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Neste sentido, avaliamos como a estrutura e a composição da paisagem afetam a estrutura da comunidade de Chrysomeloidea na Caatinga. O estudo foi realizado nos estados de Sergipe e Alagoas. Os besouros foram coletados de março a setembro de 2000, em 10 unidades de paisagem, com armadilhas Malaise. O software FRAGSTATS version v4.2 foi empregado para estimativa das variáveis preditoras, com buffer de 1 km2 de cada unidade de paisagem. As comunidades de besouros foram avaliadas em duas escalas taxonômicas: superfamília (Chrysomeloidea) e família (Chrysomelidae e Cerambycidae). Foram utilizadas diversidade total de espécies (Dγ), diversidade dentro das amostras e a (Dα) e a heterogeneidade das comunidades (Dβ). Os componentes da diversidade foram obtidos usando números de Hill com ordem q = 0, q = 1 e q = 2. Avaliamos os efeitos através de modelos lineares generalizados (GLM) com distribuição de erro Gaussiana e Poisson. As análises estatísticas foram conduzidas no programa R versão 4.0.1. Nossos resultados mostram que a fragmentação de habitat afeta negativamente a comunidade de Chrysomeloidea, principalmente a de Cerambycidae; que o efeito de borda é positivo sobre a comunidade de Chrysomelidae; que há influência contrastante da distribuição dos fragmentos (i.e., diversidade de Simpson) sobre as comunidades de Chrysomeloidea e Chrysomelidae. Fornecemos um novo patamar sobre as interações ecológicas desse grupo com a Caatinga e concluímos que a estrutura e composição da paisagem afetam diretamente as comunidades de Chrysomeloidea.


  • Mostrar Abstract
  • Apesar dos consideráveis esforços de pesquisa, existem lacunas sobre os efeitos de mudanças das paisagens na biodiversidade em Florestas Tropicais Sazonalmente Secas. Neste sentido, avaliamos como a estrutura e a composição da paisagem afetam a estrutura da comunidade de Chrysomeloidea na Caatinga. O estudo foi realizado nos estados de Sergipe e Alagoas. Os besouros foram coletados de março a setembro de 2000, em 10 unidades de paisagem, com armadilhas Malaise. O software FRAGSTATS version v4.2 foi empregado para estimativa das variáveis preditoras, com buffer de 1 km2 de cada unidade de paisagem. As comunidades de besouros foram avaliadas em duas escalas taxonômicas: superfamília (Chrysomeloidea) e família (Chrysomelidae e Cerambycidae). Foram utilizadas diversidade total de espécies (Dγ), diversidade dentro das amostras e a (Dα) e a heterogeneidade das comunidades (Dβ). Os componentes da diversidade foram obtidos usando números de Hill com ordem q = 0, q = 1 e q = 2. Avaliamos os efeitos através de modelos lineares generalizados (GLM) com distribuição de erro Gaussiana e Poisson. As análises estatísticas foram conduzidas no programa R versão 4.0.1. Nossos resultados mostram que a fragmentação de habitat afeta negativamente a comunidade de Chrysomeloidea, principalmente a de Cerambycidae; que o efeito de borda é positivo sobre a comunidade de Chrysomelidae; que há influência contrastante da distribuição dos fragmentos (i.e., diversidade de Simpson) sobre as comunidades de Chrysomeloidea e Chrysomelidae. Fornecemos um novo patamar sobre as interações ecológicas desse grupo com a Caatinga e concluímos que a estrutura e composição da paisagem afetam diretamente as comunidades de Chrysomeloidea.

6
  • GABRIEL DE SOUZA GHEDIN
  • Padrões da comunidade de invertebrados associados a depósitos de guano de morcegos insetívoros em bat caves do semiárido brasileiro

  • Orientador : LUCIANA IANNUZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEBORA BARBOSA DE LIMA MELO
  • EDER SILVA BARBIER
  • LUCIANA IANNUZZI
  • RENATO PORTELA SALOMAO
  • Data: 14/10/2021

  • Mostrar Resumo
  • Apesar do avanço gradativo do conhecimento sobre as cavernas, existem lacunas do conhecimento sobre os padrões das comunidades de invertebrados cavernícolas. Invertebrados associados a guano de morcegos insetívoros em cavernas do semiárido brasileiro foram caracterizados e buscou-se compreender padrões de distribuição dessas comunidades de acordo com a latitude, características físicas e microclimáticas das cavernas e dos depósitos de guano. Procurou-se determinar a ocupação de nicho das espécies mais abundantes no guano. Foi realizado um evento amostral em sete bat caves, sendo duas delas hot caves. Amostras de guano foram coletadas e medidas de temperatura e umidade dos depósitos e das câmaras, além de latitude, projeção horizontal e índice de estabilidade ambiental das cavernas foram tomadas. Foram coletados 15265 invertebrados de 169 espécies e Ornithodoros rodoniensis foi registrada pela primeira vez na Caatinga. A composição de espécies não variou entre hot e não hot caves. A riqueza de espécies foi melhor explicada pela temperatura da câmara e umidade do guano. Quatro espécies de Acari apresentaram hábitos generalistas e duas foram mais especialistas. Os resultados desse estudo permitem uma melhor compreensão de padrões de uso do guano de morcegos insetívoros por invertebrados cavernícolas, podendo auxiliar na proposição de boas estratégias para a conservação de cavernas da Caatinga brasileira.


  • Mostrar Abstract
  • Apesar do avanço gradativo do conhecimento sobre as cavernas, existem lacunas do conhecimento sobre os padrões das comunidades de invertebrados cavernícolas. Invertebrados associados a guano de morcegos insetívoros em cavernas do semiárido brasileiro foram caracterizados e buscou-se compreender padrões de distribuição dessas comunidades de acordo com a latitude, características físicas e microclimáticas das cavernas e dos depósitos de guano. Procurou-se determinar a ocupação de nicho das espécies mais abundantes no guano. Foi realizado um evento amostral em sete bat caves, sendo duas delas hot caves. Amostras de guano foram coletadas e medidas de temperatura e umidade dos depósitos e das câmaras, além de latitude, projeção horizontal e índice de estabilidade ambiental das cavernas foram tomadas. Foram coletados 15265 invertebrados de 169 espécies e Ornithodoros rodoniensis foi registrada pela primeira vez na Caatinga. A composição de espécies não variou entre hot e não hot caves. A riqueza de espécies foi melhor explicada pela temperatura da câmara e umidade do guano. Quatro espécies de Acari apresentaram hábitos generalistas e duas foram mais especialistas. Os resultados desse estudo permitem uma melhor compreensão de padrões de uso do guano de morcegos insetívoros por invertebrados cavernícolas, podendo auxiliar na proposição de boas estratégias para a conservação de cavernas da Caatinga brasileira.

7
  • BRUNA MARCELA TEIXEIRA DE ANDRADE
  • Paisagem acústica em um fragmento de Mata Atlântica com diferentes anos de reflorestamento

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIAN PAUL ASHTON BARNETT
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • JOAO PEDRO DE SOUZA ALVES
  • PEDRO IVO SIMOES
  • Data: 29/10/2021

  • Mostrar Resumo
  • A mineração é uma das causas de mudanças na paisagem de florestas, essas modificações resultam em fragmentação, perda de hábitat e da biodiversidade. As armadilhas sonoras, são tecnologias emergentes que permitem amostrar as atividades acústicas de comunidades de animais e os sons das paisagens, auxiliando em monitoramentos da biodiversidade. O estudo foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil, desmatado em partes para mineração, e posteriormente reflorestado. Os dados foram coletados por gravadores autônomos, instalados simultaneamente em cinco áreas com diferentes períodos de regeneração florestal (área “nativa”, áreas reflorestadas em 1989, 1999, 2009 e 2019). Realizamos gravações por 72 horas, 15 minutos por hora, em seis meses sendo três secos e três chuvoso. As gravações foram analisadas no Kaleidoscope, com contagens dos sonótipos através de clusters resultando em 366.700 morfoespécies acústicas de biofonia, 24.370 como geofonia e 8.158 de antropofonia no período seco e 386.339 morfoespécies acústicas de biofonia, 36.484 como geofonia e 5.850 de antropofonia. Calculamos sete índices acústicos: Índice de Complexidade Acústica (ACI), Índice de Diversidade Acústica (ADI), Índice de Regularidade Acústica (AEI), Índice Bioacústico (BIO), Entropia Total (H), Eventos por segundo (EVN) e Índice de paisagem sonora de diferença normalizada (NDSI) para aferir tanto a abundância como a diversidade acústica. Desses, os que apresentam melhor representação da configuração da paisagem foram NDSI, AEI e H.


  • Mostrar Abstract
  • A mineração é uma das causas de mudanças na paisagem de florestas, essas modificações resultam em fragmentação, perda de hábitat e da biodiversidade. As armadilhas sonoras, são tecnologias emergentes que permitem amostrar as atividades acústicas de comunidades de animais e os sons das paisagens, auxiliando em monitoramentos da biodiversidade. O estudo foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil, desmatado em partes para mineração, e posteriormente reflorestado. Os dados foram coletados por gravadores autônomos, instalados simultaneamente em cinco áreas com diferentes períodos de regeneração florestal (área “nativa”, áreas reflorestadas em 1989, 1999, 2009 e 2019). Realizamos gravações por 72 horas, 15 minutos por hora, em seis meses sendo três secos e três chuvoso. As gravações foram analisadas no Kaleidoscope, com contagens dos sonótipos através de clusters resultando em 366.700 morfoespécies acústicas de biofonia, 24.370 como geofonia e 8.158 de antropofonia no período seco e 386.339 morfoespécies acústicas de biofonia, 36.484 como geofonia e 5.850 de antropofonia. Calculamos sete índices acústicos: Índice de Complexidade Acústica (ACI), Índice de Diversidade Acústica (ADI), Índice de Regularidade Acústica (AEI), Índice Bioacústico (BIO), Entropia Total (H), Eventos por segundo (EVN) e Índice de paisagem sonora de diferença normalizada (NDSI) para aferir tanto a abundância como a diversidade acústica. Desses, os que apresentam melhor representação da configuração da paisagem foram NDSI, AEI e H.

8
  • JOSE RODOLFO DE LIMA E SILVA
  • Sazonalidade de impacto ambiental decorrente do fluxo turístico em Porto de Galinhas – Ipojuca (PE), avaliada por danos genômicos em Abudefduf saxatilis

  • Orientador : MONICA LUCIA ADAM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CHRISTINA BRASILEIRO VIDAL
  • MONICA LUCIA ADAM
  • PAULO JORGE PARREIRA DOS SANTOS
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • Data: 29/10/2021

  • Mostrar Resumo
  • A ocupação turística nos litorais é um processo que gera preocupação ao setor ambiental por ameaçar a estabilidade dos vários ecossistemas costeiros. Por esta razão é importante realizar monitoramentos ambientais que analisem e quantifiquem o impacto ambiental dos seus ecossistemas. A praia de Porto de Galinhas (Pernambuco - Brasil) possui uma das maiores demandas de visitação do Brasil e sofreu igualmente as restrições de mobilidade humana devido à pandemia do Covid 19. Tais restrições possibilitaram avaliar o impacto do turismo na praia de Porto de Galinhas e o efeito da desocupação turística durante o período de lockdown de 2020. Amostras de sangue da espécie Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) foram coletadas mensalmente, durante um ano e no trimestre de lockdown, para realização do Teste de Micronúcleo (MN), Alterações Morfológicas Nucleares (AMN) e de forma sazonal (período seco/chuvoso) do Ensaio Cometa. Como grupo controle, espécimes de A. saxatilis foram coletados em área de proteção ambiental na praia de Tamandaré (68Km de Porto de Galinhas). Os teste de MN e AMN mostraram a relação da maior freqüência de danos genômicos com o maior fluxo turístico. Em relação à sazonalidade pluviométrica, o ensaio cometa demonstrou uma maior incidência de danos genômicos no período seco o qual apresenta também maior migração turística, do que no chuvoso. O período de lockdown apresentou uma menor incidência de danos genotóxicos do que o período sem restrição de mobilidade humana e maior do que o controle o controle. Os resultados mostraram que o turismo vem causando significativo impacto ambiental na praia de Porto de Galinhas. As observações levantadas no período de lockdown mostraram como a ausência da movimentação humana resultou em mudanças favoráveis à recuperação ambiental, demonstrada pela menor freqüência de danos genômicos.


  • Mostrar Abstract
  • A ocupação turística nos litorais é um processo que gera preocupação ao setor ambiental por ameaçar a estabilidade dos vários ecossistemas costeiros. Por esta razão é importante realizar monitoramentos ambientais que analisem e quantifiquem o impacto ambiental dos seus ecossistemas. A praia de Porto de Galinhas (Pernambuco - Brasil) possui uma das maiores demandas de visitação do Brasil e sofreu igualmente as restrições de mobilidade humana devido à pandemia do Covid 19. Tais restrições possibilitaram avaliar o impacto do turismo na praia de Porto de Galinhas e o efeito da desocupação turística durante o período de lockdown de 2020. Amostras de sangue da espécie Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) foram coletadas mensalmente, durante um ano e no trimestre de lockdown, para realização do Teste de Micronúcleo (MN), Alterações Morfológicas Nucleares (AMN) e de forma sazonal (período seco/chuvoso) do Ensaio Cometa. Como grupo controle, espécimes de A. saxatilis foram coletados em área de proteção ambiental na praia de Tamandaré (68Km de Porto de Galinhas). Os teste de MN e AMN mostraram a relação da maior freqüência de danos genômicos com o maior fluxo turístico. Em relação à sazonalidade pluviométrica, o ensaio cometa demonstrou uma maior incidência de danos genômicos no período seco o qual apresenta também maior migração turística, do que no chuvoso. O período de lockdown apresentou uma menor incidência de danos genotóxicos do que o período sem restrição de mobilidade humana e maior do que o controle o controle. Os resultados mostraram que o turismo vem causando significativo impacto ambiental na praia de Porto de Galinhas. As observações levantadas no período de lockdown mostraram como a ausência da movimentação humana resultou em mudanças favoráveis à recuperação ambiental, demonstrada pela menor freqüência de danos genômicos.

9
  • PATRICIA MARQUES DO AMARAL OLIVEIRA
  • Nível de desidratação voluntária de dois lagartos de forrageamentos distintos em uma área de Caatinga do Estado de Pernambuco, Brasil

  • Orientador : PEDRO MURILO SALES NUNES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLA PIANTONI
  • LUISA MARIA DIELE VIEGAS COSTA SILVA
  • PEDRO IVO SIMOES
  • PEDRO MURILO SALES NUNES
  • Data: 29/10/2021

  • Mostrar Resumo
  • Nesse estudo primeiramente buscamos caracterizar a dieta das espécies Ameivula ocellifera e Tropidurus cocorobensis na Caatinga. A composição de presas pode ser influenciada por diversos fatores, tais como: idade, fisiologia, disponibilidade alimentar, comportamento e modo de forrageamento. Este último pode funcionar como um importante preditor do tipo de presa a ser consumida. Concluímos que na dieta de A. ocellifera, o item mais frequente foi Isoptera e na dieta de T. cocorobensis, Formicidae. Este resultado é interessante porque coincide com o observado por Huey e Pianka (1974) acerca da influência do forrageio na dieta. O entendimento da dieta dessas espécies fornece base para discutirmos o segundo capítulo, onde calculamos a umidade do conteúdo estomacal. Observamos que A. ocellifera consome uma dieta mais úmida em comparação com T. cocorobensis, o que pode ser reflexo de uma estratégia para contornar a falta de água disponível no ambiente. Também testamos uma nova metodologia de mensuração do estado hídrico de lagartos. Resultados mostram que A. ocellifera estava em um déficit hídrico maior, o que pode refletir diversos aspectos fisiológicos, ecológicos, evolutivos. O estado de desidratação de T. cocorobensis está significativamente relacionado à temperatura do solo, talvez por uma estratégia visando reduzir a perda de água. Os resultados expostos são importantes para o entendimento de como a ecologia alimentar de lagartos pode estar relacionada a desidratação, trazendo novidades acerca da exposição de lagartos em ambientes secos.


  • Mostrar Abstract
  • Nesse estudo primeiramente buscamos caracterizar a dieta das espécies Ameivula ocellifera e Tropidurus cocorobensis na Caatinga. A composição de presas pode ser influenciada por diversos fatores, tais como: idade, fisiologia, disponibilidade alimentar, comportamento e modo de forrageamento. Este último pode funcionar como um importante preditor do tipo de presa a ser consumida. Concluímos que na dieta de A. ocellifera, o item mais frequente foi Isoptera e na dieta de T. cocorobensis, Formicidae. Este resultado é interessante porque coincide com o observado por Huey e Pianka (1974) acerca da influência do forrageio na dieta. O entendimento da dieta dessas espécies fornece base para discutirmos o segundo capítulo, onde calculamos a umidade do conteúdo estomacal. Observamos que A. ocellifera consome uma dieta mais úmida em comparação com T. cocorobensis, o que pode ser reflexo de uma estratégia para contornar a falta de água disponível no ambiente. Também testamos uma nova metodologia de mensuração do estado hídrico de lagartos. Resultados mostram que A. ocellifera estava em um déficit hídrico maior, o que pode refletir diversos aspectos fisiológicos, ecológicos, evolutivos. O estado de desidratação de T. cocorobensis está significativamente relacionado à temperatura do solo, talvez por uma estratégia visando reduzir a perda de água. Os resultados expostos são importantes para o entendimento de como a ecologia alimentar de lagartos pode estar relacionada a desidratação, trazendo novidades acerca da exposição de lagartos em ambientes secos.

10
  • SAFIRA NÚBIA DIAS DE MELO
  • COMPARAÇÃO ACÚSTICA ENTRE NINHOS DE TARTARUGAS MARINHAS EM IPOJUCA, LITORAL SUL DE PERNAMBUCO

  • Orientador : BRUNA MARTINS BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • EDNILZA MARANHAO DOS SANTOS
  • PEDRO MURILO SALES NUNES
  • Data: 30/11/2021

  • Mostrar Resumo
  • Tartarugas têm sido consideradas como um dos répteis viventes menos vocais. Entretanto, estudos recentes mostraram atividade vocal durante a incubação dos ovos e embaixo da água em espécies marinhas e dulcícolas.  Dos estudos com espécies marinhas, apenas um foi realizado no Brasil. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi descrever e comparar a produção de sinais acústicos em ninhos de Eretmochelys imbricata e Caretta caretta no município de Ipojuca no litoral sul do estado de Pernambuco no nordeste brasileiro. As praias do município de Ipojuca representam importante sítio reprodutivo para as espécies ocorrentes no Brasil. Esta dissertação trás três partes principais: 1- Um referencial teórico contextualizando o tema; 2 – Um capítulo detalhando as informações obtidas sobre a comunicação acústica das espécies-alvo in situ e; 3 – Uma finalização trazendo as principais conclusões no estudo. Foram monitorados 13km de linha costeira, compreendendo cinco praias de Ipojuca para registro dos ninhos. Foram realizadas gravações de cinco ninhos de cada uma das espécies-alvo durante a temporada reprodutiva de outubro 2020 a maio 2021. As gravações dos ninhos foram iniciadas a partir dos 45° dias de incubação e encerradas após a saída dos filhotes do ninho. Para três dos cinco ninhos de cada espécie, também realizamos registros acústicos dos filhotes durante a caminhada para o mar. Foram construídos espectrogramas das gravações através do software Raven Pro 1.5 para extração das características físicas dos sinais acústicos. Foram encontrados um total de 15 tipos de sinais acústicos, distribuídos entre os cinco contextos analisados (i.e. ovos, a eclosão, filhotes, emergência do ninho e caminhada para o mar) para Caretta caretta, e apenas cinco para Eretmochelys imbricata. Os sons encontrados nesta pesquisa, variaram de 0,61 kHz, até frequências ultrasônicas chegaram à 24 kHh. Considerando o tipo de vocalização mais representativo em ambas as espécies (vocalização tipo 1), foi possível verificar que a estrutura física das vocalizações variou entre os ninhos das espécies, evidenciando uma assinatura vocal. A estrutura física dessa vocalização também variou entre ninhos da espécie Caretta caretta, mas não entre ninhos da espécie Eretmochelys imbricata. Com relação ao padrão total de produção das vocalizações, houve ausência de diferenças na produção de vocalizações entre períodos diurno e noturno, e entre as espécies dentro do ninho e durante a caminhada para o mar. Não houve correlação entre a produção de vocalizações e a quantidade de filhotes vivos. Apesar da fama de silenciosas, o presente estudo mostra uma diversidade de vocalizações no repertório vocal de duas espécies de tartarugas marinhas no Brasil, indicando que comunicação acústica pode ter um papel crucial para coordenação dos filhotes nos ninhos até a chegada das tartarugas ao mar após a emergência.


  • Mostrar Abstract
  • Tartarugas têm sido consideradas como um dos répteis viventes menos vocais. Entretanto, estudos recentes mostraram atividade vocal durante a incubação dos ovos e embaixo da água em espécies marinhas e dulcícolas.  Dos estudos com espécies marinhas, apenas um foi realizado no Brasil. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi descrever e comparar a produção de sinais acústicos em ninhos de Eretmochelys imbricata e Caretta caretta no município de Ipojuca no litoral sul do estado de Pernambuco no nordeste brasileiro. As praias do município de Ipojuca representam importante sítio reprodutivo para as espécies ocorrentes no Brasil. Esta dissertação trás três partes principais: 1- Um referencial teórico contextualizando o tema; 2 – Um capítulo detalhando as informações obtidas sobre a comunicação acústica das espécies-alvo in situ e; 3 – Uma finalização trazendo as principais conclusões no estudo. Foram monitorados 13km de linha costeira, compreendendo cinco praias de Ipojuca para registro dos ninhos. Foram realizadas gravações de cinco ninhos de cada uma das espécies-alvo durante a temporada reprodutiva de outubro 2020 a maio 2021. As gravações dos ninhos foram iniciadas a partir dos 45° dias de incubação e encerradas após a saída dos filhotes do ninho. Para três dos cinco ninhos de cada espécie, também realizamos registros acústicos dos filhotes durante a caminhada para o mar. Foram construídos espectrogramas das gravações através do software Raven Pro 1.5 para extração das características físicas dos sinais acústicos. Foram encontrados um total de 15 tipos de sinais acústicos, distribuídos entre os cinco contextos analisados (i.e. ovos, a eclosão, filhotes, emergência do ninho e caminhada para o mar) para Caretta caretta, e apenas cinco para Eretmochelys imbricata. Os sons encontrados nesta pesquisa, variaram de 0,61 kHz, até frequências ultrasônicas chegaram à 24 kHh. Considerando o tipo de vocalização mais representativo em ambas as espécies (vocalização tipo 1), foi possível verificar que a estrutura física das vocalizações variou entre os ninhos das espécies, evidenciando uma assinatura vocal. A estrutura física dessa vocalização também variou entre ninhos da espécie Caretta caretta, mas não entre ninhos da espécie Eretmochelys imbricata. Com relação ao padrão total de produção das vocalizações, houve ausência de diferenças na produção de vocalizações entre períodos diurno e noturno, e entre as espécies dentro do ninho e durante a caminhada para o mar. Não houve correlação entre a produção de vocalizações e a quantidade de filhotes vivos. Apesar da fama de silenciosas, o presente estudo mostra uma diversidade de vocalizações no repertório vocal de duas espécies de tartarugas marinhas no Brasil, indicando que comunicação acústica pode ter um papel crucial para coordenação dos filhotes nos ninhos até a chegada das tartarugas ao mar após a emergência.

Teses
1
  • EDSON SILVA BARBOSA LEAL
  • Potencial espeleológico, mobilidade e uso do habitat de grandes congregações de morcegos no carste arenítico do Parque Nacional do Catimbau e área de entorno, Nordeste do Brasil


  • Orientador : ENRICO BERNARD
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUAN CARLOS VARGAS MENA
  • BRUNA MARTINS BEZERRA
  • ENRICO BERNARD
  • FILIPE MARTINS ALÉSSIO
  • LUIZ AUGUSTINHO MENEZES DA SILVA
  • MARTIN ALEJANDRO MONTES
  • Data: 27/07/2021

  • Mostrar Resumo
  • Nesse estudo, foram analisados o potencial espeleológico do Parque Nacional do Catimbau, e entorno, situado no estado do Pernambuco, nordeste do Brasil, bem como a quiropterofauna associada às cavernas da área, e investigada a mobilidade de morcegos entre duas cavernas com grandes populações. Um mapa virtual com informações georreferenciadas e metadados de 252 cavidades registradas é apresentado. Destas, 53 cavernas possuem registros de 16 táxons, 13 gêneros e cinco famílias de morcegos. Populações de quatro espécies ameaçadas de morcegos foram encontradas. Dezessete campanhas de captura-marcação-recaptura de morcegos foram realizadas entre março de 2018 e janeiro de 2020 em duas cavernas e foram detectados movimentos entre as duas cavernas, distantes 15 km entre si, projetando um amplo uso da paisagem pelos morcegos. O estudo aponta que as populações destas cavernas utilizam múltiplos abrigos. Estas constatações devem ser consideradas nas discussões sobre a conservação de morcegos cavernícolas no Brasil, bem como nas discussões sobre as normativas que regem o licenciamento ambiental de áreas cársticas no país. Os dados apresnetados também podem ser úteis na elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional do Catimbau.


  • Mostrar Abstract
  • No dia trinta (30) do mês de julho do ano de dois mil e vinte (30/07/2020), as dez horas (10h), através de videoconferência, foi aberta pelo Prof. Ulisses dos Santos Pinheiro, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco, a sessão  pública de Exame de Qualificação  para a apresentação e defesa do trabalho intitulado: “ A fauna de morcegos cavernícolas e o potencial espeleológico do Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil”, elaborado pelo doutorando Edson Silva Barbosa Leal, sob a orientação do Dr. Enrico Bernard (Depto. Zoologia/UFPE). A Banca Examinadora fora aprovada pelo Colegiado de Curso, em sessão realizada no dia 23/07/2020, composta pelos seguintes membros: Dra. Bruna Martins Bezerra, Dr. Pedro Murilo Sales Nunes (ambos vinculados ao Depto. Zoologia/UFPE) – membros internos, e Dr. Filipe Martins Aléssio (UPE) – membro externo. Dando continuidade, o presidente convocou os membros da Banca e os demais presentes para assistirem a apresentação do trabalho do candidato, informando que o mesmo dispunha de trinta (30) minutos para tal apresentação. Em seguida, o candidato foi arguido por cada examinador, sob forma de diálogo, tendo cada um, o prazo de quarenta (40) minutos para as perguntas e respostas. Após a apresentação e debate, a Banca Examinadora, deliberando em recinto fechado, resolveu, por unanimidade, aprovar o candidato em consonância com o Artigo 35 do Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco. Nada mais havendo a tratar, eu, Manoel Oswaldo Guimarães Júnior, Assistente em Administração do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal/UFPE, lavrei a presente Ata, que assino juntamente com o candidato, a Banca Examinadora e com quem de direito.

2
  • RADHARANNE BRITO DE GARCIA RECINOS
  • TAXONOMIA DA FAMÍLIA RASPAILIIDAE NARDO, 1833 (PORIFERA: DEMOSPONGIAE) PARA A AMÉRICA DO SUL

  • Orientador : ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE FELIPE BISPO DA SILVA
  • ALEXANDRE OLIVEIRA DE ALMEIDA
  • FERNANDA FERNANDES CAVALCANTI
  • GUILHERME RAMOS DA SILVA MURICY
  • RALF TARCISO SILVA CORDEIRO
  • ULISSES DOS SANTOS PINHEIRO
  • Data: 16/11/2021

  • Mostrar Resumo
  • Raspailiidae é uma família muito diversa, com 277 espécies, distribuídas mundialmente. Na América do Sul, são conhecidas 32 espécies de Raspailiidae, o Brasil é o país com a maior diversidade, atualmente com 22 espécies, seguido pelo Suriname com quatro, Chile, Colômbia e Peru, com três espécies, Argentina com duas espécies, e Equador, Guiana, Uruguai e Venezuela, com uma espécie. O objetivo do trabalho foi revisar os espécimes da Família Raspailiidae para a costa da América do Sul, depositados nas coleções do Museu Nacional – UFRJ e da Universidade Federal de Pernambuco, identificando, descrevendo ou caracterizando esses espécimes. Foram triados 482 espécimes, totalizando 29 espécies descritas, dessas, dez são novas espécies, e três já foram publicadas: Eurypon hookeri, E. lacertus, Plocamione matarani, sete espécies ainda serão publicadas: Eurypon sp. nov., cinco novas espécies pertencentes ao subgênero Raspailia (Raspaxilla) e uma a R. (Parasyringella) sp. nov, sendo o primeiro registro do subgênero para o Brasil. Além disso, o holótipo de R. (Raspailia) tenuis foi redescrito e foram invalidados os registros de R. (Parasyringella) sp. e R. (Raspaxilla) phakellina. Foi proposto a mudança de gênero de Axinella crinita para Raspailia e foram descritos novos registros de Endectyon (Endectyon) xerampelina para a costa brasileira e foi proposto R. (Raspailia) johnhooperi como seu sinônimo júnior.


  • Mostrar Abstract
  • No dia quatro (04) do mês de dezembro do ano de dois mil e dezoito (04/12/2018), às nove horas (9h), na sala de aula 04 do Centro de Biociências, foi aberta pelo Prof. Ulisses dos Santos Pinheiro, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal/UFPE, a sessão pública de Exame de Qualificação para a apresentação e defesa do trabalho intitulado: "A synopsis of Brazilian Raspailia Nardo, 1833 (Porifera: Demospongiae: Axinellida), with the description of four new species",elaborado pela doutoranda Radharanne Brito de Garcia Recinos,sob a orientação do Dr. Ulisses dos Santos Pinheiro (Depto. Zoologia/UFPE). A Banca Examinadora fora aprovada pelo respectivo Colegiado de Curso, em sessão realizada no dia 14/11/2018, composta pelos seguintes membros: Dra. Luciana Iannuzzi (Depto. Zoologia/UFPE), Dr. Carlos Daniel Pérez (CAV/UFPE) – membros internos, e Dr. Emílio Lanna(Instituto de Biologia/UFBA) – membro externo. Dando continuidade, o presidente convocou os membros da Banca e os demais presentes para assistirem a apresentação do trabalho da candidata, informando que a mesma dispunha de trinta (30) minutos para tal apresentação. Em seguida, a candidata foi argüida por cada examinador, sob forma de diálogo, tendo, cada um, o prazo de quarenta (40) minutos para as perguntas e respostas. Após a apresentação e debate, a Banca Examinadora, deliberando em recinto fechado, resolveu, por unanimidade, aprovar a candidata em consonância com o Artigo 35 do Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da Universidade Federal de Pernambuco. Nada mais havendo a tratar, eu, Manoel Oswaldo Guimarães Júnior, secretário do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal/UFPE, lavrei a presente Ata, que assino juntamente com a candidata, a Banca Examinadora e com quem de direito. Recife, 04 de dezembro de 2018.

3
  • ROMULO NEPOMUCENO ALVES
  • Biomarcadores ecotoxicológicos em peixes para o monitoramento da poluição por petróleo em rios e estuários de Pernambuco

  • Orientador : PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BEATRICE PADOVANI FERREIRA
  • CRISTIANE MARIA VARELA DE ARAUJO
  • JOAO LUCAS LEAO FEITOSA
  • LILIA PEREIRA DE SOUZA SANTOS
  • MONICA LUCIA ADAM
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • Data: 26/11/2021

  • Mostrar Resumo
  • Ecossistemas aquáticos são o principal destino de rejeitos das atividades urbanas, industriais e agrícolas, e estima-se que cerca de 100.000 moléculas orgânicas sejam lançadas nesses ambientes, diminuindo a qualidade da água e a saúde da biota. Os estágios iniciais de desenvolvimento de peixes são uma ferramenta importante para a detecção da toxicidade de sustâncias isoladas ou de misturas, e alterações nessa fase do desenvolvimento podem estar diretamente relacionadas à presença de contaminantes no ambiente. O presente estudo teve como objetivo investigar a ecotoxicidade das águas superficiais de onze bacias hidrográficas de Pernambuco para embriões e larvas do zebrafish (Danio rerio) através da análise de efeitos letais e subletais, das possíveis fontes de contaminantes, e avaliar correlação da toxicidade com os índices de qualidade da água (IQA) e de estado trófico (IET). Inicialmente os embriões de zebrafish foram expostos a amostras de águas superficiais de dez bacias hidrográficas de rios tropicais, totalizando 55 pontos de coleta. Posteriormente embriões foram expostos a amostras de 10 pontos de coleta do rio Capibaribe. Foram analisadas as taxas de letalidade, atrasos no desenvolvimento embriolarval e frequências de anomalias do desenvolvimento. Mortalidade significativa foi observada em 7 das 10 bacias analisadas, variando entre 10% e 40%. As maiores taxas de mortalidade de 40% e 30% foram detectadas nas bacias dos rios Goiana e Una, respectivamente. A análise dos efeitos subletais com base no General Morphology Score (GMS) indicou toxicidade significativa em 50% das amostras coletadas. As bacias dos rios Igarassu (grupo 1) e Pirapama (grupo 3), respectivamente ao norte e ao sul da região metropolitana de Recife (RMR), apresentaram a menor taxa de toxicidade subletal entre as bacias estudadas, com 29% dos pontos de coleta com toxicidade subletal estatisticamente significativa quando comparados com o controle. A maior toxicidade foi detectada nas bacias do Grupo 2, na região metropolitana de Recife, indicando que 61% das amostras apresentaram toxicidade subletal, com o GMS variando entre 14,1 e 17,6. Os grupos 1 e 3 apresentaram 41% e 47% das amostras com toxicidade subletal significativa, respectivamente, com GMS variando entre 15,4 e 17,7. As alterações de desenvolvimento mais frequentes incluíram o não insuflamento da bexiga natatória, atraso na eclosão, não protrusão da boca e estase sanguínea, com destaque para o não insuflamento da bexiga natatória, que apresentou frequência de 100% em algumas estações de coleta. Para a bacia do rio Capibaribe foi observado um padrão espacial de menor impacto, em termos de contaminação por esgoto doméstico, eutrofização ecotoxicidade, em áreas rurais (GMS médio 16,9), um impacto intermediário em locais com influência urbana e agrícola (GMS médio 16.4), e os maiores impactos em locais mais urbanizados (GMS médio 14,9). Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) foram detectados tanto em áreas rurais quanto urbanizadas do Rio Capibaribe, contribuindo para a toxicidade detectada. As anomalias de desenvolvimento mais frequentes incluíram não insuflamento da bexiga natatória, atraso na eclosão, não protrusão da boca, estase sanguínea e não desenvolvimento das nadadeiras peitorais. Em todo o estudo as maiores frequências de estase sanguínea foram detectadas em amostras com maiores concentrações de NH3, corroboradas por uma correlação positiva, sugerindo a existência de uma relação causal. Também foi detectada uma correlação entre GMS, Índice de Qualidade da Água (IQA), sensível à contaminação de esgoto doméstico, e Índice de Estado Trófico (IET), com foco na eutrofização. Este estudo demonstra o potencial dos estágios iniciais da vida do zebrafish como um modelo ecotoxicológico para avaliar a toxicidade de águas superficiais de rios tropicais, podendo assim contribuir para um melhor entendimento entre o potencial tóxico das fontes poluidoras e os efeitos adversos sofridos pela biota residente nesses ambientes.


  • Mostrar Abstract
  • Spatial and temporal variation in contamination and toxicity of surface water along rural and urban regions of Capibaribe River in tropical northeastern Brazil

2017
Dissertações
1
  • FLAVIA ROBERTA SANTOS ANDRADE
  • ANÁLISE DA ESTRUTURA E DIVERSIDADE GENÉTICA DO TUBARÃO TIGRE (GALEOCERDO CUVIER, PÉRON & LESUEUR, 1822) NA COSTA DE PERNAMBUCO E NO ARQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA

  • Orientador : RODRIGO AUGUSTO TORRES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO AUGUSTO TORRES
  • ROSANGELA PAULA TEIXEIRA LESSA
  • FLAVIA LUCENA FREDOU
  • SERGIO MAIA QUEIROZ LIMA
  • Data: 13/02/2017

  • Mostrar Resumo
  • O conhecimento da estrutura dos estoques de uma espécie é de grande importância para o manejo e conservação, principalmente em tubarões. O tubarão tigre, Galeocerdo cuvier (Péron & Lesueur, 1822), é um dos principais protagonistas dos ataques de tubarão no Brasil e no Mundo. A estrutura genética do tubarão tigre foi investigada na costa da Região Metropolitana do Recife (Pernambuco, Brasil), no arquipélago oceânico de Fernando de Noronha e no Mundo. Os dados obtidos mostram índices de diversidade de moderado a alto, sendo possível argumentar em favor de que G. cuvier é uma espécie com boa resiliência em termos ecológicos. Os testes bayesianos e amova (0,02519 p > 0.05 p/ CR), indicam que Fernando de Noronha (FN) e a Região metropolitana do Recife (MRR) são geneticamente semelhantes, formando uma população coesa. Essa evidência é favorável as ações de mitigação dos ataques a humanos na MRR, uma vez que favorecem a manutenção de uma população historicamente consolidada. Os testes de estruturação confirmaram a distinção da espécie globalmente em duas linhagens (K = 2), sendo uma do Indo-pacífico e a outra do Atlântico Norte. E essas linhagens compartilham haplótipos com o Brasil (Atlântico Sul). Esses dados, são favoráveis a possibilidade do Atlântico Sul como uma zona de agregação de G. cuvier.


  • Mostrar Abstract
  • O conhecimento da estrutura dos estoques de uma espécie é de grande importância para o manejo e conservação, principalmente em tubarões. O tubarão tigre, Galeocerdo cuvier (Péron & Lesueur, 1822), é um dos principais protagonistas dos ataques de tubarão no Brasil e no Mundo. A estrutura genética do tubarão tigre foi investigada na costa da Região Metropolitana do Recife (Pernambuco, Brasil), no arquipélago oceânico de Fernando de Noronha e no Mundo. Os dados obtidos mostram índices de diversidade de moderado a alto, sendo possível argumentar em favor de que G. cuvier é uma espécie com boa resiliência em termos ecológicos. Os testes bayesianos e amova (0,02519 p > 0.05 p/ CR), indicam que Fernando de Noronha (FN) e a Região metropolitana do Recife (MRR) são geneticamente semelhantes, formando uma população coesa. Essa evidência é favorável as ações de mitigação dos ataques a humanos na MRR, uma vez que favorecem a manutenção de uma população historicamente consolidada. Os testes de estruturação confirmaram a distinção da espécie globalmente em duas linhagens (K = 2), sendo uma do Indo-pacífico e a outra do Atlântico Norte. E essas linhagens compartilham haplótipos com o Brasil (Atlântico Sul). Esses dados, são favoráveis a possibilidade do Atlântico Sul como uma zona de agregação de G. cuvier.

2
  • RAFAEL ANTONIO BRANDÃO
  • ANÊMONAS-DO-MAR DA FAMÍLIA EDWARDSIIDAE DO BRASIL

  • Orientador : PAULA BRAGA GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEANDRO MANZONI VIEIRA
  • CARLOS DANIEL PEREZ
  • DEBORA DE OLIVEIRA PIRES
  • PAULA BRAGA GOMES
  • Data: 24/02/2017

  • Mostrar Resumo
  • A família Edwardsiidae, atualmente com cerca de 75 espécies, ocorre em diferentes ambientes marinhos, desde as regiões tropicais até os polos. Apesar desta ampla distribuição pouco se sabe sobre a diversidade do grupo na porção sul do Oceano Atlântico, onde apenas cinco espécies são registradas. Destas, apenas duas são registradas oficialmente para o Brasil: Nematostella vectensis Stephenson, 1935, registrada em 2010 no estado de Pernambuco e Edwardsia migottoi Gusmão, Brandão & Daly, 2016, endêmica do país e ocorrendo nas costas dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo indicam alguns trabalhos, desde 1967 indivíduos do gênero Edwardsia são citados como parte da anemonofauna da costa brasileira, porém, nenhum destes registros oferece uma descrição detalhada nem identificação em nível de espécie e até o momento pouco da diversidade dessas anêmonas é conhecido. Assim, este trabalho é o primeiro a tratar a diversidade da Família Edwardsiidae na costa brasileira. Este estudo foi conduzido fazendo uso de material que se encontra depositado em coleções de diferentes instituições do país. Os exemplares obtidos foram dissecados sob estereomicroscópio e alguns foram submetidos ao processamento histológico. Foi realizado um inventário das cnidas que ocorrem nos diferentes tecidos destes indivíduos (cnidoma). São descritas neste trabalho cinco espécies, das quais três são novas, pertencentes à três gêneros: Edwardsia migottoi; Scolanthus sp. nov. 1; Scolanthus sp. nov. 2; Scolanthus sp. nov.3 e Nematostella vectensis. Estas espécies haviam sido coletadas na costa dos estados de Pernambuco (E. migottoi) Rio de Janeiro (Scolanthus sp. nov. 2; Scolanthus sp. nov.3), São Paulo (E. migottoi e Scolanthus sp. nov. 1) e Paraná (N. vectensis). Este é o primeiro registro do gênero Scolanthus para o Brasil. Com esses novos registros a família Edwardsiidae passa a ter três espécies novas e o número de espécies que ocorrem na porção sul do Oceano Atlântico sobre de cinco para oito.


  • Mostrar Abstract
  • A família Edwardsiidae, atualmente com cerca de 75 espécies, ocorre em diferentes ambientes marinhos, desde as regiões tropicais até os polos. Apesar desta ampla distribuição pouco se sabe sobre a diversidade do grupo na porção sul do Oceano Atlântico, onde apenas cinco espécies são registradas. Destas, apenas duas são registradas oficialmente para o Brasil: Nematostella vectensis Stephenson, 1935, registrada em 2010 no estado de Pernambuco e Edwardsia migottoi Gusmão, Brandão & Daly, 2016, endêmica do país e ocorrendo nas costas dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo indicam alguns trabalhos, desde 1967 indivíduos do gênero Edwardsia são citados como parte da anemonofauna da costa brasileira, porém, nenhum destes registros oferece uma descrição detalhada nem identificação em nível de espécie e até o momento pouco da diversidade dessas anêmonas é conhecido. Assim, este trabalho é o primeiro a tratar a diversidade da Família Edwardsiidae na costa brasileira. Este estudo foi conduzido fazendo uso de material que se encontra depositado em coleções de diferentes instituições do país. Os exemplares obtidos foram dissecados sob estereomicroscópio e alguns foram submetidos ao processamento histológico. Foi realizado um inventário das cnidas que ocorrem nos diferentes tecidos destes indivíduos (cnidoma). São descritas neste trabalho cinco espécies, das quais três são novas, pertencentes à três gêneros: Edwardsia migottoi; Scolanthus sp. nov. 1; Scolanthus sp. nov. 2; Scolanthus sp. nov.3 e Nematostella vectensis. Estas espécies haviam sido coletadas na costa dos estados de Pernambuco (E. migottoi) Rio de Janeiro (Scolanthus sp. nov. 2; Scolanthus sp. nov.3), São Paulo (E. migottoi e Scolanthus sp. nov. 1) e Paraná (N. vectensis). Este é o primeiro registro do gênero Scolanthus para o Brasil. Com esses novos registros a família Edwardsiidae passa a ter três espécies novas e o número de espécies que ocorrem na porção sul do Oceano Atlântico sobre de cinco para oito.

2016
Dissertações
1
  • LAURA ESTELA DE MELO
  • Parâmetros comportamentais e reprodutivos para utilização como biomarcadores de desregulação endócrina em Poecilia vivipara

  • Orientador : PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
  • ANTONIO DA SILVA SOUTO
  • ELIETE ZANARDI LAMARDO
  • CRISTIANE MARIA VARELA DE ARAUJO
  • Data: 31/05/2016

  • Mostrar Resumo
  • Compostos desreguladores endócrinos (CDEs) contaminamecossistemas aquáticos esão capazes de imitar a ação de hormônios endógenos em peixes. Diante disso, este trabalho avaliouprimeiramente os efeitos da exposição de machos adultos de Poecilia viviparaa uma mistura ambiental de contaminantes com atividade estrogênica e ao CDE 17 α-etinilestradiol (EE2), envolvendo a análise química de moléculas estrogênicas na mistura ambiental, e de parâmetros bioquímicos, comportamentais e reprodutivos. Moléculas com atividade estrogênica foram quantificadas por cromatografia líquida com espectrometria de massas nas águasda Lagoa do Araçá (LA), do rio Capibaribe (RC) e no Complexo estuarino da Bacia do Pina (CEBP), região metropolitana de Recife. Machos adultos de P. vivipara cultivados em laboratório foram expostos por 14 dias a água limpa controle (EECT), ea 10ngEE2 L-1 (EE10) e 100 ngEE2 L-1 (EE100).Em paralelo, machos adultos residentes no CEBP foram coletados em LA, e trazidos ao laboratório. Machos expostos ao EE2 em laboratório e residentes no CEBP foram colocados em contato com fêmeas adultas cultivadas no laboratório, e os casais foram monitorados por um sistema de vídeo, com posterior avaliação quantitativa do comportamento sexual pelo software de análise comportamental Smart. Os parâmetros avaliados foram:número de contatos entre machos e fêmeas (NC); duração média dos contatos em segundos(YACUBIAN-FERNANDES et al.); distância média entre machos e fêmeas durante os contatos (DiC). O número de tentativas de cópula dos machos (TC) foi avaliado por observação humana dos vídeos, e a velocidade natatória dos machos isolados foi também quantificada pelo software Smart. Após a interação entre os casais, fêmeas pareadas com machos controle e LA foram mantidas isoladas em aquários por 90 dias para quantificação do sucesso de impregnação (SI) e do número de juvenis produzidos (NJP). Machos dos tratamentos EECT, EE10, EE100 e LA foram sacrificados e a quantidade de vitelogenina no fígado foi avaliada indiretamente por método histoquímico para coloração de fosfoproteínas. As análises cromatográficas indicaram a presença dos estrogênios estriol (E3), estrona (E1), EE2 e estradiol (E2), e de bisfenol A (BPA) nas concentrações médias de 31,8; 19,5; 11,9; 8,6; e 4,2 ng L-1 , respectivamente, nas águas do CEBP, típicas de áreas urbanas contaminadas por esgotos domésticos. Machos expostos ao EE2 e provenientes da Lagoa do Araçá apresentaram indução de vitelogenina (p < 0,05). O número de contatos entre machos e fêmeas, e número de tentativas de cópula dos machos diminuiu nos casais em EE100 e LA (p < 0,05). A distância média entre machos e fêmeas durante os contatos aumentou em EE100 e LA (p < 0,05). Machos isolados expostos a EE10 e EE100 apresentaram hiperatividade natatória, enquanto machos provenientes de LA apresentaram hipoatividade natatória comparado aos controles. Machos de LA impregnaram 55% das fêmeas, enquanto machos controle impregnaram 88% das fêmeas. Fêmeas pareadas com machos controle (FeCt) produziram 7,1 juvenis em média, enquanto fêmeas pareadas com machos de LA (FeLA) produziram 2,7 juvenis (p = 0,019), totalizando 57 juvenis produzidos por FeCt versus 14 juvenis produzidos por FeLA, o que representa uma redução de 75% na geração de potenciais recrutas para a população. No segundo tema deste trabalho, machos e fêmeas adultos cultivados no laboratório foram mantidos isolados e ambos machos e fêmeas foram expostos por 30 dias ao herbicida atrazina nas concentrações 0 (controle-ATCT), 0,5µgL-1 (AT0,5); 5µgL-1 (AT5) e 50 µgL-1 (AT50). Após a exposição, casais foram formados para cada tratamento, e o comportamento sexual foi analisado para o parâmetro TC por observador humano. A atividade natatória de machos e fêmeas mantidos isolados também foi avaliada. Após a exposição e pareamento dos casais, fêmeas de cada tratamento foram mantidas isoladas em aquários por 90 dias, para quantificação do número de ovócitos maduros (NO), e dos índices gonadossomático (IGS) e hepatossomático (Webb and Weihs). Os parâmetros NO, IGS e IHS para as fêmeas não foram alterados significativamente. Nos casais expostos a atrazina foi observada uma redução em TC na concentração de 5 (p > 0,05) e 50 µgL-1 (p < 0,05). Hiperatividade natatória foi detectada nas fêmeas expostas a todas concentrações, e em machos expostos a 5 (p > 0,05) e 50 µg L-1 (p < 0,05). Este estudo quantifica pela primeira vez CDEs estrogênicos em águas da região metropolitana de Recife, e demonstra o efeito de desreguladores endócrinos como o EE2 em laboratório, bem como os efeitos de uma mistura ambiental de contaminantes incluindo CDEs estrogênicos, em biomarcadores bioquímicos, comportamentais e reprodutivos de Poecilia vivipara, que podem afetar a viabilidade populacional em situações ambientalmente realistas.


  • Mostrar Abstract
  • Compostos desreguladores endócrinos (CDEs) contaminamecossistemas aquáticos esão capazes de imitar a ação de hormônios endógenos em peixes. Diante disso, este trabalho avaliouprimeiramente os efeitos da exposição de machos adultos de Poecilia viviparaa uma mistura ambiental de contaminantes com atividade estrogênica e ao CDE 17 α-etinilestradiol (EE2), envolvendo a análise química de moléculas estrogênicas na mistura ambiental, e de parâmetros bioquímicos, comportamentais e reprodutivos. Moléculas com atividade estrogênica foram quantificadas por cromatografia líquida com espectrometria de massas nas águasda Lagoa do Araçá (LA), do rio Capibaribe (RC) e no Complexo estuarino da Bacia do Pina (CEBP), região metropolitana de Recife. Machos adultos de P. vivipara cultivados em laboratório foram expostos por 14 dias a água limpa controle (EECT), ea 10ngEE2 L-1 (EE10) e 100 ngEE2 L-1 (EE100).Em paralelo, machos adultos residentes no CEBP foram coletados em LA, e trazidos ao laboratório. Machos expostos ao EE2 em laboratório e residentes no CEBP foram colocados em contato com fêmeas adultas cultivadas no laboratório, e os casais foram monitorados por um sistema de vídeo, com posterior avaliação quantitativa do comportamento sexual pelo software de análise comportamental Smart. Os parâmetros avaliados foram:número de contatos entre machos e fêmeas (NC); duração média dos contatos em segundos(YACUBIAN-FERNANDES et al.); distância média entre machos e fêmeas durante os contatos (DiC). O número de tentativas de cópula dos machos (TC) foi avaliado por observação humana dos vídeos, e a velocidade natatória dos machos isolados foi também quantificada pelo software Smart. Após a interação entre os casais, fêmeas pareadas com machos controle e LA foram mantidas isoladas em aquários por 90 dias para quantificação do sucesso de impregnação (SI) e do número de juvenis produzidos (NJP). Machos dos tratamentos EECT, EE10, EE100 e LA foram sacrificados e a quantidade de vitelogenina no fígado foi avaliada indiretamente por método histoquímico para coloração de fosfoproteínas. As análises cromatográficas indicaram a presença dos estrogênios estriol (E3), estrona (E1), EE2 e estradiol (E2), e de bisfenol A (BPA) nas concentrações médias de 31,8; 19,5; 11,9; 8,6; e 4,2 ng L-1 , respectivamente, nas águas do CEBP, típicas de áreas urbanas contaminadas por esgotos domésticos. Machos expostos ao EE2 e provenientes da Lagoa do Araçá apresentaram indução de vitelogenina (p < 0,05). O número de contatos entre machos e fêmeas, e número de tentativas de cópula dos machos diminuiu nos casais em EE100 e LA (p < 0,05). A distância média entre machos e fêmeas durante os contatos aumentou em EE100 e LA (p < 0,05). Machos isolados expostos a EE10 e EE100 apresentaram hiperatividade natatória, enquanto machos provenientes de LA apresentaram hipoatividade natatória comparado aos controles. Machos de LA impregnaram 55% das fêmeas, enquanto machos controle impregnaram 88% das fêmeas. Fêmeas pareadas com machos controle (FeCt) produziram 7,1 juvenis em média, enquanto fêmeas pareadas com machos de LA (FeLA) produziram 2,7 juvenis (p = 0,019), totalizando 57 juvenis produzidos por FeCt versus 14 juvenis produzidos por FeLA, o que representa uma redução de 75% na geração de potenciais recrutas para a população. No segundo tema deste trabalho, machos e fêmeas adultos cultivados no laboratório foram mantidos isolados e ambos machos e fêmeas foram expostos por 30 dias ao herbicida atrazina nas concentrações 0 (controle-ATCT), 0,5µgL-1 (AT0,5); 5µgL-1 (AT5) e 50 µgL-1 (AT50). Após a exposição, casais foram formados para cada tratamento, e o comportamento sexual foi analisado para o parâmetro TC por observador humano. A atividade natatória de machos e fêmeas mantidos isolados também foi avaliada. Após a exposição e pareamento dos casais, fêmeas de cada tratamento foram mantidas isoladas em aquários por 90 dias, para quantificação do número de ovócitos maduros (NO), e dos índices gonadossomático (IGS) e hepatossomático (Webb and Weihs). Os parâmetros NO, IGS e IHS para as fêmeas não foram alterados significativamente. Nos casais expostos a atrazina foi observada uma redução em TC na concentração de 5 (p > 0,05) e 50 µgL-1 (p < 0,05). Hiperatividade natatória foi detectada nas fêmeas expostas a todas concentrações, e em machos expostos a 5 (p > 0,05) e 50 µg L-1 (p < 0,05). Este estudo quantifica pela primeira vez CDEs estrogênicos em águas da região metropolitana de Recife, e demonstra o efeito de desreguladores endócrinos como o EE2 em laboratório, bem como os efeitos de uma mistura ambiental de contaminantes incluindo CDEs estrogênicos, em biomarcadores bioquímicos, comportamentais e reprodutivos de Poecilia vivipara, que podem afetar a viabilidade populacional em situações ambientalmente realistas.

SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação (STI-UFPE) - (81) 2126-7777 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - sigaa11.ufpe.br.sigaa11