Como a agricultura de corte-e-queima influencia o serviço de pós-dispersão de sementes mediado por formigas em uma floresta seca da Caatinga?
fogo; semente-formiga; resiliência; regeneração; agricultura.
A agricultura de corte-e-queima tem alterado a dinâmica ecológica da Caatinga, comprometendo mecanismos de regeneração e interações entre animais e plantas. As formigas desempenham papel essencial na pós-dispersão de sementes, influenciando sua alocação, proteção contra predadores e resistência ao fogo. Este estudo investigou a influência da agricultura de corte-e-queima sobre a pós-dispersão de sementes mediada por formigas na Caatinga. Este estudo foi desenvolvido no Parque Nacional do Catimbau entre 2020 e 2021 onde foram dois tipos de solo (ninho e não-ninho de formiga), em áreas submetidas a agricultura de corte-e-queima e áreas controle. Ao todo, foram registradas 2.980 sementes de 20 espécies. Não houve diferenças significativas na abundância e riqueza de espécies entre tratamentos e tipos de solo, mas observou-se maior diversidade de espécies comuns em solos de não-ninho e maior diversidade de espécies dominantes nas áreas controle, nos solos não ninho. A predação de sementes foi mais elevada nos ninhos em áreas de corte-e-queima, enquanto a porcentagem de sementes queimadas foi menor nesses locais. A composição taxonômica não variou entre os tratamentos. Conclui-se que a agricultura de corte-e-queima afeta negativamente os serviços ecológicos de pós-dispersão mediado por formigas, sobretudo pelo aumento da predação de sementes. Portanto, esses efeitos podem ser prejudiciais a longo prazo para o processo de regeneração da Caatinga, comprometendo a manutenção da biodiversidade.